Capítulo III: Encontros!

"Eu queria protegê-lo! E eu não pude protegê-lo"

Yukimura Chizuru!

Nunca parei para pensar em como seria se eu os encontra-se novamente... Eu sonhava com o dia em que poderia ve-los de novo, mas, sabia que era impossível, entretanto, em algum lugar no meu coração, uma pontinha de esperança permanecia.

A saudade era muita, saudade das brigas, das risadas, da comida, das lutas, dos olhares singelos.

Eu os amava tanto que chegava a doer, e quando eles se foram, meu coração se congelou um pouquinho, justamente no lugar onde eles eram mantidos.

Eu tranquei essa parte importante para que eles não pudessem sair, eles não DEVIAM sair, nunca.

Agora que paro para pensar, acho que não deve ter sido uma boa idéia...

Ou, ao menos eu devia ter ficado longe deste país, nunca devia ter voltado, nunca devia ter seguido aquele garoto.

Se eu soubesse o que me aguardava ao sair de perto de Amagiri e Shiranui, eu teria me acorrentado àquela mansão.

Eu não estaria vendo-os todos ali brincando com o garotinha da touca, eu não estaria vendo aqueles sorrisos novamente... Eram eles, estavam todos ali; Heisuke-kun, Sannan-san, Okita-san, Saitou-san, Kondou-san, Harada-san, Shinpachi-san e Hijikata-san... Eles estavam bem diante de meus olhos...

Eu queria falar com eles, sentir-los, sorrir com eles...

Aqueles olhos lílases se viraram em minha direção... Hijikata-san percebeu minha presença... Sua expressão foi de alegre para desconfiada...

– O que houve Toshio-kun. - Kondou-san perguntou.

– Quem é você? - Ele ignorou Kondou-san e se dirigiu a mim ríspido.

– E-Eu... - Tentei argumentar, porém, estava surpresa demais.

– Hime-san! - O garoto dono da touca se pronunciou.

– Você a conhece Kenji? - Okita-san perguntou e ele assentiu sorrindo.

– Aqui! - Falei estendendo a touca.

O garoto veio em minha direção e a pegou sorrindo.

– Hime! Como você se chama? - Ele perguntou com os olhinhos pidões.

– Chizuru. - Respondi docemente.

– Chizuru-chan, venha brincar com a gente. - Ele pediu e antes que eu responde-se Hijikata-san interveio.

– Já está ficando tarde Kenji.

– Ah! Que isso Toshio, nem escureceu ainda, e além disso, a garota é muito bonita, Kenji tão novo e tão esperto. - Harada-san falou.

Eu queria aceitar e ficar com eles, mas, senti uma energia estranha vindo de dentro da floresta, tinha certeza de que Amagiri-san e Shiranui também haviam sentindo.

– Sinto muito, tenho muito o que fazer agora, que tal amanhã? - Perguntei.

– Perfeito! Então amanhã venha brincar com a gente Chizuru-chan. - Okita-san falou sorrindo.

– Hideki! Ela estava falando com o Kenji.

– Ah! Qual é, não podemos deixar uma garota e uma criança brincando sozinhos por ai, ainda mais com os ataques que estão ocorrendo.

– Já chega Hideki! - Souji falou.

Eles continuaram discutindo, porém, minha atenção estava focada na energia estranha, que cada vez mais se fortacelia, ela me era familíar e como um estalo, eu percebi o que era.

– Sinto muito, preciso ir. - Falei inclinando meu corpo levemente numa pequena reverência e sai correndo.

Quando já estava longe o suficiente deles me transformei...

Há muito já havia aprendido a mudar para minha forma Oni, onde mus cabelos ficavam brancos, meus olhos amarelados e um pequeno par de chifres crescia nos cantos de minha testa...

Cheguei num piscar de olhos ao meu destino, um belo lago logo após a floresta... Amagiri-san e Shiranui-san me esperavam.

– Sabe que se Kazama-san souber dessa sua fuga, estaremos encrencados. - Shiranui falou.

– Onde a senhorita esteve? - Amagiri perguntou.

– Fui tomar um ar... Então? O que houve? - Perguntei indiferente.

– Aquilo ali foi o que houve. - Shiranui apontou para algo que se contorsia na beira do lago.

Eu olhei atentamente... Era um rasetsu.

Impossível! Afinal, Heisuke-kun e Sanna-san deram suas vidas para destruí-los, então o que um deles fazia ali?

Antes de poder pensar direito, ele me olhou, aqueles olhos vermelhos e sádicos... Ele iria atacar, mas, eu não daria tempo...

Em pouco tempo, minha roupa estava manchada de sangue e o rasetsu que estava a minha frente jazia morto...

– Do pó viemos, e para o pó voltaremos!

Sussurrei o antigo provérbio cristão que os ocidentais costumavam usar, enquanto o rasetsu se desfazia em pó...

– O que vai fazer? - Amagiri-san perguntou.

– Descobrir de onde ele veio! - Falei friamente.

Eu iria até o fim do mundo se preciso e eliminaria qualquer um que se atrevesse a criar mais rasetsu... Afinal, perdi grandes amigos por causa disso...

Eu não perderei mais ninguém!