Ed In Wonderland escrita por teffy-chan


Capítulo 5
Capítulo 5 - Cheshire Cat




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Ainda que tenha corrido muito atrás de Al, Edward logo perdeu o irmão de vista outra vez, e antes que se desse conta, tinha ido parar no meio de uma floresta escura e densa, onde as árvores cresciam tão juntas que não era possível ver o céu, de modo que não dava pra saber se era dia ou se era noite. Estava começando a achar que tinha se perdido outra vez quando ouviu uma cantoria ao longe e, ao seguir o som da voz, deparou-se com uma criança deitada no galho de uma árvore, cantando uma música estranha que ele não conhecia. Era um menino e uma das poucas pessoas que Ed conhecia que era menor do que ele. Mas também não era uma pessoa de verdade, e sim um Homúnculos. O menino tinha cabelos pretos, longos e desleixados, que cobria-lhe um dos olhos azuis-escuros. Vestia uma roupa listrada em preto e roxo, e tinha o braço direito e a perna esquerda em um tom de pele mais escuros do que o resto do corpo, que era pálido, quase anêmico. Porém o mais incomum é que o menino também possuia cauda e orelhas de gato, coisa que ele, o Homúnculos Wrath, não tinha antes.


– Ahh era só o que me faltava... até esse pirralho ladrão de membros está aqui, é?! - Ed exclamou, não se surpreendendo tanto quanto deveria ao avistar o garoto
– Hein? Falou comigo ~nya? - o menino parou de cantarolar para encarar Ed
– É claro que falei com você! E desde quando você termina as frases com "nya"?!
– Eu sou um gato ~nya. Então é natural que eu fale "nya" no final das frases ~nya - Wrath respondeu como se aquilo fosse óbvio
– Você é um gato?! - Ed repetiu erguendo uma sombrancelha
– Isso mesmo. O Gato de Cheshire, ao seu dispor ~nya - o garoto apresentou-se
– Tá bom então, Wrath, ou Cheshire, ou seja lá que nome tenha.... será que dá pra me dizer qual caminho tomar pelo menos??
– Isso depende de pra onde você deseja ir -nya - ele respondeu calmamente
– Acho que isso não faz lá muita diferença... - Ed resmungou mal-humorado. Não importava mesmo pra onde ele fosse, já que tudo naquele mundo era pura insanidade
– Então não faz diferença qual caminho tomar ~nya - o Homúnculos respondeu com simplicidade. E para a surpresa do loiro, ele começou a desaparecer lentamente, primeiro os pés, depois as pernas, depois cintura acima e assim por diante.
– Espere, não vá!! - Ed gritou antes que pudesse se conter. Mesmo um pirralho Homúnculos debochado como Warth ainda era melhor do que nada, e por mais que não quisesse admitir, Ed precisava mesmo de ajuda pra sair daquele lugar
– Hein? Que foi, que foi ~nya?? - ele reapareceu, olhando pros lados meio surpreso - Pensei que não fizesse diferença pra você qual caminho tomar, então é só você escolher qualquer um e pronto
– Eu sei que disse isso, mas... no momento eu só quero encontrar meu irmão e ir pra casa... - Edward murmurou mais para si mesmo do que para ele, mas Wrath, ou melhor, Cheshire ouviu
– "Seu" irmão? Ora, mas você não pode encontrar "seu" irmão! Afinal, tudo aqui pertence à Rainha ~nya! - ele me disse como se fosse o óbvio, com um tom de voz meio sinistro
– Eu não encontrei Rainha nenhuma - o loiro falou, sem dar importância àquela informação
– Não encontrou? Não encontrou??! Ora, mas você precisa encontrá-la, ela ficará maravilhada em conhecer você, absolutamente encantada ~nya!! - Wrath exclamou, parecendo bastante eufórico e ansioso. Chegou a mudar de posição no galho e ficar de quatro, balançando a cauda felina de um lado para o outro animadamente. Ed nunca tinha visto ele assim tão animado antes, era meio estranho
– Bom, então... se eu encontrar essa Rainha, vou poder encontrar meu irmão e voltar pra casa com ele, certo?? - o loiro indagou só pra confirmar, já que não estava muito afim de caçar uma Rainha nesse mundo de doidos se ela nem ao menos poderia me ajudar
– Claro que você vai poder encontrar seu irmão e voltar pra casa... se assim a Rainha desejar ~nya. Você só precisa convencer Vossa Majestade a te ajudar ~nya - o Homúnculos respondeu com um sorriso enigmático
– Ok então... e onde eu encontro essa Rainha? - Ed perguntou ainda meio desconfiado
– Bom... alguns vão por aqui - Wrath apontou para a direita - Outros vão por ali - ele apontou para a esquerda - Mas eu, pessoalmente, prefiro usar esse atalho ~nya.


