Doce Ironia. escrita por Mrs Prongs


Capítulo 77
I love you.


Notas iniciais do capítulo

* Juro Solenemente que não pretendo fazer nada de bom. *

WASSUP?
Enfim, aqui estou eu mais uma vez com mais um capitulo.
Pra falar a verdade eu estou pensando em postar todos os capítulos de uma vez porque eu vou contar algo para vocês... eu já tenho todos prontos. Inclusive epilogo e capitulo extra. Bom, essa é uma ideia para se pensar, porque eu realmente preciso encerrar essa fanfic logo.
Mas não... acho que vou deixar vocês esperarem porque sim.
Então amoras, eu quero agradecer a RECOMENDAÇÃO da:
Lizzie Tinf: Nossa... eu fico realmente feliz que goste tanto assim da historia amora. Você não faz ideia do quanto. É bom saber que você gosta tanto a ponto de indica-la para alguém. Muito obrigada pela recomendação ♥
Annie Till: WOW, muito obrigada pela recomendação amora e claro... pelos elogios que inflaram o meu ego. Muito, muito obrigada ok? ♥
Mary Weasley: Nossa... muito obrigada. Fico imensamente feliz ao saber que gosta tanto da historia ♥
Esse capitulo é de vocês amoras ♥
E por falar nele... eu AMEI esse capitulo e ele está muito feels. Serio mesmo. Preparem o coração para os discursos e tudo mais. Porque ele está tuntz tuntz tunz parei. Enfim, vou deixar vocês lerem.
Enjoy it.

*Malfeito, feito.*



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“Eu disse que nunca a deixaria porque nossas mãos se encaixam como a minha camiseta. Língua presa em três palavras, amaldiçoado. Correndo em pensamentos que fazem os meus pés doerem, corpos entrelaçados com os lábios dela. Agora ela está se sentindo tão para baixo, desde que ficou sozinha. Há um buraco no meio do meu coração como um polo e isso não é brincadeira para mim. Então podemos fazer isso de novo. Se você está fingindo assim desde o começo, com o coração apertado, então o meu beijo pode consertar o seu coração partido. Eu posso esquecer tudo o que você disse para mim e posso te emprestar pedaços quebrados que podem se encaixar assim. E vou te dar todo o meu coração então podemos começar tudo de novo.” – Over Again ♥


P.O.V’s Ashley.

Querido diário, ou odiado diário, tanto faz.


Como você sabe, eu tenho escrito em você nos últimos dias, segundo a Audrey essa era uma forma produtiva de eu expressar meus sentimentos já que eu não queria conversar com ninguém. Perdi a conta de quantas vezes a fabulosa me chamou de antissocial nas ultimas semanas.

Na verdade eu só estou aqui para dizer o quanto estou nervosa. Eu tomei a minha decisão e isso me assusta. E não é só isso... hoje é a formatura e eu estou surtando.

Eu vou rever os meus pais, vou rever os Potter e os Weasley. Hoje é a despedida dos setimanistas e eu nunca quis tanto voltar no tempo. A perspectiva de crescer não é muito legal.

Pelo menos eu tinha me dado bem nos NIEM’s, na verdade todos os meus amigos haviam se dado bem nas provas. E é nesse momento que eu percebo que não tenho mais nada a falar para você e o quão patético é escrever um diário.

Resumindo: só quero quê dê tudo certo no final.


Me deseje sorte,

Ashley Marie Dursley.


– Hey divônica. – uma Audrey sorridente entrou no quarto já devidamente vestida para a cerimonia de formatura. – Está pronta?

– Sim. – respondi me levantando e guardando o diário dentro do meu malão que eu já tinha começado a arrumar já que partiríamos para casa o mais breve possível.

– Ótimo, a tia Minnie está reunindo os setimanistas das quatro casas. – ela me comunicou. – Segundo a mesma, ela quer passar as ultimas instruções antes de entrarmos em cena. Acho que ela ta meio que surtando.

