Na Onda do Amor

–Capítulo 17-

Por JefCookie

– Uh, venci de novo – Sakura disse rindo e Sasuke fechou a cara.

Como é que uma garota que havia aprendido a jogar aquele jogo não havia nem uma hora direito conseguia vencer dele, que jogava aquele jogo a mais de um ano?

– Irritante – ele disse jogando o controle do jogo na cama.

O silêncio reinou ali, e um clima estranho se instalou também.

– Se resolveu com o namorado, ontem? – perguntou Sasuke, mantendo o velho tom de indiferença.

Sakura olhou para baixo, corando um pouco.

– Nem eu sei se nos resolvemos – disse suspirando. Droga! Por que é que ele havia perguntado aquilo? – Não acho que voltamos.

Sasuke arqueou uma sobrencelha.

– Não me pareceu que vocês não voltaram – Sasuke disse lembrando-se da cena que vira na noite anterior.

Sakura corou mais um pouco.

– Você viu? – perguntou receosa.

Sasuke bufou.

– Acho que seria mais propício vocês irem para um motel – disse ele e Sakura agora olhava pra o chão, corando feito um tomate maduro.

– Eu por um momento retribuí aquele... beijo – Sakura teve dificuldade de falar aquilo para Sasuke – ... Ele não tinha o direito de fazer aquilo e depois tido um ataque de ciúme e já querer mandar em mim.

– Hum – aquele assunto estava meio que incomodando um pouco o Uchiha, mas pelo visto, aquele assunto ainda continuaria – Pensei que vocês tinham se acertado – ele disse deitando na cama com as mãos embaixo da cabeça.

– Mais ou menos – ela disse olhando para o chão – Só não sei se é para mais ou se é para menos. Conversamos sobre o que aconteceu mas não decidimos como vai ser daqui em diante.

– Não querendo ser curioso demais – ele disse sentando-se novamente – Mas você não parece estar muito feliz de encontrá-lo aqui. Então digamos que você não quer mais ele, certo?

Sakura suspirou e fechou os olhos. Tudo bem que Sasuke era calado e de poucas palavras quando queria, mas quando este tentava ser sociável não tinha muita noção do quão direto era.

– Você não iria entender – ela disse quase num sussurro.

Sasuke deu de ombros.

– Posso tentar – ele disse se sentando de pernas cruzadas na cama.

Sakura virou-se para ele, procurando olhar para o rosto dele e não para baixo... – quadradinhos no abdômen...

– Eu não sei se sinto mais a mesma coisa por ele – ela disse – Parece que o que eu sinto por ele agora não passa de uma mera paixão esquecida e reacendida outra vez. Uma paixonite passada e tosca.

Sasuke arqueou as sobrancelhas.

Não havia entendido absolutamente nada do que ela havia dito isso sim.

– Você não entendeu nada, não é?

Sasuke negou com a cabeça.

– Eu disse que você não iria entender – ela riu sem humor algum.

Sasuke deu de ombros.

– Mesmo eu não tendo entendido nada – Sasuke suspirou – Eu pelo menos sei que você tem que seguir com a sua vida e procurar agradar a si mesma, não a ele. Você desistiu de ir para o Hawaii, Sakura. Isso já é o bastante.

Sakura olhou fixamente para Sasuke e depois de um minuto sorriu fracamente.

– Obrigada por isso – ela disse e inclinou-se para bagunçar os cabelos dele – Eu acho.

Aquilo era totalmente estranho e diferente para Sasuke. Quando Karin mexia em seu cabelo não gostava e a proibira de fazer isso, mas com Sakura era diferente. Ele gostava daquele contato. Talvez porque em vez de partir para o ataque, firmou uma amizade engraçada e agradável com ela. É, talvez...

– Quer comer alguma coisa? – perguntou ele quebrando aquele contato quando se levantou rapidamente.

Sakura olhou para o traseiro dele outra vez e repreendeu-se por isso.

– Hã... Estou sem fome – ela disse se levantando e olhando para qualquer outro canto do quarto.

