I Knew You Were Trouble escrita por Juliane Bee


Capítulo 3
Another day, another Life.


Notas iniciais do capítulo

Oi galera!
Então, agora vou atualizar a fic toda terça feira. Yey!
Leiam as notas finais, ok?
Obrigada pelos comentários!! O apoio de vocês é fundamental!
Boa leitura!
Beijos.



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P.O.V Dan

– Dan, acho melhor você tomar um banho – Delegado Bob disse olhando em direção a minha camiseta suja de sangue - Nós temos um banheiro aqui, fica no final do corredor – apontou a direção.

– Mas eu não tenho o que vestir depois, senhor.

– Isso não é problema - sentou em sua cadeira - Eu vou ligar para minha mulher e ela vai trazer até aqui. Agora se o senhor me dá licença, eu tenho que cuidar da bagunça que causou. – Eu deveria agradece-lo? Opa, acho que é hora de ir.

Abri a porta da sala e me deparei com Judy, a secretaria/enfermeira.

– Você está melhor garoto? – A voz dela soava preocupada.

– Acho que sim, obrigado, você sabe, por me ajudar.

– Não foi nada, querido - sorriu docemente - Quando te encontramos você estava desmaiado, provavelmente por causa do álcool. Não sou médica, mas sei que nada grave aconteceu com voce. Sua queda foi amortecida pela neve, teve muita sorte - sorriu - Fico feliz que você esteja bem.

Sorri tímido, as pessoas não costumavam ser gentis assim comigo de graça. Elas sempre querem alguma coisa em troca.

Fui em direção ao banheiro, e chegando lá me encarei no espelho. Eu estava sujo de sangue, mas meu cabelo continuava intacto graças ao gel, só alguns fios ficaram espetados, e meu rosto estava sujo. Minhas pupilas estavam vermelhas e bem dilatadas.

Tomei um banho, e voltei a me encarar.

Agora limpo meus cabelos enrolados estavam de volta. Fazia tanto tempo que eu não o via assim, era como se tivesse voltado no tempo.

Coloquei minha calça jeans e voltei a sala.

Delegado Bob estava sentado olhando para a mesa, parecia muito preocupado, e um uma mulher loira – acho que sua esposa – estava fazendo carinho em sua orelha. Quando me viu, ela parou.

– Aqui estão as roupas Sebast.. Dan, me desculpe, estou tentando me acostumar- falou constrangida me entregando uma sacola com roupas - a propósito sou Lilian, a prefeita da cidade e esposa em tempo integral - ela riu.

– Obrigada pelas roupas Lilian, mas o dono delas não vai se importar? – quando olhei para ela percebi que deveria ter ficado quieto.

– Não mais, querido - fitou o chão.

Ela parecia distante.

– Bom, Dan – Delegado falou tentando mudar de assunto rapidamente - antes de nós irmos para minha casa, tem algumas coisas que você deve saber. – Coloquei uma blusa xadrez que estava na sacola, e me sentei.

– É o seguinte, a partir de agora você se chama Daniel Marshall, é filho de um casal de amigos nossos, e veio fazer um intercambio aqui. Estamos entendidos? - Perguntou.

– Sim, senhor.

– Ótimo, essa é a parte fácil – um sorriso se formou em seus lábios – Dan, nós temos uma filha - Será que ela é gatinha? Se for parecida com a mãe... – Ela tem a sua idade, e é um pouco difícil.

– Como assim difícil? – Não estou entendendo, ela é psicopata ou coisa do tipo? Eu vou ter que morar na mesma casa que ela?

– Pare com isso, Bob – Lily começou - Ela é um doce de menina. E ele, – Apontou para o marido – Só está falando isso para você não se engraçar com a nossa filha - disse rindo

– É bom mesmo - bateu de leve na mesa - mas você não vai poder dizer a ela que é o responsável pelo incêndio – fitou o chão - Aquele galpão era muito importante para nossa filha, ela estava organizando a feira da cidade junto com as crianças.

– Eu sinto muito – falei verdadeiramente – Eu vou ajudá-la em tudo o que for preciso.

