Viagem Ao Centro De Clara escrita por Chona


Capítulo 3
Capítulo 3: 5 horas atrás parte 2


Notas iniciais do capítulo

Bom, queria agradecer pelos comentários. :D E aproveitem o capitulo, já estou escrevendo o próximo. E se estiveram gostando, por favor, recomendem.



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- Essa é a pior piada da história das piores piadas do mundo. – Gabi disse quase roxa de tanto rir. –

- Se foi tão ruim, por que todos vocês estão rindo? – no meio das risadas o único que não ria era ele. –

- Porque estamos todos bêbados, Caio. – Diego disse rindo. – Menos a Clara, que parou de beber antes mesmo de meia noite.

- Depois de umas sete garrafas né?! – Caio, voltou a me olhar pelo retrovisor. Era como se ele não tivesse lembrado de mim até Diego tocar em meu nome. Foi como um estopim. E agora me encarava como no bar.

Eu olhava pra estrada mas minhas costas queimavam, e eu sabia que era o olhar de Caio em mim. Tentei ao máximo ignorar mas era impossível. Olhei atentamente pra estrada antes de me virar e olhá-lo. Os olhos dele são lindos mas o sorriso. Ah esse sorriso. Um sorriso assim deveria ser ilegal. Era injusto alguém ter um sorriso como o dele.

Não seria nenhum sacrifício pra mim olhar pro sorriso dele pelo resto da noite.

- CLARA!! – não consegui distinguir de quem foi o grito. Voltei meu rosto pra frente e tudo que eu vi foi um caminhão. Tentei desviar e tudo se transformou em um borrão. Primeiro as voltas, depois os giros. Gritos eram o que eu mais ouvia. Eles conseguiam ser mais altos até do que o barulho da lataria do carro batendo fortemente contra o chão.

Não sei quanto tempo se passou, acho que foram apenas alguns segundos. Os segundos mais longos de toda a minha vida.

- Ai! – Diego exclamou. Virei pra olhar para os meus amigos. O carro parou em sua posição normal. Gabi estava com a barriga em cima do apoio de cabeça do banco do motorista; Amanda que estava do meu lado segurava a perna e tinha uma expressão de dor no rosto; Diego estava sentado normalmente como se nada tivesse acontecido; e Caio tinha a mão cheia de sangue e... um sorriso enorme no rosto.

- Seu doente!! Por que você está rindo? A gente acabou de sofrer um acidente, não é engraçado. – E pra melhorar Diego começou a rir também, sendo acompanhado por Gabi. Amanda até que tentou rir mas deveria estar sentindo muita dor. – Seus idiotas! Caio você está bem? Você esta sangrando? - Minha cabeça latejava. Coloquei a mão e meus dedos voltaram com sangue, provavelmente devo ter batido em algum lugar.

Parecia que eu era a única ciente de que a gente tinha acabado de sofrer um acidente. Esses idiotas são muito idiotas.

- Não, ta tudo bem. Só está doendo um pouco minha cabeça.

- Ai meu Deus! Você bateu a cabeça? Cristo! Alguém liga pra ambulância? – eu falei. Talvez eu tivesse um pouco descontrolada, mas porra, acabamos de sofrer um acidente merda.

- Sabe o que eu quero agora? – Caio disse. Olhei pra ele, que arredou o corpo pra frente e me segurou pelo braço, inclinando a cabeça na direção da minha. – Te beijar. Eu quero muito te beijar agora Clarinha.

Arregalei os olhos. Definitivamente, ele tem algum problema. E o pior foi que ele me beijou. Ele realmente me beijou. Droga! Ele tinha que beijar tão bem?

Quase que inconscientemente coloquei minha mão na sua nuca, e foi ai que eu lembrei do acidente. A nuca dele estava grudenta. Parei o beijo e olhei meus dedos. Tinha muito sangue.

- Caio, você está sangrando muito.

- Ele sempre foi muito “sangrão”. – Diego disse rindo. – Lembra aquela vez que a gente estava andando de bicicleta? Você deu uma raladinha no joelho e parecia que tinha arrancado um osso seu de tanto que sangrava. – Caio concordou com a cabeça e eu resolvi ignorar os dois.

- Alguém já ligou pra merda da ambulância cara? – falei olhando pra Amanda e Gabi.

- Já, eles estão vindo. – Acenei com a cabeça e encostei a mesma no acento. – Ei gente, vamos esperar lá fora?

Estávamos saindo do carro, e quando foi a vez do Caio, ele cambaleou. Diego e eu rapidamente o amparamos. Ele disse estar bem. Diego o deixou encostado no carro e foi atrás das meninas que estavam sentadas no meio fio. Eu continuei ao lado dele.

- Psiu, não feche os olhos. – eu disse quando ele começou a “pescar”. –

- Minhas palprebas estão pesadas. – ele começou a enrolar na fala. Eu cheguei perto e segurei seu rosto em minhas mãos.- Eu gosto tanto das suas mãos, elas são macias e tem um cheiro bom de lavanda.

- Lavanda é cheiro de produto de limpeza. – eu sorri, e ele me acompanhou, só que pela primeira vez, o sorriso não parecia ser verdadeiro. – Caio... você vai ficar bem né?

- Claro tampinha. Eu só bati a cabeça, mas nada que não se resolva. – ele colocou meu cabelo atrás da orelha. – Eu também gosto dos seus cabelos. Eles são sedosos. - fiquei com vergonha. Eu e ele nunca fomos muito cheios de mel com açúcar.

- Vai escrever sonetos pra mim agora? Falando do meu cabelo e das minhas mãos? – tentei descontrair. Ele me ignorou e continuou falando.

- Pra falar a verdade eu gosto muito de você. De verdade. Acho que se eu namorasse alguém, esse alguém seria você. Nenhuma outra menina..

- Cala a boca Caio. Coisa melosa. – ele riu de um jeito sacana. As luzes e o barulho da ambulância começaram a ficar audíveis e em segundos depois eu já estava dentro de uma ambulância. Na verdade cada um de nós estava, e eu não estava com um pressentimento muito bom.


- Eu vou te dar um remédio pra dormir pois preciso mexer no ferimento da sua cabeça tudo bem? – um dos enfermeiros que estava na ambulância comigo disse. Assenti, e bom depois de me aplicar alguma coisa na veia, as coisas foram ficando meio... desinteressantes. Quando dei por mim já tinha dormido.




- Ela vai ficar bem. Foi um ferimento superficial, se curará com o tempo. E eu peço que contem a ela com calma o que aconteceu com o garoto. – uma voz ao fundo falava em um tom sussurrante. Sabia que não queriam que eu escutasse. – Olha! Ela já acordou. Com licença.

- Filha. – O rosto de meu pai entrou no meu campo de visão. Ele tinha um semblante preocupado, também não era pra menos. Afinal eu tinha sofrido um acidente.

- Pai... – minha garganta estava seca, e minha cabeça doía. – Eles estão bem? Todos eles estão bem num é?

- Oh minha querida... – ele disse cauteloso. No mesmo instante meu cérebro deu um estalo. – Eu sinto muito.

- Pai, o que aconteceu? Cadê eles? – tentei levantar sendo impedida pelo meu pai e o barulho dos aparelhos que já era irritante ficou ainda mais.

- Filha, eu sinto muito. O seu amigo, o Caio.. ele.. não.. resistiu. Eu sinto muito.



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