– Está bem, vamos comer – ele disse sorrindo divertido e entrou no closed.

Sakura revirou os olhos.

– Eu disse que não estou com fome – ela disse bufando.

Sasuke saiu do closed trajando apenas uma bermuda.

– Não, você não disse nada – e dizendo isso a puxou pela mão para fora do quarto.

Puxou-a pelo corredor e desceu as escadas ainda a puxando, rumando à cozinha.

– Você por acaso ouviu o que eu disse? – ela perguntou quando chegaram à cozinha.

Sasuke soltou a mão da garota.

– Não – ele disse abrindo a porta da geladeira e pegando uma dois pedaços de torta que estavam separados perto de um prato de brigadeiro.

Ela olhou a cozinha, admirando aquele bom gosto. Não parecia ter sido decorado por algum homem.

– E seus pais? – perguntou ela, curiosa.

– Meu pai e minha mãe estão em Londres, comparecendo em eventos chatos da empresa e depois irão para a Rússia, fechar um acordo com o Primeiro Ministro.

– Ah – Sakura arqueou as sobrancelhas – Nossa.

Sasuke pegou dois garfos médios numa gaveta e colocou um pedaço em cima do balcão e virando-se para Sakura deu um sorriso de canto. A guiou pelos ombros até o balcão, onde cadeiras altas ficavam ali e a fez sentar.

Sakura olhou seriamente para Sasuke e bufou.

– Eu disse que eu não queria – Sakura disse.

Sasuke sentou-se em frente à garota, depositando seu pedaço de torta na superfície plana do balcão.

– Se você não comer eu vou ficar ofendido – ele disse levando um pedacinho de torta à boca – Viu? Se tivesse veneno eu morreria. Mas como não tem... – apontou para a torta com o garfo recém-colocado na boca.

Sakura arqueou uma sobrancelha.

– É torta, apenas torta de chocolate meio amargo – ele disse.

Sasuke não era lá fã de doces, então sempre optava por algo mais amargo ou mais fraco em questão da doçura.

Sakura revirou os olhos.

– Apenas prove – ele disse pegando o garfo dela e pegando um pedacinho da torta.

– Me obrigue – ela disse dando um sorriso desafiador.

Ele a olhou fixamente.

– Certo, quer aviãzinho então criança? – revirou os olhos, não acreditando no que estava prestes a fazer –Lá vai... Olha o aviãozinho!

Sasuke balançou o garfo com o pedaço de torta para cima e para baixo, tentando imitar um avião voando.

Sakura segurou o riso.

– Isso não é um aviãzinho – Sakura disse – Isso é uma pulga de tanto que vai para cima e para baixo.

Sasuke a olhou e deu de ombros.

– Quem decide sou eu – e parou com o garfo bem em frente à boca da rosada.

Sakura fixou seus olhos nos de Sasuke e abriu a boca lentamente inclinando a cabeça um pouco para frente e quando o garfo estava já dentro de sua boca, esta a fechou e pegou o pedaço de torta.

Aquilo era totalmente estranho para Sasuke. Vê-la colocando o garfo lentamente na boca e comendo a torta que ele lhe dera lhe foi uma visão excitante. Estranhamente excitante.

Então, apenas duas palavrinhas para isso: tensão sexual.

– É boa – Sakura disse depois de engolir e apreciar o sabor daquela textura que derreteu em sua boca.

Sasuke entregou o garfo a ela, que pegou mais um pedaço da torta com o garfo.

Tentou se recompor, mas sentia um calor lhe invadir e várias ideias nada puras passar por sua mente. Antigamente para algo lhe excitar, tinha de ser bem sensual mesmo. Algumas carícias, uma dança quem sabe, palavras, gestos provocantes... E ele se excitara a vendo comer um pedaço de torta?!

Mas que merda estava acontecendo?!

Aquilo já era sacanagem! Uma grande, enorme, gigantesca sacanagem!

Sakura comeu mais um pedacinho de torta e suspirou.

– Onde fica o banheiro mais próximo? – Sakura perguntou.