– Você acha? – perguntei ironicamente enquanto saíamos do dormitório e descíamos as escadas. Fazia dias que a Tia Minnie parecia que iria deixar todo mundo maluco. Serio, já era comum ela parar um de nós pelos corredores para dar alguma instrução de ultima hora. Era meio que assustador as vezes. – A proposito... você já contou aquilo para o Fred? – completei a olhando de canto.

Ela ainda não havia contado ao Weasley a sua decisão de não ir para a AMB. Não me pergunte o motivo disso, mas simplesmente não havia o feito.

– Ãn... não. – a fabulosa falou rapidamente e com uma careta.

– Porque não?!

– Eu vou contar ok? – ela me olhou suspirando derrotada. – É que... é muita pressão para ele não acha? Tipo, saber que eu abandonei uma das melhores academias do mundo por causa dele. É como se eu impusesse o nosso relacionamento muito mais serio do que é e eu não quero isso. Não quero que ele se assuste quando souber a minha decisão.

– Você é uma idiota. – nunca tinha ouvido tanta merda junta na minha vida. – Ele vai ficar tão feliz quando souber. – completei rolando os olhos enquanto saíamos do salão comunal da Grifinória que estava vazio, provavelmente os alunos estavam se arrumando para a cerimonia, e andávamos pelos corredores.

– Espero que você tenha razão. – a Audrey fez uma careta.

– Sempre tenho. – lhe lancei um sorrisinho. – Quando você pretende contar?

– Ainda não tenho certeza. – ela mordeu nervosamente os lábios. – E você? – completou rapidamente parecendo querer mudar de assunto. – Já tomou a sua decisão?

– Sim. – suspirei e ela me olhou atenta.

– E qual é?

– Você vai saber em breve. – lhe garanti enquanto entravamos na sala onde todos os setimanistas já estavam, juntamente com a tia Minnie e todos os professores.

– Finalmente chegaram. – a diretora falou nos olhando repreensiva por causa do atraso.

– Relaxa aí tia Minnie. – aconselhei enquanto ia me sentar junto com a Audrey em umas cadeiras que estavam vazias.

– Daqui a pouco a senhora explode. – a fabulosa completou sorrindo.

Estávamos todos prontos. Cada setimanista estava com a sua beca de formatura onde predominava as cores da sua casa, mas que tinha o escudo de Hogwarts no lado esquerdo do peito. A sala onde estávamos podia ser confundida com um arco íris, no qual predominava as cores verde e prata, vermelho e dourado, amarelo e preto e azul e bronze.

– Que seja. – tia Minnie nos encarou com o seu famoso olhar que fazia a gente querer se encolher. – Todos sabem o que fazer não é?

– Sim. – um coro de vozes monótonas tomou o ambiente.

– Ótimo, eu e os professores iremos ver se os convidados e pais de vocês já chegaram. Não saiam daqui. – completou antes de se retirar com todos os professores deixando os alunos em silencio e se olhando entre si.

– Eu vou falar com o Fred. – a Audrey rompeu o silencio me falando baixinho e eu a olhei assentindo com um leve sorriso, enquanto ela se dirigia para o outro lado da sala atrás do namorado.

Eu não a segui e muito menos a acompanhei com o olhar. Sabia exatamente quem estaria com o Fred, como sabia também a quem pertencia os olhos que eu sentia cravados em mim. Mas eu não olhei em direção a eles. E não faria isso.

– Hey sweetsmile. – serio, eu realmente não entendia o porquê do Rich me chamar assim, mas do mesmo jeito me virei com um sorriso o observando se sentar ao meu lado, lugar onde antes estava a Audrey. – Nervosa? – perguntou erguendo uma sobrancelha.

– Digamos que sim. – lhe lancei um sorrisinho.

– É, eu também estou. – com certeza não era pelos mesmos motivos que eu. – Sei lá... vai ser muito estranho não ver a cara dessas pessoas todos os dias, mesmo que a maioria deles sejam chatas para caramba e que sejam Grifinórios exibidos, mas mesmo assim...

– Seu amor é tocante. – ironizei e ele riu batendo de leve seu ombro com o meu.

