Ed In Wonderland escrita por teffy-chan


Capítulo 6
Capítulo 6 - The Queen of Hearts




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A mulher que instruiu Edward e Alphonse na arte da Alquimia, Izumi Curtis, caminhou imponente entre as duas fileiras de guardas, aparentemente sem nem sequer notar que um de seus dicípulos estava ajoelhado diante dela. Seu marido, Sig, a seguia de perto, trajando uma roupa de Rei e parecendo mais amedrontado do que Ed jamais o vira, o que era estranho, visto que ele tinha pelo menos duas vezes o tamanho da mulher. Alphonse também a seguia, um pouco mais afastado.


Izumi caminhava de um jeito majestoso que não combinava com ela, encarando todos com muita atenção, como se esperasse encontrar algo do que reclamar. E não é que encontrou? Não dera nem dez passos, e ela percebeu a tinta vermelha que escorria de uma rosa branca particularmente mal pintada.


– Quem pintou assim... minhas rosas cor de carmim?! - indagou a sensei, sua fúria crescendo a cada palavra
– Foi o "Três"! - acusou Havoc de repente, apontando para Breda
– O que?! Eu nada, foi o "Às"! - disse ele, apontando para Fuery
– Não mesmo, quem estava pintando essa roseira era o "Dois" - rebateu ele, apontando exageradamente para Fallman
– Não fui eu coisa nenhuma, foi o "Quatro"! - Fallman gritou, apontando de volta para Havoc
– Já disse que não fui eu! A culpa é do "Três", Majestade!! - exclamou Havoc em resposta
– Já chegaaa!! - ralhou a mulher, ponto um fim na discussão dos quatro - Vocês todos, serão punidos agora mesmo!!
– Mas Majestade...
– Foi ele quem começou!
– A culpa não é minha!
– Por favor perdoe-nos!
– Já mandei calarem a boca! - Izumi tornou a gritar - Cooooortem as cabeçaaaaaaaas!!!!
– NÃÃÃÃÃÃÃÃO!!! – berraram desesperados os quatro ao mesmo tempo, sendo levados em seguida pelos guardas.


As pessoas que antes estavam ajoelhadas agora se levantavam e aplaudiam, dando vivas, como se estivessem felizes com a sentença dos quatro. Bom, talvez só estivessem felizes por terem sido eles a serem condenados, e não elas mesmas. Izumi acenava para a multidão, dando um baita de um sorriso convencido que não combinava nadinha com ela. Ed olhou horrorizado seus antigos companheiros de exército sendo arrastados aos prantos para a execução por míseras cartas de baralho. Claro que ele não podia ficar quieto sobre isso.


– Ei, sensei! - o loiro berrou - Não pode mandar cortar as cabeças deles só porque...
– Silêncioooo!! - izumi berrou novamente, fazendo todos se calarem - E quem é "isso"? - ela perguntou, olhando atentamente para Ed
– Ora, deixe-me ver, querida! - Sig se aproximou, querendo parecer prestativo - Não parece ser do naipe de ouros... será que é do naipe de paus?
– Err... s-se me permite, Majestade... - Alphonse aproximou-se alguns passos timidamente - E-Eu creio que seja uma pessoa
– É claro que sou uma pessoa! O que é isso, não reconhece mais seu próprio irmão, Al?! - Edward indagou, e Alphosne voltou a recuar, um tanto amedrontado
– I-Irmão? - ele repetiu, parecendo confuso - E-Eu não sei do que você está...
– É claro que sabe, não se faça de besta! - Ed voltou a interrompê-lo - Sou eu, Edward Elric, seu irmão mais velho!
– Irmão mais velho? - Al repetiu, parecendo confuso - Como você pode ser meu irmão mais velho se é mais baixo do que eu?
– Quem você tá chamando de alpinista de sargeta, seu pirralho????!! - Ed berrou, o rosto vermelho de raiva - O que foi que deu em você afinal, a sensei fez lavagem cerebral em você também, é?? Aliás, porque você passou pro lado dela, hein seu traidor?!
– P-Porque ela é a Rainha, é claro... - Al respondeu, como se duvidasse que o outro tivesse feito uma pergunta tão óbvia - Mas eu realmente não sei do que a senhorita está falan...
– É o que?! - Ed interrompeu novamente, dessa vez parecendo genuinamente furioso - Quem você tá chamando de senhorita, seu pivete orelhudo?! - ele berrou, puxando as orelhas de coelho do irmão
– Já basta!!! Solte meu arauto, seu forasteiro atrevido!!! - Izumi berrou, e Ed soltou o mais novo de má vontade, fazendo com que Alphonse caísse sentado no chão - Agora, diga-me, forasteiro: Quem és tu, de onde vieste, e para onde vais?
– Como eu disse antes, me chamo Edward Elric. Mas todos me chamam de Ed - o loiro respondeu, estranhando ter que se apresentar de novo para pessoas já conhecidas - Eu vim da Central, e estava procurando meu...
– "Seu"?! - Izumi interrompeu escandalosa - Como assim "seu"?! Tudo aqui é meu, e só meu, ouviu bem??
– Hai, hai, já entendi! - Ed apressou-se a dizer, achando melhor não provocá-la dessa vez
– Ótimo! Já que entendeste, diga-me uma coisa... por acaso você joga cricket? - a Rainha perguntou, com um tom de voz um pouco mais calmo
– Hãn.... eu conheço as regras, mas...
– Ótimo! Então que comecem o jogo!!


