Na Onda do Amor

-Capítulo 18-

Por JefCookie

Se ela estava convicta, firme, certa, decidida, ou se sabe lá o que, de que era só esquecer que se sentia fisicamente atraída por Sasuke, agora já não estava mais tão convicta assim.

Parecia que tudo estava correndo ao contrário do que deveria ser, e soube disso quando entrou na cozinha e deparou-se com ele lavando seu prato na pia, de costas para ela.

Ela achava uma coisa meio sexy um homem lavar louça – principalmente quando este possuía certos cabelos negros que adorava bagunçar, costas e ombros largos, peitoral definido seguido por um abdômen maravilhoso cheio de quadradinhos e bumbum extremamente sexy.

Comentara isso uma vez com uma amiga, que achava sexy homens lavando a louça. Sua amiga tinha rido e lhe perguntado se ela estava bem.

Quando este terminou de lavar o prato e o garfo que usara, virou-se secando as mãos num pano de prato.

Sasuke encostou-se na pia e arqueou uma sobrancelha a vendo encostada no batente da porta da cozinha.

“Seja natural, Sakura! Seja natural. Natural!”, repetiu isso mentalmente várias vezes.

– Só vou terminar de comer o resto da torta e te deixo em paz – ela disse sorrindo enquanto andava até o balcão.

Sasuke bufou.

– Não quero que me deixe em paz – ele murmurou um pensamento e quando viu já havia soltado aquilo para fora da boca.

– O que? – Sakura o olhou.

– Nada – Sasuke disse rápido.

Sasuke virou-se de costas para ela, fingindo estar fazendo alguma coisa na pia.

Céus! O que é que estava acontecendo com ele? Sentia-se um garoto na puberdade com os hormônios à flor da pele. E isso era muito ruim. Não se sentia assim desde de que perdeu a virgindade aos quinze anos de idade.

– O que você quis dizer quando disse que iria apenas comer a torta e me deixar em paz? – perguntou.

Xingou-se mentalmente por isso.

– Ir embora – ela disse procurando olhar para o prato e não para as costas largas de Sasuke.

– Hum – ele suspirou.

Virou-se e a olhou terminando de comer a torta. Quando esta terminou se levantou e foi levar seu prato para a pia. Sasuke segurou seu pulso e pegou o prato das mãos dela.

– Deixe que eu lavo isso depois – ele disse colocando o prato dentro da pia.

– Me deixa lavar – ela disse tentando passar por ele, mas este a segurou firmemente pelos ombros.

– Não – ele disse e a puxou para fora da cozinha – Vamos subir.

Sakura revirou os olhos.

Ele a puxou pela mão, subindo a escada. Após chegar em seu quarto, soltou a mão dela e fechou a porta.

– Certo – ela franziu o cenho – E o que vamos fazer agora?

Sasuke a olhou em silêncio, sem saber o que dizer.

– Não sei – ele limpou a garganta e sentou-se em sua cama – O que quer fazer?

Por um momento, Sakura quase deixou escapar uma frase que com toda certeza Sasuke iria se surpreender – e creio que imaginem o que ela pensou em dizer, se é que me entendem.

– S-surfar? – Sakura perguntou olhando para o chão tentando com toda força não corar.

Sasuke deu de ombros.

– Tanto faz para mim – ele disse e se levantou.

Sasuke andou até a porta e a abriu.

– Vamos, as pranchas estão lá embaixo – ele disse e fez um gesto com a mão para que ela lhe seguisse.

Assim ela o fez.

Eles desceram as escadas sem pressa alguma, e meio que pegaram um atalho para chegar à enorme garagem. Uma vez que haviam chegado, Sasuke apontara para um canto da garagem onde havia várias pranchas.

– Pegue a que quiser – ele disse vendo os olhos dela brilharem.

Haviam muitas pranchas ali, e por mais incrível que pudesse parecer, Sasuke usava todas. Havia mais de vinte pranchas, o que era surpreendente, pois cada uma era de um jeito, tamanho, largura, a pintura...

