Amaldiçoada escrita por Morta viva


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hey! Faz muito tempo, não é? Então... Eu resolvi continuar a fic. Se eu ainda tiver algum leitor que ainda frequente o site... Enfim. Se gostarem, comentem, por favor!



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– Miguel... – falando a voz trêmula no telefone – me ajuda...

– Quem é? – murmurei meio assustado, mas o telefone já havia sido desligado.

Passei alguns segundos tentando entender o que estava acontecendo. Quer dizer, de quem era aquela voz? Eu sabia que tinha algo de familiar nela, mas ela parecia tão abatida, como se estivesse a beira da morte, e por isso não conseguir entender quem falava. Sem alternativas, olhei o numero da pessoa que havia me ligado.

Melina.

Droga, droga, droga, droga. Era o único pensamento que eu podia formular naquele momento. Correndo, entrei no carro e dirigi o mais rápido que podia. Quando cheguei na casa, sai do carro e arrombei a porta. No chão, estava ela.

Vê-la naquele estado acabou comigo.

Eu a aninhei em meus braços da forma mais cuidadosa que pude. Olhando-a daquele jeito, ate parecia que ela estava dormindo. Parecia uma boneca de porcelana, que podia ser quebrada a qualquer momento, e que eu tinha que proteger mais que a mim mesmo.

Caminhei o mais rápido que minha ousadia me permitia. Eu sabia que não podia correr muito, pois a cada passo que eu dava, Melina gemia de dor. E aquilo me deixava aliviado ao mesmo tempo que fazia meu coração se apertar.

Eu não podia perdê-la. Não de novo.

A coloquei no banco de trás do carro o mais delicadamente que consegui, e dirigi para minha casa.

POV MELINA

5 dias depois

Acordei em um lugar completamente diferente de minha casa. Minha cabeça doía muito, e minha mente não conseguia formular explicações lógicas “Onde eu estou?” “O que será que aconteceu?” “Eu morri?”

Uma parte de mim preferia que eu estivesse morta.

Caminhei os olhos pelo quarto encontrando um garoto na escuridão. Ao ver que eu tinha acordado, ele suspirou aliviado. Quando vi o rosto dele, me lembrei de tudo e sem conseguir me conter, comecei a chorar.

Fazia aproximadamente 3 anos que eu não chorava. A última vez foi quando Mike morreu. E se você me ver chorando... Pode ter certeza que a coisa ta feia. Muito feia...

Senti dois braços fortes me puxando contra si e me aconcheguei a única coisa que me mantinha com os pés no chão.

– Porra, Melina, nunca mais me dê um susto desse.

– Uhum – sussurrei contra seu peito, sem encontrar outra coisa pra falar.

– Vai ficar tudo bem, okay? Eu prometo pra você.

– Uhum – sussurrei em meio a um soluço horrível, agora sentindo que se eu falasse outra coisa, poderia desabar.

– Melina, tem uma coisa que eu tenho que te contar – falou, com a cabeça aconchegada em cima da minha – Eu esperava que você descobrisse isso durante a missão, mas achei melhor contar a você agora. Você precisa saber por que essas coisas caçam você.

– Uhum – murmurei de novo, meio em choque pelo que havia acontecido.

– Lembra da ONG que eu falei a você? Pois bem, não somos bem uma ONG, somos um culto. Um culto a deus que acredita que quando um apocalipse vier, 13 soluções viram para conseguir impedir que o mundo acabe. Você é a numero 13, Melina, e você é a única que pode acabar com tudo, ou salvar tudo. Por isso é tão importante que você viva. E eu também menti pra você, por que tive que me mentir. Você não é uma maldição como as outras. Você é um anjo, Melina, um anjo caído. Você não se lembra, é claro, por que quando cai, suas lembranças são automaticamente apagadas. Você foi para o inferno, Melina, foi torturada, mas um anjo (sim, existem anjos na terra, e eles estão nos ajudando) tirou você do inferno e apagou suas memórias daquele lugar. Mas o que aconteceu, aconteceu. E você é a única que pode terminar, pois foi você que começou com tudo isso. Quando caiu, 12 penas suas caíram na casa de 12 pessoas diferentes. E essas 12 penas concederam poderes a essas pessoas. Mas nenhum é mais forte que você. Você tem todos os poderes, mas duplicados, e eles podem ser quadriplicados se você conseguir encontrar aonde sua graça caiu.

– E-e-eu sei que é estranho perguntar isso... Mas quais são os poderes? – murmurei rouca.

– Você pode controlar o fogo, a eletricidade, a água, a terra, o ar. Você pode fazer coisas se mexerem, você pode curar e ler os pensamentos das pessoas se quiser. Você pode possuir o corpo das pessoas, e sua voz e sua forma verdadeira podem mata lentamente. Você pode prever o futuro. E o mais importante de tudo, você pode matar demônios, mas para fazer isso e não machucar a si própria, você precisa encontrar a sua graça.

– Como assim machucar a mim própria?

– Digamos que o corpo em que você esta seja apenas uma casca em cima do seu corpo verdadeiro. Quando você usa seus poderes sem sua graça, você vai destruindo rapidamente nessa casca, queimando-a. E se você usar seus poderes mais de 3 vezes, sua casca será destruída, e você também.

– E onde esta minha graça?

– Onde você caiu. Eu sei que você deve estar se perguntando onde é, mas nós não sabemos. É por isso que eu chamei um vidente da ONG.

– E o que ele pretende fazer?

– Entrar na sua cabeça.

Mais ou menos duas horas depois, eu já tinha me recomposto e jurada para mim mesma nunca mais chorar na frente de ninguém. A única pessoa a qual eu havia me permitido chorar já estava morta, e eu não permitiria que ninguém mais me visse chorar. Prometi isso no dia em que ele morreu.

A única pessoa que havia me feito rir quando eu estava chorando fora Mike, e fora por ele que eu chorara pela ultima vez a 3 anos.

Nós ainda esperávamos o tal vidente quando alguém bateu na porta. Miguel murmurou alguma coisa como “É ele. Eu ainda tinha esperança que ele não viesse” mas pensei ter entendido errado. Afinal, por que Miguel iria querer que ele não viesse?

Eu entendi por que minutos depois do cara entrar e começar a dar em cima de mim. “Cafajeste” pensava comigo mesma. Miguel estava com cara de quem poderia matar alguém a qualquer momento. Eu não entendia muito bem por que, mas enfim...

Eles me colocaram em cima da cama e imediatamente senti meus olhos se fecharem. O vidente parecia murmurar uma espécie de canção em latim. Quando dormi, senti uma coisa dentro da minha cabeça, como uma mão me dizendo com o que eu devia sonhar.

A primeira coisa que senti foi o ar me escapando. Eu caia, caia, caia e não podia fazer nada quanto a isso. Eu tentei voar, mas lentamente, as penas se desprendiam de mim. A maioria era destruída, mas eu podia ver um grupo que continuava inteira. Vi quando elas caíram nas casas das pessoas, numa tentativa falha de acabar com meu desespero. Eu reconheci Nova York, e eu vi o caminho que levava para onde eu ia cair.

Era uma campina meio afastada da cidade, um lugar bonito, e ao mesmo tempo sombrio. E então eu cai. E senti como se algo fosse arrancado de mim e voasse para longe. E então eu acordei.

E pude notar o quanto eu estava ofegante, suada e assustada.

– Nova York. Vamos pra Nova York.


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