– Você entendeu. – o Sonserino rolou os olhos. – Vai ser estranho sair de Hogwarts e deixar tudo isso para trás.

– Te entendo. – suspirei derrotada.

– E em relação a sua decisão...

– Você vai saber em breve. – o interrompi desviando o olhar e ele ficou brevemente em silencio.

– Me promete uma coisa? – ele pediu e eu olhei nos seus olhos azuis.

– Prometo tentar.

– Serve. – Rich esboçou um sorriso levemente triste. – Eu quero que você me prometa que não vai se esquecer de mim e de nada que aconteceu aqui em Hogwarts, não importa qual seja a sua decisão. Quero que me prometa sempre entrar em contato comigo, seja por coruja ou por qualquer outra coisa. Vou sentir a sua falta quando ir embora de Hogwarts.

– Eu também vou sentir a sua Rich. Você não faz ideia do quanto. – suspirei bagunçando os cabelos dele que sorriu de leve.

– Façam a fila e se organizem. – o professor Slughorn entrou na sala ordenando e eu me afastei do Rich que sorriu para mim enquanto se dirigia em direção a casa verde e prata que se organizava em um dos cantos e eu me dirigia a casa vermelha e dourada.

– Pronta divonica? – a Audrey questionou assim que eu fui para o meu lugar entre ela e o Edward que sorriu de leve para mim quando me aproximei.

– Nem um pouco. – mordi de leve o lábio. – Mas vamos lá.

Ela segurou na minha mão e a apertou levemente como se dissesse: estou aqui com você. Sorri para ela e apertei a mão dela de volta. Não soltei enquanto a fila dos leões se colocava ao lado direito da fila das cobras e os Lufanos se colocavam do outro lado dos Sonserinos e os Corvinais se colocavam do nosso lado também.

– Vai dar tudo certo. – a fabulosa sussurrou ao meu lado falando mais para ela do que para mim, mas no final sorriu para mim como se aquilo também servisse também para a minha pessoa.

– Espero que sim. – sussurrei de volta enquanto meu olhar cruzava com um mar castanho esverdeado que me olhava impassível, antes de o mesmo desviar sorrindo para algo que o Fred havia falado ao seu lado, duas fileiras a frente de mim.

Senti como se alguém me desse uma facada, coisa que sempre acontecia quando eu cruzava com ele.

– Me sigam. – Slughorn falou enquanto saía pela porta da sala e a perfeita organização dos setimanistas o seguia. Parecíamos uma bandeira vista do alto. – Boa sorte. – foi o que o diretor da Sonserina falou antes de nos deixar as portas do salão principal onde ocorreria a formatura e entrar no mesmo fechando a porta em seguida.

– ...e agora vamos receber os nossos setimanistas. – a voz da tia Minnie soou alta e clara e as portas do salão se abriram, nos revelando e revelando também todas aquelas pessoas nos olhando. Amigos, família e até pessoas que a gente nunca havia sequer visto.

Olhei para a Audrey que sorriu me encorajando, antes de seguirmos a macha para dentro do grande salão principal, sobre o aplauso de todos. Assim que chegamos no meio do mesmo, o brasão de Hogwarts parecia reluzir no nosso peito, antes de cada casa se separar seguido para os seus respectivos assentos, enquanto os aplausos sessavam e os convidados se sentavam.

Enquanto me sentava em meu assento entre a Audrey e o Edward, impedi que me olhos rondassem o cômodo procurando meus pais, ou os Potter e os Weasley, ou até mesmo... ele.

– Mais um ano letivo em Hogwarts chega ao fim. – tia Minnie começou com o seu discurso e se erguendo. – Mais uma turma de alunos saem daqui formados e aptos para o mundo lá fora. Como em toda turma, tem aqueles responsáveis e aqueles que não tem o menor senso para as regras... – eu dei uma leve risada enquanto todo mundo ria com ela olhando para o Fred e ele que faziam a melhor cara de inocentes que podiam. – Mas cada um aqui marcou esse castelo de um modo. Essa turma de formandos me deu muita dor de cabeça, mas me sinto extremamente honrada de, diante dos meus olhos, vê-los se formarem. Meus parabéns. – concluiu olhando diretamente para os setimanistas. – Estou orgulhosa de cada um de vocês.

