Doce Ironia. escrita por Mrs Prongs


Capítulo 78
Eu sempre vou te esperar.


Notas iniciais do capítulo

* Juro Solenemente que não pretendo fazer nada de bom. *

WASSUP?
Eu não to bem. Eu. Não. To. Bem. EU NÃO TO BEM! CARALHO, AMANHÃ ESTREIA THIS IS US NO CINEMA DA MINHA CIDADE SACOU? THIS-IS-US E EU TO SURTANDO E QUERENDO BATER EM ALGUÉM PORQUE EU NÃO TENHO CERTEZA SE EU VOU! QUE PORRA, TEM NOÇÃO DA MINHA RAIVA NESSE MOMENTO?! EU TENHO QUE ASSISTIR ESSE FILME NA ESTREIA! PELO AMOR DE MERLIN, DE ZEUS, DE POSEIDON, DE TODOS OS DEUSES, ATÉ PELO AMOR DE ZAYN O SENHOR DA MACUMBA... EU PRECISO VER ESSE FILME NEM QUE PARA ISSO EU TENHA QUE COMETER CRIMES!
Bom, ainda não tenho certeza que não vou. A primeira sessão é as 14:00 da tarde e eu deveria estar no colégio, mas... quem se importa?! O problema não é faltar aula, porque eu, Lilly e Milla pularíamos até o portão do colégio para ir, o problema é que existe uma coisa chamada mãe que ainda manda em mim e que está tentando me barrar. Mas meu pai vai salvar a pátria porque ele é divo. Enfim, o lado positivo é que eu não tenho certeza se eu não vou. O lado negativo é que eu não tenho certeza que eu não vou. EU PRECISO VER ESSE FILME AMANHÃ NA PRIMEIRA SESSÃO OU VOCÊS VÃO TER UMA AUTORA MORTA E AS LAGRIMAS OU PROVAVELMENTE PRESA, PORQUE EU VOU QUERER MATAR TODO MUNDO QUE APARECER NA MINHA FRENTE AMANHÃ, ICLUSIVE MEU PROFESSOR DE MATEMATICA. Então torçam, façam macumba, o que quiserem para eu ir, porque...
Mas enfim... olá amoras como vocês estão? Eu estou surtando como vocês podem notar.
Aqui está outro capitulo e antes de mais nada quero agradecer as RECOMENDAÇÕES das:
Lele, Feer Weasley, warrior, Belah Valdez Di Angelo e Apenas uma Semideusa.
Queria agradecer individualmente como faço sempre amoras, mas não vai dar tempo, porque eu estou postando esse capitulo as pressas e no meio de um surto com meus amigos do meu lado gritando coisas como "ADIANTA MARINA PORRA EU VOU TE LARGAR AÍ", "VOCÊ NÃO ESTÁ VENDO QUE ESSE É UM MOMENTO CRITICO E ESTÁ NO COMPUTADOR? SERIO?" e "amor... não é por nada não, mas SERÁ QUE DÁ PARA ADIANTAR?". Porque amor é tudo.
Mas quero dizer que li cada uma delas, amei cada uma delas, e guardei cada uma delas no meu coração ok? Muito obrigada por todos os elogios a mim e a historia, o que me faz muito feliz saber que vocês gostam dela tanto assim. Sou grata por tudo e espero que saibam que esse capitulo é de vocês ♥
Sobre ele... promete fortes emoções e tuntz, tuntz, tuntz. Vou falar mais nada e vou deixar vocês lerem. Estou indo responder os reviews do capitulo anterior mais tarde porque agora eu não posso por motivos de feels.
Enjoy it.

