Finding a Dream escrita por Loren
Notas iniciais do capítulo
haaaai
Ela ofegava. Seus olhos ardiam. Sua boca estava seca, mas seus lábios estavam molhados por alguma coisa com gosto..diferente. O rosto do homem era irreconhecível. Estava completamente deformado.
--Meu Deus..- ela murmurou.
Então, olhou para sua mão onde estava a pedra. Estava vermelha. Absolutamente vermelha! Ela começou a tremer. Quando deu-se por si que havia sido ela que havia feito aquilo, soltou a pedra com brutalidade e foi para longe do homem. Água saia de seus olhos, molhando o sangue que já estava seco.
--Meu Deus...- ela sussurrou.- O que eu fiz?- ela perguntou colocando as duas mãos no rosto.
--Irina...- ele a chamou, ajoelhado a sua frente.
Ela não se atreveu a olhá-lo.
--O que eu fiz?- ela perguntou.
Para ninguém em especial. Apenas falou a dúvida que borbulhava em sua mente.
--Eu..não posso ser uma assassina...- ela disse enfiando as unhas na carne macia das bochechas.
--Irina...olhe para mim..
--Não..não..não..- ela murmurou repetidamente mais algumas vezes.
--Por favor...- ele sussurrou e pegou o rosto da loira e o virou para si.- Está tudo bem...
--Não! Não está tudo bem! Eu sei que não está tudo bem! Eu matei aquele homem! Eu sou uma assassina!- ela gritou pondo-se em pé.
--Você se defendeu!- ele rebateu ainda ajoelhado.
--Mas eu matei! Meu Deus! Eu matei!- ela gritou mais alto a última frase, como se fossem facas perfurando cada parte de sua alma.
--O rosto dele estava sujo, com o desenho das mãos marcados com sangue na pele pálida. Ela achava, que depois de ter encharcado o tronco, seu rosto e seus cabelos na noite anterior, não iria mais precisar das l;agrimas. Engraçado pensar que no fundo, todos têm esperanças das coisas melhorarem. Ele não podia negar que ficou assustado com o ataque da loira. Não parecia ela. Parecia um animal. Selvagem e feroz. Teve vontade de sair correndo, virar costas e fugir. Mas ficou. Queria ver se ela iria atacá-lo. Não o fez. O que fez foi lamentar-se mais uma vez. Era cansativo vê-la sempre chorando, sempre culpando-se e não fazendo algo por si. Mas não poderia ignorá-la e deixá-la sozinha. Não seria o certo, não se perdoaria se abandonasse ela. Justamente ela.
--Irina...talvez não esteja tudo bem.- ele disse levantando-se e limpando as calças das folhas-, mas vai ficar.
--Como você pode achar isso?- ela perguntou dando de ombros. Seus olhos ainda estavam cansadados. Vontade de fechá-los não lhe faltava.
--Tenho fé.- ele disse a fitando e segurou seus ombros.- E você?
Ela não o respondeu. Abaixou a cabeça. Ela não iria respondê-lo pelo menos nos próximos três anos.
--Vamos...- ele não insistiu mais no assunto.- Seria bom você tomar um banho e tirar essas marcas...
--Que marcas?
Ele apertou os lábios.
--Estas...em seu rosto...-ela coçou a orelha direita, se mostrando confusa.- De sangue.- ela arregalou os olhos.- Não se preocupe, são fáceis de tirar.- ele disse colocando suas mãos nos ombros dela e conduzindo-a de volta para a coisa.
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--Prontinho majestade! A banheira está pronta e a água já está bem quentinha!- avisou a fauna sorridente.
--Obrigada Karlita. A partir de agora, pode deixar que eu faço.- a fauna assentiu, reverenciou e saiu em silêncio, a não ser os cascos que bateram e de leve no chão.
Era um cômodo quadrado e pequeno. Sem nenhuma abertura a não ser a entrada sem porta. No meio do cômodo, havia uma escavação perfeitamente retangular e esculpida com degraus de um só lado que levavam até o fundo. Lá embaixo, os faunos colocaram uma banheira redonda, a qual as faunas encheram de água quente encontrado em um riacho atrás da coisa.
--A água está ótima.- disse a rainha quando colocou uma mão dentro da banheira. Ela olhou para a loira.- Pode vir, não se preocupe. As faunas já foram.
A loira assentiu engolindo a saliva com vontade. Estava com sede, muita sede e pelo o que entendeu, só poderia beber e comer algo depois do banho. Tirou o vestido laranja e o doborou delicadamente, deixando-o sobre os degraus. Com a ponta dos pés, correu até a banheira e suspirou com agrado quando deixou de sentir o chão frio e áspero. Como sentia falta de um banho quente! Céus! Só então percebeu que delícia era estar em meio aquele líquido que parecia lhe arrancar a pele. Fechou os olhos por um momento e tombou a cabeça para trás.