Wrath puxou um galho fino e comprido da árvore onde estava como se este fosse uma alavanca, e para a surpresa do Alquimista de Aço, uma porta secreta se abriu no tronco da árvore, revelando um tipo de jardim-labirinto dentro dela. Ed ficou olhando para a entrada da passagem secreta recém-revelada, completamente boquiaberto por alguns segundos, e quando se recuperou do choque e ergueu a cabeça novamente, viu que o Homúnculos havia desaparecido por completo, deixando-o ali sozinho. Sem outra opção, Edward entrou no tronco da árvore. Caminhou por um gigantesco jardim pelo que lhe pareceu horas, pois o lugar era um verdadeiro labirinto de plantas. Quando estava começando a ficar cansado de tanto andar, ouviu uma cantoria ao longe e seguiu o som das vozes que cantavam, enquanto se perguntava porque raios as pessoas daquele lugar gostavam tanto de cantar, até que chegou a uma área descampada, mais aberta, e repleta de roseiras vermelhas, que curiosamente pareciam estar pingando as cores de suas pétalas no chão. Mais para frente havia uma roseira branca, e quatro pessoas, vestidas como cartas de baralho, tingiam suas pétalas de vermelho com tinta comum de pintar parede. Ele teria perguntado se aquelas pessoas eram loucas, mas quando viu de quem se tratava, percebeu que eram apenas idiotas mesmo: Jean Havoc, Heymans Breda, Vato Fallman e Kain Fuery, os quatro principais subordinados do Coronel Mustang cujo nome ninguém se dá ao trabalho de gravar, e quando grava, sempre confunde uns com os outros, estavam agora vestidos como cartas de baralho, Havoc com a estampa do número Quatro no peito, Breda com o número Três estampado na roupa, Fallman com a estampa do número Dois, e Fuery com a Estampa do Às, todos pintando as pétalas das rosas com tanto desespero que parecia que suas vidas dependiam disso, enquanto cantarolavam:


"Vamos pintar assim, as rosas cor de carmim.
É bom pintar, é bom passar a tinta até ao fim.
Nós pintamos assim as rosas cor de carmim.
Vamos pintar assim, as rosas cor de carmim.
É triste ver que irão morrer as rosas do jardim.
Ohhhhhhhh!!

Terão um triste fim, todas assim, sim, sim, sim, sim, sim, sim
Vamos pintar enfim, as rosas cor de carmim!"


– Desculpe a vez, mas Senhor Três, porquê cor de carmim? - por algum motivo desconhecido Edward perguntou seguindo o ritmo da música
– Bem, acontece que, meu jovem, por engano plantamos rosas brancas! - exclamou Breda em resposta - E a nossa...
– ... Rainha é assim, só quer cor de carmim
– Se ela chegar, é o nosso azar, será o nosso fim - completou Havoc
– Que horror! - Ed exclamou, quase se esquecendo do motivo pelo qual tinha ido lá
– E como morrer é o fim... Pintamos cor de carmim! - cantaram os quatro soldados juntos
– Ora essa! Eu ajudo-vos! - por alguma razão aleatória Ed acabou sentindo pena da situação dos quatro e pegou um pincel para ajudá-los.


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Quando faltavam apenas três rosas para terminarem, eles ouviram uma trombeta soar ao longe, sobressaltando-os, os quatro soldados bem mais do que Ed. Eles jogaram seus pincéis e latas de tinta pro alto e começaram a correr em círculos. Uma lata de tinta caiu na cabeça de Fuery, impedindo-o de ver por onde corria e ele se chocou com Breda. Em seguida eles e os demais ajoelharam, e Fallman empurrou a cabeça de Edward para baixo, forçando-o a se ajoelhar também. O som de trombeta foi ficando cada vez mais alto e, aos poucos, mais cartas de baralho, que pareciam ter surgido das trevas, foram se ajoelhando ao lado deles, formando duas fileiras. E mais uma vez, Alphonse Elric passou correndo diante do irmão, sem nem ao menos parecer notar que o mais velho estava ali ajoelhado tão perto dele. O Elric mais novo vinha correndo apressado e assoprando uma trombeta, passando entre as duas fileiras de cartas. Quando chegou ao final, reuniu todo o fôlego que conseguiu e anunciou:


– Com vocês, a toda poderosa... a magnifíca... a mais bela e mais deslumbrante... a magnânima... a nem sei mais o que... Vossa Majestade, a Rainha de Copas!


Alphonse se afastou para um lado parar dar passagem à tal Rainha, e Ed ergueu a cabeça alguns milímetros, um tantinho curioso. Então era pra isso que Al estava tão atrasado todo esse tempo?! Pra a nunciar a chegada de uma Rainha?! Ahh essa Rainha devia ser boa mesmo, tinha que ser, para atrasar a viagem de Ed e fazê-lo correr por esse mundo de insanidades!!!


Foi quando Edward a viu. Realmente era uma Rainha pela qual se valia a pena ser arrastado por um mundo de loucuras, tomar chás de desaniversário, ser aconselhado por Homúnculos e ser acusado de engravidar sua amiga de infância. Não pela Rainha em si, mas sim pelo que ela poderia fazer com você caso você se negasse a fazer tudo isso. Andando entre as duas fileiras de cartas, desfilando majestosamente, e trajando um vestido longo vermelho-berrante, com vários babados e enfeites na barra da saia e no decote, e usando uma coroa chamativa sob os cabelos negros, estava a mulher que era uma das principais razões para as fontes dos pesadelos de Ed, e também aquela que o ensinou a como lutar contra esses pesadelos e vencê-los.


– Ahhh não.... não acredito... ela não!! Por favor, tudo menos ela!!! - Ed murmurou, com os olhos pregados na mulher, sem nem conseguir piscar, completamente atônico - Izumi... sensei?!










*** Próximo Capítulo: The Queen of Hearts ***


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Notas finais do capítulo

Konnichiwa minna!
Aposto que por essa ninguém esperava né... o Ed vai ter que ter muito jogo de cintura pra dar conta de uma Rainha dessas XD
Deixem reviews onegai e façam de mim uma autora feliz!!! *o*