Dia 05 de janeiro de 2013, 15 dias após o Dia-Z, em algum lugar do Brasil, em uma casa cercada por zumbis.

— Pra casa? Não sei se você percebeu; mas no meio do apocalipse zumbi todos fugiram de suas casas, por que voltaríamos pra lá? — Yan falou com um leve tom de zombaria na voz.

— Não, não pras suas casas, mas pra CASA, tipo com todas as letras maiúsculas sabe? É uma sigla. — Matheus respondeu.

— Uma sigla? Mas o que é CASA? — Yan agora estava confuso, que tipo de coisa poderia significar CASA? Isso não fazia sentido algum em sua mente.

— Centro de Amparo em Situações Apocalípticas. — Respondeu Matt. — Nós ouvimos sobre isso alguns dias atrás.

— Parece que todos os governos começaram a criar locais seguros para a população desde a época do furacão Katrina. — Laís explicava, fez uma pequena pausa para tomar um gole de água da garrafa e então continuou. — Com medo que qualquer tipo de força da natureza, ou alguma guerra pudesse acontecer, os governos começaram a criar centros subterrâneos onde às pessoas poderiam se refugiar até a situação passar, e pudéssemos voltar a viver na superfície.

Yan estava chocado, ele olhava para o chão com os olhos travados, a boca meio aberta, então ele levantou a cabeça rápido, encarou Laís, e começou a falar:

— Espera! Você ta dizendo que ainda existe um lugar seguro? Onde os mortos não podem entrar? Onde ainda existem pessoas vivas? E onde ainda existe esperança para a humanidade?

— Basicamente sim. — Laís falou tranquilamente.

Yan começou a dar um sorriso com aquela cara em choque, então fechou os olhos e começou a rir, ele transparecia felicidade como se descobrisse que ganhou na loteria, a euforia dele era tanta que os amigos vieram ver o que acontecia ali, com exceção de Raquel que estava no quarto e não conseguiu ouvir a risada de Yan no andar de baixo.

Depois de explicada a situação, Larry foi contar a Raquel o que os outros disseram, eles desceram ao primeiro andar onde todos esperavam na sala, Larry pediu para o outro grupo se retirar por um segundo, ele agora foi educado em seu pedido, todos estranharam, mas o grupo saiu para a cozinha, e Larry começou a falar com os integrantes do seu grupo:

— Olha pessoal, eu ainda não confio neles, mas a ideia de sair do meio do inferno parece tentadora.

— Eu sou um pouco claustrofóbico, mas prefiro o subsolo seguro a ficar aqui. — Roger disse.

— Perai. Eu ainda acho que pode ser uma armadilha, talvez eles só queiram nós levar lá fora para os zumbis, depois ele acabam com a gente e ficam com a casa.

— Você ouve as coisas que você diz Larry? Olha eu confio neles, e acho que eles não mentiriam assim depois de ajudarmos eles. — Gohu falou.

— Eu também, tenho o mesmo pensamento de Gohu, e acho que devemos arriscar. — Yan falou coçando a cabeça.

— Eu... Bem, acho que devemos ir sim, gostaria de ter mais pessoas comigo, não que vocês não sirvam gente, é que eu queria, mais garotas para falar sobre... Coisas de garotas vocês sabem? Fiquei super feliz quando a Laís, esse é o nome dela né? — Yan confirmou com a cabeça. — Então, fiquei super feliz quando ela chegou, mas saber que existem mais pessoas vivas por ai e agente aqui trancafiado, só esperando pra morrer zumbi ou ficar velho e ai morrer zumbi, não é uma coisa que eu queira para meu futuro. — Raquel falou empolgada com a ideia de encontrar novas pessoas.

— É vocês tem razão... Mas ainda não confio neles. — Larry falou olhando para a cozinha, o outro grupo não podia ser visto de onde ele estava.

***

Na cozinha o outro grupo também discutia.

— Não quero que eles nós acompanhem. — Dark falou seriamente.

— Esperai Dark. — Matheus falava tentando acalmá-lo. — Nós nem sabemos se eles vão sair daqui, eu só contei sobre a CASA, eles nós ajudaram eles mereciam saber isso não?

— Concordo com você Matheus. — Matt dizia. — Mas, também concordo com o Dark, temo levar um tiro nas costas quando estivermos indo.

— Aquele Larry pareceu mais calmo agora, mas ainda não vou vacilar um segundo com ele por perto, se ele disser que te um zumbi atrás de mim eu abaixo e olho pra trás enquanto aponto uma flecha pra ele. — Laís disse franzindo a testa.

— Galera, vocês perceberam que estão discutindo como se eles fossem conosco, eles só estão conversando ali, provavelmente discutindo o que fazer com a informação, se eles vão ou não? Quando a gente for embora, ou antes?

***

Da sala veio um chamado de Yan, para que o outro grupo viesse, assim que eles chegaram o grupo de Yan estava sentado ao redor da mesa, Roger estendeu a mão em direção ao sofá assim que todos estavam acomodados Yan começou a falar:

— Bem, nós gostaríamos de saber algumas coisas, primeiramente, vocês sabem onde a CASA fica exatamente?

— Não. — Matt respondeu secamente, todos acharam que ele pararia ali, mas ele continuou falando. — Ouvimos no radio que é ao norte daqui, estávamos indo pra lá, eles disseram que haveria muita sinalização da direção, distancia e o local exato da CASA.

— Entendo. — Gohu disse pensativo. — Mas vocês pretendiam ir até lá andando?

— Na verdade nós tínhamos um carro, e dirigíamos sem rumo, só em busca de algum lugar que pudéssemos ficar, foi quando deu no radio do carro as informações, passaram em varias rádios que ainda funcionavam. Estava gravada a mensagem e ficava repetindo o tempo todo, nos ficamos esperançosos, dirigíamos o mais rápido possível, só que chegamos em uma rua cheia deles, acabamos batendo o carro e... — Laís parou de falar como se estivesse se lembrando, então não falou mais.

— E ai o Dark conseguiu abrir caminho para nós. — Matheus completou a frase de Laís.

— Com uma AK-47 quem não faz um estrago? — Roger disse e deu uma risada curta. — Enfim, então vocês começaram a correr e encontraram a gente?

— Na verdade não. — Matheus respondeu. — Isso foi há dois dias, hoje estávamos seguindo por uma rua que ia direto pra uma porrada de zumbis, corremos como nunca para voltar e entrar na outra rua, que era essa aqui, já que as duas ruas vão para o norte, pensamos em volta um pouco e pegar a outra rua mas os mortos nos seguiram, matamos alguns só que começamos a nos cansar então eles começaram a se aproximar, até vocês nos ajudarem.

Depois de alguns segundos de silencio Raquel perguntou o que todos esperavam, mas ninguém sabia quem iria perguntar, estavam ansiosos para ter certeza se alguém realmente falaria aquilo, e enfim foi dito.

— Podemos ir com vocês?