I Knew You Were Trouble escrita por Juliane Bee


Capítulo 2
Falling To Pieces.


Notas iniciais do capítulo

Oláa!
Mais um capitulo aí, galera!
Obrigada pelos comentários no anterior, de verdade! :)
Esse capitulo tem algumas coisas pessoais nele hahahaha
Espero que gostem, e não esqueçam de deixar um comentário com a sua opinião!
Apresento a vocês: Charlie!



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P.O.V Charlie

– Paga pau de rockeira, mas tem um pijama de cupcake – falei rindo para Hanna.

– Cala a boca Charlie - lançou um olhar maligno, mas logo depois riu – Pelo menos não sou eu que pago pau de rockeira, mas gosto da Underground Legends.

– Touché my friend, touché – É, eu gosto da Underground Legends.

Hoje, como todas as sextas feiras, fui dormir na casa de Hanna. Nós fazemos isso há quase dois anos seguidos. Ela é minha melhor amiga. A única amiga que eu tenho, na verdade.

Ela é uma das poucas pessoas que não me acham esquisita.

Ela é esquisita como eu, sabe?

Não somos aquele tipo de esquisitas clichê, que odeiam todo mundo, nós gostamos de passar o tempo vendo filmes e falando sobre livros estrangeiros, coisa que a maioria das garotas da nossa escola passam longe.

– Alias, adorei sua briguinha com a Alyssa hoje - falou rindo - como sempre, você levou a melhor.

– Aquela garota sabe como me irritar –Alyssa sabe que não gosto dela, mas mesmo assim faz de tudo para me tirar do sério, e de propósito.

– Como você sempre tem resposta pra tudo?

– Já nasci bombástica desse jeito, desculpe - disse rindo.

– Ah, cala a boca Charlie - me jogou uma almofada de coração no rosto. Presente meu, por sinal, uma das únicas coisas fofas e carinhosas que dei a ela.

Estávamos deitadas na cama escutando musica, Hanna pintava as unhas na verdade, quando ela parou o que estava fazendo, e me encarou.

– Charlie, você está escutando essas sirenes? – Pulou da cama derrubando os esmaltes no chão, e correu para a janela

– Agora que você falou, estou escutando sim. Achei que fosse Ben com os carrinhos dele - Ben, o irmão menor de Hanna, pode ser o garotinho mais fofo do mundo, mas também é o mais bagunceiro.

– Charlie, tenha dó. Se ele fizesse um barulho desses você acha que eu já não teria o mandado calar a boca? – disse rindo- Tira essa bunda daí e venha ver isso – Apontou para fora

– Hanna, eu não consigo ver nada dessa janela, alias ela está meio sujinha, não acha?- falei isso só para irritá-la, já que tem mania de limpeza.

– Está sujo? Onde?

– É mentira, sua idiota – ri da careta que ela fez.

– Ah, cala boca, Charlie. Mas eu não consigo ver mesmo, vamos lá fora- É impressão minha ou ela me mandou calar a boca três vezes em menos de trinta minutos?

– Claro, vai sair com esse pijama?- Ela olhou para baixo encarando os lindos cupcakes.

– Foda se, eu to em casa mesmo.

Saímos da casa dela e fomos até a calçada. Nos deparamos com caminhões de bombeiro indo em alta velocidade em direção a rodovia estadual. Que estranho todo esse movimento, cidade pequena não é disso. O que será que havia acontecido?

– Hanna, acho melhor eu ir para casa, quem sabe meus pais precisem de ajuda em alguma coisa. – Meu pai é o delegado da cidade, e se tiver acontecido alguma coisa ele deve saber.

– Tudo bem, depois me liga contando – disse

– Tá, curiosa.

Despedi-me dela, e fui para casa.

No caminho estava tudo normal, nenhum movimento estranho.

Peguei a direita em direção a minha casa, e com isso tenho que passar na rodovia. Chegando lá não acreditei no que vi. Parei o carro no acostamento. Eu estava entrando em estado de choque. Isso não está acontecendo, gritei mentalmente.

Isso definitivamente não está acontecendo.

Todo meu trabalho está virando cinzas.

Desci do carro correndo e tentei chegar mais perto. Não, não pode ser. Há quase um mês estou preparando a feira da cidade, e tudo, exatamente tudo, estava guardado em um galpão. Esse mesmo galpão que agora esta pegando fogo.

As labaredas altas pareciam alcançar o céu, e o cheiro de fumaça estava me deixando sem ar, as janelas, algumas já estavam no chão, enquanto as outras começavam a cair. A parede ficou toda pintada de preto, o fogo estava queimando tudo lá dentro, e os bombeiros pareciam não conseguir controlá-lo. Tentei procurar meu pai, mas ele não estava ali.

– Paul –encontrei um amigo da família- meu pai esta aqui?

– Não, Menininha, acho que... – Não sei o que ele disse, porque nesse exato momento me virei, e vi o galpão inteiro caindo.

É incrível como em segundos você vê seu sonho desmoronar na sua frente.

