A Chantagem - Clato escrita por Luly


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi gentee! Quero agradecer a todos que estão lendo, muito obrigada mesmo , e também quero agradecer muito a THG na veia pela minha primeiro recomendação! Nossa como eu estou feliz! Ai vai mais um capítulo pra vocês meus amores!



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Não me lembro de nenhuma parte sequer do resto do dia. Só sei que Katniss nunca mais vai querer me ver. Quanto a Fox eu não sei, não a vi o resto do dia. Disse a meu irmão que teria que ficar na escola até mais tarde para terminar um trabalho e voltaria tarde para casa. Espero Cato atrás da escola como ele falou. Ele esta demorando muito. A espera está me deixando impaciente.

    Depois de mais ou menos meia hora uma BMW vermelha aparece. Sei que é o carro de Cato. Ele abre a porta de trás e eu entro.

    -Mas é serio você poderia ter pegada mais leve com ela. –fala Marvel para Cato.

    -Cara você ainda se importa com a Glimmer? –fala Cato dirigindo o carro. –Ela te trata como lixo desde sempre! –os dois nem parecem reparar em mim. – E fala serio ela não vai te culpar pelo que aconteceu. Glimmer vai querer culpar ela. –Cato se refere a mim.

    -Ta você tem razão afinal sempre tem não é? –fala Marvel irônico parecendo cansado da discussão.

   -Esquece isso cara. –diz Cato. -Glimmer não vai mais ser o meu alvo.

   Os dois continuam conversando. Eu começo a me concentrar na janela. Não quero mais pensar no que os dois estão falando, ou no que eu fiz hoje com Glimmer, mas principalmente com Katniss. Ela gosta mesmo de Peeta, e Peeta gosta bastante dela, e eu estraguei tudo antes mesmo de começar. Me sinto horrível.

   -Chegamos. –diz Cato estacionando o carro.

   Ele mora aqui? Uau! É enorme! E eu achava que a casa de Peeta era grande.

   Pensar nele me da um nó no estomago. Será que ele e Katniss conversaram?

   Cato e Marvel saem do carro e eu os sigo.

   -Então Clove meus pais viajaram e me deixaram algumas tarefas, ou seja, deixaram para você. –diz ele. – Primeiro Você vai ter que lavar a roupa, arrumar a sala de estar, o quarto dos meus pais, o meu quarto, e a cozinha. Agora vai!

   Começo coma roupa. Claramente a bem mais roupa do que o normal. A família de Cato só tem três pessoas, e aqui tem roupa suficiente para uma família de seis pessoas usar em um mês. Fico totalmente boquiaberta quando vejo a quantidade de roupa. Os dois riem com minha reação. Depois de uma hora e meia, finalmente consigo acabar com toda roupa. Minhas mãos parecem que podem cair a qualquer instante.

   Depois vou limpar a cozinha, graças a Deus ela não está tão bagunçada, somente alguns pratos e talheres que tive que limpar.

    Agora a sala. Cato como sempre me ajudou um pouco bagunçando tudo. Ele sabe que eu sei que ele fez a bagunça para eu ter mais coisas para arrumar, mas ele também sabe que não posso reclamar. 

    Marvel e Cato se sentam no sofá e ficam me vendo trabalhar, fazendo toda a hora comentários como “Ainda falta ali.” Ou “Você esqueceu aquele lugar.” Eu juro que por um momento me passou na cabeça eu simplesmente me levantar e sair. Mas já perdi Katniss, não posso perder Fox, não posso fazer com que meu irmão me odeie mais, nem que meus pais parem de confiar em mim. Então continuei limpando sem reclamar. A sala não foi assim tão ruim claro estou totalmente acabada e ainda falta os dois quartos. Começo pelo quarto dos pais dele. Ha roupas espalhadas pela cama, há varias coisas fora do lugar, mas foi de certa forma fácil. Agora o ultimo o quarto de Cato.

   Ele me leva até seu quarto. E quando ele abre a porta eu simplesmente não acredito no que vejo.

   -Como alguém consegue dormir aqui? –pergunto ainda tentando acreditar.

   Cato e Marvel riem.

