I Wish escrita por Kate B


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bem, agradeço muito àqueles que comentaram, então, a fic segue.
Mas, que fique bem claro que espero mais comentários, heim.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/314293/chapter/6

– Oi, Lucy – Disse sorrindo largamente, um sorriso com ares de malícia e carinho ao mesmo tempo. Era hipnótico.

No primeiro momento eu fiquei encantada com aquela visão. Fiquei paralisada tentando entender o que estava acontecendo, mas não conseguia pensar direito.

– Gostou da surpresa? – O ruivo saiu da posição em que estava começou a andar na minha direção. Fui tomada por um pânico repentino ao sentir a aproximação dele e finalmente fui tomada pela sensatez.

– Vocês estão malucos? – Bronqueei.Comecei a perceber a gravidade da situação . Jean havia mentido para mim e me fez matar aula por causa de um capricho de Jack. – E você, Jean, como professor, deveria se envergonhar disso!

– Ah, cadê o seu espírito aventureiro, Lucy? Você nunca fez nada de errado?

– Não! – Menti.

Na verdade eu já tinha feito coisas erradas até demais na minha vida. O fato de eu ser órfã de mãe era a prova disso.

– Eu queria conversar com você a sós. – Quando ouvia voz do menino, percebi que ele já estava bem na minha frente . – Sem ninguém para nos atrapalhar, e a única saída que vi foi essa.

– Você é maluco. – Ri sem humor tentando demonstrar meu desapontamento.

O rapaz se aproximou mais de mim e eu sabia sua intenção. Coloquei a mão em seu peito e com força tentei empurrá-lo para trás, e isso só o fez parar de se aproximar.

– Não, Jack – Sussurrei. Ele me olhou confuso.

– Bem, já fiz a minha parte. Acho que agora devo deixa-los a sós. – Jean disse caminhando em direção a uma porta que não era a que tínhamos entrado. Deveria ser uma outra sala.

Entrei em desespero quando percebi o que estava acontecendo. Se eu não fizesse nada em alguns segundos eu ficaria totalmente sozinha com o garoto que estava na minha frente.

– Jean, não faz isso! – Implorei. Minha voz parecia falhar por conta do nervosismo. – Você não acha que já fez besteira demais?

Os dois riram. Provavelmente do meu tom de voz, ou da minha cara.

– Tudo bem, crianças, ninguém entra aqui até a hora do almoço. Mas mesmo assim é bom vocês saírem daqui antes disso. Alguém pode sentir falta da Lucy, pois ela já foi vista noIndependenthoje. – Jack acenou positivamente com a cabeça em sinal de que tinha entendido as instruções e eu continuei paralisada. – Então é só isso. Não façam o que eu não faria. – Sorriu malicioso e saiu da sala.

Olhei para frente e o ruivo sorria para mim. Tinha um brilho no olhar fora do normal que o deixava deslumbrante. Era reconfortante até.

Fiquei mais tranquila ao pensar que ele não faria nada que eu não quisesse. Era só eu querer que ele não fizesse e ele não o faria, mesmo que eu fosse contra a usar essas esquisitices de propósito, mas naquela situação era necessário.

Só tinha um problema. O que eu queria que ele fizesse? Tive medo da resposta. Talvez porque no fundo eu soubesse bem o que eu queria.

O garoto passou os braços pela minha cintura e me puxou forte colando meu corpo no dele. Minhas pernas pareciam dormentes.

Era extremamente confortável estar nos braços de Jack.

– Sinto falta de ficar assim com você. – Seu nariz estava encostado no meu e eu senti seu hálito doce e quente me invadir. O cheiro do perfume dele fazia a minha cabeça girar.

Em um movimento lento – que pra mim foi quase torturante – Jack acabou com o espaço entre nós e seus lábios encontraram os meus e sua língua macia começou a se movimentar junto a minha. Fechei os olhos involuntariamente. Passei meus braços por seu pescoço e ele pareceu gostar, pois me puxou para mais perto, me apertando com força contra seu corpo.

 Quando sua boca se apartou da minha foi para descer até o meu pescoço e depositar alguns beijos por ali. O beijo que começou calmo, ficou intenso. Suas mãos frias encontraram a pele da base das minhas costas por debaixo do meu casaco, me fazendo arrepiar. Como ele sempre fazia

“Senti sua falta também.” Quis falar, mas achei melhor não lhe dar esperanças. E com esse pensamento voltei a realidade: Ele não podia ser meu.  Seria injusto com Anna.

Isso foi como um balde de água fria em mim.

