Konoha High School escrita por Kaya Minami


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

postando rapidinho pra não deixar ninguém esperando



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Apenas levantei as pálpebras por conta da luz cegante, um gemido de incômodo escapando de meus lábios. Levei a mão para o rosto, esfregando os olhos para espantar o sono, erguendo o corpo de onde quer que eu estava encostada.

– Uh..? – murmurei, encarando um sonolento Naruto roncando, a cabeça jogada para trás do sofá. Karin estava apoiada sobre o braço do móvel, as pernas sobre mim e Naruto, e eu provavelmente tinha dormido sobre os ombros do loiro.

– Finalmente, Bela Adormecida! – chamou Menma, num tom razoavelmente baixo, batendo palmas. – Achei que fosse dormir até as seis horas.

Levantei-me do sofá no mesmo instante, ainda tonta do susto de acabar de acordar.

– Seis horas? Mas eu só me lembro de estar vendo filme ontem à noite... E-Eu fiquei o dia inteiro..? – tapei a boca com uma das mãos, arregalando os olhos de espanto.

– Eh, do que você ta falando? São cinco horas da manhã. O tio Minato passou mal por conta dos doces de ontem, já que não está acostumado, e a tia Kushina acabou de sair com ele para o hospital, e me acordou pra dizer que vai ficar o dia inteiro fora. Daí eu aproveitei a oportunidade de que a casa está livre.

Menma acabou de me acordar às cinco horas da manhã. E hoje é Sábado.

– Você não vai dar uma festa, vai? – cruzei os braços, olhando para ele com uma expressão dura. – Fala sério, isso é muito clichê. E eles vão acabar descobrindo, como sempre acontece.

Ele soltou uma gargalhada, tentando a abafar com as mãos para não acordar Naruto e Karin, que se remexeram um pouco.

– Eu, clichê? Você realmente espera isso de mim, Sakura? Esqueceu quem eu sou? – tombou a cabeça para o lado, em tom de pergunta. – Na verdade, não é nada impactante. Só chamei umas pessoas para passarem o dia com a gente aqui. – fez um gesto com as mãos. – Inventei que era uma tarde de estudos, e também frisei que são todos uns burros que precisam estudar. E falei que você ia pagar umas pizzas.

– O quê?! – berrei, sem me importar com os outros dormindo.

– Ninguém resiste à pizza. E é um evento raro, já que você é uma mão de vaca. Sem ofensa.

Bati o pé no chão, as mãos curvadas em punho e grunhindo xingamentos. Eu nem tenho dinheiro! E ele ainda me chamou de mão de vaca, o que é totalmente uma mentira.

– Quem diabos você chamou?

– A porca, o playboy e a herdeira. – respondeu, um sorrisinho de canto começando a formar-se em seus lábios.

– Meu Deus, Menma... Você é louco. Quer começar um barraco? – apontei para Karin, que dormia pacificamente. – Ela acabou de superar tudo isso, e eu acho que a única maneira de continuar assim é...

– Revertendo a situação. – cortou ele, dando os ombros como se fosse óbvio. – Se é que você me entende.

Reverter? Fiz uma pausa, encarando um ponto do tapete da sala para poder refletir. A única maneira de reverter a situação seria... Colocar tudo na mesa? Fazer os três se confrontarem?

Uma possível amizade?

– Como você... Pensou nisso?

Menma coçou a nuca, um pouco sem graça. Pela primeira vez, ele demonstrou uma reação como esta. Eu nunca tinha visto ele agir dessa maneira antes.

– Pode não parecer, mas... Eu me importo com esse nosso círculo de amigos, e quero que a Karin participe dele. Naruto e eu gostamos muito dela, Karin é nossa priminha preciosa. Eu faria tudo para vê-la sorrir. – murmurou, olhando para eles, e depois voltando a atenção para mim. - Você também, Sakura. Você é minha melhor amiga, e igualmente preciosa. – comprimiu os lábios.

Funguei, tentando não chorar de felicidade. Deveria ter sido a coisa mais bonita que já ouvi ele dizer, realmente.

– Admiro seus sentimentos. – sorri. – E também o seu esforço. Vou lhe ajudar, Menma. Que horas eles vêm?

O rapaz puxou o celular do bolso da calça, e encarou a tela.

– Em uma hora.

Arregalei os olhos.

– Como você os convenceu a vir?!

– Sou bem persuasivo. Agora me ajude a deixar essa casa com um ar agradável sem fazer muito barulho. E ligue para o disk pizza. O telefone está na geladeira.

– Menma, são cinco horas.

– Ligue para o disk café da manhã então. É como se fosse um dia de escola, só que em vez de aulas chatas, vamos ter tretas emocionantes. – balançou as mãos em frente ao corpo, visivelmente animado. – Isso vai ser tão divertido! Vou arrumando a sala. Ah, faça pipoca também. Eu só gosto da doce, falou?