Aplausos surgiram enquanto sorriamos para a nossa diretora. Era muito difícil e raro ouvir algo assim da severa Minerva, e eu me senti extremamente honrada quando ela falou aquilo.

A cerimonia se prosseguiu com a entrega dos ‘diplomas’, e os professores individualmente fazendo seus discursos e frisando alguns acontecimentos em relação aos formandos que aconteceram ao longo do ano. Não preciso dizer que foi algo meio engraçado de se ouvir.

– ...mas apesar de todas as detenções, brigas e alguns castigos merecidos... – o nosso querido professor de estudo dos trouxas completava o seu discurso. – Eu fico extremamente feliz ao notar que todos eles, no final, acharam a sua própria definição de amor.

Apesar de confusos, todo mundo aplaudiu enquanto ele ia se sentar e os setimanistas sorriam, e eu, bom... eu simplesmente abaixei a cabeça respirando fundo.

– Como em todos os anos... – Slughorn se ergueu tomando a palavra. – Os professores escolheram quatro formandos para os discursos. Esses formandos irão falar sobre as suas experiências no castelo, e, levando em conta quem são, devem ter sido experiências maravilhosas. Diretora. – completou dando a palavra a tia Minnie enquanto se sentava novamente.

– Fred Weasley II. – ela anunciou enquanto o mesmo se erguia com um sorriso de lado e se curvava para os aplausos de todos. Dei um leve riso. Tinha que ser o Fred.

– Bom, eu estaria mentindo se dissesse que fiz um discurso... – ele falou quando chegou ao local onde deveria fazer o discurso, fazendo todo mundo rir e ganhando um olhar cansado e derrotado da tia Minnie. Pelo menos não foi o de repreensão. – Mas mesmo assim tenho algumas coisas a falar. Nesses sete anos, me sinto obrigado a dizer que muitas coisas aconteceram nesse castelo. Me lembro no primeiro ano e o quanto eu e o veado, ou James, chamem como preferir... – esbocei um sorrisinho triste enquanto o pessoal ria. – Estávamos nervosos para saber em que casa ficaríamos. Mas claro, era obvio que pertencíamos aos leões, já pensou se fossemos Sonserinos... – o Weasley fez uma careta e eu soltei uma risada junto com todo mundo. – Mas os anos se passaram e descobrimos que Hogwarts era o lugar perfeito para as nossas marotagens e que podíamos levar isso a outro nível. Só tenho algo a dizer: os sete melhores anos da minha vida. Mas esse ano com certeza foi o melhor. – nessa hora eu olhei para a fabulosa que olhava fixamente para a frente. – É incrível o modo como todos nós nos apegamos aos detalhes, mesmo não percebendo isso. E eu sou a prova viva disso. Sem querer... Me vi pensando nos detalhes dela, em cada gesto, em cada palavra dita e percebendo, que ela se tornou mais importante do que eu esperava. Que eu não imagino a minha vida sem ela, porque ela virou a minha vida. – a Audrey tinha um sorriso nos lábios enquanto eu sorria notando a felicidade dela. – E eu provavelmente vou morrer porque o pai dela está me vendo fazer esse discurso e eu ainda me lembro da carta... – soltei uma gargalhada e o Weasley fez uma mínima careta para mim sorrindo em seguida. – Mas você já é a coisa mais importante que eu tenho e eu não quero te perder jamais. – ele completou olhando diretamente para a Audrey. Eu fiz um “awnt” fofo junto com algumas meninas. – Acho que você deveria saber disso.

Completando o seu discurso, o Fred voltou para o seu lugar sobre o aplauso de todos e alguns comentários como: “isso foi muito fofo”, “a Audrey tem sorte” e “isso foi tão gay”. A fabulosa enxugou uma lagrima que tinha deixado escapar e sorriu para mim em seguida. Retribui o sorriso.

