Jogo De Ideias escrita por Melo


Capítulo 13
Segredos da Alma




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/313013/chapter/13

Segredos da Alma

Da escrivaninha empoeirada se via estas marcas sem poeira espalhadas. Marcas expostas no meio da poeira justo na escrivaninha pequena. Ao lado da xícara de café e dos vários cadernos entulhados, o apartamento não parecia mais bagunçado do que era. Desse dia de chuva tacanho, o teu rosto repousava nessa escrivaninha sozinha. Com a tua expressão de tédio diante dessa chuva sem remédio, o teu corpo apenas repousava sem força diante de minha escrivaninha sem vida. Ante esse espaço retraído do silencio tão omisso da chuva que caía, você via os pingos de chuva que caiam despercebidos. Eram estas gotas de chuva que caíam sem vida no vidro retido, que se impregnavam no vidro da janela. Como gotas de aquarela diante da janela, que apareciam retidas com cautela. E diante dessa chuva, o teu rosto repousava nessa escrivaninha ao meu lado.

Ante essa tarde de soslaio, ao lado da chuva que caía desbotada; o teu rosto repousava apagado diante do tempo tão calado. Apenas acompanhado ao lado do som da chuva que caía, no som das inúmeras gotas apagadas no cimento rachado. E assim de soslaio, sem vida ou ensaios, o teu rosto repousava calado diante do meu lado.

Acanho e apagado ante o apartamento tão bagunçado. Com inúmeros retratos e cores espalhados; o apartamento parecia tão estranho diante esse tempo tão ofuscado. Em que a chuva caía marcando a contrapasso esse tempo calado. Da chuva que caía lá fora ante o anonimato calado do relato de agora: o teu corpo se espreguiçava bem nessa hora. Nesse tempo ofuscado em que o único som escutado era do silencio tacanho, o teu rosto delicado repousava sem vida na escrivania entulhada. E assim caía de lado o teu cabelo bagunçado, ante estes atos tão pacatos. Assim caía o teu cabelo bagunçado no teu ombro, tirando a poeira de cima dos vários dos escombros. Da escrivania empoeirada em que repousava o teu rosto, diante desse tempo morto em que se fazia em desgosto; o teu rosto desolado aparecia apenas mais apagado.

Da preguiça que resistia sem demora, o teu corpo caía sem escolha ante o tédio de agora. Repousando sem consolo ante a escrivania tola, caindo ante o tédio sem demora. Da chuva que caía lá fora, espreguiçando-se nessa chuva que chora. Com as suas gotas desoladas ante o tempo opaco de agora, nada mais pacato desse relato. No único relato do teu tato, contando com tédio exato desse dia de entretanto; o teu corpo entediado caía nesse ato consolado.

E assim caía cansado ante a escrivania apagada; caía cansado ante a escrivanhia bagunçada. E assim calada você repousava ante o dia entediado. De tanto tédio que não compreendo em que nós dois estávamos sozinhos no apartamento, distraídos. E assim sozinhos para alguns atos proibidos. No apartamento pequeno e acanhado para ter este peculiar relato do teu tato. No apartamento pequeno e bagunçado com alguns atos nada mais que criados desse peculiar fato ao teu lado. Do exato relato do teu tato para alguns atos nada de pacatos; eu apenas queria estar ao teu lado.

E assim apenas estar ao teu lado sem ninguém atrapalhando. Apenas estar ao teu lado, era tudo isso que eu queria. Acompanhado com a chuva que caía e assim corria. Nesse dia que entardecia e assim se perdia. Apenas estar ao teu lado, era tudo isso que eu pedia. Ao lado dos teus carinhos de alago e dos teus beijos de bom grado. Ao lado do teu contemplo calado e dos teus sorrisos delicados. Era tudo isso que eu pedia: estar apenas ao teu lado.

Neste apartamento pequeno e acanhado fazer alguns atos de bom grado. Com o teu sorriso nato, estar apenas ao teu lado. E assim neste dia desolado, estar ao teu lado.

Enquanto você se espreguiçava diante da escrivanhia empoeirada. Escutando as gotas de aquarela pela pequena janela. Que caíam passos a passos neste mundo tão rachado. Talvez para molharem todos os sonhos alguma vez já sonhados. Nos seus passos incertos e inacabados, você escutava esta chuva de dezembro. Bem que me lembro dessa chuva calada; das gotas de aquarela que iam pela calçada. E do teu contemplo calado ante o pequeno relato. Das gotas de chuva desse pequeno fato. Exato, do tempo pacato em que você a contemplava desde a escrivanhia empoeirada. Era esta chuva de aquarela indo pela calçada.

