Finding a Dream escrita por Loren


Capítulo 25
Início da Batalha ll


Notas iniciais do capítulo

haai



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Tão atento quanto um cão de guarda, um dos outros mil soldados, que no momento descansavam em seus alojamentos do castelo, rondava com os ouvidos bem abertos para qualquer movimento ou barulho. Quando dobrou uma direita, ouviu passos apressados e ao virar-se, deparou-se com uma criatura peluda, mas que ficava em dois pés, como um humano. Mas, seja o que fosse, aquilo não tinha nada parecido com um humano. Tinha mãos pequenas, mas dedos grossos. Um rosto com olhos pequenos e o nariz e a boca lembrando um focinho de cachorro, sem bigodes ou nariz preto e molhado. Dois chifres saiam dos lados da cabeça, um pouco acima das orelhas. Sua altura era exagerada e em suas mãos um machado de gume grosso. O guarda tirou sua espada num movimento rápido e quando o ser se aproximou, ele apenas levantou o dedo indicador aos lábios, pedindo silêncio. Estranhado com aquele gesto, o guarda não fez movimento alguml. Após esses segundos, não viu mais nada. Algo ou alguém, bateu em sua nuca com força e algo duro, fazendo-o desmaiar no mesmo instante. O anão, responsável pela batida, assentiu para o minotauro. Como se uma parte de algum plano, estivesse cumprida.

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Em alguma outra parte do castelo, ratos de tamanhos anormais para os padrões colocados, subiam pelas paredes, chão e cordas do castelo, com uma destreza adquirida com o passar de anos de treino. Apesar de estarem sendo apressados, suas patinhas não faziam barulhos estrondosos ou chamativos. Subiram por uma corrente que sustentava uma das várias pontes que haviam espalhadas pelo castelo. Quando passaram para uma corda em sentido horizontal, diminuíram o passo. Lá embaixo, a troca de guarda acontecia. Tinham que ser cautelosos e não chamar a atenção, caso contrário, tudo seria um fracasso. Correram até o fim da corda, que dava para dentro do castelo. Ao descer, abraçaram a corda e enrolaram o rabo para não caírem com um baque. Pararam em uma parte que era responsável pelas pontes. Quando desceram, o comandante do grupo, Ripchip, levantou uma pata pedindo silêncio. Seu nariz se agitou e começou a farejar. Tirou a espada proporcional ao seu tamanho, quase dobrando para a direita, voltou com um movimento veloz e levantou dois dedos. Perto da parede há alguns metros dos ratos, um gato laranja dormia gostosamente em uma almofada velha e azul. O rato pediu com um gesto mudo para os companheiros esperarem e, antes de ir para perto do gato, sorriu malicioso.

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Descendo de uma torre por meio de uma corda, Caspian procurou apoio com os pés no parapeito de uma janela. Logo depois dele, Pedro descia e sua irmã amarrava outro nó na outra ponta da corda.

–-Professor?- chamou o príncipe, após algumas duas batidas de leve com a mão.

Assim que Pedro desceu ao seu lado, Caspian abriu a janela com a ajuda de uma adaga. Receoso, olhou ao redor por alguns segundos e para o loiro antes de entrar. Entrou com o coração batendo mais que o normal. Era estranho entrar naquela sala, que tantas vezes havia entrado para estudar histórias, mapas, lugares, economias, mas principalmente, sobre Nárnia, sem o seu querido professor. A sala estava com o chão e as mesas abarrotadas de livros abertos. Pedro observou Caspian se aproximar de uma mesa, com um olhar como quem está ali contra vontade. Um óculos de lentes redondas sem as pernas para o apoio nas orelhas, estava sozinho na mesa. Caspian podia ainda ver os olhos azuis cristalinos por trás daquelas lentes, observando-o com um sorriso escondido na barba de Papai Noel. Vendo que não estava com seu dono, o coração do príncipe apertou.

–-Eu tenho que acha-lo.- disse, determinado, o moreno.

Na sala, estavam presentes mais dois integrantes. Um anão e a rainha.

–-Nós não temos tempo, temos que abrir o portão.- retrucou o loiro.

