I Hate You escrita por Carol Munaro


Capítulo 16
WHY, GOD? WHY?


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente :3 Boa leitura.



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Contei pra minha vó o que aconteceu hoje de tarde. Ela quase me matou falando que eu devia fazer o que ele devia ter feito. Beijá-lo. Tava na cama já pra dormir. Ou melhor, tentando dormir. Eu tava morrendo de medo por causa dos filmes. E achava que toda hora a porta do banheiro podia ser aberta e sair a Samara de lá. Vi alguns raios de luz entrar pela janela do quarto. Então o vadio tá acordado? Já que por causa dele não consigo dormir, ele também não vai. Fui até a janela e abri.

- Turner? – Perguntei quando não o vi. – Aparece, guri.

- Achei que tava dormindo já.

- Sabe, já era pra eu tá dormindo. Porém, uma certa pessoa me fez ter medo. – Disse e sorri irônica. Ele riu.

- Sério que você tá com medo?

- O que tu acha?

- E você quer que eu faça o que? – Ele disse e riu fraco. Fiz bico.

- Já que eu não vou dormir. Não dorme também. – Ele riu de novo.

- Não vou ficar a noite toda acordado.

- Por favorzinho? – Pedi com cara de cachorro que caiu da mudança e ele ficou olhando pra mim.

- To ficando com dó de você.

- Mas essa é a intenção. – Disse rindo.

- Ok. To indo pra aí. – Ele disse e começou a pular a janela. O que esse ser tá fazendo? A minha ideia era conversar pela janela mesmo, já que se eu fizer barulho lá em baixo minha vó acorda.

- Tá fazendo o que?

- Me ajuda a passar pela árvore.

- Você tem problema mental. Neurônios a menos. Só pode. – Ele riu fraco. Segurei os braços dele quando ele chegou na minha janela e o ajudei a entrar. O idiota caiu com tudo no chão fazendo mó barulho. – Você tá legal?

- To sim. Só beijei o chão. – Revirei os olhos rindo. Bateram na porta.

- Jenny? – Era a minha vó. Olhei pro Jason.

- Vai pra de baixo da cama.

- O que?

- Vai logo. – Praticamente empurrei o menino e abri a porta. – Oi vó.

- Eu escutei um barulho. Tá tudo bem?

- Tá, vó... Eu só caí da cama. – Disse e ri fraco e ela fez o mesmo.

- Ah tá... Boa noite, querida. – Ela disse e me deu um beijo na testa. Fechei a porta. Esperei os passos pararem.

- Pode sair.

- Quer fazer o que? – Ele perguntou se jogando na minha cama.

- Qualquer coisa. Apaguei a luz e corri pra debaixo das cobertas.

- Parece que você tem 5 anos apagando a luz e saindo correndo.

- Ninguém te perguntou.

- Nossa, que violência. – Ri fraco. – Quer dormir?

- Querer eu quero. Porém...

- Tá, tá. Culpa minha. Pode dormir, eu vou ficar aqui. – Arqueei uma sobrancelha. – Não quer dormir? Então... ai você não vai ficar sozinha. Eu durmo depois. – Dei de ombros.

- Até amanhã, Jason.

- Até amanhã.

(...)

- Tá acordado ainda? – É, eu não tinha conseguido dormir.

- To. Achei que você tava no decimo quinto sono. – Virei pra ele.

- Eu to com sono, mas não consigo dormir.

- Medrosa. – Ele disse virando de frente pra mim e rindo fraco.

- Sou nada.

- Imagino se fosse então! – Dei de língua pra ele. O silencio se instalou entre nós dois. Senti minhas bochechas esquentarem com ele me olhando.

- Você tá me deixando com vergonha. – Disse rindo fraco e ele sorriu de canto. Ver ele tão perto de mim de novo, fez as palavras da minha vó ecoarem na minha cabeça. “Por que não beijou ele?”, “Não adianta mentir. Você pode até não tá apaixonada, mas tá morrendo de vontade de beijar o menino”, “Se ele fosse feio, pelo menos eu poderia te entender”, “Quem é mais lerdo, ele ou você?”. É... Já sei a quem minha mãe puxou. Separei a distancia que tinha entre nós dois e grudei meus lábios no dele. E to com raiva de mim mesmo. Qual é, parece que eu tenho 12 anos, com medo de beijar. E é só o Turner.

