With Me escrita por Factory Girl


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Heey, mais um capítulo, espero que gostem!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/314198/chapter/10

CPOV
 

- Ah, meu Deus, estávamos tão preocupados! – disse Caroline, atravessando a sala em passos apressados até vir se postar precisamente à minha frente.

- O que estavam pensando?! Desaparecendo assim, sem avisar ninguém! Cheguei a pensar que...! – Stefan deixou a frase interminada, mas eu não compreendia realmente o que ele queria dizer. Afinal, não havia motivo para tanto alarde. Não que eu soubesse, pelo menos. Agora, isso sim me preocupava.

- Não quer que comecemos a pedir autorização pra passar a noite fora agora, quer? – inquiriu Damon, se postando ao meu lado, e sua despreocupação claramente desprezava o nervosismo de todos ali. – Nós somos adultos, Stefan! E depois, foi só uma noite, qual é o problema? – questionou, e o ultraje na expressão de Stefan fez com que eu desejasse que ela não o tivesse feito.

- Qual é o problema?! – bradou ele, se aproximando de nós com uma calma deliberada. – Eu procurei vocês por todos os lados, liguei pra absolutamente todo mundo que achei que pudesse ter alguma informação. Matt está alerta no Grill, e a xerife Forbes colocou a polícia atrás de vocês... Tem alguma noção de como ficamos, sem saber onde tinham se metido, ou se estavam bem? Você sabe se virar, mas Charlotte... – disse, se virando para me olhar preocupado. Tudo bem, ele estava preocupado, mas meu Deus, Stefan sabia como dar um show! Eu estava perfeitamente bem, Damon também, estávamos aqui agora, e ele estava exagerando. Eu estava segura com Damon a noite toda, e parte da manhã. Na verdade, nesse pequeno intervalo de tempo, eu me sentira mais segurado que nunca, e ele devia saber disso. Devia saber que ninguém se colocaria em risco para me manter segura mais do que seu irmão, e que era hipocrisia reagir daquela forma quando estávamos ambos ali, bem.

- Quem é Ma...

- Eu nunca deixaria que nada acontecesse a ela, Stefan! – Antes que eu pudesse expressar minhas dúvidas em relação a essa nova persona que eu desconhecia, Damon me interrompeu, bradando de volta à Stefan, que agora já estava próximo o suficiente para que nenhum dos dois gritasse mais. Não que antes ele estivesse longe, mas agora era quase ridículo. Eles, porém, não pareciam aptos a abaixar o tom de voz devido à proximidade, e eu apenas observava tudo, agora calada. – Na verdade, Charlotte estava mais segura comigo do que com você. Se eu bem me lembro, não fui eu quem resolveu colocar a vida dela em risco só por causa de um plano idiota – atirou, cuspindo as palavras enquanto eu continuava a ouvir e observar atentamente ao comecinho de briga dos dois. Parecia tão errado, vê-los brigar daquele jeito. Eu, pelo menos, nunca havia presenciado mais do que uma leve discussão, e agora estava chocada demais para dizer alguma coisa. Não havia muito que eu pudesse dizer, de qualquer modo, e assim eu permanecia em silêncio, mesmo sabendo que o motivo daquele desentendimento todo, no final, era eu.

Mas Stefan não tinha resposta para aquilo, apenas por que era a mais pura verdade. Damon me queria longe da confusão, enquanto Stefan me atirara bem no meio dela, na linha de fogo. Eu não o culpava, porém, como Damon parecia fazer. Stefan me havia feito uma proposta, e eu havia decidido aceitar, por que queria ajudar, e ia fazê-lo como pudesse. Se essa era a única forma, então assim seria. Com essa resolução, percebi que era minha vez de falar, por mais que preferisse me manter neutra, eu precisava intervir.

