Capitulo 11 – Heróis?

Uma vez antes me perguntaram se eu estava tentando ser algum tipo de herói ajudando a todos pelo caminho daquela forma. Naquela época eu ignorava o verdadeiro significado da palavra herói e o que realmente fazia um herói.

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Aquele sorriso era bem interessante. Uma enfermeira Joy já nascia sabendo que se tornaria uma enfermeira Joy quando adulta. Isso porque era um negócio de família. Todas as enfermeiras Joys pelo mundo eram parentes, sendo tão idênticas que as vezes alguns treinadores duvidam se algumas não eram exatamente as mesmas.

Cabelos rosados, pele, geralmente clara. Educadas e prestativas. Simpáticas e sinceras. Para muito, heroínas por salvarem a vida de seus pokemons feridos em batalhas. Mas, hoje uma olhava para Kevin de uma forma tão intensa que ele não sabia ao certo de ela era mocinha ou bandida.

– Kevin, seus pokemons estão prontos e liberarei o para partir, mas preciso te advertir de uma coisa. - A voz de Joy estava com seus olhos duros e acusadores. - Seu Slowbro chegou aqui em péssimas condições. Não sei que tipo de situações passou para que ele chegasse aqui desta forma, mas seja qual tiver sido a situação, passear a evitá-las, ou seus pokemons podem não ter a sorte de você chegar a um centro pokemon a tempo da próxima vez. -

Kevin escutou aquilo de uma forma assustada. Ele chegou ao centro pokemon correndo após a batalha contra Music da Poke Music. Ele sabia que as condições de seu pokemon de água, amante da música, eram graves, mas não imaginava que seria repreendido pela enfermeira Joy.

– Seu Slowbro terá uma recuperação lenta, de um a dois meses. - Joy foi interrompida por um grito de Kevin.

– O que? -

– Cale a boca e me escute! - Disse Joy firme fazendo Kevin se calar. - Internamente ele não sofreu danos, mas externamente temos problemas sérios para um Slowbro. - Joy parou por alguns instantes.

Kevin não prestava atenção mais no que ela estava falando. Pensou primeiro no quanto Slowbro havia sofrido, mas ele não havia percebido. Mas, logo uma situação mais amedrontadora estava o incomodando, o fato de não possuir nenhum pokemon completamente evoluído, ou seu pokemon fantasma, para defendê-lo dos demônios.

– Desculpe... - Joy tocou no ombro de Kevin com um sorriso acolhedor. - Sei que você é o Kevin Maerd Júnior e que a Estilo de Poder vive te perseguindo. Certamente isso foi efeito de uma dessas perseguições. - Joy afagou os cabelos dele. - Vai ficar tudo bem com seu Slowbro, desde que siga minhas orientações a risca. - Joy parou por alguns instantes. - O melhor seria mantê-lo aqui no centro pokemon, mas não poderei garantir a segurança dele com tantas ondas de ataques por Jotho. E Como não pokemons com ferimentos ósseos não devem ser teleportados, você terá de levá-lo consigo e ser muito responsável. -

– Serei... Mas, como assim ferimentos ósseos? Você disse que não haviam ferimentos internos. - Disse Kevin.

– Bom... A pele foi bem queimada e agora ficou muito ressecada. Isso prejudica bastante a respiração e a movimentação. A pele do Slowbro é úmida, como o da maioria dos pokemons aquáticos. Estando ressacada cada movimento que faz gera uma ador como se a pele estivesse se partindo e em casos extremos isso pode chegar a acontecer. -

– É como quando estamos com os labios tão secos que eles racham? - Perguntou Kevin.

– Isso! - Joy começou a rir com a analogia feita por Kevin. - Você é uma graça, conseguiu me fazer rir numa situação séria como essa. - Joy suspirou tentando recompor sua postura. - Terá que banhá-lo todos os dias ou passar essa pomada quando não estiver com água em abundancia. -

Kevin assentiu.