– Audrey Stuart. – a diretora anunciou com um mínimo sorriso nos lábios.

Ela se levantou sobre os aplausos de todos e eu lhe lancei um sorriso que dizia: sobe a arrasa garota. Ela deu risada enquanto se dirigia ao locar dos discursos.

– Bom, eu não sei como começar isso, mas enfim... – ela deu uma leve risada junto com todo mundo e vi que os olhos dela varreram todos os convidados, parando nos seus pais antes de se desviarem. – Assim como a ruivinha ali, eu entrei em Hogwarts apenas esse ano e tenho que falar que não me arrependo. Acho que foi uma das melhores coisas que eu poderia ter feito foi seguir a minha melhor amiga até aqui. Nesse ano tanta coisa aconteceu, tanta coisa mudou... eu mudei. Eu sou uma pessoa nova. Eu mudei de opinião. Eu sorri. Eu chorei. E eu sei que tudo valeu a pena. E foi ele que me fez mudar tanto assim. – eu dei um sorriso sabendo exatamente o que viria a seguir. – Cada dia que passa, me apaixono mais por ele, é algo que não consigo explicar, porque cada final do dia, quando deito em minha cama e penso nele, acho que cheguei no meu “limite de sentimentos”, mas no dia seguinte, ele sempre consegue fazer com que eu o ame mais e mais. Eu já me apaixonei outras vezes, e nem uma das outras vezes, se compara com essa. Não imaginava que caberia tanto sentimento dentro de mim, nunca imaginei que amaria e desejaria alguém, como amo e desejo ele. Ele é tudo o que eu nunca tive, ele me faz ver o mundo de outra forma, me faz sorrir mesmo quando estou furiosa, me faz fazer e falar coisas que nunca tive coragem com outro alguém. As vezes me pergunto se mereço ele, sou tão complicada, tão explosiva, tão ciumenta, implicante… e ele, bom, ele é calmo, querido, e aguenta todas as minhas crises e no final sempre diz que me ama. – eu tinha um sorriso feliz nos lábios enquanto a Audrey olhava nos olhos do Weasley que também sorria. – Eu tinha uma das decisões mais importantes da minha vida para tomar e me surpreendi por ter sido tão fácil decidir, porque quando eu olhei nos olhos dele eu finalmente achei um motivo para querer ficar. – ela completou para todos. – Um motivo para continuar aqui. Então eu recusei a minha vaga na AMB. – ela completou e eu vi o choque no rosto de varias pessoas, mas apenas continuei sorrindo enquanto o sorriso do Fred aumentava e a tia Minnie sorria vencida. – Porque eu descobri que ele é mais importante que tudo isso.

Encerrando o seu discurso e sendo aplaudida de pé por todos, a fabulosa voltou para o seu lugar e eu a recebi com um abraço de urso e um “parabéns”. Ela olhou ao redor procurando os olhos dele e o Fred moveu os lábios em um “eu te amo” silencioso e a Audrey sorriu feliz antes de se sentar junto com todo mundo.

– James Sirius Potter. – a diretora anunciou novamente e eu fiquei tensa enquanto o moreno se levantava sobre o aplauso de todos.

Ele não tinha aquele sorriso que eu tanto amava nos lábios. O sorriso dele era tão... sem vida. E isso me matou por dentro enquanto ele subia no pódio dos discursos. Observei seus lindos olhos observarem ao redor, até encontrar os meus e se desviarem.