*Malfeito, feito.*



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“Estou parada em uma ponte, estou esperando no escuro, eu pensei que você estaria aqui agora. Não há nada exceto a chuva sem pegadas no chão, estou ouvindo, mas não há som. Há alguém tentando me encontrar? Alguém virá me levar para casa? É uma maldita noite fria, tentando entender essa vida. Você não vai me levar pela mão? Leve-me para algum lugar novo. Eu não sei quem você é, mas eu... Eu estou com você. Eu sinto sua falta. Estou procurando um lugar, estou procurando um rosto. Há alguém aqui que eu conheça? Porque nada está dando certo, tudo está uma bagunça e ninguém gosta de ficar sozinho. Há alguém tentando me encontrar? Alguém virá me levar para casa? Está uma maldita noite fria tentando entender essa vida. Você não vai me levar pela mão? Leve-me para algum lugar novo. Eu não sei quem você é, mas eu... eu estou com você. Eu estou com você.” – I'm With You



P.O.V’s Ashley.

– Querida... você realmente tem certeza que quer fazer isso? – a voz da minha mãe me fez parar de olhar pela janela e encontrar seus olhos que nesse momento me olhavam preocupados.

Já fazia uma semana desde que eu havia voltado de Hogwarts. Uma semana desde o fim do ano letivo. Uma semana em que eu havia voltado para casa. Casa. Não lar. Porque lar é onde o coração está e, infelizmente – ou felizmente – ele estava bem longe dali.

Eu sabia muito bem a razão da preocupação da minha mãe. Desde que eu havia voltado de Hogwarts eu simplesmente não havia saído de casa e não havia falado com ninguém, exceto os meus pais e a Audrey e bom... nem com ela eu tenho falado nos últimos três dias, já que a fabulosa teve que voltar brevemente para a França, para acertar com os pais os últimos detalhes de sua mudança para Londres.

Eu sabia que o tio Bob não tinha ficado lá muito feliz com a decisão dela, mas havia respeitado o desejo da filha e ainda deu a Audrey um apartamento bem localizado na Londres Trouxa. A fabulosa já tinha tudo certo para fazer o seu curso de medi-bruxa bem aqui. A academia de Londres não tinha – obviamente – o mesmo prestigio da AMB, mas ainda assim ela estava feliz com a escolha, afinal... estaria perto do Fred.

E eu... bom, eu ainda tinha minha decisão intacta. E hoje era o dia em que eu iria partir. O dia em que eu iria voltar para a França.

Já estava tudo certo. Eu iria para lá hoje e me hospedaria na casa dos meus avós pelo período de três dias, até o curso começar. Antes que você entre em choque com a informação, tenho que dizer que fui obrigada. Pelo meu pai na verdade. Eu poderia muito bem ficar na casa dos pais da Audrey ou até mesmo debaixo da ponte, tudo para não ficar com o leão marinho e com a cara de cavalo.

Mas alguém por acaso me escuta?

A resposta é: não. Ninguém me escuta e com isso eu vou ser obrigada a passar três agradáveis dias na companhia dos meus adoráveis, lindos e simpáticos avós.

Mas eu sabia também que não era só esse o motivo da preocupação da minha mãe. Obvio que não era. O motivo principal de tudo isso era o fato que eu não parecia feliz, até porque eu não estava feliz. Apesar de tentar disfarçar... qualquer um podia ver a tristeza estampada no meu rosto.

Eu simplesmente tentava me alegrar com o fato de estar realizando o meu sonho, mas simplesmente não funcionava. E eu já tentava não pensar mais nisso.

Desde a formatura eu não falava com ninguém, digo... ninguém dos meus amigos. Eles até tentavam entrar em contato comigo, mas eu simplesmente ignorava. A Roxy, a Rose e a Lily fizeram até uma excursão até a minha casa, e eu simplesmente mandei a minha mãe falar que eu tinha fugido para o Alasca para realizar o meu grande sonho de alimentar – para sempre – os pinguins.

E acredite... eu disse exatamente essas palavras.

Eu não queria vê-los, porque... eu sabia exatamente o que eles falariam. Eu sabia que eles me pediriam para ficar. Eu sabia que eles falariam do Sirius. Eu sabia que eles jogariam na minha cara que eu estava cometendo um erro. Eu sei que eles me fariam sentir mais culpada.

E eu não precisava disso.

Minha decisão já estava tomada e ninguém me faria mudar de ideia.