– A parte óssea que foi danificada foi a concha. - Joy realmente pareceu preocupada. - A Concha possui duas rachaduras que conseguimos cuidar. Mas, ela vai levar dois meses para estar resistente de novo. Precisará pegar o sol da manhã, tomar essas pilulas para ajudar no cálcio do organismo e estar passando essa pomada, escovando a concha como um todo. - Joy encarou Kevin por algum tempo. - Isso é sério Kevin... São dois meses ininterruptos do tratamento de pele e da concha. Principalmente da concha. Se falhar, além pode perder suas habilidades. -

– Como é que é? - Kevin se assustou. - Isso pode acontecer há um pokemon? -

– Bem... Se a pele não se restaurar como um todo a quantidade de líquido interna será menor e pode ser que ele não tenha fluídos suficiente para aplicar os ataques aquáticos. Sendo que com a pele ressacada, já falei das dores, o que vai inibir os movimentos. Os poderes psíquicos podem ser perdidos devido a dor intensa, uma vez que ele precisa de concentração. Os movimentos de Gelo vem da concha Shelder, uma vez que ela esteja danificada... -

Kevin engoliu um seco. Nunca pensou que um pokemon pudesse perder suas habilidades daquela forma. Fechando os olhos lembrou de eevee. Já sabia como era a morte, mas viver na debilidade era algo novo. Um pokemon, dependendo do tipo se ferimento poderia perder completamente suas habilidades.

– Mas... - Joy Sorriu para Kevin. - Eu conheci seu pai e sua mãe. Eles passavam bastante por esse caminho. Tenho certeza que você vai conseguir fazer as tarefas todos os dias. Slowbro estará como novo e tenha certeza disso! Seja um herói para seu pokemon, ok?-

– Serei! -

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Dois meses em Jotho e o sentimento de que precisava de companhia em sua jornada nunca fora tão forte. Em nenhum momento até então correu perigo real que poderia colocar alguém, que estivesse a acompanhá-lo, em risco. Com isso os pensamentos de que talvez estivesse sendo extremista fossem grandes.

Sequer havia encontrado um adversário terrível até cruzar pokebolas com Music. Sim, ele de longe foi o mais forte que havia encontrado em Jotho e não o culpava pelas condições em que Slowbro havia saído da batalha. Nem sabia se conseguia culpar a si mesmo, o medo estava instalando-se dentro dele. Sem Slowbro e Gastly ele estava indefeso.

Para enfrentar os demônios Kevin sabia que necessitava de um pokemon de ultimo estágio ou um pokemon fantasma. Naquele momento, ele não possuía nada daquele gênero consigo que poderia usar, a não ser sua Butterfree. Usar qualquer outro era morte sua e dos pokemons usados. Aquilo o pressionava tanto que ele não tinha certeza do que fazer.

Era um fato de que ele estava controlando o nível de força de seus pokemons, de forma que mareep, pidgeotto e chickorita já poderiam estar no último estágio há muito tempo. Mas, isso significava uma corrida maior da Estilo de Poder atras deles. Enquanto se protegia da Estilo de Poder virava alvo do demônios e vice versa.

– Terei de treinar a Butterfree para ser uma guerreira. - Kevin suspirou. - Maldito Professor Carvalho! Eu te amaldiçoo e a suas futuras gerações... Ah é... - Kevin riu. - Você já tem até netos, e um deles também precisa mesmo ser amaldiçoado. -

Kevin parou de frente para uma ponte. Ele respirou aliviado pois ela indicava que estava no caminho certo. Da ponte até a cidade de Azalea seriam mais duas semanas, pois teria que subir e descer a montanha. Mas, esse não era o caminho que Kevin faria, pois não haveria centro pokemon ou cidade no caminho. Ele iria atravessar a ponte e contornar a montanha pela direita, pois chegaria a uma cidade em uma semana, daquela cidade poderia seguir para uma segunda com 10 dias de viagem e depois para uma terceira viajando mais uma semana. Da última cidade para Azálea ele levaria mais uma semana.

Era um mês a mais de viagem, porém não havia outra escolha, pois Slowbro necessitava constantemente de água e ficar suas semanas numa montanha não iria ajudá-lo em nada. Contornando a montanha poderia sempre ter o rio perto, guardando assim a pomada para momento mais críticos.

– Bem... Eu preferia contornar a porcaria da montanha pela esquerda, pelo que vejo no mapa, e

não calculando errado, seriam dois dias. Mas, é uma cachoeira e desfiladeiro grande. - Kevin suspirou caminhando pela ponte onde embaixo a correnteza passava forte. - Falaram que é uma queda de mais de 20 metros. Eu deveria fazer o pidgeotto evoluir agora... Pegar uma carona e resolver esse problema. -

– Adoraríamos que você fizesse isso! - Uma voz de mulher surgiu e Kevin viu um macacão roxo com detalhes dourados. Uma mulher de cabelos ruivos e uma expressão debochada. - Pidgeot é melhor que pidgeotto. -

Kevin arregalou os olhos e virou-se rápido para trás, no intuito de correr, mas viu dois homens bloqueando o caminho.

