Finding a Dream escrita por Loren


Capítulo 26
Início da Batalha lll


Notas iniciais do capítulo

haaai
Notas finais ;)



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Imagine se você encontra seu gato amarrado nas patas e boca. Tecnicamente, você acharia aquilo uma brincadeira de muito mal gosto de alguma pessoa que não gosta de você. Porém, se é um soldado e todos conhecidos adoram o gato, tecnicamente, quem fez isso, não pertence ao castelo.

Ao pensar que havia intrusos em um castelo tão bem guardado e protegido, o soldado teve seu coração acelerado três vezes (no mínimo, suponho eu, caro leitor) e antes que pudesse retirar sua espada, um som o assustou e ao virar-se, que surpresa! Mas, espere, aquilo era um...

–-É, eu sou um rato! Iá!- disse o animal, cortando sua garganta e dando uma perfeita pirueta, pousando no chão com classe.

Ao estar no chão, perto do cadáver do homem, chamou os amigos com um sinal silencioso da mão e estes dois correram juntos. Ao dobrarem uma esquina, correram mais rápido e pularam no soldado que vinha contra eles. Com uma força que o soldado jamais imaginou que dois ratos teriam (mesmo que fossem de tamanhos anormais), os dois conseguiram derrubá-lo e um destes, enfiou sua fina lâmina pela malha de ferro facilmente, atingindo seu coração e perfurando-o, deixando o sangue escorrer deste e desestabilizando seu organismo. Juntos novamente, os três ratos correram e formaram uma escada, com o líder, Ripchip, em cima de todos e responsável para abrir a porta. Girou a chave e voltou ao chão. A porta se abriu com um estrondo e Trumpkin atingiu um soldado que havia chegado sorrateiramente no local com uma espada que atravessou seu pescoço.

–-Ah, esperávamos alguém...- o rato virou um pouco a cabeça.- um pouco mais alto.- ele deu de ombros.

–-Olha só quem fala.- retrucou o anão.

–-Está sendo irônico?- perguntou o rato, rude e guardando a espada.

O anão virou-se com sua cara carrancuda e fechou a porta.

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Aos poucos, sua respiração cessava. Aos poucos, suas forças se esvaiam. Aos poucos, aranhas subiam por seu corpo. Aos poucos, a matéria do seu corpo ia se decompondo. Aos poucos, sua esperança desaparecia.

Professor Cornelius estava preparado para o momento em que sua carne transformasse em pó ou fosse devorada por insetos nojentos do recinto. Ele estava preparado para qual coisa, exceto pelo seu aluno abrir a cela e acordá-lo, com seu sorriso habitual de criança e com suas brincadeiras.

–-Mais cinco minutos?- ele disse e apressou-se em abrir as algemas do velho.

–-O que veio fazer aqui?- o velho perguntou com a voz rouca e baixa.- Eu não o ajudei a escapar para você voltar e invadir!- o príncipe o ajudou a se levantar.- Você tem que sair daqui, antes que Miraz descubra!

–-Ele vai descobrir logo.- devolveu os óculos para o velho.- Vamos dar a ele sua cela.- ameaçou e correu para fora, mas o velho deteve com a mão sobre o ombro.

–-Não subestime Miraz como fez o seu pai.- sussurrou o professor.

Caspian transparecia confusão e medo no rosto.

–-Do que você está falando?- perguntou o príncipe com insegurança na voz, porém, tentando ser firme.

–-Lamento.- disse o velho de olhos baixos.

O moreno tirou a mão do velho e voltou a subir as escadas para fora das masmorras com violência. Tinha uma expressão assassina nos olhos antes de sair. O velho não se moveu. Percebeu mais tarde, que suas meras palavras, haviam posto a perder toda a batalha daquela noite.

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–-Devemos fazer silêncio.- sussurrou a loira.- Ainda não chegaram os narnianos.

Ouviu um barulho irritante e repetitivo. Ao voltar-se para o urso, percebeu que eram seus dentes batendo-se de nervosismo. Ela suspirou e baixou as adagas.

–-Senhor?

–-Sim!- ele virou-se para ela com aqueles enormes olhos.

Por incrível que parecesse, ela não se assustou com eles. Apenas sorriu discretamente. Aquele olhar lhe lembrava uma criança assustada. Por um momento, teve vontade de abraçá-lo.

–-O senhor quer voltar?

–-Não! Jamais!

–-Mas o senhor está com medo.

–-E o que importa?

–-Não tens vontade de fugir para salvar sua vida?