– Acho que morri e agora estou no paraíso – Sakura disse e Sasuke se permitiu soltar uma risada.

– Pegue a que quiser, vou esperar você lá na frente – Sasuke disse apontando para a saída da garagem.

Sakura assentiu e Sasuke virou-se dando uma última olhada nela e saiu dali.

Pegou sua prancha que estava encostada em sua picape e sentou num pequeno muro, a esperando.

Ah, por que é que ela tinha de ser tão perfeita?

Ela era apenas uma garota bonita – com um belo par de pernas, aliás – que estava fisicamente atraído. Deveria aprender a se controlar quando estava ao seu lado, como por exemplo, não se excitar a vendo colocar um garfo com um pedaço de torta na boca.

“Argh! Garota irritante!”.

Conseguiu espantar aqueles pensamentos e ficou olhando para o céu, que estava pintado num azul celestial lindo.

– Segure isto aqui, por favor? – ouviu a voz de Sakura soar bem perto de si.

Sasuke baixou a cabeça, e a encontrou. Ela estendia a prancha que escolhera.

– Hum – e segurou a prancha que ela havia pedido.

Sakura engoliu em seco com o que iria fazer, mas por que é que estava assim? Havia feito isso na frente de dezenas de pessoas, não iria significar nada fazer isso na frente de Sasuke.

Respirou fundo e tirou a blusa, revelando seus seios medianos fartos comprimidos no sutiã branco do biquíni.

Sasuke engoliu em seco e desviou seus olhos para o chão. Mas que merda ela estava fazendo?

Quando ergueu os olhos esta havia tirado o short e estava o dobrando.

Santo Deus! Mas que traseiro...

Nunca havia a visto sem short. Ela sempre surfava com um short, e vendo o traseiro empinado dela à mostra resultou apenas numa coisa.

Sasuke colocou a prancha em cima de sua coxa, na tentativa de esconder seu membro, mas teve-a arrancada de si e quando viu que Sakura corria com ela em direção da praia.

–Anda logo! – ela gritou.

– Ah, droga! – praguejou ao sentir sua bermuda se apertar quando se levantou.

Correu o mais rápido que pôde para alcançá-la, mas era meio difícil com aquela ereção.

Mas por que diabos ele estava se excitando com tudo? Definitivamente seus hormônios estavam à flor da pele.

Corria pela areia o mais rápido possível até que enfim chegou à água do mar. Seus cabelos róseos voando para trás com a brisa marítima que vinha de encontro a si.

Sasuke estava logo atrás, procurando olhar para o mar, e não para certa garota de cabelo rosa sentada numa prancha deixando à mostra uma maravilhosa visão privilegiada de seu traseiro empinado.

Deitou de bruços e passou a remar com os braços, adentrando aquele mar de água cristalina. Pelo menos Sasuke morava bem em frente a praia – na praia praticamente – e poupou a perda de tempo de dirigir até alguma praia mais próxima.

Parou quando achou que estava bom naquele ponto e sentou-se na prancha. Sasuke chegou ao seu lado e fez o mesmo.

Nenhum dos dois ousava falar absolutamente nada, ambos não sabendo o motivo também. Não era um silêncio pesado, mas também não era agradável. Por mais que tentavam desviar o olhar um do outro, ambos sabiam que algo estava estranho. Ambos estavam esperando que a onda finalmente viesse para finalmente quebrar aquele clima estranho, mas que parecia nunca vir.

E a onda finalmente veio.

Os dois se prepararam e então a onda os atingiu, fazendo as pranchas deslizarem pela superfície macia e ao mesmo tempo dura da água. Ambos pegando primeiro velocidade para enfim, conseguir fazer manobras. E depois lá estavam eles, deslizando pelas ondas para cima e para baixo, graciosos, parecendo serem feitos do mar.

Sakura tinha um sorriso de felicidade estampado no rosto, sentindo o vendo jogar-lhe os cabelos para trás, trazendo aquela velha felicidade que há muito não sentia. Sasuke também não estava muito diferente. Se o vissem ali, naquele momento nunca que iriam imaginar que o mesmo possuía a personalidade fria, pois um sorriso encantador lhe tomava os belos lábios rosados.

