Viagem Proibida escrita por Ramon Leônidas


Capítulo 2
Pick-up Marrom - Capítulo I




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Hoje fazem 26 anos do grande incêndio que aconteceu na floresta de Galveston, nunca se soube se ouve vítimas nesse incêndio. Todos os moradores da floresta sumiram misteriosamente. Aguarde por mais notícias sobre desse mistério que ronda nosso país há um longo tempo, aguarde o próximo bloco! — O noticiário da manhã me acordou. Meus olhos coçavam muito e eu estava com muita dor de cabeça. Percebi que dormi no sofá. Olhei pela janela e estava tudo calmo, havia acabado de chover, o asfalto estava molhado e os carros parados em frente a casa do Ben enxarcados. Nem parecia que um homem havia ardido em chamas na noite anterior. Minha mãe então gritou pelo meu nome no andar de cima, quando cheguei lá vi que ela estava de vestido preto, pronta pra sair. Logo deduzi o que era obvio, eu a abracei e ela disse:– Eu vou ao enterro, preciso que você se arrume para ir ao colégio. — Balancei a cabeça em sinal de desaprovação. Vendo minha resposta minha mãe então completou: – A cena que você viu ontem lhe marcou muito, ir para o enterro dele vai só lhe deixar pior. É bom ir ao colégio, você vai esquecer isso durante algum tempo. — Na hora que ela ia saindo, perguntei: – Espera, mas e o Ben? Ele vai ficar ao Deus dará? — Ela sorriu para mim e disse: – Onde comem três, comem quatro. Depois do enterro ele virá morar conosco. — Sorri para ela e fui me arrumar para o colégio. Enquanto eu tomava banho vi que alguém passeava na varanda ao lado do banheiro que ficava no piso superior da casa. Isso era muito estranho, não havia ninguém em casa além de mim. Sai do chuveiro, mas o deixei ligado para a pessoa que estava lá pensar que eu ainda estava tomando banho. Fui andando vagarosamente pelo corredor, o que realmente não adiantava o assoalho velho do chão da minha casa fazia muito barulho. Ouvi então alguém correndo na varanda, rapidamente corri para lá e vi um homem de capuz pulando-a. Corri atrás para tentar pegar ele, mas quando cheguei à grade da varanda ele já havia entrado e desaparecido na floresta que tem por trás da minha casa.


Ei, essa toalha é legal. Se enxugar com ela e ir pro colégio poderia ser legal também. — Era o Colin, ele era o palhaço do nosso grupo de amizade. Ele era tão idiota que chegava a me irritar ás vezes, sem falar nas piadinhas de humor negro que o tornava ainda mais ridículo. Ele era o único do nosso grupo que morava sozinho, a mãe dele era diplomata e vivia viajando pelo mundo. O pai dele era apenas gigolô e ficava na barra da saia da mãe dele, viajando com ela. Se há algo que me chama atenção no Colin é a coragem dele de enfrentar as coisas, principalmente a vida. Ele é muito independente. Mandei-o entrar e ficar me esperando na sala. Na hora que desci, fui pegando minha mochila que estava na cadeira da cozinha e ele disse: – Horrível isso que aconteceu com o pai do Ben, não é? Você tem ideia de quem tenha feito isso? —Abaixei a cabeça, entortei a boca e disse: - Pois é, eu vi tudo acontecer dessa janela aí. Foi a cena mais horrível que já vi na minha vida. Enfim, vamos esquecer, isso só acontece uma vez na vida. Não é possível que morra mais gente de forma horrível na minha frente... — Colin colocou a mão no meu ombro e deu duas batidinhas e disse: - Verdade cara, bola pra frente. Hoje é um novo dia, vamos lá?


Quando cheguei ao colégio, notei que estava sendo observado. Olhei para trás e vi uma pessoa se esconder atrás da árvore. Achei super estranho e caminhei em direção a árvore, quando cheguei lá, não tinha nada. Nada além de uma pick-up marrom caindo aos pedaços. Tinha uma espécie de corda amarrada a ela, essa corda ia das árvores até a janela do gabinete do diretor. Algo muito estranho, não é todo dia que tem uma corda dentro da sala do seu diretor.