 O toque dele começou a me incomodar ao invés de me satisfazer, então empurrei seu rosto para que ele tirasse os lábios do meu pescoço.

– O que eu fiz de errado? – Indagou me encarando confuso.

– Nós conversamos sobre isso ontem, e hoje você simplesmente me agarra? – Esbravejei. Tentei sair daquele abraço apertado, não porque eu quisesse, mas porque eu precisava. Não consegui.

– Ei, espera ai. – Repreendeu minha tentativa de fuga. – Eu não te agarrei. Eu te beijei e você correspondeu. – Sorriu vitorioso.

– Eu to falando sério – Mudei meu tom de voz para que ele entendesse a gravidade do assunto. – Será que o que eu falei ontem foi em vão?

Tentei me recordar da nossa conversa do dia anterior. Me lembrava muito bem de ter dito que não poderíamos mais ficar juntos, esclareci o motivo e logo em seguida a conversa foi

 interrompida por Jean. Talvez fosse essa a tal divida que professor tinha com o rapaz.

– Eu ouvi tudo o que você disse ontem e entendi perfeitamente. –Respondeu ainda sorrindo. – Não podemos ficar juntos na frente da Anna, mas ela não está aqui.

Na frente dela ou escondido, ainda assim seria traição. Ele entendera errado.

– Não podemos nos encontrar escondidos. Isso é errado da mesma forma.

– Então como vai ser?

– Acabou, Jack. – Falei baixo e com cautela, esperando a reação dele.

– Não é justo! – O rapaz me assustou ao mudar totalmente o semblante e se afastar de mim como se eu tivesse falado a pior coisa que poderia alguém ter dito no mundo. – Você não pode me deixar. Não pode. Não pode. – Repetia repreendendo as lágrimas que enchiam os seus olhos. – Não faz isso comigo.

Tentei me aproximar e fui surpreendida quando ele pegou a minha mão e a colocou espalmada em seu peito. No começo não soube o que aquilo significava, mas logo comecei a sentir seu coração batendo forte e rápido.

– Consegue sentir? É por você que ele bate. Não tem outro motivo. – A suplica era evidente em sua voz. – Você não pode me deixar. – Disse pausadamente deixando uma lágrima escorrer.

Fiquei sem chão. Sentia uma mistura de compaixão e medo ao vê-lo daquele jeito.  Compaixão por saber que não poderia correspondê-lo e medo por saber que aquilo era doentio.

Como alguém podia gostar tanto assim de mim? Eu não era o tipo de garoto que chamava atenção por onde passava pela beleza, ou algo do tipo. Muito pelo contrário, eu sempre tentei ser invisível e sempre consegui. Então como um cara como Jack parecia ter olhos só pra mim e me querer como se eu fosse a menina mais desejável que ele jamais vira?

A resposta era simples: Porque eu queria que fosse assim. Do contrario, provavelmente isso nunca aconteceria.

– Não seja exagerado, Jack. – Sussurrei cabisbaixa. – Você só está piorando as coisas. – Tirei minha mão de seu peito, ajeitei a minha bolsa no ombro e comecei a me distanciar na intenção de sair daquela sala.

– Você acha que estou exagerando? – Perguntou irônico. Parei de andar em direção a porta e me virei para encará-lo novamente. – Vamos lá. Você me conhece bem, Lucy. Olhe nos meus olhos e me diz se estou exagerando ou se cada palavra do que eu digo é verdade.

Realmente ele era uma pessoa fácil de se ler, e olhando em seus olhos ainda vermelhos por causa do choro, pude ver o desespero que estava ali. A respiração do ruivo estava ofegante e a julgar pelo seu semblante, ele estava a ponto de chorar de novo a qualquer momento.

Nunca gostei muito de ver homens chorando. Talvez por lembrar do meu pai e o quanto ele chorou quando minha mãe morreu, ou então das vezes em que vi Danny derramar algumas lágrimas depois de sérias discussões com o papai. E agora Jack estava ali, me encarando com os olhos cheios d’água esperando algo de mim.

– Sei o que você sente por mim. – Ao ouvir isso o garoto esboçou um pequeno sorriso no rosto que parecia ser de alívio. – E é por isso que eu não posso deixar as coisas irem mais longe ainda.

Me virei novamente e caminhei em direção a saída sem olhar para trás. Não quis ver a reação do rapaz, mesmo tento a imagem nítida na minha cabeça de como ele deveria estar. Quando fechei a porta atrás de mim respirei fundo, mas o gesto não me trouxe alívio. Parecia que eu estava carregando um peso muito grande em minhas costas. Talvez eu realmente estivesse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Wish" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.