Desgrudei dele e ele tava olhando com uma sobrancelha arqueada pra mim.

- Você tá bem? – Ele me perguntou e eu ri fraco, mais vermelha que um pimentão. Ele sorriu e eu sorri de canto.

(...)

Em vez de dar um beijo de verdade nele, eu fechei os olhos. WHY, GOD? WHY? Sim, meu sono e minha vergonha foram maiores que a minha vontade...

Eu tava acordada já. Mas ele não. Fiquei deitada na cama quase dormindo de novo. Eu ainda to morrendo de sono. Do nada, abrem a porta. Dei um pulo que o coitado do Jason quase caiu da cama.

- Mas... Tá fazendo o que aqui, garoto? – Sorte que era a minha mãe.

- Longa história, mãe.

- Ah... Tenho o dia todo. – Ele tava acordando ainda. Mal conseguia se mover, imagina falar...

- Ontem, depois que você mandou o Jason arruinar o meu encontro, a vó ligou dizendo que era pra eu dormir aqui.

- HEY! Não mandei ninguém não, senhora! Ele só ouviu quando eu cheguei na casa dele. – Ela olhou pro Jason. – Que fofo. Você ficou com ciúmes da Jenny. – Pelo amor de Deus, alguém cala a boca dela?

- Enfim, aí eu e o Jason resolvemos ver filmes na casa dele. Só que fizemos tipo uma “maratona terror” e eu fiquei com medo. Chamei ele aqui pra fazer companhia e acabamos dormindo. Só. – Ela semicerrou os olhos olhando pra ele que tava com cara de “o que tá acontecendo?”.

- Vai pra tua casa, garoto. E, Jenny, se arruma que depois de comer a gente vai embora. – Assenti e ela fechou a porta de novo.

- Bom dia, Jenny.

- Bom dia. – Ele fez a mesma coisa de ontem. Pulou a janela e foi pro quarto dele.

- Até amanhã.

- Até... – Não me internem, mas preciso dos conselhos da minha mãe. Tomei banho, me troquei e desci pra comer. Dei bom dia pros meus avós e um beijo na bochecha da minha mãe.

- Jenny caiu da cama ontem. – Minha vó disse rindo.

- É... Fiquei sabendo. – Minha mãe falou e eu arqueei uma sobrancelha. Comi em silencio e depois fomos embora.

- Mãe? – Chamei por ela quando já estávamos na metade do caminho.

- Eu.

- Aconteceram umas coisas ontem.

- Usaram camisinha?

- QUE? Não... Outras coisas.

- Que seriam...?

- A gente quase se beijou ontem na porta de casa. Isso não aconteceu porque ele ficou de provocação.

- Então vocês não se beijaram?

- Não.

- Só tava vocês dois vendo filme na casa dele?

- Só, por que?

- Ele é lerdo e você mais ainda. Na minha época...

- Tá, tá. – A interrompi. Só Deus sabe o que ela ia dizer, e é melhor eu não ouvir. – Depois que ele foi pro meu quarto ontem, eu dei um selinho nele.

- E a troca de saliva? – Revirei os olhos.

- Foi só um selinho.

- Amanhã ele vai querer ficar com você então. Vai ficar com ele né? – Ela disse me olhando de relance.

- Sim. Mas...

- Lá vem você com esse “mas”.

- O Will vai lá. – Ai meu Deus. Só agora lembrei. O Will vai tá lá! Ele vai querer me beijar na frente do Turner, que vai querer fazer o mesmo. Não quero nenhum dos dois bravos comigo, mas eu não vou poder impedir isso. Deem-me passagens pro Alasca. Lá não tem nenhum Will e nenhum Turner pra confundir meus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Eu vou ter q sair agora... mais tarde respondo os reviews... Xoxo :3