Konoha High School escrita por Kaya Minami
Notas iniciais do capítulo
postando rapidinho pra não deixar ninguém esperando
Apenas levantei as pálpebras por conta da luz cegante, um gemido de incômodo escapando de meus lábios. Levei a mão para o rosto, esfregando os olhos para espantar o sono, erguendo o corpo de onde quer que eu estava encostada.
– Uh..? – murmurei, encarando um sonolento Naruto roncando, a cabeça jogada para trás do sofá. Karin estava apoiada sobre o braço do móvel, as pernas sobre mim e Naruto, e eu provavelmente tinha dormido sobre os ombros do loiro.
– Finalmente, Bela Adormecida! – chamou Menma, num tom razoavelmente baixo, batendo palmas. – Achei que fosse dormir até as seis horas.
Levantei-me do sofá no mesmo instante, ainda tonta do susto de acabar de acordar.
– Seis horas? Mas eu só me lembro de estar vendo filme ontem à noite... E-Eu fiquei o dia inteiro..? – tapei a boca com uma das mãos, arregalando os olhos de espanto.
– Eh, do que você ta falando? São cinco horas da manhã. O tio Minato passou mal por conta dos doces de ontem, já que não está acostumado, e a tia Kushina acabou de sair com ele para o hospital, e me acordou pra dizer que vai ficar o dia inteiro fora. Daí eu aproveitei a oportunidade de que a casa está livre.
Menma acabou de me acordar às cinco horas da manhã. E hoje é Sábado.
– Você não vai dar uma festa, vai? – cruzei os braços, olhando para ele com uma expressão dura. – Fala sério, isso é muito clichê. E eles vão acabar descobrindo, como sempre acontece.
Ele soltou uma gargalhada, tentando a abafar com as mãos para não acordar Naruto e Karin, que se remexeram um pouco.
– Eu, clichê? Você realmente espera isso de mim, Sakura? Esqueceu quem eu sou? – tombou a cabeça para o lado, em tom de pergunta. – Na verdade, não é nada impactante. Só chamei umas pessoas para passarem o dia com a gente aqui. – fez um gesto com as mãos. – Inventei que era uma tarde de estudos, e também frisei que são todos uns burros que precisam estudar. E falei que você ia pagar umas pizzas.
– O quê?! – berrei, sem me importar com os outros dormindo.
– Ninguém resiste à pizza. E é um evento raro, já que você é uma mão de vaca. Sem ofensa.
Bati o pé no chão, as mãos curvadas em punho e grunhindo xingamentos. Eu nem tenho dinheiro! E ele ainda me chamou de mão de vaca, o que é totalmente uma mentira.
– Quem diabos você chamou?
– A porca, o playboy e a herdeira. – respondeu, um sorrisinho de canto começando a formar-se em seus lábios.
– Meu Deus, Menma... Você é louco. Quer começar um barraco? – apontei para Karin, que dormia pacificamente. – Ela acabou de superar tudo isso, e eu acho que a única maneira de continuar assim é...
– Revertendo a situação. – cortou ele, dando os ombros como se fosse óbvio. – Se é que você me entende.
Reverter? Fiz uma pausa, encarando um ponto do tapete da sala para poder refletir. A única maneira de reverter a situação seria... Colocar tudo na mesa? Fazer os três se confrontarem?
Uma possível amizade?
– Como você... Pensou nisso?
Menma coçou a nuca, um pouco sem graça. Pela primeira vez, ele demonstrou uma reação como esta. Eu nunca tinha visto ele agir dessa maneira antes.
– Pode não parecer, mas... Eu me importo com esse nosso círculo de amigos, e quero que a Karin participe dele. Naruto e eu gostamos muito dela, Karin é nossa priminha preciosa. Eu faria tudo para vê-la sorrir. – murmurou, olhando para eles, e depois voltando a atenção para mim. - Você também, Sakura. Você é minha melhor amiga, e igualmente preciosa. – comprimiu os lábios.
Funguei, tentando não chorar de felicidade. Deveria ter sido a coisa mais bonita que já ouvi ele dizer, realmente.
– Admiro seus sentimentos. – sorri. – E também o seu esforço. Vou lhe ajudar, Menma. Que horas eles vêm?
O rapaz puxou o celular do bolso da calça, e encarou a tela.
– Em uma hora.
Arregalei os olhos.
– Como você os convenceu a vir?!
– Sou bem persuasivo. Agora me ajude a deixar essa casa com um ar agradável sem fazer muito barulho. E ligue para o disk pizza. O telefone está na geladeira.
– Menma, são cinco horas.
– Ligue para o disk café da manhã então. É como se fosse um dia de escola, só que em vez de aulas chatas, vamos ter tretas emocionantes. – balançou as mãos em frente ao corpo, visivelmente animado. – Isso vai ser tão divertido! Vou arrumando a sala. Ah, faça pipoca também. Eu só gosto da doce, falou?