Do tempo entediado, pacato desse contemplo calado, iam estas gotas de aquarela pela calçada da janela. Misturando- se ao mundo e ao seu contemplo mudo. Misturando-se ao mundo e aos vários dos seus absurdos. E assim iam estas gotas de aquarela, por cada viela e favela; juntando-se em cada grito mudo e pensamento vagabundo. Eram estas gotas de aquarela no mesmo absurdo, ao lado do contemplo mudo dos vários corações deste mundo. E assim caíam estas gotas em cada rosto oriundo. Juntando-se aos vários pensamentos mudos dos subúrbios. Sem ver no seu uso os vários absurdos deste peculiar mundo.

E assim eram estas gotas que iam pela calçada; impregnando-se na janela, em cada viela ou estrada. Caindo no meio da poeira da humanidade que erra. Caem estas gotas de aquarela no meio de tanta guerra. Ao lado dos vários sonhos que se esfarelam. Cai esta chuva de aquarela vista pela pequena janela. Nesta terra cheia de guerras da humanidade que erra. Cai esta chuva de aquarela aliviando esta terra. Cai em cada viela ou favela ao lado dos sonhos que se esfarelam. Cai no rosto manchado pelas inúmeras lágrimas derramadas; cai esta chuva de aquarela ao lado da criança abandonada. Das palavras não escutadas pela humanidade tosca; caem estas lágrimas de aquarela ao lado das pessoas que sonham. Assim são estas gotas que caem nesta terra.

Pequenas gotas de aquarela caindo em cada rosto, acompanhando cada lágrima e cada coração exposto. São estas gotas de aquarela molhando esta terra. Acompanhando cada rosto e sorriso que integra. São estas lágrimas de aquarela molhando a humanidade que erra. Impregnando-se na janela, em cada viela e favela e rosto que seja. São estas lágrimas de aquarela nesta humanidade cheia de guerras. Molhando cada sonho que se quebra e lágrima se esfarela; molhando cada sorriso de aquarela dos sonhos que integra; são estas gotas de aquarela com cada sorriso que leva.

Molhando cada rosto desta terra; caem estas gotas de aquarela nesta manha de poucas estrelas. E assim caem estas gotas em cada lágrima desta terra. Da humanidade que erra, da humanidade e as suas falsas promessas, caem com cautela estas gotas de aquarela. Em cada viela e favela caem estas gotas na humanidade que se esfarela. Ao lado de cada sonho e lágrima que quebra. São estas gotas de aquarela molhando esta terra. Em cada rosto, pingo exposto, estão estas gotas de aquarela. Tocando o teu rosto e o mesmo povo nesse encosto. São estas gotas de aquarela com os sonhos interpostos. Em cada rosto, pingo exposto, estão estas gotas de aquarela em todos os povos. Presente em todos os povos do mesmo céu exposto, então porque o preconceito interposto? Se são as mesmas gotas de aquarela que caem em todos os rostos. Das lágrimas da favela da humanidade que se esfarela. Dos sonhos que leva e os preconceitos que integra. São estas mesmas gotas de aquarela que caem em cada rosto desta terra. São estas gotas de aquarela que unem todos os povos da mesma terra.

E assim levemente caíam estas gotas no teu rosto. Da janela entreaberta, caiam estes pequenos pingos expostos no teu corpo. Molhando levemente os cílios do teu rosto. Caem levemente estas gotas no teu ombro. E molhando nesse interposto os vários cadernos, que caíam estas gotas de aquarela por perto. Molhando o teu rosto, o teu ombro e a tua boca; molhando o teu rosto nesse nosso beijo interposto. Enquanto eu segurava a minha mão junto ao teu, enquanto os teus lábios se misturavam com os meus; o momento ficando mais exposto, os sorrisos ficando mais longos; nesse avido momento interposto, para sentir-te justo no meu encosto.

Nesse ato sublime que faz do sentimento um belo crime, os teus beijos estando cada vez mais nisso e o teu corpo cada vez mais comigo. Enquanto os teus lábios estavam reunidos nos meus sozinhos e o teu corpo descansava distraído. Enquanto você descansava nessa escrivanhia antiga e os atos iam. Nesses atos calados desses teus beijos consagrados, os teus lábios estavam com os meus sozinhos e o teu corpo calado repousava comigo. Desse inocente crime que faz do sentimento um ato sublime, em que o gosto dos teus lábios pronunciavam esses atos e o calor do teu corpo descansava comigo embriagado. E assim esses fatos se pronunciavam no exato relato do teu tato, a cada beijo dado e súplica quitada. Em que eu percebia o amargo da tua boca e os teus lábios embriagados. Nesses atos consagrados, desse monótono tempo pacato em que o calor dos teus lábios se afogavam com cada suplica calado.