– Sim mãe eu tenho. – a respondi depois de um breve silencio e forcei um sorriso.

– Você não parece ter. – ela cruzou os braços me olhando com firmeza.

– Mas eu tenho. – imitei seu gesto, suspirando em seguida. – Não piora as coisas ok, mãe? Elas já estão complicadas o suficiente. Eu sei o que estou fazendo. É melhor assim.

– Eu estou preocupada com você Ashley! – ela se defendeu. – Você não me parece nada feliz e eu te conheço, sou a sua mãe! Eu que te coloquei nesse mundo, eu que...

– ...que te criei, te alimentei e todo aquele discurso de sempre. – a interrompei e ela me mandou um olhar que me fez encolher minimamente. – Olha mãe... eu entendo tá? E eu estou feliz!

– Não, você não está. – ela retrucou. – Eu lembro muito bem da sua animação com a Audrey quando ambas tocavam no assunto AMB. Onde está aquela Ashley?

– Ela ficou na França. – respondi desviando o olhar. – E eu estou voltando para lá, justamente para encontra-la. Preciso de um tempo. Um tempo para mim. E três anos é o suficiente.

– Você já pensou que talvez, apenas talvez, aquela Ashley não queira ser encontrada? – o tom de voz da minha mãe mudou para um doce e ela se aproximou para acariciar meus cabelos. – Querida... porque você não simplesmente aceita que algumas coisas não devem ser mudadas? Você me parecia estar tão feliz quando estava em Hogwarts, quando estava com o Jam...

– Não mãe. – a interrompi bruscamente, me afastando e logo me arrependi ao ver o olhar meio magoado no rosto da mulher a minha frente. – Desculpe. – sussurrei.

Eu sabia que ela só queria o meu bem, mas ela não entendia. Ninguém entendia. Eu precisava ir, ia ser melhor assim.

– Tudo bem. – ela balançou a cabeça derrotada. – Não vou tentar mais te fazer mudar de ideia. Suponho que se você está “feliz”, eu também tenho que estar.

Eu sabia que a minha ironia não podia vir só de Lily Evans.

– Ótimo. – ignorei isso forçando um sorriso para ela. – A chave de portal saí às 16:0h.

– Eu vou sentir tanto a sua falta querida. – eu odiava despedidas.

– Eu também vou sentir a sua mãe. – dessa vez eu que a abracei. – Mas ainda temos um tempinho para as despedidas, então vamos deixar isso para depois ok?

– Ok. – então ela esboçou um sorriso travesso que me fez pensar O-ou. – Até porque tem outras pessoas que querem se despedir e dessa vez você não vai fugir delas.

– Mas o que...? – comecei a perguntar até ouvir uns barulhos de vozes conhecidas lá em baixo. Olhei de canto para a minha mãe antes de abrir a porta do quarto num rompante e correr escadaria a baixo.

– SURPRESA! – uma mistura de cabelos ruivos, pretos, castanhos e até alguns loiros gritaram assim que me viram ao pé da escada.

Meus olhos se arregalaram levemente antes de um sorriso gigante aparecer no meu rosto e meus olhos se encherem minimamente de lagrimas. Eu não conseguia acreditar que todos os Potter, os Weasley e todos os meus amigos viriam se despedir de mim.

– Eu não acredito. – murmurei balançando negativamente a cabeça.

– Você não esperava que a gente fosse deixar você sumir para a França sem nos despedir não é? – a Rose veio até mim me esmagando em um abraço apertado.

– É. Aquela desculpa dos pinguins não colou. – a Roxy resmungou empurrando a ruiva que me abraçava para o lado, para ela mesma me abraçar.

– Foi mal. – abri um sorrisinho amarelo enquanto abraçava a Lily.

– Estamos felizes por você querida. – o Harry veio até mim sorrindo.

– Isso mesmo. – Gina abraçou o marido de lado. – Estamos felizes que você esteja realizando o seu sonho.

– Nem que para isso vá nos deixar por três anos. – o Fred brincou me apertando em um abraço. – Por falar nisso... a Audrey já falou com você hoje?