–-É claro que quero sobreviver! Mas não cheguei até aqui para fugir. Posso ser o maior covarde de todos os tempos, mas irei até o fim.- ele disse, adotando uma determinação e ferocidade nos olhos.

Ela suspirou, no fundo, admirada pela persistência do urso.

–-Está bem, mas então, por favor, pare de fazer esse barulho irritante com os dentes antes que acorde mais soldados e eles arranquem o nosso couro!- ela mandou.

–-Desculpe, senhorita.- ele pediu e voltou a andar.

Quando ela virou nos calcanhares, o urso esbarrou em seu braço e ela deixou o adaga cair, produzindo um som metálico que ecoou em todo o castelo. Após alguns segundos parados, nenhum movimento ou som aconteceu.

–-Porcaria... Desculpe.- ela sussurrou e pegou a adaga com a ponta dos dedos, para não encostar no pelo do animal.

–-Senhorita, por que me temes?- ele perguntou, assim que ela endireitou o cabo na mão.

Seus olhos se arregalaram. Ela poderia achar que o urso fosse tudo, menos esperto.

–-Co-como assim?- ela gaguejou.

Não esperava que fosse ter que dizer qual era seu medo, para o responsável dele.

–-Eu... eu...- de repente, ela adotou uma expressão séria e cuspiu as palavras com raiva.- Que te importa?

–-Boca torta!- ele disse e sorriu, divertido. Ela revirou os olhos.- Posso ser lerdo e pouco esperto, senhorita. Mas já entendi que a senhorita não gosta de mim. Não é um simplesmente "não gostar", a senhorita me teme. Quase foi uma luta contra si mesma para subir em cima de mim e chegarmos até aqui. Encolheu-se o que podia no arbusto e evitou encostar em mim agora. Entendo que muitos não gostam de mim por ser um urso que só pensa em mel e na família perdida, mas o que eu fiz para a senhorita? Eu a acho tão encantadora e forte, por que não gostas de mim?- ele perguntou com um brilho melancólico nos olhos.

Ela engoliu em seco. Sentiu os joelhos tremerem e os grunhidos, garras e dentes amarelados inundaram sua mente. Seus olhos arderam pelas lágrimas.

–-Merda...- ela disse, baixando a cabeça e tentando controlá-las.

–-Senhorita?

–-Venha cá.- ela pediu e abriu uma porta que dava em uma escada caracol que subia. Ela fechou a porta quando o urso entrou e ele se sentou em dois degraus com seu enorme traseiro. Ela jogou as costas na porta e suspirou.

–-O senhor não é ruim, mas é difícil para eu entender que nem todos da sua espécie são bons.- ela admitiu.

–-Minha espécie?- ele perguntou, confuso.

–-No meu mundo, existem animais como você. Mas eles não falam. E não são... simpáticos.

–-Como assim?- ele perguntou, coçando a cabeça.

Ela agachou-se e levantou a saia deixando à mostra a panturrilha esquerda. As veias estavam visíveis. Arranhões rosados misturavam-se com a pele pálida. Furos profundos e escuros lembravam pequenas formigas atrás de comida. Eram horrível. Uma perna em decomposição. A mordida poderia ter arriscado sua perna. Poderia ter sido fatal. Poderia tê-la matado. Rapidamente, contou o acontecido naquele dia de inverno.

–-Eu perdi muito sangue... Se não fosse pelo professor da vila, um antigo padre que sabia sobre algumas ervas e remédios, não sei o que teria acontecido comigo.- ela soltou a saia.- O pior é que não consegui mais brincar em paz depois. Mas... Helena me ajudou a superar o medo. Deu certo. Continuei brincando normalmente e até me aventurava na floresta, mas nunca ficava até tarde. Era difícil para mim esquecer aqueles olhos...- ela levantou o olhar e fixou no do urso, que a observava assustado.- Assassinos. Era isso que eram. Por isso não reagi muito bem... Quando o vi. Há tempos não via um urso. Há tempos não lembrava dessa desgraça.- seus olhos se inundaram.- Tratei mal o senhor, é verdade. Mas foi tudo por...

–-Medo.- sua voz rouca a interrompeu.- Eu entendo.

–-Mesmo?- ela sussurrou, incrédula.

