Finding a Dream escrita por Loren


Capítulo 24
Início da batalha


Notas iniciais do capítulo

haaai
Notas finais, não esqueçam c:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/312699/chapter/24

>

–-Por favor! Não me machuque! Eu não fiz nada!- pediu o urso com as patas levantadas.

Este, estava sentado em cima de um monte de folhas amarelas e vermelhas secas do outono passado. Dos olhos remelentos e caramelados, saiam grossas gotas que escorriam pelo seu focinho e caiam da ponta do nariz preto e molhado. O urso fungava constantemente e passava a pata no rosto para limpar a sujeira de terra, lágrimas e ranho. Parecia um bebezão chorando com saudades do colo da mãe. Irina guardou as duas adagas e andou cautelosamente até ficar de frente para o animal. A cada passo, ela podia sentir o peso do metal da adaga maior dentro da bota direita. O urso levantou-se em quatro patas e rodou três vezes antes de cair com um estrépito de folhas quebradas. Ela sentou em uma pedra ainda observando o urso, como se a qualquer minuto ele fosse atacá-la. Com a cabeça sobre as patas, ele murmurou.

–-Por que está aqui, senhorita?- a voz lembrava também a de um bebezão.

–-Quem deveria fazer essa pergunta sou eu.- ela se defendeu.- Ninguém sabe que estou aqui e não faz diferença. Mas por que o senhor está aqui?

–-Pela mesma razão que a senhorita, não faz diferença.- ele respondeu entre fungadas.

Ela fechou os lábios que estavam prontos para deixar outras perguntas escaparem, mas com a resposta do urso ela preferiu ter mais cuidado com o que ia dizer.

–-A senhorita deveria estar com suas majestades, não é verdade?- ele perguntou acanhado após alguns segundos.

–-Por que deveria?- ela respondeu meio grosseira.

–-A senhorita não é uma princesa de outro mundo, igual a eles?- o urso levantou o rosto surpreso. Parecia convicto de que sua ideia era verdadeira.

–-Não, sou uma reles pebleia.- ela respondeu amansando a voz e abaixando o olhar para as mãos no colo.

–-Ah, desculpe. Achei que fosse... a senhorita tem jeito para ser princesa.- ela corou.

–-O senhor acha?- ela perguntou fazendo uma careta de dúvida.

–-Acho sim. A senhorita é uma mistura!- o urso começou a se empolgar e olhou para o céu, tentando achar as palavras certas.- Tens a agilidade da Rainha Susana, porém é muito mais ágil! Tens a delicadeza da Rainha Lúcia, mas é mais delicada ainda! E tens a força e bravura da Guerreira Helena, não é a toa que a senhorita é a irmã dela.- disse o urso abrindo um sorriso com seus afiados dentes.

Ela enrijeceu no mesmo instante. Doía ouvir o nome da morena. Tentava esquecê-la e odiá-la, mas era impossível. Irina jamais iria odiar Helena tanto como queria. Tinha vontade de chorar ao pensar que ela havia mentido por anos. Por mais que ainda nutrisse um sentimento carinhoso pela morena, jamais iria afirmar mais uma vez que sentia sua falta. Sentia que jamais iria perdoar a traição que havia sofrido.

–-A senhorita está bem?- perguntou o urso percebendo o incômodo da garota.

–-Não é nada.- ela disse sorrindo amarelo.

–-Está bem...- o urso deitou a cabeça nas patas novamente e pareceu deixar uma lágrima a mais escorrer.

–-Senhor, por que está chorando?

–-Porque... por-porque eles não deixaram eu ir no ataque.- disse o urso triste.- Dizem que sou muito lento, que devo ficar aqui, que vou atrapalhar na missão.- e deitou a cabeça mais uma vez, dando o assunto como encerrado.

–-Mas o senhor gostaria de ir?- ela insistiu.

–-Sim, mas...

–-Tenho uma proposta para o senhor.- ela disse e deixou um sorriso sapeca e divertido aparecer.

>

A noite era densa e com um leve toque de neblina. O grifo voava calmo e silencioso pelo manto anil sem estrelas. Um ser com cabelos negros como as asas de um corvo e olhos castanhos amadeirados respousava nas garras do animal. Ao se aproximar, o castelo tomava formas. Parecia mais um monstro. Era tão assustador que qualquer fosse o perdido que por ali passasse, iria preferir continuar um caminho de milhas e milhas até a praia de Cair Paravel do que pedir ajuda. O coração do ser batia freneticamente. Nervoso por medo da operação dar ou não resultado, nervoso pelas vidas que corriam risco, nervoso por não a ter encontrado para se despedir antes de chegar até o castelo de Telmar.

