*Ligação on*

- Jason?

- Oi Jenny.

- Minha mãe me falou que você ligou.

- Ah, liguei sim. Mas onde você tava?

- Eu saí pra dar uma volta.

- Sua mãe falou que você foi com a Mary, mas ela tá viajando.

- Com a Mary? Eu nem falo com ela direito. Eu tava sozinha.

- Foi o que ela me disse...

- Ela nem devia tá prestando atenção quando eu disse... Ela tava falando com o Robert no telefone.

- Eles tão namorando? – Salva pelo Robert… Tá aí uma coisa que nunca pensei que ia acontecer.

- Não. – Disse e rimos fraco. – Sabe como é a minha mãe né.

- Sei sim. Ahn... Vou te ver amanhã? – Sorri.

- Se você quiser...

- Vou almoçar aí amanhã.

- Nada folgado.

- Não mesmo.

- Ah não... Eu vou ter que cozinhar pra você!

- Ou ao contrário. – Arqueei uma sobrancelha.

- Como assim “ao contrário”? Você cozinha?

- Claro ué.

- Mas não, obrigada. Não to afim de passar o resto da tarde no banheiro. – Ele riu.

- Engraçadinha. Eu sei me virar.

- Ok então. Vai fazer o que de almoço?

- Sei lá. Eu vejo algo na internet e faço aí.

- Tá se sentindo o chef de cozinha.

- To nada. Shiu. – Mostrei a língua mesmo sabendo que ele não ia ver. – E não mostra a língua pra mim. – Fui até a janela.

- Onde você tá? Tá me vigiando?

- Eu to na minha casa.

- Mas como você sabe? – Ele riu.

- Pelo seu jeito ué. Você vive mostrando a língua pra mim.

- Olha a mentira!

- Não é mentira. – Ele disse rindo fraco. – E quem mostra a língua pede beijo.

- Você já disse isso pra mim.

- E você continua pedindo.

- Idiota. – Disse rindo.

- Eu vou desligar, Jenny.

- Mas já?

- Eu tenho que dormir.

- Hm. Ok. Até amanhã, Jason.

- Prefiro você me chamando de Jay. – Sorri. – E até amanhã, Jenny.

*Ligação off*

Deitei na cama ainda sorrindo. Pouco tempo depois, dormi.

(...)

- Ele vai incendiar minha cozinha! – Minha mãe quase desesperada quando falei que o Jason ia fazer o almoço hoje.

- Vai nada. Deixa de ser exagerada. – A campainha tocou.

- Deixa eu pegar minha bolsa e já abro pra ele. Deus me livre um dia ficar de vela. Ainda mais da minha filha. – Revirei os olhos voltando a mexer no notebook. Um tempo depois ele entra pela cozinha.

- Oi. – Ele disse e me deu um selinho.

- Oi. – Disse sorrindo e dando outro selinho nele.

- Tá fazendo o que? – Ele perguntou me abraçando por trás.

- Procurando algo pra gente fazer depois.

- No site de culinária? Não seria no de entretenimento? – Ele perguntou rindo.

- Idiota. – Disse e revirei os olhos. – Eu to procurando o que fazer de sobremesa pra mais tarde.

- A gente podia sair. – Fiz uma careta.

- To afim de ficar em casa hoje.

- Hm... – Me levantei ficando de frente pra ele, e ele ainda com as mãos na minha cintura. – Eu, você, doce, sofá, filme... – Ele disse com um sorriso malicioso e eu ri. Bati no braço dele de leve.

- Nada disso. – Disse e ele fez bico. – Isso é golpe baixo. – Ele riu. – E eu to com fome.

- Então!

- JASON!

- Tá, tá. Me ajuda então.

(...)

- Tá acordado? – Pergunto pra ele. Depois do almoço, que tava muito bom, deitamos no sofá e ficamos por lá. Não ligamos a TV. Só ficamos conversando, nos beijando e agora estávamos abraçados.

- To sim. – Ele me abraça com mais força. – Mas to morrendo de sono. – Ele ri fraco afundando ainda mais a cabeça na minha nuca.

- Quer fazer o que hoje?

- Por enquanto nada.

- Nem a noite?

- Tem festa na casa de um menino da minha aula de inglês, mas nem sei se vou.

- Por que não?

- Tenho jogo amanhã. – Me virei pra ele. Quase caí do sofá, mas prefiro nem comentar sobre esse quase mico.

- Eu vou querer ir ver. – Ele sorriu.

- Vai ser as três.

- Contra quem?

- Lions. É uma escola de metidinhos.

- Vish. Rivalidade. – Disse rindo fraco e ele fez o mesmo.

- Vai lá pra casa hoje?

- Pode ser.

- Podia dormir lá também né? – Arqueei uma sobrancelha. MASOQ.

- Tenho que esperar minha mãe chegar.

- Ok. – A porta abriu.

- Oi! – Minha mãe disse enquanto levantávamos.

- Oi. – Respondemos.

- Não morre mais. – Eu disse. – Ah, mãe, eu posso... dormir na casa do Jason? – Ela arqueou uma sobrancelha.

- Pode. Mas vem cá primeiro. – Ela disse subindo e eu fui atrás. Chegamos no quarto dela e eu sentei na cama. – Vai rolar?

- QUE? Não! – Disse e ri fraco.

- Mesmo?

- Lógico que é mesmo. Tipo, eu não quero, mas ele já não sei. Ele me chamou agora.

- E você acha que ele quer? – Ela perguntou tirando a roupa pra tomar banho.

- Não sei. Ele meio que falou que queria antes do almoço. Mas ele não vai me forçar a nada. É óbvio isso.

- Ele é um bom garoto. – Sorri de canto.

- Eu vou indo, mãe. Só vou arrumar uma mochila pra mim.

- Tudo bem. Qualquer coisa, usa camisinha. Vocês vão sair amanhã?

- Lógico né. E vai ter jogo dele amanhã. Só vou lá e acho que depois venho pra casa.

- Ok. – Ela me deu um beijo na bochecha. Saí do quarto dela e fui pro meu. Arrumei uma mochila com as minhas coisas e desci.

(...)

- Olha lá! – Ele disse animado apontando pra uma estrela cadente, que eu tinha certeza que era um avião. Ri e ele fechou os olhos.

- Tá fazendo o que?

- Shiu. – Ele disse tapando minha boca. Uns segundos depois ele abriu os olhos. – Tava fazendo um pedido.

- Pediu o que? – Ele sorriu.

- Você. – Sorri de volta.

- Mas você já me tem.

- Você não é minha completamente. A gente só tá ficando. Ainda. – Ele me deu um beijo na bochecha e saiu da varanda. Olhei pro céu. É... Era um avião. Ri fraco. Só Deus sabe o quanto eu me arrependo de ter ficado com ele e com o Will ao mesmo tempo.