Seus colegas, as velhas fofoqueiras e as perfeitas famílias que nunca conversavam com a sua por acharem má influência para os filhos, assustavam-se com o fato da vida da menina, mas ignoravam a ideia de que aquilo havia sido um trauma. Ela só está querendo atenção, era o que diziam. Um povo estúpido de mente pequena. Ninguém nunca entende a dor que você sente, a não ser que passe pela mesma. E ter a perna mordida por um urso e o cadáver do mesmo cair sobre seu colo quando se tem sete anos não é lá algo que todos tem o "bel prazer" de passar, não crê, caro leitor?

–-Sim. Eu tinha medo de rato.

–-Rato?!

–-Quando eu era pequeno, um rato me atacou no nariz porque eu havia pisado no rabo dele. Foi algo frustrante e assustador...- ele disse e sorriu envergonhado.

Ela riu baixinho.

–-E meu filho tinha medo do escuro.- ela parou de rir ao ver que o urso adotou uma expressão triste.- Eu me lembro no dia que o capturaram. Estávamos fugindo de noite e ele disse, "papai, estou com medo do escuro".

–-E o que o senhor disse?

–-Eu disse, "devemos correr. Se não correr, um monstro vai vir pegá-lo e te atirar numa escuridão eterna!"

Ele não disse mais nada. Ela o incentivou.

–-O que aconteceu com ele?

–-Um telmarino o capturou e o matou.

–-Lamento.- ela sussurrou.

–-Não lamente. Eu farei com que a morte dele não tenha sido em vão hoje.- ele disse se pôs de pé nas duas patas traseiras, com a mão no peito.- Foi uma promessa.- ele abaixou o olhar.- Mas você não precisa ter medo de mim, senhorita. Posso não ter uma cara muito amigável- o que era mentira, porque seu rosto lhe fazia lembrar um urso de pelúcia fofão-, mas não lhe quero mal. E mesmo que tenha sido um urso que tenha lhe atacado, ele é de outro mundo. Seu mundo. Mais feroz, cruel e perverso. Nárnia ainda tem suas esperanças.- ele disse, bondoso e abriu os enormes braços peludos, a chamando para um abraço.

Ela apertou os lábios, mas não resistiu. Atirou-se com a pouca esperança que tinha em sua alma e deixou-se ser protegida por alguns segundos do mundo, naquele gostoso afago que não sentia há anos. Sem aguentar mais, deixou que as lágrimas caíssem pelas bochechas e afundou o rosto no peito do animal. O pelo do Senhor Urso ficou empapado por lágrimas após alguns segundos, mas ele não se importou. Apenas continuou abraçando a menina com alma de criança perdida em seu apertado abraço de urso.

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A espada deslizou suavemente e pousou com delicadeza na garganta do rei. Este, acordou em um susto sem movimentos, apenas olhos arregalados como pratos de sopa. Mas, diferentemente do que se espera, ele apenas sorriu, sarcástico.

–-Mas que bom que está vivo.- disse Miraz, com sua estranha barba negra cortada no sentido V e sobrancelhas grossas, um nariz estupidamente grande e olheiras abaixo dos olhos negros e mentirosos.

–-De pé!- ordenou Caspian.

Miraz, ao tirar o lençol para um lado, conseguiu acordar sua mulher com um discreto (e esperto, devo atrever a dizer) leve tapa no ombro. Ela remexeu-se e abriu os olhos, assustada e desconcertada.

–-Caspian?

–-Fique onde está!- ele ordenou, mais uma vez.

De pé, Miraz parecia ser mais ridículo do que já era com seus trajes de dormir. Quem o visse, jamais diria que era um rei.

–-O que está fazendo?- a mulher perguntou novamente.

–-Eu já devia ter imaginado.- disse para si o homem, com uma expressão tão límpida, que chegava a ser irônica.- Sabe que algumas famílias consideram seu comportamento inadequado...

–-Mas parece que não deteve você!- o moreno disse e fez menção em enfiar a espada na garganta do homem.

–-Só que eu e você não somos iguais!- replicou, com uma fúria surgindo no olhar. O príncipe não tem reação. Parecia estar em dúvida com as palavras do homem.- Que pena, é a primeira vez que demonstra coragem.- ao lado deles, sem que percebessem, a mulher mexia-se silenciosamente.- Que desperdício...

O moreno pareceu estar confuso com as palavras ditas, mas no momento em que o homem olhou com o canto do olho... Ah, maravilha! A mulher segurava uma besta, pronta para atirar. Em sua expressão, parecia brilhar a de uma leoa. Preparada para proteger seu território, se necessário. Mas Caspian não recuou e segurou mais firme o cabo.

–-Abaixe essa espada, Caspian. Não quero atirar em você.- ela avisou.

BAM!

