Último Suspiro escrita por Marlbora


Capítulo 4
DIA 3


Notas iniciais do capítulo

Oláááááaá´´aaááááááá amores da vida da Laris, tudo bem com vocês?
O capítulo ficou meio grandinho, mas vale a pena ler porque ele tá fofo demais ^^
Estou cada vez mais animada com a fic, principalmente agora que a linda da Sky Ateara disse que vai recomendar a nossa história *o*
Bom, vou parar de falar!
Boa leitura.



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3 de dezembro de 2012

Ponto de vista Anne McBride

DIA 3

Eu tinha a plena certeza de que a qualquer momento meus fones de ouvidos iriam estourar por causa da altura da musica. Confesse, você já fez isso e vamos combinar: andar com os fones no volume máximo numa rua movimentada e entediante é ótimo. Mais do que ótimo, é perfeito. Você escuta cada nota da guitarra, cada variação da voz do vocalista, todas as batidas da bateria… Fora que, por muitas vezes, você consegue capitar todas as emoções presentes na canção.

Depois da pergunta direta de James ele sumiu sem nem dar tempo para explicações. Isso ai, ele virou fumaça, desapareceu, evaporou. Mas como ele mesmo disse, ele tinha um numero “x” de dias para ficar aqui no nosso mundo, então era só questão de tempo para ele voltar, certo? Espero que sim.

De onde eu estava, já conseguia ver a escola – grande, marrom e chamativa. Nada muito diferente das outras escolas de Huntington Beach.

Jessica não iria à escola hoje. Pelo menos não no primeiro horário.

Uma parte de mim temia pela insanidade, enquanto a outra dizia que tudo o que tinha acontecido ontem a noite era real. Mas mesmo que isso fosse verdade, eu não tinha tanta certeza se eu poderia ajuda-lo. Quer dizer, eu não posso voltar no tempo e evitar a morte de James, não é? Isso era uma desculpa barata – ou melhor dizendo, uma desculpa cara – para que os americanos fizessem milhares filmes de ficção cientifica.

Mas eu ira dar o melhor de mim.

Eu tinha matemática com a senhora Francesca (cujo o nome se pronunciava Frantchesca) na primeira hora. Não tinha o que reclamar, afinal, o ano já estava acabando e os professores estavam naquela fase de: “façam o que vocês quiserem, apenas não coloquem fogo na classe.”.

Me arrastei pelos corredores até o meu armário, onde peguei meu livro vermelho. Se tivesse alguma tarefa para casa, eu estava completamente ferrada.

Entrei na sala e fui em direção a minha carteira – no fundo, ao lado da janela -. Não havia muitos alunos dentro da sala, apenas alguns nerds e algumas garotas emos. Nem mesmo a professora estava em aula.

–Não me diga que você é nerd também – uma pessoa falou atrás de mim. Olhei para a classe de trás e me deparei com James sentado com as mãos juntas, em cima da mesa. Olhei para todos os lados para ver se mais alguém havia o visto, mas ninguém demonstrava nenhuma atenção ao nosso redor.

–Desculpa por ter desaparecido daquela maneira – o seu lábio inferior subiu, formando um meio sorriso – eu… eu não… sei o que aconteceu.

Fiz sinal que compreendia com a cabeça. Estava evitando falar o máximo possível.

Analisei o seu rosto.

Os cabelos negros tinham um corte repicado, um pouco mais comprido na frente. Seus olhos eram de um azul escuro – muito mais do que apareciam nas revistas – e as suas íris eram um tom mais claro do que preto. As maçãs do rosto eram altas, e ficavam ainda mais altas quando ele sorria por completo.

Seus lábios se moviam rápido, mas eu não estava prestando atenção em nada – apenas na sua boca completamente irresistível.

–Hey McBride, tá olhando o que? – Jessica estava parada ao meu lado.

Balancei a cabeça vendo James desaparecer pela minha visão periférica.

–Hmmm… Nada. Pensei que você não viria à aula hoje – sorri tentando mudar de assunto.

Ela colocou a sua bolsa na cadeira, ainda me olhando desconfiada. Jess balançou a cabeça de um lado para o outro e deu de ombros, não dando mais importância para minha reação.

–Acabei me atrasando. – ela disse com naturalidade.

O sinal soou e a maioria dos alunos entraram na classe.

–Bom dia crianças – A professora Francesca entrou na aula com a sua pasta de papéis – Abram o livro na página 38.