Aproximaram-se da torre mais alta e mais afastada. Ali havia um guarda de rosto redondo, olhos escuros, cabelos até em seus ombros, barba e bigode juntos. O guarda estava perto do muro, observando a misteriosa noite. O grifo e o ser chegaram tão sorrateiros quanto uma cobra prestes a dar o bote. Pousaram em cima das telhas da torre e se não fosse por alguns segundos, talvez o guarda teria visto as belas e enormes asas do animal. O guarda começou a rodear a torre, certo de que havia ouvido ou percebido algo de diferente. Quanto mais perto o guarda chegava do grifo e do ser, estes andavam para o lado contrário do homem e com passos delicados e cuidadosos. Ao virar de costas, duas garras pesadas pousaram em seus ombros e o puxaram para cima com total brutalidade. Um fato curioso: não houve gritos, nem se sabe o que houve com o guarda depois disto.

Assim que os pés de um subiram, outros desceram. O ser, mais conhecido por Edmundo Pevensie, o Rei Justo, lentamente, se levantou do chão e aproximou-se do muro com receio. Observou o piso inferior e viu alguns guardas, porém, fez o que foi combinado. Usava uma armadura de couro, botas mais resistentes e no cinto, a espada. Com a lanterna, ligou e desligou o aparelho. Ligou e desligou. Ligou e desligou. Ligou e desligou. Repetiu o gesto várias vezes. Outros três grifos aproximaram-se tão silenciosos quanto a noite. Longe do castelo, em meio a floresta, narnianos preparados para a batalha, perceberam o aviso. O anão olhou para o centauro e este assentiu. Foi uma conversa de olhares, literalmente. O centauro esticou a espada e deu início para a caminhada das tropas com firmeza em direção ao monstro, denominado também de castelo.

Um pouco distante das outras tropas, entre outras árvores, um animal de quatro patas corria desastrosamente, porém, sempre com o focinho erguido. Tentando, no mínimo, não tropeçar nas raízes e nas pedras que haviam no caminho. Sobre suas costas peludas, um outro ser de cabelos vivos e loiros o acompanhava com um cinto de duas adagas guardadas, uma outra escondida na bota e com uma determinação na alma. Ele tentava, a todo custo, ser tão rápido quanto o vento. Precisavam chegar a tempo. Chegar a tempo da batalha.

Dentro do monstro, pelo ralo de metal do canto de uma das paredes, saíram três ratos de tamanho anormais! Passaram por entre um dos buraquinhos do portão e com passos baixos e leves, adentraram mais ainda no centro do monstro. Parados, observaram os grifos se aproximarem das torres lá do alto. Nas garras destes, mais três seres vinham para adentrar no monstro. Passaram pela torre onde a lanterna continuava a piscar. O grifo do meio, olhou para o ser loiro, O Grande Rei Pedro, pedindo permissão. Após esta ser consentida com um aceno da cabeça, o grifo tomou impulso e desceu para uma das torres. O príncipe Caspian, pendurou-se com uma só mão na garra do grifo e com a espada na outra mão, matou um dos guardas antes que ele pudesse se expressar e somente com um corte na garganta. Os outros grifos desceram para um dos corredores que ligava uma torre com a outra.

Edmundo ligou a lanterna novamente e fez outros movimentos, como se fosse para guiar um dos grifos ou chamar atenção de outros guardas. Quando um destes se preparava para lançar um flecha no peito do moreno, sua irmã, Rainha Susana, a Gentil, o defendeu com um flecha que transpassou o peito do guarda, atingindo em cheio em seu coração. O outro, vendo que o colega caiu morto, virou-se, mas não teve tempo para se preparar. O Grande Rei Pedro o atacou ferozmente. Todos estavam no chão, com as armas em punho. Os grifos se afastaram. Edmundo deixou um sorriso escapar, talvez, aliviado porque tudo estava começando certo.

>


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vou fazer propaganda '-' Eu sei que é chato, não estou obrigando ninguém a ler, ok? Mas adoraria saber que vocês deram um passadinha por ali. Enfim, é Harry Potter, viu?
http://fanfiction.com.br/historia/447457/Enfrentando_Uma_Nova_Vida/
Espero esperançosamente vocês
bye (:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Finding a Dream" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.