– Outra coisa, se alguém descobrir que você é Sebastian Campbell, infelizmente eu não vou poder fazer mais nada. – Isso é uma ameaça?

– Mas tudo vai dar certo e a feira vai ficar pronta na data certa – Lily falou tentando quebrar o clima – Tenho certeza que você e minha filha vão fazer um ótimo trabalho. – Sorri preocupado. Eu precisava acreditar nisso também, havia muita coisa em risco.

– Mas enquanto você estiver aqui não vai ter todo o seu luxo, Dan. Você vai se comportar como um garoto normal.

– Garoto normal? E como é ser um garoto normal? – Eu não sei mais o que é isso á anos.

– Você terá que ir a escola, e além de ajudar nossa filha, terá que ajudar em casa. – Escola? Mas eu não vou a escola há muito tempo. Faz uns três anos que começamos com a banda, e não tínhamos tempo de conciliar a escola com os shows, ensaios, sessão de fotos... Começamos então, a ter aulas particulares. Não sou o que se chama de aluno exemplar, não vou bem em quase nenhuma matéria, mas em português me saio melhor. Acho que meu lado compositor me ajuda. – Nossa filha pode ajudá-lo na escola – Acho que ele percebeu minha cara de preocupado.

– Bem, vamos para casa agora querido –Lily bocejou- Esta tarde.

– Sim, querida. Dan, pegue seus pertences e vamos.

Voltei ao banheiro, e peguei minhas coisas.

Olhei meu reflexo novamente no espelho.

Agora eu era Dan, um garoto normal.

Sai de lá e fui em direção ao carro que estava me esperando do lado de fora. Não falamos nada durante o caminho. Fui olhando as paisagens, e mesmo com a escuridão da noite, pude notar que aqui é um lugar muito bonito. Demoramos uns vinte minutos, e então chegamos a uma casa. Ela era linda, mas não era nada parecida com minha casa. Era muito mais aconchegante comparada a minha.

–Vamos? – Lily falou sorrindo.

Ela procurou na bolsa as chaves, e então entramos na casa. Assim que passei pela porta de entrada notei uma garota sentada no sofá. Ela estava com as mãos na cabeça, e parecia estar chorando.

– Charlie – Lily disse, indo em direção a garota. Então essa era a filha deles, Charlie. Ela era muito mais bonita do que eu pensava, os cabelos eram negros, como os do pai, nada parecidos com os loiros de Lily – eu fiquei sabendo do acontecido.

– Não vai dar tempo mãe, está tudo arruinado! Ele vai ficar desapontado comigo, eu não sei fazer nada direito mesmo – ela estava desolada, e tudo por minha culpa.

Estava me sentindo um idiota por ter deixado uma garota tão linda quanto ela triste.

– Charlie, não fique assim – seu pai se manifestou, e pela primeira vez vi que ela olhou em minha direção. Os olhos azuis como os de Lily, estavam envoltos em uma maquiagem preta, que agora estava toda borrada, escorrendo pelo rosto.

Ela parecia me analisar.

– Quem é ele? – falou ríspida. Uau. – Na verdade não importa. Pai, como isso pode acontecer?

Vi uma troca rápida de olhares entre seus pais.

Eles não iriam contar, que fui eu que causei tudo isso, iriam?

– Ainda está muito cedo, Charlie. Amanhã vou investigar isso. – Bob falou.

– Tá pai, mas o que eu faço agora? Você sabe o quanto tudo isso é importante pra mim – estava implorando para o pai uma resposta – Não vai dar tempo de fazer tudo de novo até a data marcada.

– Na verdade filha, você vai conseguir sim. E o Dan vai te ajudar com isso. – Falou olhando em minha direção.

– Quem é Dan, pai? - perguntou seca

– Eu sou Dan – falei encarando-a.

Ela me fitou por alguns segundos sem dar muita atenção, e voltou a encarar o pai.

– Charlie, eu quero que você conheça o Dan - disse apontando para mim – Dan, esta é minha filha Charlotte. Ele é filho de um casal de amigos nossos, e vai passar um tempo aqui em casa. Ele vai poder te ajudar, depois da escola é claro, a reconstruir tudo.