Eu e Jessica havíamos combinado de matarmos juntas o 4º horário de aula. E era por isso que eu estava aqui, na ala dos fumantes (um lugar secreto só conhecido por nós, alunos. Ali tinha uma parede quebrada que dava acesso à rua).

Olhei o meu telefone pela milésima vez. Já haviam se passado 7 minutos desde que o sinal apitou para a 4ª aula. E não havia nenhum sinal da Jéssica. Será que ela havia sido pega?

–Então você é uma aluna rebelde?

Me virei e dei de cara com James encostado no muro, com os braços cruzados.

Olhei para os lados para ver se alguém estava vendo alguma coisa. Não havia mais ninguém além de mim e Jimmy.

–Não tanto quanto você era – dei um sorrisinho irônico que logo foi correspondido.

–Então, pra onde vocês estão indo? Duvido que seja beber como eu fazia.

Puxei o ar com força.

–Nem eu mesma sei. – confesso.

–Hum.

Ficamos em silencio por alguns segundos.

–Como vai seu namorado? – ele perguntando analisando o meu rosto que logo ficou corado.

–E-ele está bem. – Droga. Porque ele provocava esse efeito em mim? – Quer dizer, está trabalhando. Ou em casa. Ou… - suspirei – ele está bem.

Ele me mandou um sorriso confortante.

–Posso te falar uma coisa? – ele perguntou de um jeito tenso.

Como fiquei em silencio, ele voltou a falar, mas alguma coisa chamou minha atenção. Meu telefone estava tocando no bolso de trás do meu jeans.

–Só um minuto.

Era uma mensagem e Jessica.

Vadia, me espere na lanchonete do Kent. Tive um pequeno probleminha. XX

Balancei a cabeça e voltei a minha atenção a James, que havia se desencostado da parede.

–Se importa se eu te acompanhar até lá? – ele perguntou tão docemente que seria possível negar.

–Claro. – Digo dando o meu melhor sorriso.

Eu e James caminhávamos tranquilamente pelas ruas de Huntington Beach. O silencio predominou na maior parte do caminho, me deixando um pouco irritada. Resolvi quebrar o gelo entre nós.

–Então, já sabe como eu posso te ajudar?

Ele suspirou ao meu lado.

–Quero descobrir como eu morri. – Ele disse sem olhar pra mim.

–Mas você morreu num acidente de carro, não foi? Pelo menos foi isso que noticiaram. Seu “corpo” ainda está em analise.

–Não foi bem assim, Anne.

–Ann – corrigi automaticamente.

–Não foi bem assim, Ann – ele corrigiu – Não teria porque, entende? Eu estava sóbrio voltando do show. Um dia antes eu tinha levado o carro no mecânico para ver se estava tudo ok…

–Você ou seu assistente? – perguntei rindo e ele rolou os olhos.

–Ok, foi o meu assistente que levou o carro. Digamos que eu estava um pouco “ocupado”. – ele disse fazendo aspas com as mãos.

–Uhum, sei – digo sentindo uma pontada de ciúmes.

Ele empurrou o meu braço e eu sorri, esquecendo que eu não estava sozinha na rua.

–Não tinha motivos. – Ele repetiu baixinho, mais pra ele do que pra mim.

–Sinto muito. Foi difícil pra mim também. – Ele parou de andar e ficou me encarando como se eu fosse louca. Esqueci de dizer a ele que eu era a sua fã numero 1. Senti meu rosto queimar e logo troquei de assunto – Quer dizer, como você chegou até a minha casa?

Ele ainda continuava parado, me encarando.

–Coincidência – falou rápido demais – agora me diga o que você quis dizer com “foi difícil pra mim também”.

Limpei a garganta.

–Hã.. eu… era a sua fã. – admito sentindo minhas bochechas arderem.

Ele balançou a cabeça e riu.

–Pensei que a maioria das garotas babavam pelo Brian.

E era verdade. Jessica era uma que era apaixonada pelo guitarrista da banda.

–Não sou como a maioria – digo e logo me arrependo.

–Eu sei disso – ele olhou pra mim – você é especial Anne.

Dei de ombros.

–Farei o que for preciso pra te ajudar, Jimmy.

Ele sorriu de orelha a orelha, iluminando o seu rosto.

Por que você James? Por quê?

–-É como diz o ditado: “tudo o que é bom dura pouco”, por isso eu morri. – ele disse aos risos e eu percebi que havia falado em voz alta.

Entramos na lanchonete de Kent – que na verdade era dos pais de Kent – e nos sentamos numa mesa isolada.