A porta do quarto se abriu, revelando mais dois seres no recinto.

–-Nós não queremos também.- avisou Susana, com o arco e a flecha em punho, em direção a mulher.

Esta, confusa e perdida, por dois segundos, direcionou a besta para as duas duplas, mas deteve-se no moreno e seu marido. O rei, pareceu ofendido e com as mãos na cintura, acusou-os.

–-Vocês estão acabando com minha privacidade.

–-O que está fazendo?!- perguntou Pedro, irritada, ignorando o sarcasmo do estranho homem que havia no quarto.- Devia estar na guarita.

Por um momento, Caspian pareceu pensar no que realmente estava fazendo ali. Até que como um clique, lembrou-se e a raiva preencheu sua mente.

–-Não!- ele exclamou.- De uma vez por todas, eu quero a verdade.- entre dentes, ele perguntou.- Você matou o meu pai?- deu alguns passos para frente e Miraz para trás, com medo que a ponta da espada entrasse mais um pouco em si.

–-Agora eu entendi.- ele disse, arqueando as sobrancelhas.

–-Disse que seu irmão morreu dormindo.- disse sua mulher, incrédula, mas segurando a arma com firmeza.

–-Foi mais ou menos a verdade.

–-Caspian, isso não vai adiantar nada!- pediu Susana, com um misto de desespero e medo na voz.

–-Nós telmarinos não teríamos nada se não tivéssemos conquistado. Seu pai sabia disso tanto quanto eu.

Não se sabia dizer quem estava mais espantado. O príncipe ou a mulher.

–-Como você pôde?- ela perguntou, tão incrédula, que abaixou a besta.

–-Pela mesma razão que você vai puxar o gatilho.- ele disse com voz rude e apontou a mão para a flecha.- Pelo nosso filho.- disse e deu um passo para frente, deixando que a ponta da lâmina compenetrasse mais e um fino fio de sangue escorrer.

–-Pare!- alguém gritou.

–-Fique onde está!- gritou Susana.

–-Você tem que se decidir, querida.- a cada passo para frente, outro para trás do moreno.- Quer que nosso filho seja rei? Ou quer que seja como Caspian?- o moreno franziu o cenho.- Com o pai morto?!

O grito da mulher, penetrou nos tímpanos dos presentes tão rápido quanto a flecha disparada no ombro do príncipe. Caspian soltou a espada com o susto e Miraz fugiu por uma passagem secreta, deixando a mulher aos berros, assustada com a hipótese que estava prestes a acontecer.

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Longe dali (por incrível que pareça, caro leitor, o grito percorreu distâncias assustadoras!), o barulho agudo assustou três seres. Um moreno, que deixou a lanterna cair por puro descuido até o andar debaixo da torre. Abaixo dali, um urso assustou-se tanto que abriu os braços, pôs-se de pé e deixou o outro ser assustado, cair ao chão.

–-Ai!- ela exclamou.

–-Desculpe, senhorita.- ele pediu.

–-Tudo bem.- ela disse, sorrindo.

A porta se abriu e um guarda saiu, estranhado por causa do som metálico que havia escutado do lado de fora. Edmundo desceu algumas escadas até parar em uma janela e ver o guarda da noite pegar seu objeto favorito. Estranhado com algo tão brilhante e frio, o guarda se assusta quando o liga e sai uma luz que parece capaz de cegar-lhe os olhos. Mas antes que pudesse pensar em qualquer coisa, os sinos tocaram. Era o aviso. Mais distante dali, o grupo de narnianos olhavam-se estranhados para a luz que não estava dentro dos planos. O centauro olhou de lado para o anão.

–-O que será que quer dizer?

Com medo que os narnianos entendessem outra coisa, o rei pulou em cima do guarda, derrubando-o no chão e a lanterna. Antes silencioso, os aposentos dos soldados agora estavam movimentados e barulhentos. Todos acordados e bem atentos para os sinos que tocavam. O aviso de invasão. Todos pulavam das camas, vestiam as calças, preparavam as armas e só não bocejavam pelo sono, por conta da adrenalina que percorria seus corpos.

Dentro do castelo, o Magnífico, a Gentil e o telmarino corriam apressados pelos corredores. Ao continuar no corredor, a morena parou e pareceu abismada.

–-Pedro!

–-As tropas estão lá fora!- ele gritou e continuou correndo.

Ela e o príncipe trocaram um olhar apreensivo. No térreo, o loiro corria a toda velocidade que sua energia lhe proporcionava. Com a espada em punho, preparou-se para enfrentar um telmarino que chegava com a raiva fugindo pelas orelhas.

