– Oi Edward.

Voltei a me virar e encarar o horizonte a minha frente, senti-a se aproximando e se virando, ela encarava a saída e eu o horizonte à frente, de modo que quando olhávamos pro lado nos encarávamos, me perdi naqueles olhos misteriosos, mas na hora tratei de virar o rosto.

– Er... Eu quero me desculpar por ontem.

– Não tem do que se desculpar por ontem Isabella.

Eu disse serio, e então a senti me encarar. Ela suspirou e continuou.

– Só queria lhe dizer que não vai dar. Você é uma pessoa ótima. Serio mesmo.

– Me poupe. Tenho que voltar ao trabalho.

– Edward é serio.

Ela disse num sussurro, pressionando o meu braço. Eu não queria meias palavras dela.

– Eu me enganei ao seu respeito. Pensei que você era diferente. Mas não é!

Praticamente cuspi as palavras, e as acertaram em cheio, onde seus olhos ficaram marejados.

– Você se engana, porque não sabe nada. Seu... Seu... Bobão!

– Ah seus insultos são apenas meras palavras. Diz logo Isabella, repita o que você disse a suas amigas ontem.

– O quê? - Ela perguntou confusa.

– Eu ouvi a merda da conversa que você teve com suas amigas.

– Edward... Eu... Eu. - Ela disse começando a chorar.

– Diz logo que eu não te mereço, a final, você é boa de mais, a fodona só pode.

– Você entendeu tudo...

– Não Isabella, eu não quero ouvir, já ouvi de mais ontem. - Eu disse encarando-a.

– Por favor, deixe-me explicar.

Ela pediu chorando. Isso me deixou mal, mas não tão mal quanto ontem.

– É Isabella, você tem razão. Eu não te mereço. Mereço pessoa melhor!

Eu cuspi essas ultimas palavras e sai ouvindo os soluços do choro dela.

Eu sabia que ia me arrepender depois, fui severo de mais. Mas ela realmente me magoou. Fui pelas escadas, correndo.

Eu não sabia se estava nervoso, triste ou magoado.

– Droga! - Exclamei ao bater em alguém.

– Ai! - Rosalie exclamou.

– Melhor você ir ver Isabella. No terraço.

Eu disse grosseiramente e sai antes que ela viesse me perturbar. Não queria saber de meias palavras dela também.

Eu estava cansado de me iludir.

...

– Ah! - Alguém gritou.

Olhei no relógio, eram duas e meia da manhã, havia se passado três dias depois daqueles últimos acontecimentos. Três dias sem vê-la, e três dias acordando com gritos de Isabella da janela ao lado.

Pelo que pude perceber as amigas passaram a dormir com ela, depois que ela açodava gritando, as amigas iam acalma-la e logo os Pais, e então ela começava a chorar.

Toda vez que eu ia sair do meu quarto de madrugada, eu a via. Ela ficava escrevendo e vez ou outra chorando.

Partia-me o coração, após tudo aquilo eu queria ir lá e abraça-la. Ma não, eu nem sequer olhei para ela depois daquela discução.

...

Hoje era sábado e eu não ia trabalhar, fiquei em casa, meu pai estava no consultório, minha mãe na sala e eu no meu quarto ouvindo música.

– Onde ele está Dona Esme?

– A querida, no quarto.

Ouvi minha mãe dizendo a uma voz que eu conhecia. Levantei-me para ir ver quem era, mas fui surpreendido com duas garotas, ou melhor: Alice e Rosalie. As duas estavam vermelhas de raiva no meu quarto.

– Seu Idiota!

– Besta!

Alice e Rosalie invadiram meu quarto, elas estavam agitadas.

– Calma... Mas o quê?

– Calma o cacete! - Rosalie esbravejou.

– Quem você pensa que é Cullen? Chega insultando Isabella. Ela não merece você!

Alice praticamente berrou.

– Um merda, só pode! Eu pensei que você iria ajudar, mas não, você só piorou seu otário!

– Você a fez sofrer Edward... E ela... Ela não está...

Alice não terminou a frase e começou a chorar, chorar e soluçar. Então Rosalie começou a apontar pra mim e berrou:

– Você é um merda! E vai se ferrar, mas antes disso você irá se arrepender Graças a deus Isabella não ficou com você.

Esme apareceu no quarto, espantada com a cena.

– Mas o quê?

Ela perguntou confusa, mas não mais do que eu.

– Seu filho Tia! Teu filho idiota. Desculpe-me o vocabulário na sua casa.

Rosalie falava descontroladamente.

– Você e o tio não têm anda a ver com isso, são ótimas pessoas. Mas não temos culpa se o Edward é um idiota, que não enxerga ao redor.

– Rosalie eu...

– Venha Alice, vamos embora. Bells precisa de nós!

– Me desculpe Esme. E Edward... Reveja seus atos. Isabella não precisa sofrer mais ainda.

– Me deixa esclarecer o que a Alice disse: Suma da vida dela!

Rosalie cuspiu as palavras. Eu nunca havia visto elas tão bravas deste modo, e eu ainda não havia entendido merda nenhuma que elas queriam dizer. Sentei confuso na cama e reparei que minha mãe me encarava confusa com um ar de quero saber o que houve.

– Eu não entendi nada. - Eu disse erguendo as mãos pro alto.

– Pelo que percebi a filha da Renée está no meio. Bella. Quem sabe desde o começo.

Argh. É claro que eu não ia virar e dizer: Sou apaixonado pela menina que vi no colégio, a mesma que vinha nos jantares em casa e que é filha da sua amiga.

– Er... Ouvi-a dizendo alguma coisa, foi meio no ar e ela não sabia, eu nãoentendi direito o que ela falava, no final ela veio se explicar e eu explodi, não estou falando com ela e as amigas deram de loucas.

Eu por fim disse.

– Então pelo que eu percebi você ouviu parcialmente a conversa da Bella, brigou com ela e nem ao menos quis ouvir explicações sobre?!

– Basicamente. Eu disse sem graça.

– Basicamente. - Ela repetiu séria. – Sabe filho, aquela família está passando por dificuldades, por um momento muito, muito complicado e delicado, e o que você acha dessa atitude? É o certo a fazer?

– Nenhum pouco. Mas é que eu estava nervoso e... E...

– E agora que seu nervoso passou?

– Péssimo... Eu nem ao menos quis ouvi-la, e agora com o que as meninas me disseram, eu não quero vê-a sofrer!

– Você realmente gosta dela meu filho?

– Sim.

– O quanto?

– Acho que mais do que ela de mim.

– Isso nós não sabemos, mas vale a pena?