Na Onda do Amor

-Capítulo 16-

Por JefCookie

Não, ela não poderia voltar com tanta facilidade para os braços dele. Depois de tudo o que havia acontecido não dava para se esquecer. Perguntava-se o que ele estava fazendo ali. Perguntava-se se ele ainda sentia o mesmo por si. Perguntava-se se ainda sentia-se da mesma forma em relação a ele.

Sacudiu a cabeça na tentativa de espantar aqueles pensamentos e levantou-se da cama.

Havia procurado Sasuke depois de ter deixado Sasori e este a levou para casa. O trajeto até a casa foi meio tenso e esquisito. Não proferiram palavra alguma e não olhavam um para o outro.

Não entendia o porquê daquilo, pois nada demais havia acontecido entre os dois. Na verdade nada havia acontecido.

Não entendeu direito o ciúme que Sasori tinha ficado de Sasuke. Ele nunca fora ciumento e não era naquela hora que seria. Então que raios estava acontecendo?!

Estava sentada na areia em frente à casa de seus tios onde estava hospedada, olhando o mar. Ainda estava bem de manhã, e o ar se encontrava ainda meio úmido. Estava pensando em sua vida, pensando em o que faria quando aquele verão acabasse.

Bem, teria de voltar para a dura realidade de Tóquio e fazer uma faculdade. Já havia ganhado uma bolsa de estudos numa das melhores Universidades de Tóquio para medicina, e não iria desperdiçar aquela oportunidade, por mais que sua alma clamasse para seguir a vida com o surf.

Uma hora ou outra teria que seguir adiante. E mesmo que lhe custasse deixar o surf, tinha de fazê-lo. Queria um futuro próspero para si e sabia que teria de fazer muitos sacrifícios para isso. E sabia que seria extremamente doloroso sacrificar o surf.

Deixou a prancha encostada na parede perto do jardim onde a de Naruto ficava e andou para dentro da casa.

Entrou na casa limpando os pés no tapete e rumou para seu quarto. Precisava de um banho.

Chegando ao seu quarto começou a despir-se entrou no banheiro. Colocou as roupas no cesto de roupa suja e entrou no box de vidro, puxando a alavanca de prata baixo, que abria o chuveiro.

Logo a água fria entrou em contato com sua pele fazendo-a estremecer antes de começar a amornar. Lavou os cabelos sem pressa e terminou de lavar seu corpo. Saiu com a toalha enrolada no corpo e foi direto procurar alguma roupa no guarda-roupa.

Secou-se e vestiu um biquíni branco que lhe caiu como uma luva. Vestiu um short jeans curto por cima e uma blusa folgada caída no ombro azul marinho. Calçou um chinelo de dedos simples e escovou seus cabelos.

Saiu do quarto e desceu as escadas rumando a cozinha, onde vinha um aroma gostoso de comida.

Kushina estava em frente ao fogão, enquanto cantarolava alguma música.

– Bom dia, tia – Sakura cumprimentou-a e deu-lhe um beijo na bochecha.

Kushina sorriu para a mesma.

 – Bom dia, meu anjo – ela disse e voltou ao que estava fazendo no fogão – Dormiu bem?

Sakura assentiu, pegando uma maçã no cesto de frutas e dando uma mordida.

– Como foi ontem à noite? – perguntou Kushina, sorrindo amplamente.

Sakura olhou para a maçã em sua mão e suspirou.

– Se eu disser você não vai acreditar – Sakura disse e Kushina a olhou sem entender aquele tom meio triste.

– O que houve querida? – Kushina deixou de lado o que estava fazendo e virou-se para olhar a garota. – Foi o Sasuke? Ele...

– Não, tia – Sakura a interrompeu sorrindo fracamente – O Sasuke não fez nada, muito pelo contrário.

Kushina franziu o cenho.

– Então o que aconteceu, minha flor? – Kushina parou na frente da garota.

Sakura respirou fundo.

– Adivinhe quem eu encontrei ontem no Luau?

Kushina pensou, mas não chegou à uma conclusão boa o suficiente para chutar quem seria a pessoa que Sakura estivesse se referindo.

– Quem? – perguntou curiosa.

– O meu ex-namorado – ela disse e Kushina arregalou os olhos, surpresa.

– Aquele que você disse que amav...

– Ele mesmo – Sakura disse suspirando.

– Como assim o encontrou no Luau? – Kushina não estava entendendo nada – Ele não estava em Mallibu? O que é que veio fazer aqui?

– Ele veio para um torneio de surf – Sakura disse e Kushina arqueou as sobrancelhas.

– Você falou com ele?

Sakura assentiu.

– Nós conversamos – ela disse dando outra mordida na maçã.

– Isso é bom? – Kushina perguntou olhando atentamente para Sakura, que deu de ombros.

– O pior, tia, é que eu... – ela olhou para o chão – É que eu não sei.

Kushina se aproximou da garota mais ainda, procurando um modo de saber se aquilo estava lhe afligindo.

– Vocês conversaram sobre o que aconteceu?

Sakura assentiu.

– E o que aconteceu?

– Ele tinha ficado com ciúme do Sasuke – disse corando levemente – E depois me beijou.

Kushina arqueou uma sobrancelha.

– E como foi? – perguntou Kushina, curiosa.

Sakura olhou para a tia, corando um pouco mais.

– Como foi o que?

– Você ainda sente o mesmo por ele? O beijo teve a mesma sensação que costumava ter para você? – Kushina perguntou e Sakura pensou.

– Eu não sei, tia – respondeu ainda corada.

