A Chantagem - Clato escrita por Luly


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra você meus amores! Espero que gostem!



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   Acordo novamente com a cabeça doendo, e minha preocupação com Cato volta à tona. Agora que não estou mais bêbada minha preocupação parece ter aumentado ainda mais, como hoje é domingo minha mãe não ira vir aqui para me acordar, então poderei ficar até mais tarde na cama, ma não tenho mais nem um pingo de sono.

   Meu celular toca. Tento lembrar onde eu coloquei ele. O encontro na pia do banheiro. Por que ele estava lá eu não sei.

    Eu atendo.

   -Alô? –digo.

   -Oi Clovinha! –Fox parece bem animada.

   -Oi Fox.

   -Oi, e ai ta afim de ir no shopping? Eu tenho dinheiro! –diz ela. –E não se preocupe, foram meus pais que me deram.

   -Ah... não to muito com clima pra compras. –digo voltando para meu quarto e me sentando na cama.

   -Peraí  você não esta com clima para compras? Mas você adora. –diz ela confusa.

   -É eu sei, mas sei lá, acho que aquela festa me matou.

   -Ta então eu posso passar ai? Quem sabe assistir uns filmes.

   -Ah... c- claro que pode.

   -Ok então, já to indo, beijos.

   -Beijo tchau.

   A verdade é que não quero que Fox venha aqui. Ela me conhece muito bem, ela vai saber que tem algo errado comigo. Eu não gosto de esconder as coisas de Fox, nós sempre contamos tudo uma para a outra, e agora por mais que eu queira não vou poder contar, sinto que vou trair nossa amizade.

    Depois de mais ou menos dez minutos Fox chega. Ele trouxe um dos meus filmes favoritos, e eu fiz pipoca. Colocamos o filme na teve do meu quarto.

    -O que ta acontecendo com você? –pergunta ela na metade do filme.

    -Nada. –minto. –Porque a pergunta?

    -Qual é você sempre comenta alguma coisa nessa parte do filme como “Nossa ele é muito lindo.” ou “Ele deveria ficar mais tempo sem camisa.” Vai fala sabe que pode contar comigo não é?

   -Eu sei é que... –será que eu falo? Quais são as chances de Cato descobrir? – é que...

   -É que... –repete ela.

   Se ele descobrir nossa amizade vai acabar. Mas se ele não descobrir ela pode me ajudar.

   -É que... eu não acho mais esse cara tão gato agora. –não posso arriscar nossa amizade, nunca. - Você viu as fotos dele que vazaram na internet? –eu rio.

   -Sim eu vi. –ela também ri. – Horrível!

   Nós começamos a conversar sobre atores que eram gatos e agora não são mais, e acabamos esquecendo de assistir o filme. Por um momento consigo me sentir bem, sem me preocupar com o que Cato sabe sobre mim, sobre Fox, ou sei lá de quem mais eu falei para ele. Mas assim que Fox vai embora tudo volta ao normal, volto a me sentir uma estúpida que agora vai ter que obedecer a pessoa que mais odeia no mundo. Volto ao meu quarto e me enrolo na coberta tentando ao máximo fazer com que o mundo a minha volta desapareça.

    Depois do que eu acho serem umas três horas escuto a porta se abrindo.

    -Clove o jantar... ta tudo bem com você?- pergunta meu irmão.

    -Claro. –tento parecer convincente. –Fala para mamãe que eu não to com fome agora, eu e Fox fizemos pipoca e eu acho que comi demais.

    -Ok. –diz ele desconfiado.

   Ele fecha aporta novamente. Me celular começa vibrar. Recebi uma mensagem.

                                   Seu trabalho começa amanha nanica.

                                                                                   -Cato.

    

    Jogo meu celular para longe, e faço força para não começar a gritar. Mordo meu cobertor com muita força, e começo a chorar. Não faço barulho algum, não quero que meus pais perguntem o que esta acontecendo.  

    Já posso ouvir as risadas de Cato, posso ouvir a risada de todos os seus amiguinhos ridículos, já posso sentir a humilhação que ele vai me fazer passar na escola. E quando será que isso vai acabar? Se é que vai acabar algum dia. Ele pode continuar me chantageando por anos.

    Esse pensamento me deixa mais desesperada do que antes. Tento controlara minha respiração, que está muito mais acelerada do que o normal.

    Meu celular toca novamente, engatinho até ele e vejo quem é. Fox. Não posso atender. Não desse jeito. Qualquer um que ouvir minha voz agora vai perceber que eu estou chorando ou que eu estive chorando. Deixo tocando. Isso me doe muito, Fox é minha melhor amiga. Quando ele finalmente para de tocar, meu celular vibra. Uma mensagem.

                      Clove ta tudo bem?? Eu te liguei e você não atendeu... Ta com algum problema?? Por favor, quando receber essa mensagem me liga to preocupada com você.

