- Tá esperando o que pra atender? – Turner disse rindo fraco.

- É o Tyler. – Ele olhou pra mim.

- Não atende.

- Como?

- Ah, qual é. Já conheço isso. Ele te deixou plantada lá, te liga dando uma desculpinha qualquer, você desculpa, ele faz o que quer e depois te larga. – Arqueei uma sobrancelha. Oi amigo?

- Qual o motivo do estresse?

- Não é estresse. Eu sei como ele é.

- E você é diferente por acaso?

- Tá bom, então. Atende aí. – Atendi.

*Ligação on*

- Alo?

- Jenny! Eu to precisando muito falar com você! Desculpa por ontem. Eu tive que voltar correndo pra casa.

- Hm. Por que? – Disse seca.

- É... eu lembrei que minha mãe me pediu pra fazer uma coisa pra ela.

- Bêbado do jeito que você tava, você não lembrava nem do seu nome.

- Me desculpa, tá legal? Eu posso ir na sua casa pra gente conversar?

- Eu to indo pro show que eu te falei.

- Show? – Respirei fundo contando até 10.

- É, Tyler. O show do Maroon 5.

- Ah sim… sua mãe tá indo te levar né?

- Não. To indo com o Turner. – Disse indiferente e o Turner quase morreu no volante. Olhei pra ele.

- Não acredito que você tá indo com ele.

- E por que não? Ontem quando você me largou lá sozinha no meio da madrugada e única pessoa que me ajudou foi ele.

- Você ficou como?

- Eu dormi na casa dele ué! Eu ia pra onde? Pra minha casa que fica onde Judas perdeu a meia? – O Turner não sabia se ria ou se quase tinha um ataque do coração.

- Quem tá aí contigo?

- Eu não te falei que to indo com o Turner?

- Só vocês dois?

- Sim, por que?

- A gente vai poder conversar depois?

- Não, Tyler.

- Eu não quero que fique esse clima estranho entre a gente.

- Que clima, vei? Não tem clima nenhum. – Disse rindo. – Eu vou desligar, tá? Tchau.

*Ligação off*

- Ele deve tá puto.

- Quem devia tá puta da vida era eu!

- Eu sei. Calma.

- Eu to calma.

~1 hora depois do começo da viagem~

- “Wee are never ever eveeeer getting back together. Weeeeeeeeeeeeeeee are never ever ever getting back together. You go talk to your friends talk to my friends talk to me” – Sim, eu o Jason estávamos ouvindo rádio e berrando cantando Taylor Swift.

- “But weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee” – Jason cantou essa parte sozinho e eu quase morri de tanto rir. – Ah, qual é. Era pra você ter continuado cantando junto.

- Fazer o que né. – Ele riu fraco.

- Pega ali no meu porta luvas uma barrinha de cereal, por favor? – Abri o troço e só tinha comida ali. Juro, era um estoque.

- Que tipo de pessoa estoca comida no porta luvas do carro?

- Eu. – Ele disse sorrindo forçado e eu ri fraco. Peguei uma pra ele e uma pra mim. – Tu come hein.

- É só uma barrinha.

- Eu não tomei café da manhã reforçado que nem o seu. Já você tomou café na minha casa e ainda veio comendo uma maçã da sua.

- To em fase de crescimento. – Disse e deu a língua pra ele.

- Quem mostra língua pede beijo. – Ele disse rindo.

- Af, cala a boca. – Empurrei o braço dele de leve e ele riu.

~2 horas depois do começo da viagem~

- Tá cansado?

- Não, por que?

- Que aí eu dirigiria.

- Nem fudendo que eu ia deixar você dirigir meu carro.

- Eu dirijo muito bem ok! – Disse empinando o nariz de brincadeira.

- Tem carta?

- Ér… ainda não. Mas eu sei dirigir. – Ele riu fraco. – Eu to no tédio. – Comecei a fuçar as coisas no carro dele. Não tinha nada pra fazer!

- O que você tá fazendo?

- Fuçando.

- Tá dando uma de agente do FBI por acaso? – Revirei os olhos.

- Claro que não. Só to no tédio.

- Hm. – Ele disse e ficamos quietos por um tempo.

- Você é do time? – Perguntei.

- De basquete da escola? – Assenti. – Sou.

- Tem cara mesmo.

- De jogador ou de mauricinho?

- Os dois.

- E você tem cara de irritadinha.

- Hey! – Ele riu fraco.

- Não falei? – Fiz bico.

