Abri meus olhos sentindo uma grande exaustão em meu corpo. Pisquei por alguns minutos, até constatar a situação que eu me encontrava.

Meu corpo estava todo dolorido. Levantei do chão gélido do porão e meu olhar encontrou a escada. Dirigir-me a ela.

Cada passo que eu dava parecia durar uma eternidade. Na verdade eu estava me arrastando em vez de andar. Minha cabeça dava voltas, e meus olhos pesavam.

Eu devo está doente só pode. Maravilha!

Em pleno apocalipse zumbi. Que beleza!

Subi a escada com dificuldade. Segurando-me na parede constantemente para não cair.

Virei à esquerda no corredor me dirigindo para a cozinha. Mas parei na metade do caminho entrando em um banheiro que ali havia. Queria ver minha situação antes de encarar a todos.

Assim que entrei ia ligar a torneira, mas ouvi um grunhido.

Congelei. Havia um zumbi no banheiro.

Esperei por mais alguns minutos e nada.

Então tive a ilustre idéia de olhar no espelho a minha frente...

– O que? – foi o pensei ter falando. Mas só ouvi grunhidos.

Era eu, Zumbi.

Meus olhos azuis estavam mórbidos, meus lábios pálidos. Assim como todo o meu corpo. Porém, não havia mordida.

Automaticamente minha mão desceu para o meu ferimento. Levantei o vestido, vendo que aonde tinha as três garras, agora era uma chaga. De onde saíram filetes roxos, se espalhando pelo meu franco como raízes.

Fechei meus olhos com força sem querer acreditar: Eu estou infectada.

– Não! – ouvi alguém gritar. Soltei meu vestido e sai do banheiro, continuando meu percurso de antes. Um pouco hesitante desta vez.

Aproximei-me da cozinha e fiquei perto da escada. Observando apenas o que ela permitia que eu visse dali.

Castiel estava sentando à mesa, seus braços fincados na mesma e sua cabeça baixa. Não muito longe dele, estava uma Magnum 44. Estremeci ao vê-la.

Desviei meu olhar da arma e vi Cassie, Bea e Rosalya sentadas no chão em um abraço coletivo, Leigh estava ao lado da Rose.

Lysandre encostava-se à janela que dava para escada de emergência. Parecia pensativo. Já Nath andava de um lado para o outro no meio da cozinha.

E no canto oposto aos outros, com o corpo apoiando na parede, sentado no chão com os joelhos dobrados e suas mãos entrelaçando os mesmo, com a cabeça bem aninhada no espaço entre seu peitoral e os joelhos, estava Ken.

Senti algo molhando descendo por minhas bochechas. Então recuei um pouco para o corredor. Não queria machucar ninguém. Não queria que me vissem daquele jeito.

– Definitivamente não. – ouvi de novo, era o Nath falando. Aproximei-me novamente, apenas para ouvir melhor, minha curiosidade foi mas forte. – Nós estamos falando da Amy.

– Não é mais ela. Eu gostaria que fosse só que não é! – disse Castiel rispidamente.

– Se não fosse por ela não estaríamos aqui. – foi Rosalya que se pronunciou. Sua voz estava chorosa.

– Isso é verdade. – afirmou Nath. – Se a Amy não tivesse ido atrás do Ken e em seguida a Rosalya não inventa-se de querer nós mostrar as fotos que ela e a Amy tiraram da turma, nós não descobriríamos sobre o holocausto zumbi.

– Eu sei tá legal! – explodiu Castiel novamente. – Só que eu não quero deixar, ela... Vagando por ai como os outros.

– É uma situação bem complicada! – ressaltou Lysandre.

– É a Amy, galera. É a Amy. – balbuciou Nath, engolindo em seco logo em seguida. Um silêncio se formou. Mas foi bruscamente interrompido por Castiel pegando a Magnum e mirando em... Mim.

Não percebi quando foi que eu deixei meu cantinho ao pé da escada e caminhei até a porta que dava acesso a cozinha. Mas eu o fiz. Tanto que agora todos me encaravam assustados.

Castiel se levantou e ficou a minha frente, mantendo uma distancia segura. O cano da Magnum ainda apontado para minha cabeça.

– Cabe a mim a decisão, Castiel. – ouvi a voz levemente rouca e grave de Ken. Ele havia se levantando, porém, permanecia no mesmo lugar.

– Ela não é mais a Amy. – foi o que Castiel disse antes de disparar.

– Não! – ouvi Ken grunhir e vários gritos histéricos, antes de tudo...

Desaparecer.