DISTRITO 2
Angelina estava impaciente. A noite não passava! Se revirava na cama mas nada,nada.
Afinal, amanhã seria o dia da colheita. Quem será que iria sair?
O único problema era que infelizmente teria que ficar entre uma multidão de jovens babacas e totalmente metidos, loucos para que a sorte os escolha.
Ela se sentou. Arrumou os cabelos negros que caiam pelos seus ombros delicadamente. Pegou um livro. Com certeza, ficar com ele por anos seria mais agradável que ficar em uma multidão por segundos.
Com certeza, armas e livros são melhores que pessoas.
Mas ela tentava ver o lado bom de ser sorteada. Matar pessoas. Menos 23 no mundo.
Claro, não eram pensamentos lindos, mas pelo menos eram pensamentos. O resto dos jovens do distrito dela não pensavam em nada. Quer dizer, ela achava isso.
Ela pensara em sua prima. Esquizofrênica, coitada, perdeu os pais. Agora, era de responsabilidade dela e da família, cuidar dela.
Agora, depois de jogar seus pensamentos, poderia descansar até o amanhecer.