– Meu querido pirralho Kevin... - Sorrindo a mulher parecia estar feliz com a situação. - Eu saio para caçar um coelho e tenho a chance de voltar com dois. Eu devo ter sido uma menina muito boazinha quanto mais jovem para ter essa sorte. -

Estilo de Poder. Kevin não esperava encontrá-los em uma situação como aquelas. Não em cima de uma ponte completamente cercado, com um rio revolto abaixo dele, seu Slowbro sem condições de batalhar pelos próximos dois meses, com um Numel e uma Butterfree ainda sem nível para lutar e uma ladra que gosta de pokemons de fogo para que Pidgeotto e Chickortia estivessem em grande desvantagem. Sobrou a sonolenta mareep para lutar.

– Acho que você se lembra de mim lutando contra Argon, não é verdade? - Ela realmente parecia feliz em ter encontrado Kevin. - Eu, Violeta Flamejante, uma das cinco generais da Estilo de Poder, seria sua algoz e captora. -

Kevin cerrou os punhos e rapidamente passou a mão por todo o corpo. Fechando sua jaqueta até o pescoço.

– Então, você pretende lutar. Adorarei te ensinar bons modos. - Violeta Flamejante deu um passo para frente, mas foi intercalada por uma pergunta de Kevin.

– Sabe qual é o pior em se ter um pokemon de água? - Perguntou Kevin sorrindo.

Os dois membros da Estilo de Poder se olharam e olharam para a General que deu de ombros não entendo a pergunta do garoto.

– É que agente só sente falta... - Kevin correu em direção parapeito da ponte. - … Quando agente não pode mais usar. - Kevin salta da ponte caindo na água de fortes correntezas e sendo levado por ela.

A Estilo de Poder correu até o local de onde Kevin soltou e olharam assustados.

– Ele sabe que a cachoeira está próxima? - Perguntou um dos homens.

– Vamos atras daquele idiota. O corpo com os pokemons serão o suficiente. - Diz Violeta Flamejante começando correr para sair da ponte e começar a seguir rio abaixo.

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Kevin que caiu fundo no rio, percebeu que o rio era mais profundo do que ele esperava, e a correnteza o levava rio abaixo. Tentando nadar para a superfície. Kevin tentava nadar, mas muitas pedras o acertavam pelo caminho. Fora difícil, mas quando sentiu que sua mão saiu fora da água em uma de suas tentativas de alcançar a superfície por reflexo a trouxe para dentro da água encolhendo-se.

:: “Tenho que ficar mais tempo, para ir mais longe, se pensarem que morri é melhor.”:: Kevin deixou a correnteza o levar enquanto possuiu ar. Ele era acertado por muitos escombros de pedras, os quais ele desconhecia a origem, no momento que seu ar acabou ele subiu para pegar mais, mas a correnteza também aumentou.

– Droga... - Kevin viu uma queda d’água aproximando-se. Tentava nadar, mas a correnteza já havia o dominado, ele levou a mão ao bracelete direito.

:: “ Não! Slowbro esta fraco não vai aguentar me ajudar e chickorita não tem onde a lançá-la.” Kevin via apenas encostas muito altas.

Kevin que se debatia ao máximo chegou rapidamente a queda, seu corpo foi lançado da cachoeira, mas algo agarrou seu braço no momento que iria começar a cair.

– Ai.. Ta pesado! - A Voz parecia fazer um grande esforço para segurar Kevin e impedir que ele caísse.

Alguém havia segurado o braço de Kevin e o ergueu. No momento em que Kevin iniciava a queda da cachoeira, alguém na borda, conseguiu pegar o braço de Kevin e o impedir de cair. Kevin ao ser posto na margem, tossia a água e pro reflexo olhou para baixo, e viu que a queda era grande e ao olhar para cima viu que já havia caído uns dois ou três metros.

– Obrigado! - Ele pingando ergueu o olhar e tomou um susto.

– Talvez agora você me odeie menos! - Trevor estendia um meio sorriso para Kevin.

Kevin demorou para conseguir até mesmo reagir. A sua frente estava o treinador que o retirou da Copa Kanto. O treinador que sua Chickorita insistia em enfrentar. O Treinador que era o campeão da Liga de Jotho.