A onda os levava para mais e mais perto da praia e quando esta finalmente diminuiu, quebrando lá na frente da praia, os dois sentaram novamente na prancha, em silêncio absoluto. Ambos olhavam para a água, agora percebendo realmente o que estava acontecendo ali.

 – Belas manobras – Sakura quebrou o silêncio.

– Hum – Sasuke disse e engoliu em seco. Não estava em condições de olhar para ela.

E o silêncio e o clima diferente se instalou novamente ali.

– Vou voltar – Sakura disse quando uma onda fraca lhe passou, lhe ajudando a chegar mais perto da praia.

Sasuke nada disse, apenas ficou a observar ela chegando à praia. Era estranho olhar aquela situação daquela maneira. Ele sentia-se fisicamente e sexualmente atraído por ela, não havia como negar. Sabia que não duraria muito tempo todo aquele autocontrole, e sabia que não havia mais saída. Grunhiu, não acreditava que iria realmente fazer aquilo.

Nadou a toda velocidade à praia, a vendo fincar a prancha na praia e sentar-se ao lado da mesma, esticando o belo par de pernas enquanto jogava a cabeça para trás fechando os olhos, aproveitando o calor do sol de fim de tarde.

Chegou à areia, sentindo seu coração disparar e aproximou-se dela com passos rápidos, firmes e decididos. Jogou a prancha com brusquidão ao lado dela e a mesma abriu os olhos o olhando sem entender.

Num suspiro rápido jogou-se em cima dela sem a machucar e tomou-lhe os lábios que tantas vezes imaginara em saborear. Sentia o corpo esbelto dela tenso abaixo de si e sentia a confusão em que ela se encontrava naquele momento, mas mesmo assim ficou ali, com os lábios colados nos dela.

– Sasuke... – ela o chamou entre os lábios dele tentando o afastar, mas ele era forte e tudo piorou quando sentiu uma das mãos dele descer pela lateral de seu corpo – Não... Sasuke...

Sasuke então parou, mas ainda sim de olhos fechados ficou daquela maneira. Encostou a testa na dela, sentindo a respiração acelerada dela em seu rosto.

– Até quando vai negar, Sakura? – perguntou numa voz rouca. Ela piscou, engolindo em seco.

– Sasuke, o que pensa que está fazendo?! Saia de cima de mim ou... – foi interrompida.

– Ou o quê? – Sasuke deixou mais um pouco de seu peso recair sobre o corpo dela.  Sakura prendeu a respiração.

– Sasuke, saia de cima de mim – a voz dela era cortante e firme. Sasuke ousou soltar uma risada.

– Você também quer isso, Sakura – ele sussurrou e ela engoliu em seco – Se não já teria me empurrado para longe de você.

– Você não me conhece, Sasuke – ela disse e ele pegou os pulsos dela rapidamente, os segurando acima da cabeça – O que pensa que está fazendo?!

– Mas quero conhecer – ele disse, a voz embargada de desejo reprimido por todos aqueles dias torturantes – De todas as formas possíveis.

Sakura sentia suas bochechas corarem e sentia algo lhe pressionar a barriga e engoliu em seco ao constatar saber o que era. De imediato sentiu seus músculos internos de seu ventre receberem uma carga quente.

– Sakura, você sabe que quer isso – ele disse e pela primeira vez abriu os olhos, encontrando olhos verdes como esmeraldas lhe fitando intensamente.

– Você bebeu? – perguntou com uma sobrancelha arqueada.

– Não.

– Você usa drogas?

– Não – Sasuke respondeu sem entender – Onde quer chegar com isso?

– Eu é que pergunto, Sasuke – ela disse e o olhou profundamente – Onde você quer chegar com isso?

– Acho que sabe onde eu quero chegar – disse e viu um brilho diferente passar pelos olhos dela e logo sentia ela o puxar contra si.