–-Vocês nem estariam aqui se não fosse por ele. E muito menos eu.- suplicou o moreno, com uma voz que mostrava medo e nervosismo.

Era visível que o velho tinha uma importância para o rapaz. O rei olhou para a irmã, pedindo ajuda ou uma opinião. A morena respirou fundo e disse, decidida.

–-Eu e você damos conta de Miraz.- olhou para Caspian.

–-Eu posso chegar ao portão à tempo.- disse Caspian, como se fosse mais um pedido para deixá-lo ir.

O olhar da morena, deixou claro que o que estava decidido. Ele se foi às pressas e logo atrás, o anão. Mas este, tinha uma outra direção em mente. Antes de saírem em direção às escadas, Susana olhou para o irmão e este, apertou os lábios, reprovando mentalmente, o que ela havia feito.

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–-Ouviu isso?!- perguntou o urso, levantando a cabeça num movimento brusco e com os olhos arregalados.

–-Sim, eu ouvi!- ela disse puxando seu pescoço para baixo.- Agora, fale baixo e pare de se mexer.- ela disse e se encolheu mais um pouco, tentando não encostar no animal.

Mesmo passado algumas horas conversando amigavelmente, descobrindo que o urso tinha uma família de um filho, uma filha e uma ursa carinhosa, que foram assassinados pelos telmarinos, que ele não tinha mais ninguém a não ser a companhia de alguns faunos que lhe traziam mel nas sextas-feiras, que ele não era um urso mal ou agressivo como aquele que assombrava seus sonhos, ainda tinha um pouco de receio de ficar tão perto das garras do animal. Certos traumas e medos, são difíceis de se enfrentar.

–-Desculpe... Como a senhorita pensa em entrar no castelo?

–-Não sei, não havia pensado nisso.- ela disse e fechou os olhos, se amaldiçoando pela sua imprudência.

Um silêncio instalou-se ali. Nem mesmo o vento estava presente. Foi aí, que eles ouviram um rugido. Um rugido alto e grave. Um rugido que parecia lhe quebrarem os ossos. Um rugido, logo seguido de algo sendo quebrado e um barulho abafado de pedras caindo. Quando Irina percebeu, havia abraçado o pescoço do urso e escondido do rosto ali, por conta do susto. Apesar de estar engolindo em seco, gostou da sensação dos fios macios entre seus dedos.

–-O... o que foi isso?- perguntou o urso, assustado.

–-Espere aí...- ela disse e levantou o rosto sobre os arbustos.- Meu Deus...- ela sussurrou, surpresa e apavorada.

Na parede em que ela pensava escalar, um buraco havia se formado no meio das pedras. Um buraco que levava para dentro do castelo. Levantou-se e saiu do arbusto, aproximando-se da cratera. Um buraco da sua altura, porém, de largura maior. Aos seus pés, pedras e pedras estavam espalhadas pela grama. Não havia pegadas, nem mesmo rastro de quem foi o responsável por aquilo. Ela ouviu passos pesados atrás de si, mas não se virou. Ela podia ver um corredor longo e uma porta no fim, sendo iluminado por tochas pregadas nas paredes.

–-Quem...- começou o urso, mas ela o cortou.

–-Não sei. Não sei...- ela respondeu num sussurro.

–-Devemos entrar?- ele perguntou, ansioso.

Ela virou-se e observou a floresta. Podia sentir a presença de alguém perdido em meio as árvores, observando-a com a atenção tão tensa que ela podia sentir que podiam vê-la sem roupa. Não achava o responsável por aquela sensação, mas sabia que ele ainda estava por ali. Sentiu-se tentada a entrar naquela floresta fétida e grotesca, mas o urso a chamou, pedindo que fosse na frente. Suspirou. Continuo imaginando coisas, ela disse e virou-se para o buraco. Tirou as duas adagas do cinto, apertou os cabos com força e lambeu os lábios com a ponta da língua, antes de adentrar no corredor que a levaria para duas opções.

A glória.

Ou o fracasso.
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Notas finais do capítulo

bye (:



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