O Triângulo Psíquico escrita por Alicia Gayle


Capítulo 6
O chamado


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, deem sua opinião!



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Chequei meu relógio dourado, eram 03h20min da madrugada, havia 20 minutos que eu estava parada ali, olhando o céu azul de Londres lotado de estrelas. Foi quando eu senti aquilo, como se alguém me chamasse, mas não me chamava pelo nome ou algo assim, era como uma força, uma força convidativa, que eu queria seguir, e uma vontade irresistível de disparar pela minha direita. Eu quis ir lá, eu realmente quis ir atrás do que me chamava. Levantei-me do banco com o pensamento de vou ou não vou?.

- É uma noite linda. - alguém interrompeu os vagarosos pensamentos, Bryan estava parado com as mãos no bolso da calça. - Eu procurei você por toda parte.

- Eu precisava de ar. voltei a encarar o jardim.

- Sinto muito.

- Pela dança interrompida, por me abandonar ou por eu dançar mal? Seja especifico.- Bryan me encarou.- Estou zoando você.

- Posso pelo menos concluir a dança, só não posso fazer muito pelos seus pés ruins.- sorri.-

- Não são tão ruins.- disse com voz chorosa.-

- Vamos dançar teimosa.- ele me puxou, colocando as duas mãos na minha cintura, enquanto cruzei os dedos em volta de seu pescoço. -

- Ela dança melhor que eu?

- Quem?

- Lúcia.

- Desde quando isso virou uma competição de dança?

- Só quero saber.

- Gosto dos seus pés ruins. - oprimi um sorriso.- Sabe Anna, sei que nos conhecemos a praticamente 3 dias, mas eu sinto como se fossem 3 anos.

- Eu sinto o mesmo. Deve ser por que você falava comigo.

- Como sabe que eu falava com você?

- Por que eu conheço a sua voz e eu gosto dela.

- Isso é bom, não é?

- É sim.

- Ainda o ama? Digo o Justin. - continuamos a dançar.-

- Sim, eu o amo, mas sinto que ele não se encaixa na minha vida de agora. Quem ama o Justin é a Annabeth de três anos atrás que ainda vive em mim.

- Estou tentando entender se isso é algo bom ou ruim.

- Depende do ponto de vista de quem vê.

- Annabeth. - ele me fez o olhar nos olhos. - O que você sente quando está comigo?

- É uma das poucas vezes que eu não me sinto perdida.

- Do meu ponto de vista, isso é bom. - deu um sorriso. -

- E você, o que sente?

- Completo, como se não faltasse mais nada, uma das poucas vezes que me sinto assim. - corei. -

Ele aproximou seu coração do meu, de modo que ouvi seu coração pulsar.

- Seu coração está batendo bem rápido.

- Acho que você tem sensibilidade para ouvir isso.

- É incrível como ás vezes parece que você me conhece mais do que eu mesma conheço.

- Talvez eu conheça.  -sorriu ironicamente fazendo seu olhar de mistério. -

- Estou tentando entender se isso é algo bom ou ruim.

- Ei, não roube minhas frases.- ele aproximou o rosto do meu, fazendo nossos narizes se tocarem. - Anna eu... sua voz falhou.

- Bryan! - alguém interrompeu, larguei Bryan. - O Speed comeu camarão demais e está vomitando no banheiro. Pode leva-lo para o quarto? - Lúcia falou. -

- Eu já volto. - ele me disse. -

- Tá bom.-  ele se apressou e saiu. -

Lúcia cruzou os braços e diminuiu a distância que havia entre nós, a ironia habitava nela. Senti uma leve brisa passar atrás da minha nuca, arrastando um fiozinho do meu cabelo preso.

- Você tem o poder de estragar as coisas.

- O que?

- Eu odeio você.

- Não sou sua maior fã, Lúcia.

- Ás vezes eu tenho que conter meus pensamentos para não usar a minha ligação com a terra e atirar uma árvore em você.

- Você é desprezível demais para ocupar meus pensamentos. - revidei.-

Antes que Lúcia pudesse responder, Penny surgiu atrás dela, saindo da porta.

- Annabeth, pode vir aqui se despedir de algumas pessoas?

- Claro. - andei até ela, que encostou a mão nas minhas costas, me guiando.-

Continuei andando de volta ao salão, onde me despedi de algumas pessoas que já iam ebora, depois sentei numa poltrona dupla, o salto, que ainda sendo baixo, machucava os meus pés, estava meio incomodo.

- Olá! - um homem de cabelos grisalhos sentou do meu lado. -

- Oi.

- Annabeth, não é?

- Sim, qual o seu nome?

- Borges. - sorriu simpaticamente.- Você se parece com o seu pai, sabia?

- Conheceu meu pai?

- Sim, quando ele veio aqui pedir a CDS que cuidasse de você. Ele era um homem de muita coragem.

- Sinto falta dele.

- O esforço dele não foi em vão, você é a maior glória que ele podia ter. sorri. Onde estiver, estará orgulhoso de você.

- Obrigada.  -enxuguei uma lágrima que descia. - Não me leve a mal, mas foi uma longa noite, preciso dormir.

- Bom, foi um prazer Annabeth.

- Igualmente. - sorri, me retirando. -

Subi as escadas e tentei lembrar em meio a tantas portas, qual dos quartos era o de Lúcia. Parei num porta, tive certeza que era aquela. Virei a maçaneta, mas a porta estava trancada, forcei duas vezes e nada.

- Lúcia! - bati com a mão aberta. - Abra a porta!

Virei a maçaneta novamente e nada, quis gritar Abra a porta sua cadela!, porém provavelmente havia gente dormindo nos quartos.

- Lúcia, isso não tem graça! - insisti. - Argh! - bufei. -

- Já sei - disse a mim mesma, me concentrei. -

- Abra. -ordenei a porta.- Vamos lá, abra! - implorei, mas nada aconteceu.-

- A mansão tem certas maneiras de neutralizar o poder para o bem dos aprendizes, por exemplo, essa porta, não irá abrir assim.

- Eu não sabia. - falei a Bryan. - Estou trancada aqui fora, sou uma mendiga desabrigada! - ele riu. - Não ri, faz alguma coisa.

- Ela não vai abrir, Lúcia é bem decidida.

- E quanto a mim, vou dormir no jardim?

- Pode dormir no meu quarto.- ele deu de ombros. -

- Quer saber, adoro o jardim.

- Você dorme na cama e eu no sofá.

- EU durmo no sofá e você na cama.

- Porque você é tão teimosa?

- Feito? - estendi a mão direita para selar o acordo. -

- Feito! - Bryan disse, apertando minha mão de má vontade. -


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