Daquele crime que era tocar a tua pele e a tu boca, do crime que era perceber os teus lábios entrelaçados na minha boca. E assim entrelaçados com as teus arrepios e súplicas; os teus beijos sufocados calados. Dos teus beijos equivocados e o calor sufragado. O teu rosto apertado no meu peito e o toque inteiro do teu corpo no meu parapeito. Sentindo a tua boca, as tuas coxas e cada gota; sentindo o suor da tua boca. O gosto dos teus lábios e cada caricia que me provoca. Da dor que sufoca no meio da tua boca. Destas hipócritas ternuras destes atos; destas ternuras do teu corpo embriagado. Em que não havia nada a ser feito a não ser amar-te por direito. Embriagar-me com os teus beijos, sentir sufocado a pulsação do meu peito. Diante desse fato em que eu te tinha no meu peito e o teu rosto coberto dos meus beijos. Em que eu te amava e não havia nada a ser feito.

Da sombra encostado do teu corpo; das unhas rasgadas no meu encontro, desse toque calado do teu rosto embriagado no meu corpo. E desse suposto conto, sentir o gosto dos teus lábios. Sentir cada beijo dado e cada estremecimento calado. Sentir a tua pele ao lado e o teu rosto abandonado. Sentir cada beijo dado e carícia sufocada. De cada beijo e consumo quitado. De cada beijo e estremecimento angustiado, sufocado no teu corpo consagrado. Destas hipócritas ternuras que era ter o teu rosto abandonado no meu peito e cada censura sufocada. Destas hipócritas ternuras que era ter os teus beijos e as tuas caricias abandonadas. Em que os teus lábios rachados guiavam esse traçado e o teu corpo calado concedia esse pecado. De cada caricia calada e suplica implicada. De cada olhar consagrado e censura embriagada. De ter nas hipócritas ternuras os teus lábios cotizados. Sentindo a tua boca, as tuas coxas e cada gota; sentindo o calor da tua boca na minha nuca. E da dor que se afoga e se esgota, do contemplo calado desta aurora, em que os teus lábios cotizados me embriagavam sem demora. Eu gosto da tua pele e da tua boca, eu gosto quando você me provoca. Da dor que sufoca no meio da tua boca. De cada caricia e contemplo que sobra, da amargura da tua boca nestas hipócritas ternuras.

E assim na escrivanhia tola, junto com os vários livros e anotações empoeirados, eu te despia toda. Diante desse sentimento exato do mero curioso relato do teu tato, em que de fato o sentimento abstrato foi mais forte que esse tempo pacato. E diante desse tempo calado, pacato dessa chuva, eu sentia os teus beijos equivocados. Desse tempo pacato, monótono e equivocado em que o teu corpo tremia com cada beijo dado. Sentindo a tua respiração afogada e a pulsação empolgada. Sentindo o teu peito afogado de cada calor e estremecimento agoniado. Dos teus lábios cotizados cada vez mais empolgados em que o quarto calava com cada toque dado. Do teu suor carregado e os teus lábios cotizados. Do gosto da tua boca nessa pulsação que se esgota. E sentir levemente o teu corpo, o suor das tuas costas e do gosto da tua boca. Destes beijos malandros expostos na nuca que se entrelaçam com os arrepios das tuas costas. Desbotados, ante os mais sutis dos teus contatos. Levemente realçados pelo relato cotizado do teu tato. Do aroma desbotado destras da tua nuca; da agonia que era ter a tua boca e as tuas coxas diante do que me provoca. Os teus lábios avermelhados apenas demonstravam esse sentimento cotizado. Sentir o tremer do teu corpo, de cada beijo e caricia que se repete. Sentindo a contração do teu corpo das tuas coxas expostas. Sufocando a dor e a respiração deste ato por completo. Sufocando cada gemido e estremecimento. E assim entrelaçados com os teus arrepios e súplicas; os teus beijos sufocados calados. Com cada músculo implicado e os teus beijos entrelaçados. Sentindo o teu corpo, as tuas coxas e a tua boca; sentindo o coração sair pela boca. E assim a gota de suor cai interposta no meu corpo, com a contração do teu corpo absorto. Afogando os teus prantos no ponto exato. Afogando cada gemido e cada contração contraída, retidos na contração do teu corpo abstraído. Sentindo a tua boca que me provoca, sentindo cada contração minha na tua pele despida. No mais íntimo destes movimentos e absortos momentos. Sentindo a tua pele contra a minha boca; um leve mordisco que me provoca. Expostos a contragosto nos teus beijos; exposto a todo momento na pulsação dentro do teu peito.

Enquanto a minha mão na tua coxa aproximava mais este sentimento; enquanto os beijos se afogavam na tua pele entreposta, sentindo o tremer do teu corpo. No meio de tantas travessuras desta tremenda tortura sem censura. Sentir o gosto dos teus beijos e o teu aroma embriagado. Enquanto os beijos sufocavam as caricias e eu sentia os teus lábios cálidos. Enquanto eu sentia o tremer do teu corpo, a tua boca e as tuas coxas. Nesse tempo pacato, monótono e calado, em que a blusa caía do teu ombro e eu via todo o teu corpo. Contemplo moderno do teu corpo externo. Nesse tempo monótono e calado, em que as únicas testemunhas eram os livros e anotações esquecidos dessa escrivanhia. E assim a escrivanhia era testemunha viva dos nossos atos indevidos, mas divertidos. Enquanto os beijos e a falta das palavras consentiam os atos, e as mãos travessas iam com presa para lugares sem conversa. E assim na escrivanhia aconteciam os mais ávidos beijos e toques proibidos. Ficando como rastros na poeira as nossas mãos culpadas nesses devaneios. E sem receios perceber nestes atos o teu corpo ao meu lado.

E assim nestes atos consagrados apenas ter você ao meu lado. Apenas ter você ao meu lado e o teu sorriso sagrado. Ter você ao meu lado e o teu aroma cotizado. Junto com os teus sorrisos natos e risos de alago. Junto com os teus beijos e aroma embriagado. Apenas queria que você estivesse ao meu lado, apenas ao meu lado. Com a tua companhia de bom grado e o teu olhar calado. Apenas ao meu lado com o teu sorriso de bom grado. Apenas queria que você estivesse ao meu lado com o teu aroma embriagado. Com o teu contemplo calado e sorrisos natos, apenas ao meu lado poder dizer que te amo.

– Apenas te amo, Anne.

– Uhmm?

– Te amo. – disse com um beijo, abraçando-a ao meu lado. Ela caiu ao meu lado, deixando o seu rosto cair sem forças no meu ombro. E assim em silencio o teu rosto caia ao meu lado com um beijo consagrado. E de tudo isso apenas poderia dizer que te amo.

– Te amo. – disse um pouquinho mais forte no seu ouvido, puxando-a mais perto, enquanto os meus dedos se confundiam com a sua mão. Ela abraçou-me mais forte, sufocando o seu corpo no meu peito, ficando mais perto dos meus beijos. E assim entrelaçando a sua mão com os meus, esticava a minha mão e repousava os seus dedos esticados com os meus. Ficando ao meu lado, assim neste tempo desolado.

– Apenas te amo. – enquanto a abraçava - por isso quero que você fique ao meu lado.

– Também de amo Icaro. Também. – ela disse enquanto pegava o meu braço. – Te amo, porque te conheço. Te amo porque te reconheço. – e assim ela pegava a minha mão, enquanto repousava os seus dedos esticados com os meus. Apenas o toque da sua mão me fez compreender que ela estava por perto.

– Icaro.....apenas amamos aquilo que realmente conhecemos. E raro amar uma pessoa, porque isso significa conhece-la, e não somente conhece-la, mas, mais importante: reconhece-la. Reconhecer é algo difícil, porque reconhecer significa reconhecer as qualidades e os defeitos. Perceber que os defeitos são parte de você, são as pequenas cicatrizes que você leva da vida, e conhecer estas cicatrizes significa conhecer que somos humanos. O mundo é formado por inúmeras rachaduras; rachaduras de ódio, de negligência, de cobiça, fanatismos e tudo se resume na incapacidade de conhecer o outro. De conhecer outro ser humano, nestes atos profanos do coração que bate no cotidiano, mas com apenas um pensamento poder conhecer outro ser humano sem engano. Saber que o mundo é formado por inúmeras rachaduras, emendados de um jeito taciturno por inúmeros corações mudos. Rachaduras emendadas por inúmeros corações mudos, que proclamam o amor deste mundo. Somente o amor é capaz de compreender e sarar as inúmeras rachaduras do mundo. O amor é vida, cria a vida e faz compreender a vida. Quem compreende o amor não faz tolice por mero fanatismo; quem conhece o amor não se ilude com um patético heroísmo. Quem ama: compreende, admira e aprende. Compreende o outro, as suas alegrias e tristezas, compreende os seus pensamentos e compartem ideias. Quem ama compreende que ninguém pode viver sozinho, que ninguém pode melhorar sozinho e que ninguém pode amar sozinho. Quem ama, compreende que o mundo é um lugar incoerente, mas mesmo com toda esta incoerência e pessoas diferentes, o mundo se ajeita e se emenda de uma forma eloquente. Quem ama, compreende as magoas, marcadas por inúmeras lágrimas derramadas, assim como o rosto marcado por inúmeros sorrisos proclamados. O mundo é igual que um coração humano, marcado por inúmeros dramas assim como com sorriso de quem você ama.

Anne se aproximou, se aproximou um pouco mais com um toque calado ao meu lado. Se aproximou assim de soslaio para um encontro calado. Assim, nada mais, se aproximou com um beijo calado nos meus lábios.

“o mundo é igual que o coração humano; marcado por inúmeras magoa assim como do sorriso de quem você ama.”

E Anne, apenas ao meu lado, no contemplo calado dos fatos, com um pequeno sorriso proclamado nos seus lábios. Acho que amar significa isso: estar feliz com a pessoa que comparte ao seu lado. Enquanto ela estava ao meu lado e descansava o seu rosto no meu ombro. enquanto ela estava ao meu lado e compartia comigo esse tempo que me abandonava.

– Icaro: ...com a pessoa que você ama, você se preocupa e se interessa, não olha com indiferença; você não esculacha nem ofende, apenas compreende. E quem ama entende e aprende. Quem ama aprende com as diferenças e compreende cada crença; quem ama se preocupa e se interessa, não olha com indiferença. Que ama sonha ao nosso lado e sabe o valor de cada ser humano. O amor é a única força capaz de mudar a miserável existência do ser humano. Porque amar significa compreende e aprende. Compreende que todos somos diferentes. Que todos temos qualidades e defeitos e que são justamente eles que fazem ser a pessoa que nos somos. Eu sei que eu tenho defeitos, mas também sei das minhas virtudes Icaro. Por isso o amor compreende, compreende os meus defeitos, assim como as minhas qualidades, e compreende que são exatamente eles que formam a pessoa que eu sou, então não tente me mudar, me aceite do jeito que eu sou. O amor aceita, por isso que reconhece. Reconhece a pessoa que se apoia ao seu lado. O amor reconhece e compreende, mas também aprende. É justamente porque somos diferentes, que somos capazes de aprender com os outros. O amor tem várias qualidades, uma delas é reconhecer a pessoa que você ama, mas a mais surpreendente de todas é poder aprender com a pessoa que você ama.

–* “Quem nada conhece, nada ama. Quem nada pode fazer, nada compreende. Quem nada compreende, nada vale. Mas quem compreende, também ama, observa, vê.... Quanto mais conhecimento houver, inerente numa coisa, tanto maior o amor... Aquele que imagina que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo, como as cerejas, nada sabe a respeito das uvas.”*

E assim no vão destas hipócritas ternuras apenas ter você ao meu lado. Perceber você e os teus sorrisos natos. Queria que apenas você estivesse ao meu lado, apenas ao meu lado. Acompanhado com a chuva que caía e assim corria. Nesse dia que entardecia e assim se perdia. Ter você ao meu lado neste apartamento pequeno e acanhado. Apenas ter você ao meu lado e o teu comtemplo calado. Teus sorrisos natos e beijos embriagados; ter os teus risos cotizados. E no meio destas palavras mortas, perceber o gosto dos teus lábios nestas horas. Dos teus sorrisos e risos; dos teus carinhos distraídos. Dos beijos e palavras; do meu rosto abandonado no teu peito consagrado. Apenas queria ter você ao meu lado. Apenas queria que você estivesse ao meu lado. Era tudo isso em que eu acreditava: no momento de agora que me abandonava. E se o amor existe, é porque existe nos momentos de agora. Cotizados nesta aurora; cotizado no contemplo de agora. Porque o interessante são estes momentos, estes momentos do cotidiano pacato, do monótono tempo calado e poder perceber o teu sorriso embriagado. Porque se o amor existe, então ele somente existe no momento de agora, justamente nos momentos que você comparte ao meu lado. Sem as hipócritas ternuras de uma sociedade defunta, o amor é um sentimento sincero que não precisa de desculpas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Galera....por favor: mandem comentários! Caso contrário eu não tenho inspiração para escrever e assim uma fic morre....eu gosto de comentários...então cometem!!!

Somente através dos comentarios é que eu posso saber se vocês gostaram ou não e o que eu posso melhorar. A qualidade uma fic depende muito dos seus comentários...ta? lindos leitores?

..... (gracias)