– Segue o corredor ao lado da escada e entra a segunda porta à esquerda – ele explicou e ela assentiu.

– Obrigada – ela disse descendo do banco – Eu já volto.

E quando ela virou e sumiu de vista, levantou-se rapidamente olhando para sua região baixa.

Não, só podia ser uma brincadeira! Uma brincadeira de mau gosto ainda, de muito, muito, mas muito mau gosto!

Estava enorme! E-N-O-R-M-E-!

Como conseguia ter uma ereção daquele tamanho naquele momento apenas vendo-a colocar um pedaço de torta na boca?! Isso era meio impossível – não era mais, na verdade.

“Anda, Sasuke!”, pensou consigo mesmo.

Levantou-se e foi até a geladeira. Abriu a parte de cima onde era o freezer e pegou um tablete de cubos de gelo. Pegou um pano de prato qualquer que achou pela frente e despejou alguns cubos de gelo no mesmo. Segurou a parte superior do pano e então colocou sobre seu membro, que estava já latejando.

Suspirou de alívio. Diminuía um pouco daquela ardência de desejo em que se encontrava segundos antes.

Estava meio irritado consigo mesmo por aquilo ter acontecido. Como é que ela conseguiu causar aquele estrago apenas com aquilo? Imagine então se rolasse algo, vendo-a completamente nua... Seu membro iria chegar em seu queixo!

– Ah, mas que droga! – praguejou sentindo seu membro latejar outra vez.

Sakura estava com as mãos apoiadas na pia do grande banheiro, olhando seu reflexo.

– Calma, respire, Sakura – disse ao seu reflexo – Você já está bem crescidinha para fugir de situações como essa.

Sim, ela sabia muito bem o que estava acontecendo.

Sentia-se meio atraída por Sasuke. Essa era a verdade desde que ele lhe abraçara na noite anterior e lhe ouvira desabafar. E mesmo que quisesse negar, essa era a mais pura verdade.

E talvez fora por isso que quando Sasori a beijou não tivera se sentido da mesma forma antes de terminarem.

– É física, Sakura – disse a si mesma – Uma mera atração física.

Quando o viu abrir a porta do quarto apenas de cueca quase teve um infarto. Ele era perfeito demais para ser verdade. E ela só fora perceber isso quando estavam na cozinha, com ele lhe dando torta na boca.

Notara que seu olhar era extremamente sedutor e seus lábios perigosamente sexy. O pior de tudo é que teve que dar um jeito de sair um pouco dali para poder se recompor, e por isso sentia-se uma criança.

Mas o pior de tudo era que já o vira muitas vezes sem camisa e nunca tinha parado para apreciar bem o seu físico – que ficou extremamente tentador com aquela cueca boxer preta – então por que ela estaria se sentido diferente em relação a ele?

“Ah, qual é! Você nem mais virgem é, mas age feito uma!”, um pensamento seu gritou.

Não havia pensado em Sasuke como homem mesmo até ali, e por que daquilo estar acontecendo naquela justa hora?

Provavelmente Sasuke nunca pensaria nela como ela estava pensando dele – pelo menos era o que achava – então deveria conformar-se e tentar esquecer aquilo.

Sabia que Sasuke era o cara mais desejado daquela área e que tinham praticamente todas as garotas jogadas às seus pés. Garotas mais bonitas que ela, com corpos mais sedutores e volumosos.

Suspirou e deixou sua cabeça tombar para a frente. Sentia-se um fracasso. Não poderia fazer nada em relação àquilo?

Ah, mas é claro que podia!

Ergueu a cabeça e fitou seu reflexo no espelho, tentando ter um ar de confiante outra vez e ajeitou os cabelos com as mãos, puxando-o para o ombro.

Ajeitou a blusa também e encheu o pulmão de ar.

– Esquecer – respirou fundo – Apenas esquecer.

E dizendo isso saiu do banheiro e marchou para a cozinha, convicta de que isso uma hora passaria e depois riria da situação que estivera naquele momento.

Mas nem sempre tudo dá certo...