I Hate You escrita por Carol Munaro


Capítulo 38
Shame on Me


Notas iniciais do capítulo

ooi gente! Boa leitura :3



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- E você é puta.

- Me chamou de que? – Ela disse se aproximando.

- De puta. Ah, pelo amor de Deus. Eu não sou a primeira pessoa a fazer isso.

- Odeio você, Jennifer.

- Que bom que o sentimento é recíproco. – Ela continuou me encarando.

- Vocês ainda vão ter muito tempo pra conversar. Agora, precisamos fazer a janta. – Minha tia disse entrando na cozinha com a minha vó e a minha mãe.

- Logo agora que tava ficando bom. – Falei sussurrando pro Jason e fiz uma careta.

- Barraqueira. – Ele sussurrou no meu ouvido.

- Nem ligo. – Disse dando de ombros.

(...)

- É sério isso? – Ouvi o Tyler perguntar baixo. Mas falando com si próprio do que com qualquer outra pessoa.

Minha outra tia já tinha chego. Estávamos na varanda. Já tinha anoitecido. Meus avós resolveram sentar lá pra conversar, assar marshmallows e, acreditem, cantar.

- Lógico que é sério. – Respondi sem paciência. Minha vó começou a contar uma história que nem prestei atenção. Na verdade, eu estava quase dormindo no ombro do Jason.

- Quer dar uma volta? – Ele me perguntou e eu assenti.

- Mas tá escuro, não acha?

- Só uma volta. Daqui a pouco a gente vem. – Dei de ombros. Fomos andando sem rumo, mas tentando não ir muito longe. – Eu achei que a tua prima ia avançar em você.

- Achei que ela ia fazer isso. Só não fez porque minha vó tava na cozinha. – Ouvi um estalo e parei. – Tá ouvindo isso?

- Parece beijo. – Revirei os olhos. O barulho parou. Continuamos andando. Senti a mão do Jason na minha cara.

- Eu preciso enxergar.

- Não precisa não!

- Ai meu Deus! – Ouvi a voz da minha prima e o Jason me empurrando pra trás.

- Ela tava matando alguém por acaso?

- Pode virar? – Jason perguntou ignorando minha pergunta.

- Pode. – Ele tirou a mão da minha cara e vi ele se virando.

- Mas gente... – Arqueei uma sobrancelha. – Eu não quero nem saber onde tava sua cara. – Disse pra minha prima quando a vi sem a blusa e o Tyler com o zíper da calça aberta. – Eu espero que tenha sido pelo buraco de baixo. Pelo de cima é nojento. – Disse baixo pro Jason e ele fez uma careta.

- Vamos voltar, vai. – Jason disse e nos viramos pra ir embora.

- Não vai contar nada, né Jenny? – Interesseira.

- Não sou você, não, boq... Ah, deixa quieto.

(...)

Eu estava morta de cansaço por causa da viagem, mas estava com insônia. Lógica pra que? Percebi que o Jason não parava de se mexer do meu lado. Olhei pra ele.

- Achei que você já tinha dormido. – Disse olhando pro teto que nem ele.

- Eu estaria dormindo se eu não tivesse traumatizando com a cena de outro homem nu. – Gargalhei.

- Gostou? – Ele olhou bravo pra mim.

- Vai pra porra, Jenny! – Eu continuava rindo.

- Tu nem viu inteiro. Para de drama.

- Vi o suficiente. E não é drama.

- E no vestiário?

- O que tem o vestiário?

- Ué, vocês tomam banho juntos depois dos treinos e dos jogos.

- A gente não toma banho junto. Que coisa gay. – Mesmo no escuro, pude ver ele fazendo uma careta por causa de uma fresta da janela aberta.

- Mas vocês se trocam juntos.

- Isso tá estranho.

- Não tá estranho nada. To querendo dizer que você já viu outro menino.

- Eu não fico reparando. – Revirei os olhos. – To me sentindo gay. – Ele falou depois de um tempo.

- Nossa, quanto drama, Jason. Eu já vi outra menina nua e nem por isso me acho lésbica.

- Não é por isso. É pelo o que você disse.