   Agora você deve estar que eu estou exagerando, mas não estou. O quarto é simplesmente enorme, o chão está totalmente coberto de roupas, papeis, cadernos, sapatos, livros, e tudo mais que um garoto pode ter no quarto. Tento pensar por onde começar.

   -Ta esperando o que? –pergunta Cato ainda rindo.

   -Meu essa eu tenho que ver. O quarto de Cato finalmente arrumado. –diz Marvel.

   Então começo. Começo a pegar as roupas do chão, a jogar os papeis no lixo, colocar os cadernos no lugar, e tudo mais. Depois de mo mínimo três horas o quarto dele está completamente perfeito, e eu estou ainda mais cansada do que o normal.

   -Ual! –exclama Marvel. - Como você fez isso?!

   Todos nós ainda olhamos sem acreditar para o quarto de Cato.

   -Odeio ter que admitir nanica, mas você se superou. – Cato diz. –Se superou mesmo. Agora só tem mais uma coisa, mas você pode fazer em casa. –ele me entrega duas mochilas, a sua e a de Marvel. –Todas as tarefas têm que estar certas.

   -O que?! Quer que eu faça todas as tarefas?! –pergunto.

   -É. Algum problema?

   -Não. –digo olhando para ele com ódio. Pego as mochilas e vou embora.

  Tenho que pegar o ônibus, por que eu iria demorar horas para chegar em casa a pé, ainda por cima carregando as mochilas deles e ainda mais a minha.

   Sento-me na cadeira do lado da janela. A poucas pessoas no ônibus. Encosto a cabeça na janela. O sonho que tive com Cato volta, e agora me sinto uma retardada por ter sonhado isso com alguém como Cato.

   Por que será que sonhei com aquilo? Pergunto-me.

   Tento esquecer esse tal sonho, afinal é só um sonho. Não é nada de mais.

   Uma senhora se senta ao meu lado.

   -Nossa, não acha que são muitas mochilas para uma garota só?- pergunta ela quando vê as mochilas.

   -Ah não são toda minhas. –explico. – Só essa é minha. O resto é de uns... uns amigos meus.

   -É porque estão com você?

   -Por que... –o que eu digo? O que eu digo? –eles deixaram na escola. São uns tontos.

   -Eu imagino que você terá que fazer as tarefas deles não é? Talvez não sejam tão tontos assim. –ela fala com um pouco de ironia.

   -Talvez não sejam mesmo. –digo olhando de relance para janela.

   -Esta tudo bem com você? Parece preocupada.

   -Não é nada importante.

   -Pois pra mim parece muito importante. –diz a senhora.

   -É que eu tenho uma amiga que esta com uns problemas. –minto. –Você pode me ajudar?

  -Mas é claro que posso. –aceita ela.

  -Bom minha amiga foi a uma festa esses dias, e sem querer contou algumas coisas que não devia para um garoto que ela odeia. –não sei por que estou falando isso a essa senhora, mas no momento com quem mais eu posso contar? – E agora ele esta obrigando ela fazer umas coisas pra ele e se ela não fizer...todos vão descobrir os segredo. O que ela deve fazer?

  -Essa sua amiga deveria falar para ele contar de uma vez. -acho que ela sabe que minha amiga na verdade sou eu, mas isso não tem importância agora. –Afinal qual é o problema das pessoas saberem os segredos, ele algum dia vão ser revelados.

  -Mas é que não são só os segredos dela, são de varias outras pessoas. E se descobrirem muitas pessoas podem se prejudicar.

  -Esse tal garoto, ele é o que seu? Quer dizer de sua amiga.

  Eu sorrio. Ela sabe. Por que esses planos nunca dão certo. Ela também sorri pra mim.

  -Ele é um idiota, mas agora o emprego de meu pai também depende dele.

  -Bom isso sim é o que chama de problema. –ela diz com uma risadinha. – Mas as coisas dificilmente são para sempre. Um grande segredo hoje pode ser uma coisa totalmente insignificante amanha.

  -Eu duvido que esses segredos sejam insignificantes algum dia.

  O ônibus para.

  -Eu tenho que ficar por aqui. –diz ela se levantando. –Mas lembrem-se, as coisas nunca ficam ruins para sempre, quando você menos esperar tudo isso com esse garoto e esses segredos vão ficar no passado.