– Sinceramente, a tia Minnie me colocou para fazer esse discurso para eu resumir como foi meus sete anos aqui em Hogwarts e francamente, se eu for fazer isso, não vai dar muito certo. – ele começou com a sua voz rouca, fazendo as pessoas rirem e eu senti como se tivesse um leão dentro da minha barriga e um sorriso involuntário escapou dos meus lábios. Um sorriso triste. – Eu sempre tive que conviver com o fato de ser o primogênito dos Potter. O filho mais velho de Harry Potter e tive que aprender a conviver com as expectativas dos outros que estavam sempre focadas em mim. Porque o filho de Harry Potter não poderia ser Sonserino. O filho de Harry Potter não poderia ser ruim em Quadribol. Mas com o passar dos anos eu aprendi que eu não precisava corresponder as expectativas dos outros, que eu deveria ser apenas eu mesmo e isso seria o suficiente. E bom... o Albus veio e quebrou todas as regrinhas, inclusive a de ‘não poder ser ruim em Quadribol’. Foi mal mano. – completou para o moreno que estava sentado com os Potter e a Roxy fazendo a gente rir. – As vezes me pergunto se a minha vida seria mais fácil se eu tivesse tomado outras decisões ou tivesse desistido de algumas coisas, mas simplesmente não consigo me arrepender de nada. – ele continuou e eu fiquei atenta. – Aqui eu fiz grandes amizades e foram anos inesquecíveis. Anos que vão ficar na minha memoria... para sempre. Mas se eu fosse escolher um desses sete anos, para reviver, seria esse. Não foi um ano fácil, não mesmo. E muito menos terminou do jeito que eu esperava. Mas ainda sim foi um ano que me marcou, de um jeito bom e... ruim. Porque nesse ano ela resolveu entrar na minha vida e mudar completamente o meu jeito de ver as coisas. – eu sentia vários olhares queimando em mim, mas eu simplesmente não desviei o olhar dele. – Porque quando ela chegou um sentimento meio estranho veio com ela. Porque quando os lábios dela tocaram os meus soube que poderia viver cem anos e visitar o mundo todo e nada se compararia ao momento único em que beijei a mulher dos meus sonhos e soube que meu amor duraria para sempre. – ele não me olhou em nenhum momento, mas eu sentia os meus olhos começarem a encher d’agua e a Audrey pegou a minha mão a apertando levemente como se dissesse: eu estou aqui. – Mas isso não foi o bastante. Não para ela. – nessa hora eu abaixei a cabeça reprimindo as lagrimas e em momento algum a fabulosa soltou a minha mão. – Eu fiz coisas das quais eu nem me lembro, só para poder estar mais perto dela, eu me arrisquei e me deixei levar por essa loucura. Que no final foi em vão. E a conclusão de tudo é... saber até onde vai o amor. Até onde vai a razão, e até onde podemos chegar sabendo igualar a balança… Um pouquinho de cada já seria o suficiente. Se possível, uns quilinhos a mais desse tal de amor seria de bom proveito.

Encerrando o discurso ele voltou ao seu lugar sobre o aplauso de todos e eu limpei discretamente uma lagrima que tinha escorrido.

– Ashley Dursley. – a voz da tia Minnie chegou até mim.

Olhei para a fabulosa que me olhou com suavidade me lançando um sorriso de encorajamento. Respirando fundo, eu me levantei sobre o aplauso de todos e caminhei em direção ao pódio. Assim que cheguei no mesmo, deixei meus olhos vagarem por todos presentes. Meus pais estavam ali... sorrindo para mim. Os Potter e os Weasley também estavam. E também tinha varias pessoas desconhecidas. Olhei em seguida para os formandos o John e o Edward que sorriam minimamente para mim. O Fred que sorria me encorajando junto com a Audrey e o Sirius... que me olhava fixamente sem demonstrar qualquer emoção.