- A gente pode dar um jeito. – Ouvi ele rir fraco.

- Mas eu não tenho aqui. – Liguei o abajur.

- Não tem o que?

- Como assim “o que”? Alias, o que você tava querendo dizer?

- Porra, Jason. Como se fazem os bebês?

- Então, eu não vou engravidar você!

- Minha mãe tem no quarto dela. Já volto.

- Não sei como vou olhar pra ela. Já posso imaginar sua mãe perguntando se a gente vai transar. – Ri.

- Como se ela nunca soubesse. – Percebi que ele corou de leve e revirei os olhos. Saí do quarto. Agora só resta saber em qual quarto ela tá. Ouvi uma cama rangendo. Óbvio que era lá. Bati na porta.

- Quem é? – Ouvi ela perguntando.

- Eu. Jenny. – Uns segundos depois ela abriu a porta.

- Que é?

- Eu não sei como falar isso... – Murmurei sentindo minhas bochechas esquentarem. Ela revirou os olhos e entrou no quarto. Pouco tempo depois ela voltou.

- Podiam ter pedido antes né. – Ela disse me entregando. – Ou comprado pra vocês. Pelo amor... – Ela fechou a porta na minha cara e eu torci o nariz.

(...)

- Foi mal por ontem. – Disse quando vi que só estava eu e minha mãe na cozinha, no dia seguinte.

- Foi nada.

- Mãe? Não vai contar nada?

- Contar pra quem, Jenny? – Ela perguntou rindo.

- Não. Não disso. Eu vou te contar uma coisa vergonhosa ou cômica, não sei dizer ainda.

- Fala logo.

- Eu e o Jason pegamos a Ruth e o Tyler ontem.

- Qual a novidade? Achei que quando a gente chegasse aqui, eles já iam se atracar lá perto do lago.

- Mas eles não só se beijaram.

- Ai que horror ver isso.

- Eu não vi nada. Quem viu foi o Jason.

- Imagina sua vó sabendo disso. – Rimos.

- Ela ia falar que eu to inventando.

- Eu sei.

- Tia Kim ia ter um infarto.

- Certeza. – Ouvi um barulho no corredor e inclinei a cadeira um pouco pra trás pra ver o que era. Arqueei uma sobrancelha.

- Bom dia. – Jason disse entrando na cozinha e me deu um selinho.

- Bom dia. Achei que ia dormir até mais tarde.

- Eu iria, se não fosse jogar bola com o Liam.

- Que meigo. – Disse sorrindo e ele riu fraco.

- Tia, joga com a gente? – Liam começou a puxar o meu braço.

- A tia não aguenta nem correr até a esquina de casa, imagina jogar futebol. – Disse rindo. Ele fez bico.

- A tia não pode jogar, então. Mas você vai ver a gente jogar? – Assenti comendo. – Vai torcer por mim?

- Lógico.

- E eu? – Jason perguntou do meu lado.

- Não dá pra eu torcer pra duas pessoas. – Disse sorrindo e minha mãe riu. Ele fez uma careta. Liam já tinha saído correndo pra fora da casa.

- Agora que estamos só nós três, eu tenho a obrigação de mãe da Jenny de falar. – Ai meu Deus, lá vem. – Vocês deviam ser mais silenciosos.

- Mãe! Eu não fico falando nada pro Robert.

- Lógico que não. Seria vergonhoso. – Arqueei uma sobrancelha olhando séria pra ela.

- Oh really?

- Isso realmente é vergonhoso. – Olhei pro Jason. Acho que ele pudesse enfiar a cabeça dentro da xícara, ele faria.

- Vergonha é eu e a casa inteira escutarmos o que vocês tão fazendo, Jason.

- Tá bom, mãe. Esse assunto já deu e o Jason tem que jogar né. – Disse empurrando ele pra fora de casa. – Foi mal.

- Eu sabia que ela ia falar alguma coisa.

- Minha mãe tem problema mental, só pode. – Ele riu ainda sendo arrastando por mim pra fora da casa.


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Notas finais do capítulo

To de luto pq minhas férias tão quase acabando .-. Mas enfim, xoxo :3