Soltei uma risada baixa, cobrindo metade do rosto com a direita. Esse menino...
O.o.O.o
Um pano de prato enxugava minhas mãos enquanto eu caminhava de volta para a sala, procurando Menma com o olhar. Ele veio na minha direção sorridente.
– E aí, terminou sua parte?
– Sim, sim. – respondi, devolvendo o sorriso. – A pipoca de microondas já está pronta, o pote com o brigadeiro está aberto, assim como as latinhas de chá gelado. Eu também fiz um pouco de café com chantilly e chocolate que tinha disponível... E umas panquecas.
– Eww... – disse ele, num tom de repulsa. – Era só pra você fazer coisas genéricas, e não cozinhar... Porque você faz isso muito mal.
– Não precisa esfregar na minha cara! – rosnei, os olhos queimando de raiva. – A massa já estava pronta, foi só terminar de prepará-la, seu ingrato. E café é uma das coisas que eu sei fazer e muito bem, tá bom? Humpf. – joguei o pano de volta na pia.
Menma revirou os olhos, mas ainda estava sorrindo.
– Ótimo, ótimo. Eu já organizei tudo direitinho, coloquei os cadernos e livros sobre a mesinha e passei um Bom Ar, porque você sabe como a Hinata não gosta de cheiros desagradáveis. Coloquei uns vasos da Floricultura Yamanaka pra deixar a Ino feliz. E não fiz nada pro Sasuke porque ele não merece. – estalou os dedos, erguendo o olhar pra conferir a hora novamente. – Já devem estar chegando. Vamos acordar aqueles dois.
Assenti com um movimento de cabeça, e caminhamos lentamente até o sofá, cutucando Karin e Naruto. Eles acordaram resmungando.
– Ahn, que horas são? – perguntou o loiro, a voz arrastada. – É de madrugada?
– Seis da manhã, Naruto-kun. – informei, coçando a lateral de sua cabeça, sorrindo de maneira doce, com a intenção de deixá-lo calmo. – As visitas já devem estar chegando.
– Que visitas? À essa hora? É o FBI que descobriu o tráfico de drogas do Menma? – disse Karin, coçando os olhos com uma expressão rabugenta. Levantou-se do sofá. – Vou pro meu quarto dormir. Me acordem daqui a dois dias.
– Nananinanão. – retrucou Menma, segurando o braço dela, negando com o indicador. – Você fica. A visita é especialmente para você. Só que elas não sabem disso.
A campainha tocou.
– Eu atendo. – avisei rapidamente, dando uma corridinha até a porta, abrindo-a em um instante. – Hina-chan! – exclamei, abraçando a menina delicadamente. – Que bom que veio.
– Obrigada, Saku-chan. – respondeu ela, imitando a minha brincadeira, com uma risada saindo dos lábios. – O Menma-kun me convenceu. Na verdade, eu já estava acordada, cuidando da minha irmã. – espiou para dentro. – Ino e Sasuke ainda não chegaram?
– Ainda não. – respondi, dando espaço para ela entrar.
– Ohayo gozaimasu. – uma pequena reverência vinda da herdeira, enquanto ela cumprimentava os presentes na sala.
– Ohayo. – responderam Menma e Karin, naquele tom de cansado deles.
– Hinata? Sakura-chan, ela que é a nossa visita? – perguntou Naruto, levantando-se do sofá e espreguiçando.
– Não só ela. – respondi, colocando as mãos sobre os ombros da menina, colando nossos rostos. – Sasuke-kun e Ino também estão vindo.
Eu tinha certeza de que se Karin estivesse bebendo alguma coisa, cuspiria na mesma hora, porque foi exatamente a expressão que fez ao ouvir os nomes.
– O quê?! – ela agarrou a gola de Menma, puxando-o para perto de si. – Seu desgracento..! Por que fez isso comigo? – e o soltou, andando de um lado pro outro. – Eu não vou ficar aqui.
– Karin, você não está entendendo. Não me ouviu dizer que a visita é pra você? – respondeu o moreno, erguendo as sombrancelhas. – Você fica, nem que eu tenha que te amarrar.
Ela abriu a boca para responder, completamente indignada. Mas ninguém ganha uma discussão contra com o Menma, então ela soltou um berro, bagunçando os cabelos, e se jogou no sofá, cruzando os braços com força.
– Você planejou tudo isso, não é? Está contra mim?! Quer me ver pior do que eu já estou?!
– É exatamente o contrário, ruiva. Vamos enfrentar isso de uma vez por todas. É assim que se resolvem os problemas. Arrancando pela raiz.
Naquele mesmo segundo, ouvimos duas batidas na porta.
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