– Não. – sorri de leve para ele. – Ficamos de nos encontrar na França enquanto ela ainda estiver lá. Controle-se Weasley... não é como se ela fosse se mudar para lá. – completei rindo notando a careta dele.

– Meu filho apaixonado parece um gay. – George veio me cumprimentar com o seu famoso sorriso torto que combinava bastante com o seu senso de humor. – Você vai deixar um veado para trás...

– George! – a esposa dele ralhou.

–... mas mesmo assim estou feliz por você. – ele a ignorou falando.

– Obrigada. – lhe lancei um mínimo sorriso.

– Eu quero um abraço também. – Scorpius me fez olhar na direção dele que estava ao lado do Lorcan e da Rose e bem longe do Rony. Ri com isso. – Afinal... vou sentir falta da ruiva mais esquentada que eu conheci. Ok, talvez você só vá competir com a Rosinha aqui.

– Claro que eu vou abraçar meus dois loiros favoritos. – dei risada esmagando ele o Lorcan em um abraço de urso.

– E eu? Sou moreno, mas sou legal. – a voz do John falou.

– JOHN! – dei um grito animado esmagando ele a Charlotte que estava ao seu lado num abraço apertado. Era tão bom revê-los.

– O Potter Sonserino é descriminado é isso?

– ALBUS! – gritei pulando em cima dele.

– Também senti sua falta. – ele deu risada. – Você tem que parar de fugir da gente.

– Já virou mania. – uma voz diferente me fez virar com os olhos arregalados vendo outro Sonserino sorrindo para mim. – Não ganho um abraço também Sweetsmile?

– OH, MEU MERLIN... RICH. – gritei o abraçando, e querendo chorar. Não acreditava que ele tinha ido até ali, com um monte de leões, especialmente para me ver.

– Não achava que eu fosse deixar você ir sem me despedir não é? – ele sussurrou enquanto me abraçava. – Vou sentir tanto a sua falta.

– Eu também. – sussurrei de volta.

– A França é um lugar incrível. – a Fleur veio me abraçar falando com o seu leve sotaque. – Tenho certeza que vai adorar matar a saudade.

– Oui. – concordei em francês e dei uma leve risada em seguida enquanto abraçava o Gui.

– Hey copia da Lily... – Teddy veio me cumprimentar falando. Dei uma leve risada por causa do apelido. – Boa sorte na França ok? E se precisar de ajuda para fugir é só me mandar uma coruja.

– Não fale besteiras Teddy. – Victorie ralhou enquanto me abraçava e eu dava risada. – Boa viajem Ashley. – completou me olhando com doçura. Quase comemorei ao notar que a Dominique não tinha vindo com eles.

– Obrigada. – agradeci.

– Aproveita na França e não se esqueça da gente ok? – Luce e Molly vieram em abraçar sendo seguidas pelos seus respectivos namorados.

– Pode deixar. – garanti enquanto abraçava o Louis.

Então, enquanto eu ia cumprimentando quem faltava, eu observei atentamente ao redor dando por falta de uma pessoa. Ele não havia vindo. Ele não havia vindo se despedir de mim.

Eu sabia que não podia cobrar isso dele, mas... isso não deixou de me magoar. Não deixou de quebrar meu coração em um milhão de pedaços e nesse momento eu percebi que seria mais difícil do que eu imaginei esses três anos longe de tudo. Esses três anos longe dele.

– Sinto muito. – a Rose sussurrou ao meu lado como se lesse os meus pensamentos.

– Eu também sinto.

– Querida... – a voz do meu pai me fez o olhar. Ele estava parado na escada me observando com um leve sorriso que ia entre tristeza e orgulho. – Está quase na hora.

Accio. – puxei a minha varinha, fazendo o feitiço que trouxe as minhas malas escadaria a baixo. Não eram muitas, já que algumas das minhas roupas haviam ficado na França. As coloquei ao lado da mesa onde o relógio, que era a minha chave de portal, estava, apenas esperando dar o horário para ser ativado e me levar para longe.