–-Agora, Edmundo! Agora! Chame as tropas!- disse e foi contra o telmarino.

–-Estou ocupado, Pedro!- gritou o moreno, enquanto tentava defender-se do telmarino que empurrava o corpo do morenocom a espada contra a parede.

Bateu a cabeça contra o nariz do guarda, que recuou com a dor e atacou no alto com a espada. Pedro lutou com bravura e eficiência contra dois telmarinos. Rapidamente, derrubou-os com um corte fundo na barriga de cada um e correu para o portão. O guarda conseguiu que Edmundo perdesse a espada e atacou por cima. O moreno agachou-se para defender-se, pegou a lanterna do chão e bateu no rosto do homem duas vezes com toda a força que possuía. Infelizmente, a força da batida fez com que a lanterna se apagasse. Ao chegar no enorme timão que abria os portões, sua irmã havia chegado e tentado persuadir o loiro a desistir.

–-Pedro, é tarde demais! Temos que cancelar enquanto dá!

–-Não- ele disse, empurrando o timão com esforço-, ainda consigo!

De um portão ao longe, telmarinos chegavam com tochas e espadas em punho. Seus berros estavam cada vez mais próximos.

–-Ajudem aqui!- ele pediu.

–-Por que está fazendo isso?!- ela perguntou, enquanto rodava o timão e observava o irmão apertar os lábios.- Ela não vai voltar para nos ajudar, Pedro. Ela não está mais aqui! O que está tentando provar?!

A ponte descia e os narnianos não sabiam mais se confiavam no sinal ou em seus instintos.

–-Acende! Acende, acende!- pedia Edmundo, batendo a lanterna com força na mão.

Então, acendeu! Com cliques repetidos, Edmundo deu o sinal e o centauro, levantou-se nas patas traseiras e com um grito ensurdecedor, incentivou as tropas.

–-Atacar!

Os guardas de fora acharam estranho a ponte baixar, mas mudaram sua preocupação quando viram uma manada de... animais? Oh céus, o que eram aquelas coisas?! Não puderam pensar. Foram abatidos com facilidade pelo minotauro. Assim que o portão foi aberto, o loiro, a morena e o moreno, viraram-se, retiraram suas armas e com uma voz que deu uma nova chama de esperança no coração dos narnianos, o loiro gritou.

–-Por Nárnia!

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–-Céus! O que é isso?!- gritou a loira, aparentemente, assustada, mas com as adagas firmemente postas em suas mãos.

–-É a hora!- disse o urso e seu olhar brilhou junto de seu sorriso.

–-O quê?

–-Com licença, senhorita.- ele pediu e desceu até a porta.

Irina o observou coçando a orelha direita com cuidado, para que a lâmina não raspassem em seus cabelos. O urso puxou a porta com força e saiu para fora, rugindo de um jeito que fez os ombros da loira tremerem. Um telmarino pulou nas costas do urso e outro arranhou sua barriga com a espada. Irina agiu instintivamente. Há tempos não recebia um carinho, um afago e quem diria! De seu maior pesadelo! Sua adaga cortou o ar girando e cravou-se nas costas do telmarino, que deixou um grito escapar da sua garganta antes de cair no chão. O urso agarrou o telmarino pela espada e o puxou para si, abraçando-o pela cintura, levantando-o no ar e com a outra pata, torceu a cabeça do homem. Virou-se e arrancou a adaga das costas do homem e estendeu para a loira.

–-Boa sorte, senhorita. E obrigada.- seu sorriso era contagiante. Mal poderia acreditar-se que a felicidade era por conta de uma guerra.

–-Nos veremos mais tarde?- ela perguntou, pegando a arma ensanguentada.

–-É uma promessa.- ele disse, sorrindo e correu para longe.

Ela inspirou fundo e virou-se.

–-A glória.- ela sussurrou e baixou o olhar para o sangue que escorria da lâmina.- Ou o fracasso.

Dito isso, subiu as escadas.

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Notas finais do capítulo

Sumi? Sim. Mas, sinceramente, não estava animada para continuar a fic. Não senti nenhum incentivo da parte das leitoras :( Isso me desanimou. Enfim,vamos ver quais serão os resultados deste cap. Certo que já foram três capítulos de enrolação para a batalha (já estou ansiosa para a pancadaria!) e peço desculpas. Mas no próximo a ação vai estar mais fresca (:
Espero que gostem.
bye



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