–Bom, você tem algum compromisso a tarde? – ele perguntou se sentando a minha frente.

–Hum, talvez eu veja Riley. Hoje estamos fazendo 2 anos de namoro – digo orgulhosa e ele bufa – mas depois estarei livre. Algum problema com o meu namorado?

Ele me encara sério.

–Não gosto dele.

–Você não tem que gostar.

Ele ergueu as duas sobrancelhas e nesse exato momento, o sino que estava em cima da porta soou. Era Jessica, entrando toda sorridente.

Ele deu um ultimo suspiro e foi embora sem nem se despedir. Mais uma vez.

Jessica veio até mim se equilibrando perfeitamente no seu salto que martelava contra o piso de madeira.

–Já fez o pedido? – perguntou se sentando no lugar em que James estava há alguns segundos atrás.

–Não. Estava esperando a minha vaca preferida – digo rindo da sua cara de séria. Não demorou muito pra ela cair na gargalhada também.

Pedimos dois sorvetes duplos de chocolate com creme (com calda extra) e batemos papo até a hora que sairíamos se estivéssemos no colégio

Já se passavam das 13h quando eu voltei pra casa. Não precisava me preocupar com a minha mãe ou com Billy, afinal, ambos voltariam para casa depois das 23h. Ou seja, eu tinha até a noite para fazer o que eu quisesse.

Peguei a chave que estava escondida embaixo do tapete de boas vindas à frente da porta e a destranquei.

Talvez eu tivesse que me arrumar e esperar que Riley chegasse aqui com um grande buque de flores. Depois ele iria me levar para jantar fora e ficaríamos juntos pelo resto da noite. Ou talvez fossemos ao parque a tarde, quem sabe.

Sorri comigo mesma pensando nas várias possibilidades. Decidi tomar uma ducha rápida. Subi correndo as escadas e fui até o meu quarto.

19:13

Nenhuma ligação. Nenhuma mensagem. Nenhum buque de flores. Também não havia algum cartão ou uma encomenda quando fui verificar a caixa do correio.

Calma, pensei comigo mesma, ele só se atrasou um pouco ou está comprando alguma coisa para a nossa noite especial.

22:57

Eu brincava com os pequenos fios da toalha da mesa de jantar. Logo mais Billy e minha mãe estariam em casa, e tenho certeza que Riley tinha pegado uma carona com eles. Certeza absoluta que era isso.

Levantei da cadeira e fui ate o espelho mais próximo.

O vestido vermelho era justo até a cintura, depois caia como um copo de leite invertido. Os meus cabelos negros e ondulados, caiam até abaixo dos ombros, formando pequenos cachos no final. A maquiagem leve era quebrada pelo batom da cor do vestido. Não estava muito acostumada a andar de salto alto, mas a ocasião merecia preparo especial. Não era todos os dias que dois adolescentes completavam dois anos de namoro, não é mesmo?

23:34

Billy chegou com uma bebida na mão que eu não consegui identificar. Minha mãe falava de qualquer coisa da empresa enquanto ele parecia não dar ouvidos.

–Vai sair com Riley meu amor? – perguntou minha mãe docemente quando me viu levantar do sofá e suspirar.

–Não, tudo bem. Eu só… estava experimentando esse vestido – digo enquanto começo a subir degrau por degrau, escutando o meu salto alto bater contra o piso como se fosse um martelo.

0:20

Foi a ultima vez que eu verifiquei o meu celular em busca de algum sinal do Riley. Mas adivinha? Não havia nada.

Não havia mais nada que me entregasse que eu fiquei esperando por meu namorado o dia inteiro para comemorar nossos 2 anos de namoro, exceto pela cara de desgosto.

Puxei o edredom para o lado e me deitei na minha cama macia, puxando novamente a coberta por cima de mim.

Foi quando eu senti alguém me puxar para mais perto.

As mãos fortes e ágeis acariciavam as minhas costas em movimento de vai e vem. O cheiro doce e amadeirado me fez ficar embriagada por alguns minutos antes de eu abrir os olhos.

Não consegui ver nada além da sombra que refletia sobre o cabelo repicado e os olhos azuis.

–Tudo bem princesa, eu estou aqui – foi a ultima coisa que eu ouvi depois de sentir um beijo estalado na testa.

E tudo calmamente foi ficando escuro.






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Notas finais do capítulo

Muito fofo esse James, né?
Beijos, até sexta-feira amores *-*