--Como se sente?- perguntou Susana pondo-se de joelhos e puxando as mangas.
--Bem..
--Ótimo! Vamos ver...-ela revirou alguma coisa no chão. Quando levantou a mão, revelou um tecido branco e fofo.- Deixe-me ajudar...
Irina não recusou, mas estranhou. Permanceu calada, enquanto a morena molhava o pano e limpava as marcas de sangue desenhadas perfeitamente como mãos agarrando o rosto da loira. Ela molhava, limpava e espremia fora da banheira. Repetiu o processo mais algumas vezes. Depois, ela ajudou a limpar os ombros e os cabelos da loira.
--Não se preocupe, são sais que as faunas trouxeram. São ótimos para cabelos e pele! E trouxeram direitinho..
--Por que está fazendo isso?
--Como?
--Por que está me ajudando? Por que está sendo gentil?
--É o meu título.- ela respondeu deixando um riso escapar.
--Mas você não é obrigada a ser gentil com o inimigo.
--Você não é nenhum inimigo, Irina.- disse enquanto esfregava o couro cabeludo da loira.
--Mas, do mesmo jeito, não é obrigada a fazer a ser gentil com alguém que não simpatiza. Pelo menos, não tão gentil.
A rainha ficou em silêncio. Pegou uma caneca, encheu de água e jogou nos longos cabelos ensaboados.
--Talvez..eu goste de você..
--Por favor..fale a verdade.- implorou baixinho Irina abraçando os joelhos.
Susana suspirou.
--Uma promessa.- disse sacudindo as mãos e logo secando-as em uma toalha.
Irina virou-se e apoiou o queixo nas mãos que estavam nas bordas da banheira.
--Helena salvou minha vida. Tome- ela disse entregando uma pedraaa, toda cristalizada com pedrinhas patreadas.- Esfregue em si. Vai lhe deixar bem relaxada e cheirosa.
--Ela não é minha irmã.- ela disse pegando a pedra e passando com delicadeza e firmeza no braço direito sem olhar para a rainha.
--Desculpe.- pediu a morena.- Helena salvou minha vida. Não sei se sabe, mas digamos que eu não muita amiga da sua..- ela hesitou- Helena. Eu agradeci a ela de todo meu coração, sou grata por ela até hoje. Eu lhe disse que ela poderia pedir qualquer coisa e eu prometi que cumpriria.
--E o quê ela pediu? Para você apoiar a Feiticeira?- ela perguntou sarcástica.
--Não. Pediu para eu cuidar de você. Assim que chegasse a Nárnia. Porque...talvez ela não estaria presente para isso.
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--Vamos, Ed! Diga-me! Seja sincero comigo, ela te agrediu, não foi?
--Não! Não, Pedro! Não! Mas que inferno! Irina não fez nada comigo!- gritou o moreno mais uma e se apoiando com as mãos na mesa de estratégia.
Abaixo de seu queixo, um desenho da planta do castelo dos telmarinos estava desenhado e várias setas estavam rabiscadas fazendo voltas e retas por todo o papel. Estava decididos a invadir o castelo.
--Então, pode me explicar o porquê dela chegar suja de sangue?
--Porque ela se defendeu!
--De quê? Um passarinho? Ed, por favor! Pode me falar..
--Ela se defendeu! De um telmarino!- gritou virando-se.
Pedro pôs-se em silêncio por poucos minutos.
--Telmarino? Tem certeza?- ele enrijeceu o maxilar e apertou os punhos.
--Sim, eu vi o desenho da águia na malha e outra encrustada na espada.- disse e passou as mãos no rosto.
Novamente, Pedro ficou em silêncio, mas foram só por alguns segundos.
--Tenho que avisar ao chefe dos faunos para fazerem rondas mais longas ao redor daqui.
--Faça isso.- disse o moreno massageando as pálpebras em movimentos circulares com as pontas dos dedos.
--E você?
--Vou preparar os campos de treino e falar com Caspian sobre o castelo. Que que ele me detalhe cada ponto do castelo.
--Fizemos isso de manhã.- disse Pedro com um tom de raiva, querendo que o irmão se sentisse culpado.
--Desculpe..- disse Ed pouco se importando.
--O que houve, Ed? Por que parece tão tenso?- perguntou por fim o loiro enquanto apertava o cinto da espada.
Edmundo suspirou e tirou as mãos do rosto. Contou tudo o que viu e sentiu mais cedo.
--Ela não fez...
--Sim. Fez.
--Pela juba do leão..admito que..bem, estou impressionado. E você?
--Um pouco assustado...-confessou o moreno.
O loiro percebeu o olhar distante do irmão e deixou uma risadinha escapar.
--Deixe-me adivinhar..pensas em fazer algo. Correto?- os olhos castanhos fitaram os azuis com um leve sorriso.
--Correto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
espero que tenham gostado guerreiras :)