– Ela se sentiu ameaçada a perder seu macho, já temos um ponto marcado. -disse Alice ao meio das gargalhadas que ela soltava a cada parte da história que eu contava sobre o meu dia– Isso é interessante, muito interessante.

Odiava o fato de termos que ficar naquele banheiro nojento do segundo andar, ele além de dar náuseas, me dava calafrios. Provavelmente por causa da menina-fantasma insuportavelmente monga que ficava lá dia e noite, enchendo o saco das meninas que iam lá (se isso for possível, nunca entendi essa expressão quando usada para mulheres, até parece que nós temos sacos).

O sinal finalmente tocou, comemorei internamente. O motivo era que a próxima aula era Herbologia, na qual eu era excelente, já que eu era fascinada pelas plantas. Além disso, era a única matéria que eu não tinha com a Marlene Mckinnon (estava com um pouco de raiva dela no momento) e com a Dorcas Meadowes (no qual eu tenho que viver explicando coisas básicas da matéria, ou soletrar palavras comuns como "ônibus", acredite se quiser, ela me perguntou como se escrevia).

Entrei na sala e rolei os olhos por todos alunos que nela estavam, tentando identificar aonde seria melhor eu sentar. Estava andando para um lugar bem atrás de um garoto que parecia normal, ainda permanecia naquela faze de conhecer pessoas novas, só que ao chegar perto senti um fedor tão nojento que tive que escolher outro lugar. Deve ser o cara que peida dessa turma, por qual motivo sempre tem que ter alguém que solta aqueles gases tóxicos o tempo todo? Como eu sou muito inteligente andei de costas para trás em vez de andar normalmente e bati de leve em uma pessoa.

–Sempre me batendo ruivinha? – Eu conhecia aquela voz, ERA JAMES POTTER. Meu estomago revirou, até que eu pensei que iria vomitar, avia comido muito na refeição anterior.

–É o costu... –Sim, eu fiz ânsia de vomito na frente do garoto que eu estava afim. Rezei todos os tipos para que ele não tivesse percebido.

–Boa tarde alunos. - disse a professora entrando toda animada – Hoje teremos aula teórica e vamos começar com...

A voz da professora foi sumindo na minha mente enquanto eu olhava (quase babando) o James. Avia sentado na carteira atrás dele, o que era mágico. Eu não conseguia me concentrar na aula. Já sabia aquilo tudo mesmo. Podemos dizer que eu sou nerd demais da conta. Mas eu só conseguia pensar naquele cabelo que voava levemente por causa do ventilador, nos olhos penetrantes e vermelhos por causa do sono (será?), em como ele era tão...

–Lindo - Todos os olhos se viraram para mim. Não pude acreditar que disse em voz alta aquilo. Mas eu estava hipnotizada por aquele menino. Olhei para o fundo da minha mente procurando a pergunta que a professora havia dito anteriormente - Quer dizer... a resposta é Mandrágora.

–Está certa a resposta - disse ela com uma cara surpresa.

Durante o resto da aula eu consegui manter a pose de aluna concentrada e nerd. Respondi todas as perguntas. No final da aula eu só esperava que o James dissesse "Tchau" para mim. Mas nada aconteceu, nem uma simples manifestação de afeto, quando o sinal tocou a professora me chamou para falar com ela. "Fudeu" pensei.

–Lílian Evans, estou impressionada com você. -disse a ela quase brilhando de felicidade - Tenho um convite especial para você.

–Quer fazer parte dos herbotleatas? - disse um menino com cabelos pretos e oleosos - É muito legal, a gente é como um grupo descolado que estuda fatos sobre plantas. Participamos de diversos campeonatos para ver de quem é a melhor planta, etc. Como é obvio, eu acho, eu sou o melhor até agora.

Eu já vi esse menino antes. Ele era da minha turma de poções. Mais que um nerd em poções, ele era o rei dos nerds. Severus Snape era seu nome. Talvez ele use as poções para ser o melhor... Quando percebi que estava encarando ele gaguejei algo como “Vou pensar” e saí da sala rapidamente. Seria uma experiência bacana, conhecer gente nova. Eu acho...

***

– O QUÊ? HERBOTLETAS? –Dorcas falou mexendo em um saia que ela pensava (uau, primeira vez eu a vejo pensando) –Suicídio social amiga.

–Nossa você tem tanta sorte por te nós duas para te orientar – Marlene disse como se fosse uma espécie de caridade – Olha o que você ganhou até agora: Roupa bonita, amigas populares e conselhos de graça.

Realmente o shopping estava sendo divertido, apesar delas serem um pouco metidas e gostarem de roupas que só deveria se usar em um bordel. A raiva da Marlene havia sumido completamente, afinal, ela havia se desculpado e tem sido legal comigo desde então.

–Amiga! Olha aquilo! – consegui ver o ódio nos olhos da Dorcas e nos da Marlene quando viram Sirius e uma garota se pegando perto da fonte.

Explicando o “status” da Dorcas no momento é simplesmente solteira. Sirius terminou com ela por SMS não faz menos de duas horas. Qual foi a reação da pobrezinha? Primeiro ela gritou e tacou o telefone em um cara que tinha o cabelo igual o do seu ex, e depois que viu Remus Lupin passando sorriu para ele, virou a cara para mim e Marlene e disse “Acho que estou apaixonada”. Enquanto isso Marlene estava com a cara ainda emburrada, talvez ela tenha uma quedinha pelo Sirius, mesmo namorando o James, ou talvez seja porque eu estou tentando dizer a mim mesma que eu vou ter algum dia o Potter? Esse mundo das garotas parece mais uma novela mexicana.

–Amiga, celular, agora – Marlene disse sem se quer tirar os olhos do Sirius beijando aquela garota, “tarada” pensei imediatamente – Vou vingar você, ninguém troca a minha amiga tão rápido assim! Cachorro!

–Identificador de chamada? –disse Dorcas entregando o celular e Marlene foi falando com uma pessoa na linha – Ah, claro, ela não seguiu a lista.

–Alô? É a Karina do planejamento familiar, poder pedir para ela me ligar? Obrigada – disse ela imitando uma voz do consultório desligando o telefone com um sorriso – Prontinho, ela não vai namorar ninguém por muito tempo.

–Quem se importa com o Ninguém? – disse Dorcas, porém foi ignorada, por nós duas.