Com os cabelos castanhos, um porte atlético evidente. Um lenço laranja na cabeça e um colete onde duas pokebolas estavam penduradas. Aquele era Trevor o treinador campeão que era aclamado por todos em Jotho.

– Isso explica o “dois coelhos”. - Kevin tentava se recompor, mas estava um pouco machucado, muitos cortes e arranhões no rosto e mãos. Algumas dores das pancadas que levara nas pedras. Sua roupa protegera-o boa parte do corpo.

Eles estavam em uma fenda no desfiladeiro que formava a cachoeira. No entato, a pequena fenda ia aos poucos se transformando numa caverna.

– Estão por toda a parte. - Trevor olhou para Kevin que ainda se recuperava. - Lutei com tudo o que tinha contra eles quilômetros acima, subindo o rio. Os escombros na água são da luta. - Diz Trevor que olhava para baixo e podia ver membros da Estilo de Poder indo de um lado para o outro.

– São muitos. Eles procuram a você, não é? - Pergunta Kevin.

– Também! Mas estão atrás, desta ânfora. - Trevor mostra uma ânfora preta que parecia conter algo dentro.

Kevin e Trevor se encararam por alguns instantes. Kevin não havia feito a pergunta, mas estava na sua expressão que ele estava curioso sobre o que havia na ânfora.

– Certo! Trevor Gutmor é o alvo por muitos motivos. Eles acham que você deve ter morrido na queda. - Rapidamente Trevor pegou seis pokebolas vazias e as jogou cachoeira abaixo. - Agora eles vão achar que são suas pokebolas. Não vão abri-las aqui porque não vão correr o risco de seus pokemons se rebelarem fora da base deles. -

Kevin piscou algumas vezes surpreso. Aquilo realmente era inteligente de ser feito.

– Agora... Você leva ânfora para seu destino. - Trevor disse isso dando a ânfora a Kevin.

– Que? - Kevin não compreendeu e olhou a ânfora já em seus braços.

– Siga pela caverna, atrevesse-a com velocidade, não seja seguido. Este não é o único caminho, mas é o único que leva aqueles que não sabem o que procuram ate o local. - Serei um chamariz para que eles te esqueçam por algum tempo. -

– Agradeço que tenha me salvo da queda, mas... Não vou deixar você se sacrificar por mim, ou mesmo por isso aqui. - Diz Kevin.

Kevin e Trevor se encararam novamente. Mais uma vez não havia expressão algum em seus rostos. O som da cachoeira ao lado deles os deixava mudo. Estavam sérios e cada um com suas convicções.

– Tudo bem... - Kevin recuou um pouco, não gostava muito de Trevor, mas naquele momento, ambos eram perseguidos pela estilo do poder, e parecia que havia ainda, algo mais para ser salvo, além das suas pobres vidas. Algo que Trevor estava disposto a arriscar sua vida, para salvar.

– Chama de Moltrez! - Diz Trevor indicando a Ânfora.

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:: “Dentro deste recipiente está a chama de Moltrez. Mas, para que?”:: Kevin apenas perguntava-se isso, não se perguntava sobre Trevor, ou sobre ele. Ainda debilitado pelas dores e da correnteza. Seguia pela caverna, usando mareep para iluminar o caminho.

Já caminhava a uma hora quando avistou uma saída ao longe, mas que parecia submersa. Guardando marrep, Kevin entrou na água verificando se a ânfora realmente era isolada e não teria perigo de entrar água apagando as chamas.

– Cara... - Kevin ficou surpreso que nada acontecia as chamas dentro da ânfora. - Essa merda não deixa a luz das chamas iluminar a caverna mas impede que a água entre? Como é que as chamas ficam acessas sem ar? -

Inconformado com o situação Kevin colocou a ânfora na mochila e começou a nadar e mergulhou identificando uma luz em ponto pelo qual ele imaginava se ro local por onde ele deveria passar. Ao emergir do outro lado do buraco, Kevin teve uma visão que não esperava.

– Cha... cha... cha... O que é isso? - Kevin via um grande rio, calmo que seguia para uma grande construção de pedras, que parecia um vale. Nele havia uma estatua de um grande Charizard.

Nadando até o local e olhando para cima ele via o céu, o que indicava que dava para chegar por ali, sem ser pela passagem da cachoeira. Mas, algo devia fazer com que as pessoas, mesmo voando, não vissem aquele lugar.