Soltei uma risada baixa, cobrindo metade do rosto com a direita. Esse menino...

O.o.O.o

Um pano de prato enxugava minhas mãos enquanto eu caminhava de volta para a sala, procurando Menma com o olhar. Ele veio na minha direção sorridente.

– E aí, terminou sua parte?

– Sim, sim. – respondi, devolvendo o sorriso. – A pipoca de microondas já está pronta, o pote com o brigadeiro está aberto, assim como as latinhas de chá gelado. Eu também fiz um pouco de café com chantilly e chocolate que tinha disponível... E umas panquecas.

– Eww... – disse ele, num tom de repulsa. – Era só pra você fazer coisas genéricas, e não cozinhar... Porque você faz isso muito mal.

– Não precisa esfregar na minha cara! – rosnei, os olhos queimando de raiva. – A massa já estava pronta, foi só terminar de prepará-la, seu ingrato. E café é uma das coisas que eu sei fazer e muito bem, tá bom? Humpf. – joguei o pano de volta na pia.

Menma revirou os olhos, mas ainda estava sorrindo.

– Ótimo, ótimo. Eu já organizei tudo direitinho, coloquei os cadernos e livros sobre a mesinha e passei um Bom Ar, porque você sabe como a Hinata não gosta de cheiros desagradáveis. Coloquei uns vasos da Floricultura Yamanaka pra deixar a Ino feliz. E não fiz nada pro Sasuke porque ele não merece. – estalou os dedos, erguendo o olhar pra conferir a hora novamente. – Já devem estar chegando. Vamos acordar aqueles dois.

Assenti com um movimento de cabeça, e caminhamos lentamente até o sofá, cutucando Karin e Naruto. Eles acordaram resmungando.

– Ahn, que horas são? – perguntou o loiro, a voz arrastada. – É de madrugada?

– Seis da manhã, Naruto-kun. – informei, coçando a lateral de sua cabeça, sorrindo de maneira doce, com a intenção de deixá-lo calmo. – As visitas já devem estar chegando.

– Que visitas? À essa hora? É o FBI que descobriu o tráfico de drogas do Menma? – disse Karin, coçando os olhos com uma expressão rabugenta. Levantou-se do sofá. – Vou pro meu quarto dormir. Me acordem daqui a dois dias.

– Nananinanão. – retrucou Menma, segurando o braço dela, negando com o indicador. – Você fica. A visita é especialmente para você. Só que elas não sabem disso.

A campainha tocou.

– Eu atendo. – avisei rapidamente, dando uma corridinha até a porta, abrindo-a em um instante. – Hina-chan! – exclamei, abraçando a menina delicadamente. – Que bom que veio.

– Obrigada, Saku-chan. – respondeu ela, imitando a minha brincadeira, com uma risada saindo dos lábios. – O Menma-kun me convenceu. Na verdade, eu já estava acordada, cuidando da minha irmã. – espiou para dentro. – Ino e Sasuke ainda não chegaram?

– Ainda não. – respondi, dando espaço para ela entrar.

– Ohayo gozaimasu. – uma pequena reverência vinda da herdeira, enquanto ela cumprimentava os presentes na sala.

– Ohayo. – responderam Menma e Karin, naquele tom de cansado deles.

– Hinata? Sakura-chan, ela que é a nossa visita? – perguntou Naruto, levantando-se do sofá e espreguiçando.

– Não só ela. – respondi, colocando as mãos sobre os ombros da menina, colando nossos rostos. – Sasuke-kun e Ino também estão vindo.

Eu tinha certeza de que se Karin estivesse bebendo alguma coisa, cuspiria na mesma hora, porque foi exatamente a expressão que fez ao ouvir os nomes.

– O quê?! – ela agarrou a gola de Menma, puxando-o para perto de si. – Seu desgracento..! Por que fez isso comigo? – e o soltou, andando de um lado pro outro. – Eu não vou ficar aqui.

– Karin, você não está entendendo. Não me ouviu dizer que a visita é pra você? – respondeu o moreno, erguendo as sombrancelhas. – Você fica, nem que eu tenha que te amarrar.

Ela abriu a boca para responder, completamente indignada. Mas ninguém ganha uma discussão contra com o Menma, então ela soltou um berro, bagunçando os cabelos, e se jogou no sofá, cruzando os braços com força.

– Você planejou tudo isso, não é? Está contra mim?! Quer me ver pior do que eu já estou?!

– É exatamente o contrário, ruiva. Vamos enfrentar isso de uma vez por todas. É assim que se resolvem os problemas. Arrancando pela raiz.

Naquele mesmo segundo, ouvimos duas batidas na porta.


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