Il Potere Dellamore escrita por MorgsValdez


Capítulo 5
5 . Redenção


Notas iniciais do capítulo

Depois de 1 mês sem net me sinto afortunada por ter um amigo que resolva problemas simples como me dar a alegria de ter internet de novo hahahahaha.
Eu espero do fundo do meu útero, digo, coração, que gostem do que eu escrevi nesse período, beijos! :*



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Fiquei um pouco constrangida com a situação e fui para a cozinha pegar um copo d’água, não só pra respirar, mas realmente para beber e relaxar. Bebi a água e peguei uma maçã verde de dentro da geladeira e fiquei olhando a cozinha. Mesmo com a raiva da minha tia eu não podia negar seu bom gosto, os azulejos que preenchiam as paredes eram brancos, e as extremidades dos cantos leste e oeste tinham desenhos negros em espirais, os eletrodomésticos brancos, os balcões negros e a pia de metal.

Dei mais uma mordida na maçã e suspirei, por mais que eu tentasse ignorar uma sensação de estar sendo vigiada estava impregnada na minha pele, era como se Sebastian estivesse do meu lado. Fechei os olhos e um arrepio violento percorreu meu corpo, eu quase podia ouvir uma respiração perto do meu ouvido...

- Buh! – alguém sussurrou ao pé do meu ouvido.

- Ahhhhhhhhhhhhhhh!

Eu dei um grito assustado e alto que em 2 segundos todos já estavam na cozinha, tia Francis apavorada me abraçava e alisava meu cabelo repetindo “está tudo bem”, Gianluca e Ercole vasculhavam o local a procura do que me fizera gritar e Eleonora segurava Ernesto.

- O que houve? O que te fez gritar? – perguntou Eleonora.

Eu não conseguia falar, soluços irrompiam da minha garganta e lágrimas jorravam dos meus olhos, e, ao contrario do que todos pensavam essa reação não será do susto, mas sim da certeza: era ele, era o Sebastian, e eu queria que ele tivesse ficado. E eu me odiava por querer isso.

Desvencilhei-me dos braços de tia Francis e corri abraçar Gianluca, talvez fosse uma ação egoísta, usá-lo daquela forma, mas eu via em Gianluca uma salvação. Eu me sentia – incompreensivelmente – segura ali, com aquelas mãos acariciando minhas costas e ele dizendo que tudo ia ficar bem.

- Desculpe, eu só... – tentei falar.

- Shh calma, não precisa se explicar. – ele disse.

Contra minha própria vontade soltei-o e limpei meu rosto.

- Vou lá em cima lavar  o rosto e já volto, desculpem pelo acontecido.

- Espere – disse Ercole -, o que houve pra você gritar?

Pensa rápido!

- Um rato! Digo, achei ter visto um rato, mas era só um par de meias perdido por aqui e o chutei pra longe!

Eu ri de nervosa e corri para cima, é óbvio que não colou, um par de meias perdidos na cozinha confundidos com um rato?! Droga... Fechei a porta do quarto atrás de mim e desabei na cama, tudo aquilo era surreal demais, porém estava inegavelmente acontecendo.

TOC TOC TOC

Alguém bateu na porta e fingi que não ouvi, queria ficar sozinha, porém a pessoa era insistente, e as batidas não cessaram. Levantei preguiçosa e a abri, só não esperava ver Gianluca plantado na soleira.

- Eu já vou descer, só...

Gianluca me beijou e me impediu de falar, fechou a porta e me empurrou contra a parede, suas mãos percorrendo as minhas costas foram descendo para a parte interna das minhas coxas, enlacei meus braços no seu pescoço me rendendo ao momento e ele me levantou do chão me segurando pelas nádegas a apertando-as, eu o despenteei completamente e o impulsionei em direção a cama, onde ele me deitou e subiu em cima de mim.

- Chega! – falei voltando ao bom senso.

- Desculpe por isso, não resisti depois daquele abraço...

- Não precisa dizer mais nada, mas vão desconfiar se você permanecer aqui.

- Certo.

Gianluca saiu e fiquei ouvindo com a porta entreaberta.

- Que banheiro demorado hein? – disse Ernesto e pude ouvir um sorriso na sua voz.

- Está insinuando alguma coisa filho?! – perguntou Ercole, eu tom era repreensivo.

- Claro que não babbo, claro que não. Só acho que o Gianluca deve estar com algum mal estar forte, afinal ele voltou completamente escabelado e com a roupa amassada...

Fechei a porta e deixei uma risada escapar baixa, tentei organizar qualquer imperfeição do quarto, então corri para o banheiro e me fechei lá. Como eu imaginava, tia Francis deu três batidas e perguntou se podia entrar, de dentro do banheiro gritei que sim, tentando dar a impressão de que estive ali o tempo todo.

- Querida, você pode me dizer a verdade? O real motivo para ter gritado lá em baixo? – perguntou ainda atrás da porta do banheiro.

- Tia... Era o Sebastian, eu juro, ele estava ali! Ele falou no meu ouvido e sumiu como fumaça!

Minha voz saiu um pouco mais alterada do que eu esperava, na verdade até esganiçada, a presença dele era mais do que assustadora, era desejada.

- Eu acredito em você meu bem, acredito. Acho que por hoje não teremos mais incômodos da parte dele, mas de qualquer forma tente ficar longe. Eu vou ver a comida, desça logo.

Ouvi a porta fechar e conclui que minha tia se fora, eu queria poder argumentar, falar que evitá-lo talvez não fosse a melhor escolha, que talvez ele só quisesse conversar... Quem eu estou querendo enganar? Ele quer me matar, e eu temo estar me apaixonando pelo perigo de viver perto dele. