I Knew You Were Trouble escrita por Juliane Bee


Capítulo 4
All truly great thoughts are conceived by walking.


Notas iniciais do capítulo

Oi oi!
Obrigada pelos poucos, mas lindos comentários!
Eu gosto muito desse capitulo, ele é tão leve, sabe?
Boa leitura e leiam as notas finais!
:***



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P.O.V Charlie

– Ahn, ah… - cachinhos gaguejava - Sua mãe, descer, café - foram as únicas palavras que entendi.

– Tá - respondi grossa. Aproveitei e fechei a porta na cara dele, já comecei bem o dia.

Minha cabeça estava martelando, eu tinha muitas perguntas. Primeiro, como o galpão pegou fogo? Segundo, como esse garoto, que eu nem sabia da existência veio morar aqui do nada? Terceiro, como meu pai, em sã consciência, deixa um garoto desses morar comigo? Deve ser o típico garoto mimado, e que pelo sotaque veio de longe. Meu pai quer ver o circo pegar fogo, isso sim. Mas vou cuidar disso depois, agora tenho que me preocupar com a feira. Tudo tem que estar preparado até a data certa.

Resolvi tomar um banho rápido. Coloquei um jeans e uma camiseta. Hoje era segunda, mas não preciso me arrumar, não tem aula. Como se eu me arrumasse todos os dias. Ri mentalmente. Peguei meu celular e desci. Fui em direção a cozinha. Deparei-me com uma cena que me deixou transtornada.

Minha mãe estava colocando café na xícara de Dan, rindo. Ela estava feliz de novo. Isso me lembrou de uma cena, ainda muito recente em minha memória.

Flashback on

– Ah, a pirralha acordou – Luke falou com a boca cheia de pão.

– Cala a boca, idoso.

– Já começaram? – Mamãe franziu o rosto, mas logo começou a rir.

– Agora que o Luke completou dezoito anos ele tá se achando mãe.

–Não posso acreditar – falou chorosa - Meu bebezinho é maior de idade agora.

–Mãe – Luke a abraçou – Não fica assim, você sabe que eu vou pra faculdade depois das férias. Mas pensa comigo, você vai ter que aturar essa pirralha por mais um ano. – falou apontando pra mim.

– Há, há. Muito engraçadinho você, Sr.Luke.

– Eu sei que você vai morrer de saudades, Chars.

– Vou nada. Graças a Deus, vou ficar livre de você, seu chato. - ri da careta que ele fez.

– Chato é? – Me olhou intrigado, os olhos azuis iguais aos meus tinham um brilho. Ele vai aprontar. – agora você vai ver o chato – me pegou no colo, e saiu correndo.

– Mãee, me salva – gritei.

– Idade é só um número para vocês, crianças!– falou rindo.

Luke me segurou forte, e mandou que eu prendesse a respiração. Fechei os olhos, e senti o impacto. Nós dois caímos dentro da piscina.

Aquele dia foi cheio de risadas, como a maioria dos dias em que Luke ficava com a gente.

Flashback off

Parece que foi ontem. E como ele estava certo, eu morro de saudades dele todos os dias. Segurei o choro, achei que essa fase já tinha passado.

– Filha, está tudo bem? – Os dois estavam me encarando.

– Sim, mãe. – Olhei pra ela, queentendeu. Dan estava sentado no lugar que antes era ocupado por Luke. Há tantos meses ninguém se senta nesse lugar.

Tomei meu lugar a mesa, e mamãe serviu café em minha xícara. Senti os olhos de Dan me encarando durante todo o tempo.

– Charlie, eu e seu pai vamos almoçar na casa da Sra. Marsweel hoje. –Pobre Sra. Marsweel, o marido dela morreu na sexta. Ele era meu professor de história, a escola inteira está de luto, por isso não temos aula.

– Tudo bem, mãe. Vou ir lá na Hanna um pouquinho. – falei me levantando.

– Leve o Dan junto – encarei ela. O que? – Ele já vai se enturmando com o pessoal da escola. - Eu ia falar não, mas a olhada que ela me deu, tremi. Olhei para ele. Estava sentado tomando café, e segurando a xícara de uma maneira bem estranha.

– Você – apontei pra ele – Levanta, e vamos.

Ele levantou e me seguiu. Despedi-me da minha mãe e saímos de casa. Resolvi tirar minhas duvidas.

P.O.V Dan

– Quem é você, de onde você veio, e o que está fazendo na minha casa? – Ela foi direta, não posso negar, Estava me preparando para essas inúmeras perguntas, e acho que docorei minha falas certinho. Pensei um pouco antes de responder.

– Eu sou Daniel Marshall – primeira mentira - tenho dezoito anos, não sou daqui – isso era verdade - estava tendo uns problemas em casa, então seu pai me ofereceu uma estadia aqui. – nossa, até eu acreditaria em mim.

– Hum, tá – Falou desconfiada. Continuou com as mãos no bolso, sem falar mais nada.

E não o fez, ficou quieta o caminho inteiro. Resolvi seguir seu exemplo. Essa garota me intimidava mais do que seu pai delegado.