Quando Kevin estava de frente para estatua, reparou que não era uma estatua, e sim uma montanha de rochosas.

– Daquele ponto, na saída da caverna, é o único jeito de se identificar este lugar. Mas, que lugar é este? - Kevin respirava de forma ofegante. Estava realmente cansado.

– A pergunta é, quem é você? - Uma garota aparecia. Ela aparentava não ser uma garota, e sim uma mulher de poucos 20 anos. Junto com ela, surgiram dois Charizards, um grande que metia medo, tanto medo quanto o usado por Davis no final da Copa Kanto, e um outro que usava Laço cor de rosa, o que deveria indicar ser de um treinador, provavelmente, daquela mulher.

– Sou... Sou... - Kevin um pouco assustado com tantos acontecimentos. Resolveu mostrar a ânfora. Seria mais fácil do que correr ou explicar. Se fossem da estilo de poder, já teriam o reconhecido.

– A chama! Mas, e Trevor? - A mulher surpresa ao ver a ânfora, não escondeu sua felicidade.

– Ele está fugindo da Estilo de Poder. Sou Kevin Maerd Junior. Também fugia quando nos esbarramos e ele acabou me passando isso, para trazer para... Acredito que para... - Kevin parou de falar sentindo uma tonteira e acabou desmaiando.

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– Não! - Kevin acordara assustado e gritando.

– Calma... - Uma mão suavemente toca o ombro de Kevin. - Está tudo bem... você desmaiou devido aos ferimentos, deve ter se contaminado com algo na caverna pela qual passou. -

Kevin assentiu um pouco tonto. Olhou em volta e percebia estar em uma espécie de choupana feita de madeira e algumas rochas. Haviam algumas coisas de cozinha que certamente eram da mulher e também e próximo estavam suas coisas.

– Eu desmaiei... - Kevin parou por alguns instantes ainda um pouco lerdo. - Caraca... Slowbro! - Assutado tentou levantar-se com pressa tropeçando em si mesmo. - Quanto tempo eu fiquei apagado? -

– Ei fique calmo! - Dizia a mulher. - Já banhei-o e escovei a concha. - Dizia a mulher pegando a mochila de Kevin e mostrando que ela havia encontrado as instruções nas costas da mochila.

Kevin respirou aliviado. Antes de sair do Centro Pokemon fez anotações na mochila com a instrução de que se por ventura algo acontecesse com ele havia um Slowbro no fundo secreto da mochila que precisava de que lhe fossem feitos aqueles procedimentos todos os dias por 2 meses.

Parecia bobo ele fazer aquele tipo de coisa, mas não queria que seu pokemon fosse afetado caso algo lhe acontecesse. Um deles precisava sobreviver.

– Obrigado. - Disse Kevin olhando para a mulher.

– Só não entendi porque deixá-lo fora do bracelete. - Comentou a mulher desconhecendo as propriedades de identificação do bracelete. - Sou Caila. Nem cheguei a me apresentar. Mas me diga, esta sentindo-se bem? -

– Melhor! As dores sumiram. - Diz Kevin levantando-se e conferindo se realmente não estava nada doendo por seu corpo.

– Foram as ervas que usei em você. - A mulher estendia-lhe um pouco de comida e que Kevin não se fez de rogado começando a comer. - Deve ter tido um pesadelo, achei que estava com febre. - Dizia Caila, a respeito dele acordar assustado e gritando.

– Antes fosse... - Kevin parou por alguns instantes, lembrando que nas duas semanas que estava com a Poke Music acordou três vezes daquela forma, sonhando com os demônios. - Mas não quero pensar nisso. Prefiro falar sobre o que eu vim fazer aqui e o que é aqui. -

Caila sorriu esperou Kevin terminar de comer e saiu da barraca indicando para que ele a seguisse.

– São gigantes! - Kevin pegava rapidamente sua pokeagenda.

Pokedex: Charizard. Pokemons salamandra de fogo com voadores. Lembram dragões, mas não são realmente. Com corpos que variavam de um vermelho para um alaranjado. A pele escamosa é uma proteção extra. Com rabos alongados que possuem uma chama em sua ponta que indicava a sua vida e nível de força; Quando mais intensa a chama, maior era seu poder e vida, e quanto menor, menor era sua vida. Se a chama se apagasse o pokemon morreria.