– Não se esquece da gente ok? – a Lily me esmagou num abraço choroso. A pequena Potter quase soluçava. – Promete. Promete que vai voltar. – se afastou para me olhar assim como todos.

– Eu prometo. – sorri de leve. Sabia que cumpriria a minha promessa.

Eu sabia que voltaria, não sabia quando. Quando terminasse os três anos na AMB... varias propostas de empregos por lá surgiriam, mas eu não quebraria a minha promessa.

– Eu vou sentir saudades de vocês. – falei me dirigindo a todos com um sorriso triste e com lagrimas nos olhos. – Vocês não tem noção do quanto são importantes para mim. Do quanto me apeguei a cada um de vocês. Do quanto vocês me mudaram. Para melhor. Só quero dizer que amo vocês e que vou sentir saudades.

– Nós também vamos sentir saudades de você querida. – Gina veio me abraçar novamente e vi que ela estava emocionada. Podia ver tristeza também, nos seus olhos.

– Cuide-se minha filha. – minha mãe, que já chorava meio me abraçar. – Prometa para mim que você vai se cuidar. Estou tão orgulhosa de você.

– Nossa princesa está crescendo. – meu pai se juntou a ela e era visível que ele se controlava para manter a pose de “durão”. – Nós vamos sentir saudades meu amor. Essa casa não será a mesma sem você e seus gritos.

– Eu amo vocês. – solucei abraçando os dois de uma vez só.

– Nós também te amamos. – minha mãe chorava mais que eu e acariciou meus cabelos enquanto os outros apenas observavam a cena entre família. – Se a Petúnia encher o seu saco, você tem a minha permissão para deformar ainda mais a cara de cavalo dela com um feitiço.

– Marie! – meu pai ralhou enquanto eu ria limpando as lagrimas junto com algumas pessoas.

– Pode deixar.

– Cinco minutos para a chave de portal ser ativada. – a Roxy comentou olhando no relógio.

Um aperto invadiu o meu peito e eu me aproximei da mesa ainda olhando para todos. Como eu ia sentir saudades deles... principalmente dos meus amigos.

Do Fred, com as suas cantadas extremamente toscas e cômicas, mas que eu sabia que se eu precisasse, bastava gritar e ele viria correndo me ajudar. Da Rose com seu jeito sabe-tudo que as vezes consegue ser até pior do que o meu e com a sua maldita mania de filosofar. Da Roxy, a garota mais marota que eu já conheci, também... olha a família. Da Lily, a pequena e exagerada Potter. Do John, o calmo do grupo, mas que completava o trio parada dura de Hogwarts. Da Charlotte que, apesar de nunca estar por perto, também se tornou especial. Do Rich, meu melhor amigo. Meu amigo Sonserino. Sentiria tanta falta dele. Do Scorpius e do Lorcan, meus dois loiros Sonserinos. Do Hugo, da Luce, do Louis, da Molly... de todos eles.

E dele.

O Sirius. Ele poderia não ter vindo se despedir, mas eu sentia como se o meu coração estivesse com ele. E no final... eu sabia que estava mesmo.

– Três minutos. – meu pai falou olhando no relógio enquanto todo mundo fazia um circulo me observando enquanto eu olhava para a chave de portal.

Iria dar tudo certo. Eu iria voltar para a França. Eu iria para a AMB. Eu me formaria, eu...

– Não vai se despedir de mim ruiva? – uma voz rouca falou e eu me virei mais rápido do que eu achava possível arregalando os meus olhos.

Um soluço escapou dos meu lábios, enquanto eu me permiti chorar de verdade.

O Sirius estava na minha frente, sorrindo triste para mim. Ao redor dos seus olhos pareciam estar vermelho, como se ele estivesse chorado. Seus cabelos castanhos estavam mais bagunçados que o normal, o que lhe deixou ainda mais... sexy. Não pude deixar de reparar.