- Não é culpa dele, Damon. Já conversamos sobre isso – falei simplesmente, puxando sua mão na minha e apertando-a de leve no que deveria ser um ato tranquilizador. Não parecia surtir muito efeito, porém, mas o aquietou por alguns instantes, ao mesmo tempo em que minhas palavras silenciavam Stefan.

- Você está mesmo bem? – insistiu Caroline, e só então me lembrei de que ela estava a minha frente, ainda me analisando com olhos perspicazes, tentando encontrar algo de errado em minha figura. – Esse ser maquiavélico não fez nada com você, fez? – questionou, e procurei, automaticamente, por algum vestígio de humor em seu rosto. Não havia nenhum, e isso me fez rir. Ela realmente falava sério quando se referiu à Damon como um “ser maquiavélico”, e isso era engraçado demais para que eu conseguisse me segurar e manter minha diversão para mim mesma. Ela agora me fitava, curiosa e confusa, sem realmente entender o por que de meu breve ataque de risos.

- Ele não é nada disso, Caroline – expliquei, já mais composta, revirando os olhos e voltando a encarar seu rosto. – E sim, eu estou melhor do que bem, se você insiste em saber.

- Vocês... – Stefan balbuciou, e me voltei em sua direção, assim como Damon e Care, a espera que ele terminasse o que dizia. Algo no modo com que as palavras saiam entrecortadas de sua boca, porém, deixava claro que talvez isso demorasse um pouco. – Damon, vocês... ? ... ?! ...! – revirei os olhos internamente ao perceber onde ele queria chegar, sua expressão externando todo o choque que parecia se alojar em seu interior, como se ele tivesse acabado de perceber algo... Como se tivesse acabado de entender. Como se tivesse finalmente realisado que havia deixado alguma coisa passar. O motivo pelo qual nós passamos a noite fora. O porquê de meu cabelo estar tão mal arrumado, de termos levantando tão tarde e de eu, na verdade nós dois, estarmos tão resplandecentes. Eu não precisava ler mentes para saber o que era.

- Ela não é mais um dos seus brinquedos, Damon – bradou, de certo modo mais furioso, e com algo parecido com um ódio real queimando em seus olhos. – Não pode apenas descartá-la agora. É a Charlie, pelo amor de Deus! – E então os dois explodiram em gritos, a mão de Damon arrancada da minha enquanto ambos de lançavam um contra o outro. Eu pegava apenas palavras entrecortadas, interrompidas mas não impedidas, por palavras bradadas de volta, e meu nome, às vezes, assim como o de outras mulheres, que eu preferia não ouvir. Era surpreendente que eles não tivessem se atracado no chão da sala ainda, e eu temia que isso não estivesse muito longe de acontecer.

- Hey, hey, vocês dois – gritei, me colocando entre seus corpos, próximos demais, separando-os o máximo que a distancia de meus braços permitia, minhas mãos espalmadas, cada uma no peito de um deles, acompanhando suas respirações ofegantes e seus corações, batendo em um ritmo mais rápido do que o normal. – Parem agora! Vocês são irmão, pelo amor de Deus! – falei, só agora percebendo que também estava ofegante, apesar demais relaxada do que qualquer um dos dois. Eu não tinha a intenção de me meter. Nunca fora boa em apartar brigas, com minha pequena experiência que vinha toda de brigas de bêbado das quais eu salvava Damon, vez ou outra, de volta a 1857. Mas ninguém ali parecia disposto a ajudar. Caroline parecia apavorada, uma criança assustada, em uma posição que deixava claro que estava pronta para sair dali e levar Elena consigo a qualquer momento. E Elena (espera, Elena estava ali o tempo todo?), por si só, estava ocupada demais, olhando para mim com uma expressão clara de nojo.

Me magoava vê-la assim, com um olhar de desprezo que não podia ser dirigido a ninguém mais do que eu (bom, talvez para Damon, mas a maior parte dele era toda minha, com certeza). Eu teria pensado que agora nos daríamos razoavelmente bem, depois de nossa conversa franca ontem à tarde, mas parecia que sua descoberta sobre minha noite com Damon fizera com que tudo fosse por água à baixo. Era uma pena, mas eu não tinha tempo para isso agora.