Em poucos segundos, o campo para o jogo de Cricket estava arrumado, sendo que os tacos eram avestruzes, as bolas eram uma combinação estranha de bicho-preguiça com um hamster extremamente gordo, e os aros por onde as bolas-hamster deveriam passar eram as cartas-soldados, curvadas em um semi-círculo.


a Rainha foi a primeira, é claro. Ela deu uma tacada, acertando o traseiro do pobre hâmster preguiçoso que havia se enrolado como uma bola com a cabeça do avestruz, e o animalzinho saiu rolando. As cartas-soldados saíam de seus lugares e corriam desesperadas pelo campo para que o hamster-bola pudesse passar entre elas. Deu certo nas duas primeiras vezes, mas a terceira não correu rápido o suficiente e não conseguiu alcançar o hamster, que só foi parar de rolar quando bateu contra uma árvore. Izumi ficou tão furiosa que sua face se avermelhou de raiva e ela berrou:


– Cooooortem-lhe a cabeçaaaaa!!!!


E lá foi a pobre carta que não correu rápido o suficiente, levada por outros dois soldados-cartas, rumo à morte. Ed se perguntou se esses soldados que levavam os condenados não sentiam pena deles, já que eram todos seus companheiros soldados afinal, mas acabou concluindo que apenas não queriam desobedecer a Rainha, com medo de perderem a cabeça também.


Izumi pareceu se acalmar depois de condenar outro pobre soldado à morte, e então se virou para seu adversário, abriu um largo sorriso, e disse:


– Bom, agora é sua vez!


Edward engoliu em seco, pensando no que deveria fazer. Se errasse, ela poderia condená-lo por jogar tão mal. Se acertasse, ela poderia condená-lo por ganhar dela no jogo de Cricket. Ele não sabia o que fazer. Por fim, resolveu deixar seu destino e sua vida nas mãos da senhora sorte e se preparou para jogar. No entanto, seu avestruz não estava colaborando nem um pouco. Ele ficava entortando o pescoço, ou deixando-o mole, ao invés de ficar com o pescoço reto, como fizera o avestruz da Rainha. E seu hamster também não ajudava muito, ele ficava rindo da cara de Ed enquanto observava a cena, e nem em forma de bola estava. Izumi também começou a ficar impaciente com aquilo, e disse:


– Ora, por que essa demora, vamos logo com isso! Se não se apressar, cabeças vão rolar, ouviu bem?!


Edward engoliu em seco de novo. Já estava mais do que acostumado a ouvir as ameaças de sua sensei, mas dessa vez era diferente. Dessa vez sua cabeça poderia literalmente rolar, e isso não seria nada legal, sem falar que devia doer muito. Ele tentou segurar o avestruz de um jeito diferente, mas não adiantou de nada. Até que ele perdeu a pouca paciência que lhe restava e chutou a bola-hamster, fazendo-a rolar com o pé mesmo. Para sua surpresa, e também raiva, as cartas de baralho saíram do caminho para que a bola, ou melhor, o hamster não passasse por dentro delas, mas quando chegou no último, o soldado-carta não conseguiu desviar à tempo e ele marcou um ponto.