Mas apesar da aparência levemente diferente, havia algo que estava exatamente igual. O brilho nos seus lindos olhos castanhos esverdeados. Brilho esse que só tinha quando ele olhava... para mim.

– Sirius. – seu nome escapou baixinho pelos meus lábios.

Então ele abriu os braços e eu não pensei duas vezes antes de correr em sua direção me jogando nos mesmos e não prestando atenção nas pessoas que sorriam ao meu redor.

Ele me esmagou num abraço apertado, como se me prendesse ali. Como se ali eu estivesse protegida do resto do mundo. Seu cheiro familiar me atingiu e pela primeira vez na ultima semana eu soltei um suspiro e dei um leve sorriso verdadeiramente feliz.

Ele havia vindo afinal.

Então ele apenas me puxou para um beijo, no meio de todos, mas eu nem me importei. Também não me importei se no fim eu ia ficar longe dele de qualquer jeito. Não me importei se talvez isso fosse magoa-lo e me permiti ser egoísta mais uma vez. Eu precisava daquilo.

Não era como se ele tentasse me fazer mudar de ideia com aquele beijo, mas como se me mostrasse que estava ali. Que tinha vindo. E que tinha vindo por mim.

Então eu explodi. De alegria. De satisfação. Explodi por estar no lugar que eu queria estar. Talvez isso não mudasse nada, mas eu me permiti ser feliz por uma fração de segundos.

– Você pensou que eu não ia vir, não foi? – ele questionou baixinho quando separou seus lábios dos meus.

– Sim. – falei dando um leve soluço enquanto as lagrimas escorriam pelo meu rosto.

– Eu também pensei. – ele admitiu colando a sua testa na minha e enxugando as minhas lagrimas. – Mas você é minha ruiva. Não importa quantas burradas você faça... isso nunca vai mudar.

– Dois minutos. – a voz do meu pai falou me fazendo olhar apressada para ele e em seguida olhar meio apavorada para o garoto que ainda me abraçava.

– Eu senti tanto a sua falta. – Sirius sussurrou acariciando meu rosto. – Você tem ideia do quanto eu me senti mal estando longe de você?

– Eu sinto muito. – murmurei.

– Eu também sinto. – ele garantiu sorrindo fraco. – Me promete uma coisa? Não se esquece de mim.

– Eu não esqueceria de você nem se eu quisesse. – soltei uma risada sem vida.

– Não sei... três anos é muito tempo. – ele desviou levemente o olhar.

– Poucas coisas são capazes de sobreviver ao tempo: uma ferida mal curada, uma amizade verdadeira e um amor para a vida inteira. – sussurrei como confidência, uma frase que eu tinha ouvido e ele sorriu para mim colando seus lábios brevemente nos meus mais uma vez.

– Um minuto. – a voz do meu pai, agora apressada soou e eu olhei para o Sirius com um olhar triste.

– Eu sempre vou te esperar. – ele falou a frase que me fez abrir um sorriso feliz em meio as lagrimas. Seus olhos pareciam estar cheio delas também. – Uma semana, um ano, três anos... não importa. – ele me olhava nos olhos quando falava. – Eu sempre vou estar aqui para você.

– Sempre?

– Sempre.

– 30 segundos. – meu pai falou e o Sirius começou a me empurrar novamente em direção a mesa, enquanto isso eu apenas o abraçava soluçando levemente no seu ombro.

– Eu te amo. – foi o que ele falou enquanto eu me afastava dele com lagrimas nos olhos e minha mãe fazia a contagem regressiva, baixinho em meio às lagrimas.

Com um feitiço de levitação trouxe as malas mais para perto de mim e toquei de leve o relógio com o dedo, sem nunca desvair meus olhos dos dele.

Porque naquele mar castanho esverdeado estava o meu lar. O lugar que eu queria estar. Eu queria estar pra sempre com ele.

– Eu te amo mais. – foi o que eu falei antes da minha mãe pronunciar baixinho o numero um e uma luz azul invadir o ambiente e eu sentir a incomoda sensação de ser sugada.

Eu estava indo embora.

Para bem longe dali.


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