Por um momento Tom achou que a menina correria, mas não ela apenas o seguiu e sentou-se de frente pra ele. O silencio reinou por longos minutos, até que a menina conseguiu falar algo entre suas lagrimas que não cessavam.

--Meu nome é Martha..e.. – Ela hesitou por um momento em contar sua verdadeira historia, pois não entendia como que o Tom Kaulitz estava interessado em saber..e muito menos queria que alguém soubesse, então ela simplesmente mentiu. – E eu morro na rua desde que meus pais morreram..

--Seus Pais morreram como? Mas você deve ser menor de idade, porque não foi pra um abrigo?– Tom estava ficando curioso, mas sabia que daquele jeito seria difícil a menina se abrir com ele, balançou a cabeça, como quem organiza os pensamentos, reparou no olhar amedrontado da menina..não pensou duas vezes – Se preferir, agente pode ir pro meu hotel, você toma um banho e come algo e então agente conversa pode ser?

            Sem muito pensar Martha consentiu com a cabeça e logo Tom a estava puxando pra dentro do hotel. Enquanto a menina tomava banho Tom foi falar com o Bill.

--Você não faz idéia da guria que eu acabei de encontrar lá em baixo.. – Tom nem espera Bill abrir a porta direito e já estava sentando no sofá de seu quarto.

--É lógico que não faço. Você ainda não me falou..derr – Bill se sentava ao lado do irmão.

--Cara ela tava chorando, e tava coberta por um jornal..o nome dela é Martha, e ela disse que mora na rua desde que os pais dela morreram..– Tom olha pra parede e conclui sua frase quase que num sussurro inaudível – e eu a trouxe para tomar um banho no meu quarto..

--Mas como mora na rua? Ela é menor de idade? – Bill estava começando a ficar curioso para conhecer a menina.
--Então ela estava chorando muito quando eu perguntei, resolvi traze-la pra tomar um banho e comer algo antes de enchê-la de perguntas..

--Ok, fez bem..ham, outra coisinha, você não acha que ta cedo demais pra você estar andando na rua e recolhendo meninas órfãs? – Bill olha pro relógio e não acredita que foi acordado aquela hora da manha.

--A é..eu não consegui dormir a noite toda, daí decidi ir caminhar um pouco..eu sai do hotel e encontrei a menina..

--Ta, mas você sem conseguir dormir..porque? sempre teve sono de pedra.. – Bill estava começando a estranhar todo aquele novo jeito do Tom, há tempos que ele vinha reparando, mas nunca havia tido oportunidade para perguntar.

--Pois é, nem eu sei direito, a um bom tempo que eu to assim, deve se stress.. – Tom logo se levantou e foi caminhando até a porta, para que Bill parasse com o interrogatório – Ham..a Martha deve te terminado o banho, vou lá ver se ela precisa de mais algo..

--Ta.. – Bill nem terminou de pronunciar um simples ta, e Tom já havia sumido.

            Ao entrar em seu quarto Tom nota que a menina estava enrolada em um roupão, sentada no sofá, o esperando.

--A você terminou o banho – Tom se senta ao lado dela – quer comer algo?

            Martha apenas consentiu com a cabeça, e Tom logo ligou para a recepção e pediu varias coisas gostosas de café da manha. Não demorou muito e os dois já estavam comendo. Tom, que muito tempo não se sentia empolgado com algo, começou a fazer suas perguntas.

--Hum..Ta uma delicia né? – Martha apenas consentiu com a cabeça, como sempre fazia – Mas me diz uma coisa, quantos anos você tem?
--18, faz um mês que fiz 18.

--Humm...mas quando seus pais morreram? – Tom fez a pergunta cuidadosamente, pois não sabia se aquilo iria ferir os sentimentos da menina.

--Há um ano.. – Martha estava sem saber o que falar direito, ela não podia contar o motivo real de estar na rua. “meu Deus e agora o que eu digo, será que ele vai acredita..já sei.” – quando meus pais morreram eu fui pra um abrigo sim..mas tive que fugir da lá, fui muito mal tratada, e quando eu fizesse 18 anos, iria ser mandada de volta pra Alemanha..

--Porque mandada de volta pra Alemanha? – Tom interronpe a Martha, que percebe que sua mentira está funcionando, então com um aperto no coração continua.

--Eu sou de lá, e moro aqui há três anos, e só quando eu fosse maior pra me mandarem de volta pra lá, mas eu não queria voltar, então dois dias antes do meu aniversario fugi. – Martha sentia que não devia fazer isso, não era típico dela mentir, mas ela tinha vergonha do seu passado.

            Tom percebeu que Martha não parava de abrir a boca de sono, então a deixou dormindo, e foi contar ao Bill tudo que havia descoberto. Eles acharam estranho ela não querer voltar para a Alemanha, já que era de lá, mas decidiram tentar descobrir isso depois. Naquele dia os Tokio Hotel iriam a um programa de radio, e a noite fariam um show, e então já partiriam para outra cidade.