Jogo De Ideias escrita por Melo


Capítulo 4
Romance Quimico


Notas iniciais do capítulo

Bom, neste capitulo escrevo alguns dos meus medos e perguntas sobre o amor....digo: sera que somos apenas cobaias da vida, usando o nosso corpo para meras reações químicas, em nome de substancia químicas que acontecem no nosso cérebro que nos fazem acreditar na existência na presencia de estar sentindo um amor? Digo, pode ser apenas uma ilusão devido a mera reação intramolecular da dopamina e da serotonina? (hahahaha xD...apenas mais uma teoria de conspiracoa.....)

Mas no final, Anne sempre tem uma resposta....



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"Romance Quimico"


– Preciso de você mais do que o ar quando eu não estou com você. Por Histórias que acompanhofavor, não me pergunte porquê, só me beije desta vez.


Ouvi essas ingênuas palavras no momento que cheguei ao apartamento. Deixei as chaves na mesa e enquanto tirava o casaco, e fui para onde ela estava. Os seus braços me envolveram ao redor do pescoço e os seus lábios buscavam freneticamente os meus, enquanto ela jogava todo o peso do seu corpo em mim, ficando ligeiramente alçada, apoiada pelos meus ombros. Me deixei levar pelo momento, os seus lábios conduzindo os meus, os seus passos me levando para outra direção, enquanto que os meus pensamentos estavam indo para outra dimensão. As minhas mãos encontraram a sua cintura, uma bela silhueta fina, descobrindo o seu corpo delicado. O beijo foi ficando cada vez mais intimo mais desejável.

Havia uma reação química, muito mais que no ar ou nos meus dedos desrespeitosos que palpitavam as suas costas. O que havia era um romance químico, feito por duas pessoas. Criadas por duas soluções heterogenias, antagônicas; numa criação a uma reação estrondosa, perigosa. Era mais do que perfeito. Era uma reação química. Um químico romance. Ligados a alguns neurotransmissores. Era a citosina e a serotonina. O auge da dopamina. Que dopavam todos os meus sentidos, para este beijo impetuoso, de apenas dois apaixonados.

Os nossos lábios se encontraram, trocando mais do que sutis caricias. Era uma ganancia por amor. Por apenas algumas caricias. Petições por um conforto. Anne você e o meu conforto. O meu pecado da criação.

Ela se juntou mais a meu corpo. A sua respiração ofegando a minha. O meu coração batendo em taquicardia. As suas mãos colocadas em lugares indevidos. Em certos recantos inquietos do meu corpo. Foi um delírio ou concreta realidade?* Era este sentimento que transforma o banal em sublime, o delírio em realidade. Tudo isso, obra prima de uma insondável arte.

O beijo foi ficando cada vez mais quente. O desejo mais ardente. De tê-la nos meus braços novamente. Ou na cama por uma nova aventura.

Ficamos juntos por um novo desejo. Unidos por um mesmo sentimento. Pela fúria da paixão, o inquieto do amor. Que nos consumia no momento. Eram dois corações inquietos, batendo numa mesma sintonia. Melodia de euforia, sem ousadia. Batendo em dois corações irrequietos, como podia? Como era capaz, cair nesta bela ilusão, que ousa se chamar de amor? Como era capaz, de palpitar o meu coração em euforia, e me tirar da beira da razão?

Anne, você e a culpada por este crime? Pecado da perdição, o pecado da criação? Compositora dos meus pensamentos? Que me deixam irrequietos? Perturbadora dos meus pensamentos. Que não me deixam nem por um momento. Você: autora da minha perdição. Conquistadora dos meus sentimentos. Sentimentos banais estes. Inutilmente criados. Sem precisão. Para apenas mais uma alma humana irrequieta, perdido no Universo da conspiração. Ou talvez seja do amor.

Criado inutilmente pela união covalente de alguns aminoácidos e neurotransmissores que ousam viver com nos. E algo que foge do nosso controle, sem nenhum tipo de comando. Apenas inconveniente, vindo sem nenhum tipo de convite ou dito aviso. São as reações químicas que reagem no nosso corpo, a serotonina: droga da felicidade. A dopamina: anjo do amor. Cálice erótico. Bela solução química, que reage de maneira ardente no nosso consciente cérebro. No auge do compreendimento, há um romance químico.

Somos apenas um amontoado de reações químicas, entrelaçados por ligações peptídicas? E isso Anne? Somos apenas isso? Na nossa insignificante existência? No comprendimento do amor? Nos laços dos sentimentos, que são comandados por pensamentos, de seres que ousam saber do amor. Apenas ilusões da nossa mente, por algo realmente inexistente, controlados e compostos pela droga do amor? Meras reações bioquímicas, que nos fazem sentir algo incontrolável, talvez inexistente? E isso que se resumem os nossos sentimentos? Algo que não é da nossa autoria ou mera consciente introvertida? São reações bioquímicas, impostas por alguns neurotransmissores, que agem na medida a certos estímulos químicos, sem a nossa ousadia? Criando, na verdade, a realidade que os nossos olhos querem enxergar, os sentimentos, impostos, que o meu corpo quer carregar. Talvez, a minha alma não quer sentir o teu desejo, repudia no alcance por medo; mas o meu corpo não compreende, é insolente. E faz sentir o teu desejo, numa peça a minha mente, onde a protagonista é você, mas a dopamina é a coadjuvante. É a ectassy da minha paixão.

Talvez nos todos sejamos apenas cobaias. Cobaias impetuosas das reações bioquímicas que surgem sem controle no alcance do nosso corpo. Cobaias de um experimento. Experimento do que chamamos de vida. E por algo muito mais complicado, sendo programado como amor. Um amor inexplicável. Um sentimento imaginável. Sendo vivido apenas. Inquestionável.