– Como assim não sabe, Sakura? – acariciou a face da garota – Nós, mulheres somos mais sensíveis nessa questão de sentimentos e sempre sabemos quando não sentimos mais algum tipo de sentimento por algo ou alguém. Então não me venha com essa de que não sabe.

Sakura deu de ombros, procurando um meio de explicar para a tia o que havia sentido.

– Eu gostei muito, não vou negar – Sakura disse corando e desviando os olhos dos da tia – Mas não foi a mesma coisa.

Kushina sorriu. Sabia muito bem o que ela estava passando.

– E como você sabe que não foi a mesma coisa?

Sakura ergueu os olhos para a olhar, sem entender direito aquela pergunta.

– Como? – perguntou sem entender.

– Você só sabe quando sente e você...? – Kushina esperou que ela respondesse.

– Eu... Senti – respondeu depois de um tempo.

Kushina assentiu.

– Isso mesmo, querida – ela colocou uma mecha rósea úmida atrás da orelha da garota – Você sentiu. Só através do coração se sente a verdade oculta nos sentimentos.

Sakura fitou a tia que lhe sorriu confiante.

Kushina voltou-se ao fogão, mexendo no que estava fazendo.

– Mande um beijo para Sasuke por mim, sim? – Kushina virou a cabeça para olhar para Sakura com um sorriso divertido repuxados nos lábios.

– Sim, eu... – Sakura parou e olhou para tia que riu – Como sabe que eu...?

– Fácil, vocês parecem não se desgrudarem mais – Kushina disse rindo e soprou um beijo para a garota – Naruto saiu novamente então nem se importe de o esperar. Parece que ele está saindo com uma garota.

Sakura arqueou uma sobrancelha.

Garota? Naruto? Naruto e garota?

– Também estou surpresa, querida – Kushina disse e riu.

– Hum... Então quer dizer que Naruto está me trocando? – Sakura fez feição de pensativa.

Kushina riu.

– Espero que seja uma boa garota – Sakura disse terminando de comer a maçã.

– E é – Kushina disse sorrindo – Agora vá, querida e não esqueça de mandar lembranças à Sasuke.

– Está querendo se ver livre de mim tão facilmente, Uzumaki Kushina? – Sakura perguntou com um sorriso divertido repuxado nos lábios.

Kushina riu.

– Eu? – Kushina riu mais um pouco e negou com a cabeça – Divirta-se.

– Não vou demorar muito – e deu um beijo na bochecha da tia.

– As chaves do carro estão penduradas no prego ao lado do quadro – Kushina disse e Sakura assentiu, saindo.

– Até depois – gritou ela.

Depois de ter pegado as chaves caminhou até a garagem rapidamente e entrou no carro. O portão abriu-se automaticamente e esta saiu, e logo o portão se fechou.

Ligou o rádio e colocou numa estação onde uma música que gostava estava tocando. O trajeto até a casa de Sasuke não foi demorado, e quando chegou ao grande portão nem precisou apertar o botão do interfone, pois o portão abriu-se para ela automaticamente.

Sakura olhou para a cabine do porteiro e sorriu, acenando. Sabia que o porteiro havia visto e então seguiu seu caminho. Estacionou o carro na frente da porta principal e desligou o rádio.

Saiu do carro e subiu os degraus, chegando até a grande porta. Bateu três vezes seguidas na porta e logo ela se abriu.

– Olá, Sakura – Itachi lhe sorriu.

– Oi – Sakura o cumprimentou.

– Entre – ele deu espaço para que ela passasse.

– Desculpe não tocar o interfone – ela disse entrando – O porteiro me deixou entrar.

Itachi negou a cabeça.

– Não, tudo bem – Itachi disse – Sasuke deu ordens de que abrisse sempre para você.

– Ah – Sakura disse e sorriu sem graça – Sasuke está?

– Lá em cima – ele respondeu.

– Bem, dessa vez ele não está com nenhuma garota, não é? – ela perguntou corando de leve e Itachi riu.

– Não que eu saiba.

– Você está me assustando – Sakura disse e Itachi riu outra vez.

– Não, não está – ele disse e se sentou no sofá – Fique à vontade.

Sakura sorriu.

– Obrigada – Sakura começou a subir os degraus sem pressa e andou pelo enorme corredor que de vez ou outra confundia as portas.

Bateu na porta em que era o quarto de Sasuke e ouviu-se um resmungo.

– Já vou – ouviu por de trás da porta.

A porta foi aberta e tudo o que foi visto foi um certo Sasuke trajando apenas uma cueca boxer preta. E seis quadradinhos naquele abdômen perfeito...

– Sakura?

Sakura ergueu os olhos e encontrou os dele, com uma sobrancelha arqueada.

Sakura sabia que estava corada, e era estranho, pois era a primeira vez que isso acontecia em relação à Sasuke.

– Errr... – ela não sabia o que dizer.

– Entra aí – ele disse virando-se e rumando até sua cama.

Tudo o que Sakura conseguiu fazer naquele momento fora olhar para o traseiro dele – e que traseiro!

Não era certo ver, mas ela havia constatado que o amiguinho que vivia no meio das pernas do moreno não era nada pequeno.

Entrou no quarto do moreno tentando se recompor enquanto fechava a porta.

Não era certo ficar olhando o corpo de Sasuke daquela maneira. Eram amigos, e amigos não ficavam devorando com os olhos o corpo do outro.

Sasuke sentou na cama e pegou o controle do videogame que havia pausado.

– Senta aí – ele disse apontando para o espaço vago ao seu lado.

Sakura engoliu em seco e suspirou.

Mas o que estava acontecendo com ela?!