– Eu não sabia disso. - Comentou Kevin. - Quer dizer que se um treinador maluco ao mirar na chama durante o combate, pode ser fatal? - Kevin não escutou a resposta de Caila ficou apenas pensando no Charmeleon demônio que enfrentara em Lavander e o que teria acontecido se ele tivesse mirado na chama negra do rabo. Seria esse um caminho?

Mas, Kevin não conseguia manter uma linha de raciocínio naquele lugar. Diferente do Charizard da irmã e de outros que já havia visto, aqueles eram monstruosos. Alguns com rabos maiores, outros com todo o corpo gigante, alguns com cores tão vivas que parecia que o pokemon estava em chamas.

– Realmente impressiona. - Comentou Caila. - Aqui é o Vale Charizifico. Um local secreto de evolução para os Charizards. -

Kevin parou olhando-a. Charizard já era o último nível de estágio, não tinham como evoluir mais.

– Estou falando em evoluir em força e não em nível evolutivo. - Diz Caila sorrindo. - Os Charizard que estão aqui, são na maioria selvagem ou desfizeram seus laços com os humanos para estarem ficando mais fortes nesse vale, para um dia voltarem a eles. - Caila olhou para o lado e viu que Kevin estava olhando uma parede cheia de inscrições.

As inscrições estavam por toda a parte. Caila sorriu preparando-se para comentar sobre as inscrições.

– Puxa... Agora entendi as chamas de Moltez. - Kevin sorriu. - As chamas de um pokemon lendário, somado as chamas daqueles que desejam ter seus desejos atendidos levará ao novo local de evolução. -

Caila ficou para olhando-o assustada. Aquelas inscrições eram todas antigas, línguas consideradas mortas, sendo que pouquíssimas pessoas conseguiam traduzir algumas partes, mas Kevin batia o olho e conseguia ler perfeitamente.

– Caila... essas inscrições tem quantos anos? - Questionou Kevin. - Eu tenho certeza que essa escrita é o mesmo código que meu pai usa em seu diário. -

– Ah... Kevin Maerd. Você é filho do pesquisador. - Sorriu a mulher. - Eu acho que isso ai tem Milênios. Mas, parece que seu pai assim como você conseguiram aprender bem a língua. -

– Não sei dizer. - Kevin parou. - Meu pai teve algumas pesquisas roubadas e depois disso passou a escrever em códigos. - Kevin estava encarando as ruínas. - Passei dois anos tentando decifrar o código, hoje até que leio com mais facilidade o diário cifrado, mas nunca pensei que fosse na verdade uma língua antiga. -

– Provavelmente seu pai devia estar pesquisando também sobre os locais de evolução. - Comentou Caila. - Cada espécie de pokemon possui um local secreto, em uma parte do mundo, que proporciona-o evoluir. Seja mudando sua forma ou aumentando seu poder. Porém, de tempos em tempos, por razões que eu desconheça, esses locais precisam ser mudados. - Caila parou olhando em volta. - Curiosamente minha família, quando isso acontece, começa a sonhar com a espécie de pokemon e o local atual de evolução. -

– Então você é como um tipo de guardiã desses locais que é chamada por sonhos quando o local precisa ser trocado? - Questionou Kevin.

– Mais ou menos isso! - Sorriu Caila sem graça. - Meu avô ajudou na mudança de 10 locais, e minha mãe ajudou em 3, inclusive uma no ano passado. -

Era realmente um mistério. A família de Caila por algum motivo recebia, em sonhos, a informação de que deveria ajudar aqueles pontos de evolução. O pai de Kevin não só havia aprendido a língua morta, como também cifrava seu diário através dela. Talvez Caila e Kevin estivessem se envolvendo em algo maior que eles.

Uma explosão e muitas pedras voando por todos os lados. Caila e Kevin foram lançados contra a parede próxima que estava próxima. Os Charizards começaram a rugir ferozmente e começaram ataques desenfreados.

Caila e Kevin estavam desnorteados. Não sabiam ao certo o que estava acontecendo. Caila correu para dentro da cabana enquanto Kevin ainda levantava-se desnorteado. Quando Kevin conseguiu levantar-se Caila já estava junto a Kevin novamente, com a mochila do rapaz, com uma outra mochila que talvez fosse a sua própria e as chamas de Moltes.

– Você ainda não usou-a? - Kevin incrédulo. - O que está acontecendo aqui? -

– Nós estamos acontecendo aqui! - Gritou uma mulher caminhando na direção dos dois.