- Charlotte, ele...! – protestou Stefan, recuperando minha atenção, e me apressei em interrompê-lo.

- Calado! Os dois! Eu não quero saber qual o problema de vocês, nem por que acham que tem o direito de brigar por... Isso, mas vocês vão parar com essa ignorância, e vão pedir desculpas um para o outro, como os cavalheiros que são, agora mesmo! – exclamei, recolhendo minhas mãos para deposita-las na cintura, dando um passo para trás para não mais ficar entre os dois.

- O que?! Não! Eu não vou pedir desculpas! – foi a vez de Damon protestar, olhando para mim, ultrajado, assim como Stefan, do outro lado, mas não dei ouvidos a ele tampouco.

- Vai sim! Os dois vão! Agora, crianças – exclamei, utilizando do adjetivo infantil de propósito, tentando fazê-los ver que estavam agindo pior do que quando o eram. Suas expressões passaram de desconcertadas e zangadas para revoltadas, mal humoradas, e zangadas , enquanto os dois colocavam as mãos nos bolsos da calça com uma sintonia quase engraçada, ambos encarando o chão, procurando por uma forma de sair disso. – Você primeiro, Stefan – falei, e ele levantou a cabeça para protestar mais uma vez, mas a abaixou novamente, percebendo que me contrarias não o levaria a nada.

- Eu... Sinto muito – disse, relutantemente, em um tom baixo e quase inaudível, se não fossemos todos vampiros ali. – Sinto muito por ter me descontrolado com você, eu só fiquei preocupado... – disse por fim, ainda encarando o chão, e decidi que estava bom.

- Muito bem, agora você – falei, me virando para Damon, que ainda fitava seus sapatos e se voltou abruptamente para mim.

- Você não quer realmente que eu me desculpe, quer?!

- Eu quero, e você vai. Vamos lá, Salvatore, não vai te matar – insisti, perfeitamente ciente de minha voz doce e convincente, e de minha expressão gentil e magoada, que sempre o convencia.

- Sabe, acho que você não está levando em consideração... – começou, mas eu o interrompi, abandonando a expressão carinhosa e reassumindo a postura irritada e impaciente.

- Ah, por favor, eu não tenho o dia todo! – exclamei, recebendo em resposta um resmungo baixo demais para que mesmo meus ouvidos pudessem decifrar, e um balanço contrariado de cabeça, enquanto ele voltava a fitar o chão.

- Ta bom, ta bom! Me desculpe por... Você sabe, me desculpe! – disse rapidamente, e mesmo tendo quase certeza que nem ele mesmo sabia pelo que se desculpava, e decidi que também seria o melhor que ele podia fazer, e que teria que ser o suficiente.

- Ótimo, obrigada. Agora, já que estamos todos bem novamente... – Tudo bem, isso era mentira. Elena ainda me olhava daquele jeito que fazia eu me sentir mal por dentro, e revirou os olhos, bufando e se virando, atraindo todos os quatro pares de olhos da sala para si enquanto desaparecia pelos arcos do hall, de braços cruzados. Caroline suspirou, se virando uma vez para dar de ombros para nós três como um todo antes de sair também, atrás da amiga, e esperei que a porta fosse batida pela segunda vez para continuar o que tinha começado a falar. – Então... Já que agora não teremos mais interrupções, será que vocês podiam me explicar que é Matt, e por que alguém que deveria ser do Conselho dos Fundadores estava atrás de mim e Damon? – perguntei com um falso sorriso doce, focando apenas Stefan, que afinal havia sido quem me envolvera nessa, em seu surto de preocupação extra dramática. Onde ele estava com a cabeça quando chamou a xerife eu não sabia, mas sabia que nada bom podia sair disso, e estava ansiosa por descobrir mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!