~3 horas depois do começo da viagem~

- Vê o endereço aqui, Jenny? – Já desisti de corrigir meu nome pra ele. Peguei o ingresso.

- Rua XXXXX. – Peguei meu celular e entrei no Google Maps. – É perto de um shopping.

- Qual shopping?

- Não sei. – Ele revirou os olhos e parou o carro no acostamento pegando o celular da minha mão em seguida.

- Não é um shopping. É um supermercado. – Dei de ombros e ele continuou dirigindo.

- Jason, não é por aqui. E teu GPS tá falando que é pro outro lado.

- Eu sei o que to fazendo.

- To vendo!

- Fica calma, garota. Ainda tem tempo. – É um festival. Os shows começam as 17h00 e agora são 15h30. Até a gente estacionar, ir até o local, achar a cadeira que tá no ingresso…

- Dá pra você seguir o GPS?

- Eu to seguindo! Aqui ó, eu to no lugar certo. – O troço começou a apagar a tela.

- O que tá acontecendo. – Ele mexeu lá.

- Vê se tem um cabo aqui na caixinha, sei lá o que isso. – Ele disse apontando pro trocinho que ficava atrás do freio de mão.

- Não tem nada.

- Puta…

- Que foi?

- Acabou a bateria do GPS.

- Tá brincando né? – Ele fez que não com a cabeça. – Tem um posto ali. A gente para lá e pergunta. – Ele assentiu. Jason parou o carro no posto e falou pra eu ficar dentro do carro. Dei de ombros e ele entrou na lojinha de conveniência que tinha lá.

- São quatro quadras pra frente e depois vira a direita que já vai tá na rua. – Assenti.

Chegamos no local e tinha muita gente!

- A gente vai ficar atrás quando começar o show desse jeito.

- O ingresso que eu comprei é perto do palco.

- Mas a gente não vai conseguir chegar perto da grade. Só atrás. – Ele agarrou na minha mão.

- Vem. – Entregamos os ingressos pro segurança e entramos. Sei lá como ele conseguiu abrir passagem, porque já tinha muita gente em pé. Só sei que ficamos perto da grade.

Um longo tempo depois começou o show. Eu tava morrendo! Eles entraram cantando Payphone. Socorro! Eu amo essa musica.

Já tava no meio quando eles começaram a cantar One More Night. Eu quase tive um troço! Eu e o Turner berrávamos a musica junto com o Adam e o resto do povo. Teve uma hora que alguém tentou atacar uma coisa no palco, mas pegou na cabeça do Turner. Eu comecei a rir que nem condenada e ele com bico falando que tinha doído.

Quando o Adam começou a cantar “Beauty queen of only eighteen” eu já chorava que nem uma condenada. E o Turner ria da minha cara. Hm. Quando ele fez um cover de SexyBack do Justin Timberlake, eu quase morri! Adam ficou mais do sexy cantando!

O show acabou com Moves Like Jagger e ficamos esperando o resto do povo sair. Eu tava com a garganta doendo de tanto berrar cantando o show inteiro.

- Tá com fome? – Turner me perguntou.

- To.

- Quero só ver sua voz amanhã. – Ele disse rindo.

- A sua também vai tá horrível. – Disse e empurrei ele de leve. Entramos no carro. – A gente vai comer onde?

- Eu vi uma lanchonete no meio do caminho. – Olhei pra ele.

- Eu vou ficar mais de uma hora com essa sede?

- Era logo na entrada daqui da cidade. – Dei de ombros.

Chegamos a tal lanchonete e ele estacionou o carro. Era no meio da estrada o troço. Tenho medo de lanchonetes assim. Ainda mais essa que não tinha ninguém lá dentro.

- Tem certeza que aqui é seguro? – Ele revirou os olhos.

- Tenho. Eu não ia vim aqui se não fosse. – Fomos até o balcão. Cada um pediu um lanche e uma garrafa de água. Resolvemos sentar no capô do carro pra comer.

- O que achou?

- Do show? – Perguntei pra ele e joguei o guardanapo dentro de uma sacolinha.

- É né. – Ele disse e riu fraco.

- Muito bom! Perfeito! – Disse me deitando e ele deitou do meu lado. Cara, ele tava muito perto. Mas resolvi ignorar. – E você achou o que?

- A mesma coisa! – Ficamos um tempo em silencio. Levantei ficando sentada.

- Acho melhor a gente voltar né? – Ele olhou no relógio do celular.

- É. Tá ficando tarde. São 21h00. Até a gente chegar lá já são quase 00h00. – Descemos do capô e entramos no carro, indo embora logo em seguida.