Aproveitei esse tempo para analisá-la. Ela tinha um rosto angelical, que não combinava com sua pose de marrenta. Ela era muito bonita, isso não podia negar, mas se estivéssemos em outra situação, quem sabe não daríamos certo? Ela já me odeia sem nem me conhecer, mas se eu me apresentasse com meu verdadeiro nome, será que ela não pensaria diferente?

Depois de algum tempo andando, nos aproximamos de uma casa muito bonita. Charlie tocou a campainha, e uma mulher de cabelos loiros atendeu a porta.

–Charlie, vejo que trouxe alguém com você – me olhou sorrindo – é seu namorado? Hanna não me falou nada.

Charlie ficou corada, e eu ri de sua reação.

–Não sra. Morrison – falou olhando para o chão – Esse é Daniel, filho de um casal de amigos do meu pai, que esta passando um tempo por aqui.

– Muito prazer, Daniel – me deu dois beijinhos, sorrindo.

– Dan - assentiu - Igualmente sra. Morrison.

– Podem subir, Hanna deve estar lá no celular falando com Owen.

Entramos na casa, e aproveitei para irritá-la.

–Ela achou que nós fossemos namorados. – me lançou um olhar fulminante

– É a idade. – continuou andando. – Ah, Hanna é desse “jeito” com todo mundo, não se sinta especial, Daniel. – Que jeito?

Entramos no quarto e lá havia uma garota loira sentada na janela falando ao celular. “Não, Owen. Cala a boca e me escuta, porra. Eu acredito em você, sei que você vai ganhar a competição. Para, eu te amo mais. Boa sorte! Beijos” A garota desligou o telefone e nos olhou.

– Charlie, querida! Traz visita, e nem me fala? – Disse sorrindo e abraçando-a. – Quem é esse gato? – a escutei sussurrando. Ri, e elas pareceram lembrar que eu estava ali.

– Eu sou Daniel, vim passar uns tempos na casa da Charlie.

– Eu sou Hanna, a melhor amiga. Então Dan, você tem namorada?

– O que? – eu e Charlie falamos em coro. Olhei para Charlie e ela ficou sem graça.

– Não tenho - frazi o cenho.

– Ah, bom saber. –Sorriu.

–Bom saber porque, Hanna? Quero ver quando Owen souber disso.

– Sua idiota, eu to muito feliz com o Owen. Eu só queria saber se ele estava livre porque eu tenho uma amiga solteira que é muita chata e esta cansada de ficar de vela – Falou encarando Charlie.

– Hanna! – Charlie gritou

– Esse é Owen – Falou apontando para uma foto na parede. Nela estavam Hanna, e um cara com pinta de skatista. Ele tinha tatuagens e olhava para ela sorrindo. Era uma foto apaixonada. Olhei para o lado, e vi que como Charlie, Hanna também é fã da Underground Legends. Ela é minha fã. Disfarcei um pouco.

– Vocês formam um belo casal.

– Não precisava ter dito isso, Daniel, agora sim ela não vai parar de se achar – Hanna riu.

– Obrigada, graças a Charlie eu conheci ele. - Fitei-a curioso. Ela era legal com as pessoas, só comigo que não.

– Owen era meu melhor amigo, e um dia ele viu uma menina loira e me disse: “Charlie, você tem que me ajudar. Acho que to apaixonado”. Foi a primeira vez que eu vi ele falando assim. Me aproximei de Hanna com esse objetivo, mas acabei conhecendo ela melhor...

– E se apaixonou por mim também. Viu como eu sou querida, gentil, inteligente, além de linda, e virou minha melhor amiga - Hanna a interrompeu.

– Adiciona humilde na lista também, Han – Charlie riu. Como o sorriso dela era lindo. Eu vi que ela estava me observando o tempo todo. Será que alguém está interessada em mim? Não. Ela não pode.

Ficamos por lá. Almoçamos, e vi que a Sra.Morrison estava encantada por mim. Fazer o que, causo isso nas mulheres. Passamos uma tarde boa, conversando e rindo. As duas são incríveis, e Hanna me lembrou muito de Blake. Ele é assim comigo. Era, eu acho. Sempre foi meu irmão. A amizade delas era como a nossa.

Quando estava anoitecendo, fomos para casa, com o silêncio reinando.

Passamos por varias casas até chegarmos ao destino final, e em todas elas as pessoas a cumprimentaram. Acenavam e conversavam por um tempo. Charlie era popular na vizinhança. Ela era simpática com todos, o sorriso sincero estampado no rosto a deixava ainda mais linda. Na porta da casa, ela olhou nos meus olhos e disse:

– Sabe, Daniel, você é diferente do que eu pensava.

– Isso é um elogio?

– Digamos que sim – e riu.

Entrou na casa e não olhou pra trás.

E eu fiquei lá, com um sorriso bobo na cara.

Meu Deus, o que está acontecendo comigo?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por tudo Nikky!
Comentem galera!
Próximo capitulo vai ter briga!
Hahahahah
Boa semana!
Bjo!