Amaldiçoada escrita por Morta viva


Capítulo 3
Capítulo 3




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Duas semanas se passaram. As coisas vêm ficando cada vez mais estranhas. A cada dia ele me explica mais sobre a minha maldição, e em como usa-la a meu favor. Hoje é dia 29 de novembro. Daqui a uma semana nós faremos a tal viagem que ele tanto fala. Eu cheguei da escola faz mais ou menos 30 minutos, e estou agora deitada no chão de meu quarto, lendo. Foi quando eu ouvi um barulho de alguém batendo a porta de meu quarto.

BOOM BOOM BOOM BOOM

Imediatamente eu soube que havia algo errado. Eu pulei da cama e me coloquei em posição de ataque. Finalmente, a porta foi feita em pedacinhos. Na porta, uma mulher me esperava. Minha irmã, minha maldita irmã, estava na porta. Sorrindo, a boca pintada de vermelho. Pelo menos eu achava que estava pintado de batom vermelho, o batom mais escuro que eu já havia visto. Pelo menos eu achava que era batom vermelho, ate notar que aquilo era sangue. Sangue de quem? Eu não sei. O Iris dos olhos dela estava completamente dilatado, sem nenhum vislumbre do antigo olho azul que havia lá. Ela me disse a voz macabra e assustadora:

- Olá, irmãzinha. – Ela sorriu. Os dentes manchados de sangue fresco – Estou faminta. É bom que você tenha um gosto bom.

- O que é você? – Falei. Esperando que a minha voz não tremesse tanto quanto as minhas pernas – O quer de mim?

- Simples, quero você morta.

- Por quê? O que eu lhe fiz?

- Por enquanto ao nada, querida irmã – falou ela, com sarcasmo – Mas se eu não matar você, você e seus futuros amiguinhos, matarão todos nós. Agora chega de conversa, vamos logo ao trabalho.

Ela pulou no meu pescoço. Os dentes afiados prontos para penetrar na minha pele. Eu consegui empurra-la para longe do meu pescoço. Mas os dentes vieram em direção à pele do meu braço. Eu senti, eu senti quando aqueles dentes penetraram a pele do meu braço. Eu senti quando, bem lentamente, a dor se espalhava pelo meu braço. A dor era tão forte, que eu desejei estar morta. Mas eu ignorei. E chutei com toda a minha força o estomago daquele monstro. Para minha surpresa, ela voou na parede. O que me deu um pouco de tempo. Peguei uma faca de cozinha que eu deixo na cabeceira da cama, para emergências de vida ou morte, e aproveitando que a minha “irmã” estava meio desorientada, corri na direção dela e quando estava bem perto, eu me atirei sobre seu pescoço, como se ela fosse uma espécie de bicho para se montar. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, ela se jogou contra a parede, fazendo-me ter uma lancinante dor nas costas. Eu sabia que se não conseguisse agora, morreria. É provável que ela tenha veneno nos dentes, e não demoraria a se espalhar por todo o meu corpo. Eu enfiei a faca o mais fundo que consegui no pescoço dela. Ela deu um grito histericamente fino e me empurrou na parede de novo. Desta vez eu cai. A faca voou longe. Ela pulou em cima de mim. E tentou morder meu pescoço, enquanto com uma mão eu a empurrava, com a outra eu tentava pegar a minha faca. “Eu só tenho que pegar a faca, eu só tenho que pegar a faca” pensei, dando u Eu não sobreviveria a mais um ferimento, nem eu, nem e estimulo para mim conseguir pegar a maldita faca. Finalmente consegui pegar a faca, e desta vez a enfiei no coração de minha irmã. Ela caiu, mas antes de morrer, falou a voz falhando:

- Isso não vai acabar assim. – Então morreu, voltando a sua aparência "normal."

Eu me arrastei para baixo, a dor agora estava quase insuportável. O que vi lá embaixo piorou tudo. Meus pais, jogados no chão, sangue em cobrindo seu rosto.

- Filha – gaguejou minha mãe, me aproximei dela e coloquei seu rosto entre as minhas mãos. – Por favor, nos perdoe. Agora eu vejo como nós estávamos equivocados. Por favor, por favor, eu te imploro que me perdoe, para que eu possa morrer em paz.

- Você não vai morrer mamãe, vai ficar tudo bem, você só tem que aguentar firme – falei com lagrimas nos olhos. – Por favor...

Ela sorriu:

- Filha, você sabe que isso não é verdade. Minha filha, este é meu ultimo pedido.

- Esta bem, eu te perdoo mãe.

- Eu te amo, minha filha querida.

Ela sorriu, pela primeira vez, ela parecia feliz. E morreu.

A dor agora não era mais suportável. Peguei meu celular e digitei o numero com muita dificuldade. Atenderam no segundo toque:

- Alô?

- Miguel... – falei, a voz apenas alta o suficiente para que ele ouvisse – Me ajuda...

Pin, pin, pin.


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