- Olha, Jenny, que lindo! - Minha mãe disse quase infartando. O vestido havia ficado pronto e era realmente lindo.

- Se quiser vestir... - A costureira disse e minha mãe, parecendo uma criança ganhando sorvete, foi pra uma salinha que a mulher a levou. Um tempo depois ela saiu.

- Mãe, tá perfeito! - Disse surpresa. Que o vestido era lindo, isso eu sabia. Mas estava totalmente perfeito.

- Mesmo não sendo um vestido completamente tradicional, foi um dos mais bonitos que já costurei. - Minha mãe sorriu mais ainda.

- Ficou perfeito! Ele já tá pronto? Digo, completamente pronto? - Minha mãe perguntou.

- Hm... - Ela observou minha mãe. - Tem que dar alguns pontos. Mas é coisa rápida. - A senhora pegou os alfinetes e marcou o que deveria fazer. Peguei o meu celular. Mandei mensagem pro Jason.

- Deixa de namorar um pouquinho e vem cá com a sua mãe? - Soltei um "aw". Ela falou tão fofa!

- Eu to aqui ué.

- Jason não vai fugir, Jenny. Relaxa. Ah! Eu esqueci de uma coisa e você vai me ajudar.

- Mas eu te ajudo em tudo.

- É, mas esse tem que ser urgente. Hoje vamos pra sua vó pra ver o bolo. Eu esqueci completamente.

- Achei que você já tinha decidido.

- Eu nem olhei os modelos. Quais são os mais vendidos? A senhora sabe?

- Os redondos de três andares. Mas na minha opinião, o mais bonito é o quadrado.

- Ai, eu também prefiro. Redondo é estranho.

- Mas não é só pra enfeitar? - Perguntei.

- Noivos tiram foto na mesa do bolo, sabia? - Minha mãe perguntou revoltada só porque eu "supostamente" sugeri tirar o bolo.

- Ok. - Dei de ombros. Passou uns 10 minutos e o Jason não respondeu. Porra... Ele não ia esquecer o celular de novo.

(...)

- Oi senhora Turner. - Disse sorrindo. Eu tinha ido até a casa do Jason.

- Oi Jenny. Jason tá lá em cima com uma amiga de vocês. - Arqueei uma sobrancelha.

- Ah... E a mãe da senhora, como tá?

- Não foi nada demais. Ela nem chegou a ir no hospital. Mas tive que ir pra lá cuidar um pouco dela. - Forcei um sorriso e fui em direção ao quarto dele. Já até imagino que "amiga" é. E do jeito que eu já estou com essa história toda, não vai prestar. E nem vai ser com ela que vou falar, porque ninguém é obrigado a "dar corda" a ninguém!

- Oi gente. Cheguei. - Disse sorrindo falsamente. Eles olharam pra mim. Ela deu um sorriso de deboche e ele sorriu forçado.

- Tava onde? - Jason me perguntou.

- Fui ver o vestido da minha mãe com ela.

- Ficou pronto?

- Só falta dar uns ajustes. E vocês? Ficaram bem aqui?  Bem até demais né? E alias, Jason, fiquei sabendo que sua vó não precisou ir pro hospital. Que bom né.

- Eu te falei que ela foi pro hospital?

- Não, imagina. Eu que tenho uma criatividade incrível mesmo.

- Eu não menti pra você. - Revirei os olhos. A outra lá se levantou.

- Bom, eu vou indo. Não quero ver DR de ninguém.

- Pode ficar, Sarah. Eu que to indo já. - Disse e saí do quarto.

- Eu já disse que não menti pra você. - Ele disse atrás de mim na escada.

- Aham.

- Ela apareceu aqui. Eu não podia expulsar ela de casa. - Me virei pra ele.

- E por que? Ela é uma coitada por acaso?

- Não complica as coisas. Eu só... - Ele não terminou a frase.

- Eu vou ser bem direta e eu espero que você me responda a verdade: vocês se beijaram?

- Lógico que não!

- Você sabe que se você estiver mentindo eu vou descobrir.

- Eu não to mentindo.

- Que nem quando disse que levou sua vó pro hospital?

- Mas eu realmente fui ver ela.

- E o resto do tempo? Ficou fazendo o que?

- Fiquei no telefone. - Ele disse tão baixo que, se na escada não tivesse eco, eu não escutaria.

- Com quem, Jason?

- Com a Sarah. - Ri irônica e continuei meu caminho.

(...)

- Cody, acho melhor você ficar de olho na sua peguete. - Disse irritada.

- Eu não to mais com ela. - Agora fudeu de vez. - Eu sei que ela tá de gracinha pro Jason.

- Você acredita que ontem fui até a casa dele e ela tava lá?

- Duvido nada.

- Eu não sei de quem tenho mais raiva. Dela ou dele. Ou dos dois! - Senti duas mãos na minha cintura e pelo perfume já sabia quem era. Cody não falou mais nada. Só saiu nos deixando sozinhos.

- Não quero você brava comigo.

- Você disse que tá difícil porque eu não to confiando em você. Agora me diz: como eu vou fazer isso?

- Eu posso até falar com ela. Mas não vai passar de uma conversa breve. - Olhei séria pra ele.

- No dia que você sumiu, vocês ficaram se falando quanto tempo? - Ele torceu o nariz.

- Eu quis dizer que ela não vai ter nada além da minha amizade. Não precisa ficar assim. - Jason disse passando o nariz na minha bochecha e descendo até o meu pescoço.

- Para. Isso é chantagem. - Disse séria. Ele riu.

- Não é não.

- É sim. E para de rir. O assunto é sério.

- Você me ama. Você me quer. - Ele disse cantarolando. - Não resiste a mim.

- Para.

- Não. - Ele disse ainda rindo. Empurrei ele, mas não com força.

- Sai daqui.

- Vai sentir falta de mim de noite que eu sei. - Ele cheirou meu pescoço. Jesus, me dai forças!

- Eu ainda preciso comer. O intervalo vai acabar.

- Você não precisa comer. Você precisa de mim. - Ri.

- Você é muito chato, Jason.

- Me beija.

- Não. Eu to brava com você.

- Falando sério agora. - Ri. - Que foi?

- Você não fala sério.

- Para de ser chata e me escuta. Eu preciso de você, Jenny.

- Não precisa não.

- Preciso sim.

- Eu to com fome, Jason.

- Para de pensar em comida, garota. Parece uma esfomeada.

- Tua amiguinha acha a mesma coisa.

- Para com isso. Sério. Eu não preciso da Sarah, não quero nada com ela, quem eu quero não é ela. É você. - Ele me puxou pra ele bruscamente.

- Credo. Parece a vez que você me deixou na vontade. - Ele roçou os lábios dele no meu. - Não precisa fazer a mesma coisa.

- E se eu te falar que não vou te beijar?

- Eu posso te agarrar. - Ele riu.

- Eu disse que você não vive sem mim. - Empurrei ele de novo.

- Metido.

- Chata.

- Idiota.

- Birrenta.

- Isso é coisa de casal chato. - Ele riu. Só sabe rir esse menino. Da minha cara ainda!

- Concordo. - Sorri de canto. Ele roubou um selinho meu. - Não vai me beijar?

- Não. - Disse indiferente. Juro que ele me agarrou no meio do corredor! Meu namorado é um tarado. Isso é... Exótico. Mas foi bom. Ótimo, na verdade. Jason é tão irritante que chega a ser adorável. - Te odeio, Jason. - Disse rindo e ele riu junto.

- E eu te amo.