Kevin e Caila finalmente conseguiam entender o que estava acontecendo. Depois que a poeira e a fumaça abaixaram, eles podiam ver vários Blastoises espalhados pelo Vale, lutando contra os Charizards. Comandando os pokemons de água, estavam os membros da Estilo de Poder, além de Violeta Flamejante que parecia comandar.

Kevin colocou a mochila nas costas e olhou em volta. Sabia que deveria correr, mas sentia ainda o efeito da explosão. Sua cabeça ainda rodava um pouco e um zumbido enjoado permanecia nos ouvidos.

– Já sei porque o local precisa ser mudado... - Comentou Caila. - E vai ser mudado agora! - Caila correu liberando a chama diante as chamas de um dos Charizards.

Violeta Flamaejante começou a rir desesperadamente.

– Idiota, bastará segui-los... - Mas a voz de violeta flamejante fora interrompida por um som forte e bestial. O céu tornou-se vermelho e as chamas misturadas transformaram-se em uma espécie de Charizard de fogo que começou a subir ao céus.

– Venha Kevin! - Caila agarrou a mão do menino puxando-o para montar em sua Charizard.

– Não deixem que eles es... - Não havia chances para Violeta Flamejante reagir. Ela estava rodeada de chamas, assim como os demais membros da Estilo de Poder e seus pokemons. - O que está acontecendo? - Gritava Violeta Flamejante vendo todo o vale em chamas e os Charizard levantando voo em meio aos clarões do céu vermelho.

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– Hein? - Demorou cerca de cinco minutos para que a Charizard de Caila, a própria mulher e Kevin se dessem conta que estavam voando em alguma parte da floresta que daria na direção de Azalea. - Fomos teleportados por aquela energia? - Kevin estava confuso.

– Fomos sim! - Caila assentia. - Oficialmente foi a primeira vez que fui responsável pela mudança de um local de evolução. Mas, ano passado ajudei minha mãe a mudar o local de evolução dos Wartotles... Ficava em uma Caverna subterrânea próximo as ilhas do mundo. Aconteceu da mesma forma, tirando que ao invés de fogo era água. -

Kevin ficou pensativos por alguns instantes. Caila procurava um lugar para deixar Kevin, queria deixá-lo em Azalea, mas estava com dificuldades de encontrar a cidade.

– Caila... Podemos dar um jeito de manter contato? Estou curioso para saber porque meu pai usa um linguagem antiga em seu diário. Talvez tenha relação com alguma pesquisa que ele fazia sobre locais de evolução... Quero poder pesquisar um pouco sobre isso no diario e anotações de meu pai e te passar alguma coisa. - Diz Kevin.

– Claro! - sorriu Caila. - Assim que chegarmos a um centro pokemon fazemos isso. - Caila parou por alguns instantes parecendo séria. - Não deveria te dizer isso, mas acho que não há problemas... Enquanto estávamos mudando o local de evolução dos Charizard, mais três membros da minha família estavam fazendo outras mudanças de local. -

– Como é? - Kevin assustou-se.

– De acordo com relatos antigos, as trocas eram raras. Nunca tivemos que trocar mais de um local ao mesmo tempo, por sinal, nunca em intervalos menores do que 3 anos. - Caila suspirou. - Tem algo acontecendo por ai que está fazendo os pokemons começarem a se esconder. -

– Estilo de Poder provavelmente. - Sorriu Kevin meio que sem graça.

– Também acho. - O sorriso de Caila também foi meio amarelado.

Era nítido que ambos não acreditavam que o motivo era a Estilo de Poder, mas não pareciam dispostos a compartilhar, naquele momento, seus pensamentos.

– Mas me diga.... Como se sente sendo um herói para os Charizards? - Brincou Caila.

– Herói? -

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“Eu não quero ser herói ou nada parecido com isso. Não estou fazendo porque sou capaz ou porque alguém me pediu. Estou fazendo o que ninguém mais quer fazer. E isso precisa ser feito.”

Isso é ser herói.

“Fazer o que precisa ser feito, quando você não é capaz de fazer, mas ninguém mais fará.”

Quando Caila brincou comigo sobre ser herói eu devo admitir que foi a hora em que percebi que minhas tentativas de ajudar as pessoas, como meu pai ajudava, e como diziam que antigamente os treinadores ajudavam, era problemática.

Trevor estava tentando ser herói por Jotho e pelo mundo. Eu tentava melhorar o mundo, mas não sabia se com isso eu era realmente um herói.