Acordei com uma tremenda dor de cabeça, sento na cama e vejo que já são dez horas da manha, minha mãe já deve ter chegado, minha vontade de sair dessa cama era zero, então joguei minha cabeça de volta no travesseiro, isso fez com que a Le se acordasse.

– Bom dia – ela me diz – caramba, como sou fraca pra bebida, estou com uma dor de cabeça imensa.

– Somos duas, tu não tens nenhum remédio por ai? – perguntei quase num sussurro, pois nem minha voz conseguia ouvir sem minha cabeça latejar.

– Espera, vou pegar aqui no banheiro – ela me disse e passou por cima de mim, na hora de ir até o banheiro, percebi que ela tava meio tonta, que não conseguia nem andar direito, e eu tive que rir dela.

– Ta rindo o que ai? Quer ficar sem os remédios é? – ela falou num tom que me deu medo

– Desculpa – eu disse.

Logo ela veio com um comprimido e um copo de água pra mim, peguei e logo tomei, ai lembrei que teria que ir embora.

– Ei Le, eu vou ter que ir, minha mãe já deve ter chegado, então é melhor eu ir, antes que ela já ligue atrás.

– A, mas já? Pensei que ia almoçar conosco – ela fez aquela carinha de cachorro que caiu da mudança

– Não faz essa carinha bebe, depois nós podemos sair ta – respondi e ela logo colocou um sorriso no rosto.

– Eba, sabia que iria dizer isso – ela sorriu convencida – mas antes de tu ir vem ca, quero um beijo.

Fui até ela e dei um beijo, mas foi um beijo rápido, sem caricias nem nada, me afastei dela e fui embora.

P.O.V Le.

Cara, como o beijo da Vale era bom, ela realmente mexia comigo, as vezes de noite é com ela que me imagino no futuro, não com o Fred, afinal, meu relacionamento com o Fred não está muito bom, nós estamos frio um com o outro, não vai mais longe esse namoro, então é melhor acabar com isso logo, vou criar coragem pra falar com ele hoje ainda, mas agora não tava com cabeça pra isso, estava com muita fome, e também não estava com saco pra preparar algo pra comer, apenas fui tomar um banho – que acabei demorando de mais – terminei e me vesti, como ainda era cedo pro almoço, resolvi controla minha fome e fui arrumar meu quarto que estava uma bagunça, esperei até dar umas onze horas e sai, eu estava com muita vontade de comer alguma coisa do McDonalds e como tinha um que era uns três quarteirões da minha casa, fui andando mesmo.

Cheguei lá fiz meu pedido, paguei e fui sentar, resolvi ir senta lá em cima, aonde o vento batia, iria aproveitar que já não estava muito frio, tinha alguns raios de sol, lá só tinha um casal comendo, afinal quem é o louco que sai pra almoçar as onze? Só os desocupados mesmo, mas me sentei numa mesa bem no canto, bem perto da grade, aonde dava pra ver um dos canais da cidade, aonde as pessoas faziam passeios de barco, sinceramente essa cidade é muito linda, apesar do tal famoso bairro da luz vermelha, o resto é perfeitamente lindo, é perfeita pra quem gosta de frio.

Coloquei meus fones de ouvido e fiquei ouvindo The Beatles, apenas apaixonada por eles, quando começa tocar Something e eu fiquei lembrando da Vale, de como ela era perfeita, mas eu também lembrava de ontem, eu não conseguia ver ela com aquele homem lá, eu ficava mal, me dava uma dor no peito, mas ok eu não posso estar apaixonada por ela, não mesmo, por que eu sei que minha mãe não aceitaria, apesar da minha mãe morar no Brasil, eu não conseguiria esconder dela, eu queria que ela conhecesse a pessoa que pretendo passar o resto da minha vida, mas ai acabo lembrando que tenho que falar com o Fred, resolvi ligar pra ele.

Nós combinamos de nos encontrar na pracinha aqui perto de casa as quatro horas, então daria tempo de dormir um pouco. Como já tinha terminado de comer, apenas joguei as coisas no lixo e fui embora, cheguei era quase meio dia, coloquei meu celular pra desperta as três e vinte, pra dar tempo de eu tomar um banho antes, e logo adormeço.

Acordei com o som de Imagine, e era meu despertador, é reconfortante acordar ouvindo essa musica, mas vou tomo um banho rápido, me visto e eu já estava com fome, então desço e vou comer alguma coisa, me arrumo um pão com nuttela, só fui escovar meus dentes, peguei meu celular, e fui em direção a pracinha. Ele já estava sentado lá, então cheguei e sentei do lado dele, e apenas lhe cumprimentei com um beijo na bochecha.

– Então, sobre o que você queria conversar Le? – ele me pergunta.

Eu fico um pouco em silencio, tentando achar as palavras certas.

– Eu realmente não sei como dizer isso, mas nós já não estamos nos entendendo bem a um tempo, eu vejo que tu não estas mais feliz, nem eu, eu amo você, só não da mais entende, então eu tava querendo terminar.

– Eu te entendo Le, mas eu te amo muito, tu tens certeza que tu queres isso? Se tu não és mais feliz comigo, tudo bem. – ele fala já com os olhos cheios de lagrimar

– Eu tenho Fred, me desculpa – nessa hora eu já não consigo segurar mais minhas lagrimas.

– Me da um ultimo beijo? – e como ele pediu assim eu fiz, senti uma lagrima cair do olho dele – agora eu preciso ir, tchau – ele apenas fez sinal com a mão, e quando me levanto escuto num sussurro “não esqueça que eu ainda te amo”, o que ele acredita que eu não ouvi

Agora eu estava me sentindo muito culpada, eu tinha feito ele chorar, e isso realmente doía, só espero que a gente tente ficar amigos, vai ser bom, mas agora eu só preciso da minha Vale