Todo o trabalho que eu tive, toda a ajuda das crianças, tudo estava perdido. Não sei quanto tempo fiquei parada lá olhando para o nada.

Me assustei quando Paul me cutucou.

– Menininha, acho melhor você ir para casa – me olhou triste – Você consegue ir sozinha, ou quer que eu peça para algum dos meninos te levarem?

– Tudo bem Paul, eu consigo sim – falei com lagrimas nos olhos.

– Ei, Menininha! Espera! - falou gritando – Tentamos salvar tudo, mas infelizmente só consegui salvar isso - e me entregou um caderno com a capa preta toda de couro. - Eu sei como é importante para você.

– Obrigada Paul, obrigada mesmo.

Entrei em meu carro e fiquei estática.

Graças a Deus o caderno estava a salvo. Pelo menos isso. O estúpido caderno DELE estava a salvo. Mas afinal, como isso pode acontecer? O que vou fazer agora? Não vai mais dar tempo de terminar tudo na data certa. A feira não vai mais acontecer, e os moradores vão ficar decepcionados.

Eu acabei com o sonho daquelas crianças, prometi que tudo estaria pronto.

Nem sei como consegui chegar a em casa, quando vi estava desmaiada no sofá. Minha cabeça começou a doer, então resolvi tomar um remédio. Fui procurar na cozinha e reparei que minha mãe não estava em casa, o que é muito estranho. Escutei o barulho das chaves na fechadura, e fui em direção a ela.

– Charlie – minha mãe falou chorosa – eu fiquei sabendo do acontecido.

– Não vai dar tempo mãe, está tudo arruinado! Ele vai ficar desapontado comigo, eu não sei fazer nada direito mesmo – A abracei.

– Charlie, não fique assim – meu pai se manifestou. Olhei em direção a ele e vi que ao seu lado estava um garoto. Quem era ele? O que ele estava fazendo ali atrapalhando o momento em família que há muito tempo a gente não tinha?

– Quem é ele? –falei ríspida. – Na verdade não importa. - fitei meu pai - Como isso pode acontecer?

Vi uma troca rápida de olhares entre meus pais.

– Ainda está muito cedo, Charlie. Amanhã vou investigar isso.

– Tá pai, mas o que eu faço agora? Você sabe o quanto tudo isso é importante pra mim – falei olhando em seus olhos – Não vai dar tempo de fazer tudo de novo até a data marcada.

– Na verdade filha, você vai conseguir sim. E o Dan vai te ajudar com isso. – Ahn?

– Quem é Dan, pai?

– Eu sou Dan – o garoto se manifestou.

– Charlie, eu quero que você conheça o Dan- falou apontando para ele – Dan, esta é minha filha Charlotte - ele esperava um aperto de mãos? Não. - Ele é filho de um casal de amigos nossos, e vai passar um tempo aqui em casa. Ele vai poder te ajudar depois da escola, é claro, a reconstruir tudo.

– É querida - minha mãe falou – toda ajuda é bem vinda agora. Sei que você não gosta muito de trabalho em equipe, mas o Dan vai ser de grande ajuda. Você pode ajudá-lo na escola, e ele pode te ajudar com os preparativos – Agora eu virei professorinha dele? - O que você acha? – falou mostrando um sorriso.

– Oi, Charlie – o garoto quis iniciar uma conversa.

Agora reparando nele, ele me parece familiar.

Ele era alto, estava vestindo uma blusa xadrez, e jeans. O cabelo dele estava despenteado, e os cachos estavam caindo sobre o rosto. Que vontade de tirá-los dali, quem foi que te deu o direito de ter um cabelo tão bonito assim?

– Pra você é Charlotte. – falei saindo de lá.

Subi as escadas escutando o meu nome sendo chamado diversas vezes.

Entrei na ultima porta no final do corredor, vulgo meu quarto. Tranquei-a e deitei em minha cama. Tantas emoções em uma noite, que horas eram agora? Olhei no relógio e vi que já eram quatro e meia da manhã. Meu Deus, ligo para Hanna mais tarde. Resolvi dormir assim mesmo, não tirei minha roupa nem nada, apenas capotei.

****

Acordei com batidas na porta.

Levantei irritada e fui ver o que era.

– Mas que porra, não se pode mais dormir nessa casa? – Falei docemente me deparando com cachinhos me olhando, uau, que olhos verdes.

– Foi mal, Charlotte – esse Charlotte saiu com uma entonação diferente- é que sua mãe...

– Minha mãe o que garoto? – Ele estava parado me encarando. Espera. Não era a mim que ele estava encarando. Me virei e notei que ele estava olhando fixamente para o pôster do Underground Legends.

– Ahn, ah ...- foi só o que ele consegui dizer.


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Notas finais do capítulo

Galera divulguem a fic!
E não se esqueçam de comentar ok?
Só assim vou saber que realmente as pessoas estão lendo :)
Um ótimo final de semana à todos!
Bjks,
Ju.