..........

O seu beijo me apertou um pouco mais, apertando sem medo o meu peito, tirando de mim o que restava do meu proveito junto com o oxigênio que estava por perto. A atitude foi de tal acerto, que tirou de mim os meus loucos devaneios, longe dos meus pensamentos, capaz de me fazer voltar para realidade, onde Anne habitava.

Os seus lábios se desapegaram dos meus. Sem um mínimo de aviso. E no improviso, os seus olhos fitaram os meus. Era uma bela silhueta aquela: dos seus olhos azuis claros e dos lábios roxos, carnudos, depois de um beijo exaustante.

O aperto da sua mão ficou um pouco mais gratificante, enquanto que o seu olhar era comovente. Os seus lábios proferiram algumas palavras, que tenuamente escutei: “Te amo”. Enquanto que ela encostava-se ao meu peito, a cabeça cabisbaixa, roçando no meu queixo. As palavras ficaram em outro lugar, num espaço ocupado por outro ser que não era eu. Porque essas palavras pareciam que não me pertenciam, ou eram ditas para mim. Me impressionavam mais as atitudes feitas por esse sentimento, do que a mera unia de algumas palavras proferidas. Anne: eu prefiro os teus beijos, as tuas caricias, do que as palavras anunciadas apenas para serem exibidas. Você comigo já esta bom demais.

Ela se acomodou um pouco mais no meu peito, enquanto profetizava algumas palavras que eu longemente escutava.

– O amor é algo perigoso Icaro – ela disse, sem mais espera. - Mas é algo procurado por duas pessoas. Ansiado por duas almas incompreendíveis. É apenas desejado no contrato da nossa existência. – olhei logo desconfiando para ela, querendo mais uma explicação. Ela percebeu a minha incompreensão.

– É algo que nos faz perceber que estamos vivos Icaro. É nas monotonias dos dias, na sucessão dos acontecimentos que o tempo leva sem piedade, que percebemos do que somos capazes de amar. Também percebemos dos limites, que há pouco tempo pensávamos que eram incansáveis, agora são acalcáveis, palpáveis à vida, graças a estos sentimentos proferidos. São os sentimentos, sejam de angustias ou de medos, e mesmo que sejam de alegrias e conforto; que nos fazem perceber do que somos capazes. Perceber, que não somos apenas silhuetas, perfis de uma sociedade cinzenta, mais uma pessoa no paradigma do mundo obsoleto. São estes sentimentos e qualquer tipo de sentimento que pode ser sentido, que nos fazem perceber que a nossa existência não é em vão. Nos faz perceber que não somos meramente personagens de uma vida escrita no dorso de um papel, mas sim, que vivemos para sentir, para ter emoções, para ter pensamentos e diferentes reações. Vivemos construindo pensamentos e atitudes, e à medida que vamos respirando, nos emocionamos a cada carinho recebido, a cada sorriso expresso, a cada lagrima contido ou fúria despida. Vivemos a medida que o nosso coração palpita, mais isso não é apenas suficiente. É preciso algo mais eloquente, para suportar a veracidade da vida. E disso que surge o amor Icaro.

– E na monotonia dos dias, da vida corriqueira, insignificante do cotidiano, que percebemos que a vida não e tão insignificante assim quando se tem algo que se ama Icaro. Mesmo que seja amor por uma melodia, um livro, ou por um sonho que te faz viver. E o que te impulsiona a viver. E a própria vida existe para poder-nos experimentar do amor. Mesmo que seja amor pela família, amor por um filme, amor pela religião, amor por nos mesmo ou por um sonho a ser conquistado. E amor Icaro. E o que faz dos nossos dias sem mero sentido, importantes para nos. E o que transforma o banal em sublime. Transforma o pecado do nascimento, o pecado de viver, em algo mais sublime, digno de ser vivido. Capaz de transformar a nossa vida em algo digno. E capaz de nos transformar em pessoas a serem admiradas e, o que há de mais importante: em pessoas queridas. Em pessoas sentidas e apreciadas por outros. Porque quando amamos, queremos de qualquer maneira proteger aquilo que amamos. Guarda-lo e protege-lo no mais intimo de nos, protegido na nossa alma, para que continue sendo para de nos, para que continue vivendo, apenas vivendo em nos. E o amor nos faz apegar-nos das coisas, das pessoas que gostamos, porque nos sentimos importantes perto delas, porque são importantes para nos, para a nossa existência Icaro. E isso torna as nossas vidas importantes. Torna a monotonia dos dias em experiências imagináveis, desejadas por qualquer alma. Torna o tedio das tardes e os vazios das palavras em significados muito mais complexos e compreendidos. E quando estamos ao lado da pessoa que amamos Icaro, a nossa vida tem muito mais sentido.


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Notas finais do capítulo

Bom...no capitulo ha varias referencias sobre bioquímica....e que realmente sou apaixonada por química e biologia, e logo por bioquímica e nas reação existentes nas moléculas e como tudo isso funciona e compone o nosso corpo. E maravilhoso. Sem dizer dos segredos que a mente humana esconde. O que nos faz pensar? Co-ordenar pensamentos para formar palavras e logo orações ditas? Cara...cada pessoa pensa de um jeito diferente, mas eu quero descobrir o mecanismo do pensamento!....como acontece? para poder formar sentimentos e atos tao complexos e de certa maneira unicamente humanos? Ah....acho mais fácil começar a estudar neurociência....xD...Para descobrir este químico sobro da vida, ou um químico romance.