– Eu sempre fui comparada a Lily Evans. Sempre. E sabe de uma coisa? Sempre me orgulhei disso. – comecei o meu discurso com minha voz ecoando claramente pelo ambiente. Não olhava para ninguém em particular enquanto falava. – Sempre me orgulhei de ser comparada a uma mulher tão maravilhosa quanto ela. Mas então eu cheguei aqui e tudo mudou. As coisas mudaram, porque ele entrou na minha vida complicando tudo. – suspirei de leve me recusando a olha-lo. – “Parece que a historia vai se repetir de novo”, tem noção de quantas vezes eu ouvi isso esse ano? Se isso me irritava? Sim. Completamente. Eu o odiava, pelo menos achava que o odiava. Perdi as contas de quantas vezes sonhei em raspar aqueles cabelos castanhos perfeitos. De quantas vezes senti vontade de tacar ele de cima da torre de astronomia. Ele era irritante. Irritante e chato. Porque ele era irritantemente perfeito... para mim. – falei as ultimas palavras em tom mais baixo, mas que mesmo assim ecoou pelo ambiente. – Nunca fomos normais, nunca conseguíamos ficar no mesmo ambiente por mais de alguns minutos sem acontecer algo desastroso. E agora que eu paro para pensar, eu vejo. Nossa historia foi uma grande... ironia. Uma doce ironia. Uma ironia do destino. Porque a cada briga, a cada grito, a cada discussão, só nos tornávamos cada vez mais parecidos com James Potter e Lily Evans. “Parece que a historia vai se repetir de novo”. Acontece que eu não sou Lily Evans, ele não é James Potter e a nossa historia não se repetiu! – falei meio frustrada. – E, pela primeira vez, eu queria que a historia se repetisse de novo. Pela primeira vez eu queria ser Lily Evans e então ele seria James Potter e assim poderíamos ficar juntos e nenhuma dessas coisas teriam acontecido. – admiti olhando levemente para baixo. – Mas não somos. E sabe qual é a pior parte? É saber que a culpa de tudo é minha. Porque eu posso me ajoelhar, posso implorar e eu sei que não seria suficiente, porque eu não mereço o seu perdão. Eu o fiz sofrer. Eu o machuquei. E dói saber que provavelmente ele esta melhor sem mim. – pela primeira vez eu levantei a cabeça olhando no fundo dos olhos dele. Verdes nos castanhos esverdeados que pela primeira vez demonstrava alguma emoção. Emoção que eu não consegui identificar. – Eu te amo Sirius. – finalmente falei as três palavrinhas que estavam engasgadas a muito tempo em minha garganta. Vi a Audrey abrir um sorriso gigante, vi o Fred fazer uma mini dancinha, mas mesmo assim não desviei meu olhar do dele, que agora me olhava com um brilho genuíno. – E amar talvez seja isso... talvez seja deixar a pessoa livre. E por mais que me doa ver você sendo feliz sem mim, eu te amo o suficiente para deixar você ser feliz. Porque é de você que eu lembro quando falam de amor. É em você que eu penso antes de dormir. É você que eu imagino ao meu lado daqui a décadas. É tudo você. Sempre vai ser você. – admiti sem desviar o meu olhar do seu. – E isso eu já não posso controlar mais, pois é em você que eu estou pensando agora. E isso não é justo nem com você e nem comigo. E é por isso que quando sairmos dessa escola, e formos para casa... dentro de uma semana eu volto para a França. Eu aceitei a vaga da AMB. – soltei a bomba de uma vez só. A Audrey deixou o queixo ir no chão, o Fred me olhou de olhos arregalados, muita gente ofegou e outras sorriram. Mas nem assim ele desviou o olhar do meu, e eu podia ver tristeza nos seus. – Três anos fora. Vai ser melhor assim não é? Espero que nunca se esqueça de duas coisas... Eu sinto muito e eu te amo.

Foi o que eu falei antes de encerar o meu discurso e olhar para baixo enquanto, sobe os aplausos, me dirigia de volta ao meu lugar.

– Vai dar tudo certo. – foi o que a Audrey falou quando eu me aproximei de cabeça baixa, antes de me esmagar em um abraço. Eu não confirmei nem neguei apenas deixei que ela me confortasse, enquanto parecia que tinha uma estaca enfiando no meu peito.

Assim que me separei dela, com algumas lagrimas escorrendo, eu procurei seus olhos, os encontrando com facilidade.

Sirius me olhava como se quisesse vir até a mim. Eu olhei no seu mar castanho esverdeado e entendi o que a Audrey quis dizer em achar um motivo para querer ficar.

Meu motivo estava ali.

Mas, infelizmente não era o bastante.


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