  Ela sai. Eu a fico observando ir embora. Me sinto um pouco mais aliviada agora que contei a alguém sobre o que está acontecendo.

   Tento ou máximo acreditar no que ela disse, mas tudo o que está acontecendo agora parece que nunca vai passar, Cato ainda nem começou a fazer o que quer comigo.

   Quando chego em casa subo rapidamente as escadas antes que meus pais me vejam com as mochilas. Começo a fazer as lições dos garotos primeiro. Não entendo quase nada do que está pedindo pra fazer, Cato e Marvel são um ano mais velhos do que eu, eu nem comecei a aprender o que eles estão aprendendo. Quando termino de fazer tudo, minha cabeça está explodindo. Pego meu celular.

   -Ai não. –sussurro.

   Há quinze ligações não atendidas de Fox. E mais umas vinte mensagens dela também. Rapidamente disco seu numero.

   -Ah! Olha é bom saber que seu celular ainda funciona! –diz Fox assim que atende.

   -Fox me desculpe. –tento me desculpar mesmo sabendo que não vai dar certo.- Eu tive um...

   -Um imprevisto! Essa é a sua desculpa? Você poderia pelo menos ter me ligado depois da escola! –diz ela com raiva. - E o que foi aquilo no refeitório hoje? Sabe como a Kat ficou arrasada?!

   -Fox é serio eu não queria. –digo e não consigo mais segurar as lagrimas. –É que...

   -Fala! –ela fala quando não termino a frase. –É que o que Clove?

   -Fox eu não posso.

   -Não pode o que? Me falar a verdade?! –ela praticamente grita. –Nós somos amigas não somos?

   -Eu não posso...

   -Na verdade éramos amigas.

   -Não Fox...

   -Adeus Clove!

   Ela desliga.

   Jogo-me na cama e começo a chorar. Agora perdi Fox. O que eu vou fazer sem Fox? Sem ela eu simplesmente não consigo fazer nada.

   Vou até o banheiro e lavo o rosto. Agora é um dos momentos que agradeço por ter um banheiro em meu quarto. Não posso sair do meu quarto nesse estado.

   Olho-me no espelho. Estou horrível, meus olhos estão vermelhos e inchados.

   -O que eu faço agora? –pergunto-me.

  Minha cabeça doe ainda mais.

  Lavo meu rosto mais uma vez e volto pra cama. Pego meu celular novamente e vejo que são três da manha. Escuto uma leve batida em minha porta.

  -Clove. –chama meu irmão abrindo um pouco a porta.

  -O que? –respondo.

  -Ah você já chegou.

  Eu vou até a porta.

  -É já faz um tempinho que eu cheguei. –minto.

  -E você estava na escola até agora?

  Droga.

  -Ah... e-eu ... e – estava...

  -Não se preocupe eu sei o que esta acontecendo. –diz ele com um sorriso de deboche no rosto.

  -S-sabe? – como ele sabe?

  -Sei. –diz ele entrando um pouco mais no meu quarto.- A Clove ta namorando. –ele ri baixo.

  -Ah... você descobriu eu estou namorando. –um tipo de alivio e pânico me domina.- Você é mais esperto do que eu pensava.

  -E ai fala quem é o cara?

  -O cara... ele é... ele não estuda na nossa escola.

  -Sabe que eu preciso conhecê-lo não é?

  -Eu sei só... só que eu quero ter certeza que ele é o cara, não quero que ele pense nada antes do tempo.

  -Ok, como você quiser. –diz ele. –Se tiver algum problema é só me falar.

  -Ta, pode deixar. –digo enquanto ele sai do meu quarto. –Boa noite. –sorrio para ele.

  Ele sai e eu logo paro de sorrir.

  Legal. Agora eu tenho um namorado imaginário. Era tudo que eu precisava agora.

  Sento-me de costas para a porta. E começo a pensar no que terei de enfrentar amanha. Sem amigas. Sem ninguém que eu possa falar a verdade. E eu fico aqui até pegar no sono.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer de novo a vocês! Beijos até o próximo capitulo!