  Beijos Fox

   Mais lagrimas escorrem pelo meu rosto. Quero poder ligar para Fox e contar tudo.

   Escuto algum batendo na porta. Me deito rapidamente de costas para a porta. A porta se abre lentamente.

   -Clove querida. –chama meu pai.

   Não respondo, fecho os olhos.

   -Já esta dormindo?- não respondo, ele se senta em minha cama. –Ah eu te conheço Clove. –ele faz cócegas em mim. Faço o máximo para não rir muito, pois sei se eu o fizer irei começar a chorar.

   -O que foi pai? –pergunto fazendo uma voz de sono.

   -É que ontem você estava estranha no jantar. Estava tudo bem?- fico em total silencio. –Na verdade você ficou mais estranha depois que você foi ao banheiro. Você encontrou o Cato lá? Ele fez alguma coisa pra você? –continuo em silencio segurando as lagrimas. –Bom se não aconteceu nada. –ele se levanta e vai em direção a porta. –Sabe que se ele fez alguma coisa, você pode falar para agente, ou só para sua mãe se você se sente mais segura com ela. Mas se não aconteceu nada, esta tudo bem então boa noite. –ele fecha a porta.

   Mais algumas lagrimas escorrem pelo meu rosto, não só por ter que esconder o que Cato vai fazer comigo, mas por ter roubado dele. Eu nem sei por que fiz isso. Meu pai sempre me dava o que eu queria, sempre.  A discussão que tive com meu irmão volta na minha cabeça. Ele tinha me perguntado se eu nunca cansava de ser a certinha. Será que eu não roubo do meu pai para não ser essa certinha que meu irmão falou? Mas do que impor eu descobrir isso agora? Já estou com a corda no pescoço. Depois do que eu imagino serem algumas horas consigo finalmente cair no sono.

    Sonho com Cato. Nós estávamos na festa de Peeta, estamos conversando. Não escuto o que eu ele fala nem o que eu falo. Mas estamos muito perto um do outro, muito mesmo. Sua mão acaricia meu rosto e meu pescoço. Eu não sei por que não estou me afastando, ou gritando com ele. Eu estou sorrindo como se gostasse. Mas eu estou gostando.

    O que?! Como eu posso estar gostando?!

    Seu rosto começa a se aproximar do meu. Eu começo a aproximar o meu. Para! Não quero parar. Quando nossos lábios estão prestes a se tocar sinto meu celular vibrar debaixo de meu travesseiro, e acordo.

    Mais uma mensagem provavelmente de Fox.

                          Bom dia nanica dormiu bem?? Te vejo mais tarde.

                                                                                                      -Cato.

    Cerro os dentes ao ler a mensagem.

   -Como eu te odeio seu idiota, por que você insiste em ficar me mandando essas mensagens estúpidas. –digo me levantando da cama. – Eu já sei que você vai me ferrar hoje, não preciso de lembrete nenhum. – vou para o banheiro tomo banho coloco uma camiseta de manga curta uma calça jeans. –Como ele conseguiu meu numero? –pergunto-me. –Ah quem se importa!

   Sempre quando eu discuto comigo mesma é por que eu estou preste a ter um ataque de raiva e isso não é nada bom. Eu terei que ser simpática com Cato, se não ele vai fazer seu pai parar de trabalhar com meu pai, e isso não seria nada legal, meu pai esta muito contente com o pai de Cato.

    Vou até a cozinha e tomo o café da manha. Depois escovo meus dentes e espero meu irmão no carro.

   -Dessa vez não sou eu quem esta demorando. –reclamo. –Jack! Jack!–grito. –Vem logo!

   Depois de alguns minutos ele aparece ainda com metade de um bolinho na mão. Ele entra no carro.

   -Pra que a presa irmãzinha? –pergunta ele. Eu pego o bolinho de sua mão e o jogo pela janela. –Ei! O que foi isso?! –pergunta ele. –Ta mal-humorada hoje?

   -Só dirige a droga do carro! –grito.

   -Ta legal nervosinha.

   Bufo e me jogo na poltrona do carro. 

   Quando meu irmão estaciona o carro, saio e bato a porta com muita força. Logo que saio consigo avistar Cato. Ele e seus amigos estão perto de seu carro conversando. Marvel, o garoto que eu acho que é seu melhor amigo me vê e comenta alguma coisa com Cato, que olha para mim e da o mesmo sorriso que eu quando me viu no restaurante. Ele pega seu celular e escreve alguma coisa e o guarda novamente, o meu vibra e eu vejo a mensagem.

               Você vai ter um longo dia pela frente.Espero que não tenha planos.  

                                                                                                                                    -Cato   

   -Clove onde você esteve? –Fox aparece atrás de mim. –Eu te liguei, e te mandei uma mensagem e você não respondeu. O que aconteceu?