Tanto seu taco-avestruz quanto sua bola-hamster pareceram extremamente preocupados, temendo que acabasse sobrando pra eles. Mas, para a sorte dos dois, e para o azar de Ed, a Rainha falou:


– Você... se atreveu a marcar um ponto... sua planária insignificante, como ousa tentar superar à mim, a Rainha de Copas?! Eu sou a dona desse lugar, sou eu quem mando aqui!! E ninguém, ouviu bem, ninguém ganha de mim, seu protozoário estúpido!!! Cortem-lhe a cabeçaaaa!!!!


Ed sentiu seus piores pressentimentos se tornarem realidade e se preparou para correr e fugir para o mais longe possível dali. No entanto, antes que desse sequer cinco passos, sentiu um par de mãos segurando-o pela cintura e literalmente erguendo-o no ar, até seus pés deixarem o chão e ele não poder mais correr. Virou a cabeça para trás, pronto pra xingar o miserável que estava atrapalhando sua fuga, quando deu de cara com quem menos esperava:


– Opa, aonde pensa que vai, tampinha?! Não ouviu a Rainha? Você precisa ser executado agora, não pode fugir assim! - o último Homúnculos que faltava dar as caras exclamou sorridente, com seus olhos faiscando de maldade por trás dos óculos-escuros
– Greed?! - Edward exclamou incrédulo, sua raiva aumentando ao ver o sorriso do homem se alargar quando ele o reconheceu. Queria dar um soco na cara daquele safado de tanta raiva que sentia, mas infelizmente, assim como o resto de seu corpo, seus braços eram curtos demais e ele não o alcançava agora. Seus membros também tinham voltado a ser de carne e osso, então provavelmente não causaria tanto dano como antigamente - Mas que porcaria, essa só o que me faltava! Por que está trabalhando pra ela, seu maldito?!
– Essa é bem fácil: Porque a Rainha paga bem - Greed respondeu simplesmente, ainda sorrindo. O Homúnculos deu meia-volta e começou a levá-lo na mesma direção para onde foram os outros condenados e, em um acesso de raiva, Ed juntou toda a força que tinha em um de seus pés e acertou um chute certeiro no Homúnculos, bem no meio das pernas
– Que golpe baixo, tampinha.... agora sim eu quero ainda mais que você seja executado! - Greed exclamou, com uma cara de repreensão que não combinava com ele, aparentemente sem sentir dor alguma
– O que?! Mas não é possível! - Edward gritou, por um momento se esquecendo de que corria risco de vida - Tudo bem que eu não tenho mais próteses mecânicas, mas mesmo assim... não é possível que você não tenha sentido nada!!!
– Você se esqueceu de quem eu sou, tampinha? O escudo invencível, se lembra? - o Homúnculos falou, voltando a exibir um sorriso desdenhoso, e Ed xingou-se mentalmente por ter se esquecido disso

– Nee... posso fazer uma sugestão, querida? - Sig falou com certa cautela para a Rainha - Como todas as foices e gilhotinas estão ocupadas por conta daqueles quatro que você mandou executar mais cedo... será que não podíamos fazer um julgamento para essa pessoa enquanto esperamos?
– Um julgamento? Pra quê?! No fim ele vai acabar sendo considerado culpado mesmo! - Izumi exclamou impaciente
– S-Sim, é claro, mas... é só pra passar o tempo... enquanto esperamos até que ele possa ser executado, entende? - insistiu o Rei
– Hunf... bom, que seja então - concordou a mulher por fim - Todos para o tribunal, depressa! Que comecem o julgamento!











*** Próximo Capítulo: The Judgment ***


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Notas finais do capítulo

Yoo minna!
O que acharam da Rainha de Copas? Terrível ela, né =P E agora, como será que o Ed vai escapar dessa??
O próximo capítulo é o último, galera, então não percam!!
Deixem reviews onegai e façam de mim uma autora feliz *o*