– É querida – Lily falou – toda ajuda é bem vinda agora, sei que você não gosta muito de trabalho em equipe, mas o Dan vai poder te ajudar. Você pode ajudá-lo na escola e ele pode te ajudar com os preparativos – Charlie encarava a mãe com raiva nos olhos - O que você acha?

Só pela cara dela eu já sabia que a resposta era um belo não.

– Oi, Charlie – falei. Estava com medo que ela pulasse em meu pescoço, mas não, ela só ficou ali me encarando. Será que ela estava me reconhecendo.

– Pra você é Charlotte. – falou subindo as escadas.

– Charlotte – Bob gritou – Volte aqui!

– Charlie, desça, vamos – Foi à vez de Lily chamá-la – Bom, ela não vai descer hoje. Acho melhor nós irmos dormir. Bob, pode ir na frente, querido Vou mostrar o quarto do Dan.

– Boa noite Dan – Bob acenou com a cabeça – Até daqui a pouco, querida – Deu um beijo na mulher e subiu as escadas.

Lily, fez sinal para que eu a acompanhasse, e então também subimos. Paramos no corredor, e nele haviam cinco portas. A primeira provavelmente era a do casal, a segunda estava aberta, era um banheiro, paramos na terceira porta.

– Esse é aqui é o seu quarto, Dan. Tem tudo que você precisa nele - suspirou - Boa noite, querido – me deu um leve abraço.

– Boa noite, Lily – ela saiu, indo em direção ao seu quarto.

Abri a porta e me deparei com um quarto extremamente limpo. Tinha uma cama de casal, um guarda roupa, uma escrivaninha, e uma porta que levava ao banheiro. Fui em direção a janela e olhei a paisagem. Não se escutava nada do lado de fora, só o barulho do vento. Que saudades da cidade, do barulho dos carros, da visão dos letreiros luminosos. Resolvi me deitar, nem tirei a roupa do corpo.

Fui dormir com a certeza de que sonharia com aqueles olhos azuis.

****

Acordei com o sol batendo em meu rosto.

Fui ao banheiro e fiz minha higiene matinal. Minha barriga estava roncando, então resolvi sair do quarto e procurar comida. Chegando na cozinha vi Lily cozinhando alguma coisa. Era estranho pensar que aquelas pessoas estavam fazendo isso de graça para mim. Não eram meus funcionários, e sim alguém que eu devia muitos agradecimentos.

– Bom dia, Lily - trata-los com respeito era o mínimo que eu podia fazer.

– Bom dia, querido. Você pode me fazer um favor? – Fiz que sim com a cabeça – Pode chamar a Charlie? O quarto dela é aquele em frente ao seu.

Subi em direção ao quarto dela.

Bati levemente na porta, mas não obtive sucesso. Bati com força dessa vez, e escutei uma Charlie raivosa praguejando do outro lado.

– Mas que porra, não se pode mais dormir nessa casa? – Falou me encarando.

– Foi mal, Charlotte –Não era assim, que ela disse que eu deveria chama-la? - é que sua mãe... – Parei de falar, não posso acreditar nisso.

– Minha mãe o que garoto? – Ela estava me encarando.

Não conseguia responder, eu estava estático olhando o pôster na parede dela.

Eu estava ME olhando, era um pôster da banda, mas eu estava em todos os outros espalhados pelo quarto.

–Ahn, ah ... - Tentei dizer alguma coisa, mas não saia nada.

Eu entrei em choque.

Eu estava disfarçado na casa de uma fã.

Isso com certeza não vai dar certo.

– Sua mãe, descer, café – gaguejei.

Ela não pode descobrir quem eu sou, e ter algum tipo de envolvimento com a Charlie pode estragar tudo.

Preciso ficar o mais longe possível dela, mesmo que não seja o que realmente quero.


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Notas finais do capítulo

Gostaram dos personagens?
Não sei se alguém realmente está lendo, então comentem ok? Não custa nada kkk
Até o próximo cap!
Bjks
:**