   Continuo olhando para Cato com ódio.

   -Clove! –chama Fox.

  -Ah desculpa, eu não vi. –digo olhando para ela.

  -Sei. –ela com certeza não acredita. – Mas e ai ta a fim de fazer compras hoje? A Kat também vai!- diz ela animada.

  -Depois da escola? –nós vamos para o pátio.

  -Sim. E ai vamos?

  -Eu não vou poder, eu e meu irmão vamos... vamos sair com minha mãe depois da escola. –minto.

  -Ah que pena. –ela realmente esta desapontada.

  -Mas amanha eu vou poder.

  -Eh! –ela da pulinhos animada. –Então eu tinha visto uma bolsa linda naquela nova loja, e eu tipo amei!

  Nós conversamos sobre bolsas até o sinal tocar.

   Na hora do intervalo para o almoço encontro com Cato e minha primeira tarefa é ordenada.

   -Entendeu? –pergunta ele no final.

   -Você é simplesmente um monstro sabia? –digo.

   -Entendeu? –repete ele dessa vez mais firme.

   -Entendi. –respondo.

   -Agora vai. –diz ele sorrindo.

  Simplesmente não acredito no que irei fazer. E também não acredito que Cato quer que eu faça isso. Continuo andando até o refeitório. Cato e seus amigos chegam lá antes de mim. Me pergunto se eles sabem o que eu irei fazer.Provavelmente não.  Cato não estragaria a surpresa. Vejo Fox fazendo um sinal para que eu me sente junto com ela e Kat. Eu as ignoro. Olha para Cato e vejo ele falando silenciosamente “agora”. Respiro fundo e subo em uma mesa onde só a duas pessoas sentadas. Elas olham para mim com curiosidade assim como todo o refeitório.

   -E ai Glimmer! É serio que você ficou com o Peeta na festa dele?! –Glimmer a rainha da escola a ultima pessoa que você vai querer fazer inimizade. Todos têm uma reação imediata, alguns riem, alguns ignoram, Katniss sai correndo do refeitório e é nessa hora que eu queria morrer. Peeta me xinga e corre atrás de Katniss. E Glimmer que esta na mesa a frente da minha com uma expressão de raiva, ódio e confusão tudo ao mesmo tempo.

  -O que?! –pergunta ela.

  Olho para Cato discretamente e ele faz um sinal para que eu continue.

  -É isso mesmo querida! –grito para todos me ouvirem. –Eu vi você pegar o Peeta na festa mesmo sabendo que ele esta com a Katniss! –encontro Fox na multidão ela parece totalmente perdida e confusa. - E não foi só ele né? O Gale também! –graças a Deus Gale não veio hoje.

  -Você enlouqueceu?! Eu nunca ficaria com o Peeta ou o Gale! –berra ela, sua reação faz a maioria das pessoas ali rirem.

  -Mas não foi o que eu vi não! –digo. Agora mais que nunca quero simplesmente matar Cato.

  -Ah não viu nada sua vadia!- ela continua berrando de raiva. –Você deveria estar totalmente bêbada e estava vendo coisas!

  -Claro que estava, e você deveria estar totalmente sóbria, né? Você é sempre tão certinha! –digo irônica. Ela grita e sai do refeitório.

  -As coisas não vão ficar assim sua vadia! –grita ela.

  Eu desço da mesa. Fox sai correndo provavelmente procurando Katniss. O resto ri. Alguns de mim. Alguns de Glimmer. Alguns de tudo que acabou de acontecer. Eu começo a sair do refeitório, mas antes Cato segura meu braço.

   -Parabéns. –sussurra ele e me solta.

   Não olho para ele só corro para longe do refeitório.

   -Clove! –chama meu irmão correndo atrás de mim.

   Continuo correndo.

   -Clove para! –ele me alcança e segura meu braço. –O que aconteceu lá?

   -Nada. –seguro as lagrimas. – Nada é que eu... estava cansada dela. –minto.

   -Não sabia que você tinha problemas com ela. –ele parece confuso.

   -Jack!-escuto Cato o chamando. –Ta tudo bem com ela?

   -Eu sei lá. –responde Jack.

   Cato agora esta ao meu lado.

   -Por que você fez aquilo com Glimmer? –pergunta ele fingindo estar preocupado.

   -Por que eu quis ta legal! Eu não gosto dela! –digo puxando meu braço da mão de meu irmão. –Agora da pra me deixarem em paz?!

   Eu começo a andar para a sala dando as costas para Jack e Cato.

   Meu celular vibra.

                Isso não foi nem o começo, ainda tenho muitos planos pra você hoje. No final da aula me encontre atrás da escola.

                                                                                                                                            -Cato     


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Notas finais do capítulo

Gente muito obrigada mesmo por estarem lendo, é muito importante pra mim. Falem o que acharam do capítulo!