Assim que cheguei à sala de aula o Richard me abordou dizendo: – E aí cara, tá sabendo que vai rolar um show dos “kill the rabbits”? Eu quero muito ir, nós vamos. A cidade de Los Angeles é muito linda, meu pai tem uns apartamentos lá. — Logo chegou Chloe e Rachel, elas eram as meninas mais patricinhas, populares e gostosas do colégio. Chloe alisou as costas dele e disse: - Fiquei sabendo que vocês vão pra um show em Los Angeles, e eu queria saber se tem uma vaguinha pra mim e pra minha amiguinha aqui do meu lado? Ou vocês vão mesmo nos deixar para trás? — Richard ficou meio gago e nervoso e disse: – Cla-claro, quer dizer, claro que não vamos deixar vocês pra trás! Podem ir com a gente por mim tudo bem, e tenho certeza que por eles também, não é Bernardo? Não é Dennis? — Dennis que era irmão mais novo do Richard, ele revirou os olhos e disse: – O pai de um dos nossos melhores amigos morreu queimado ontem e vocês estão planejando uma viagem pra Los Angeles? Ah, me erra. — Dennis saiu de perto da gente empurrando quem cruzava o caminho dele. Richard levantou a sobrancelha e disse: – Ele vai, isso é só birra de criança chata. — Chloe colocou as mãos na bunda dele, sorriu e disse: - Ok então, essa viagem promete!


Os irmãos Campbell eram os mais ricos de todo o campus. Os pais deles tinham apartamentos em absolutamente todas as cidades da Califórnia. O pai dele é um poderoso político da região, o que ele tem de poderoso tem de corrupto. Já teve o mandato cassado duas vezes por desvio de verbas publicas. Ele desviou mais de 2 bilhões de dólares pra conta dele em Luxemburgo. Na época foi um escândalo em toda a cidade, mas no ano seguinte ele foi eleito novamente.

Na hora que me sentei na minha carteira as caixas de som tocaram na sala de aula, era o diretor dando um aviso: – Preciso que todos vocês estejam presentes nesse momento no pátio, tenho um anúncio a fazer. É pra estar lá agora! — A voz do diretor estava trêmula e perturbada. Todos rapidamente foram até a frente do colégio para ver qual anúncio tão importante ele tinha a fazer. Quando chegamos lá ele não estava para dar o anúncio, achamos tudo muito estranho, afinal ele sempre chegava primeiro que os alunos. Tinha algo muito estranho acontecendo. Até que todos ouviram um forte barulho de pneus de carro “cantando”. Era a pick-up velha que estava estacionada, ela estava puxando a corda que estava amarrada na sala do diretor. Tocava a musica mais pesada dos “Kill the rabbits” e estava muito alto, chegava a ser um barulho ensurdecedor. Ninguém estava entendendo o que estava acontecendo ali, porque ela estava puxando a tal corda. Então, uma mancha de sangue manchou a janela de vidro do diretor. Todos colocaram as mãos na boca apavorados. Quando tudo parecia não poder ficar pior, o carro fez com que o corpo do diretor quebrasse a janela de vidro. E quando o corpo do diretor veio ao chão, notamos algo ainda pior. O diretor estava torado ao meio. Os vidros da janela e o puxão fez com que metade dele fosse decepado. Não dava pra saber quem estava dentro do carro, os vidros tinham uma película muito escura. Rachel que estava ao meu lado estava apavorada e gritava muito, rapidamente abracei-a e coloquei a cabeça dela no meu ombro para que ela não pudesse ver aquela cena.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Personagens no Capítulo:
Bernardo Lacerda (Protagonista)
Karen Lacerda (Mãe de Bernardo)
Bruno Lacerda (Pai de Bernardo)
Ben Alexander (Amigo órfão de Bernardo)
Richard Campbell (Melhor amigo #1 de Bernardo / Irmão de Dennis)
Dennis Campbell (Melhor amigo #2 de Bernardo / Irmão de Richard)
Colin Mason (Melhor amigo #3 de Bernardo)
Chloe Sparks (Patricinha #1)
Rachel Brown (Patricinha #2)
Lugares:
Healdsburg (Cidade que o protagonista vive com a família)



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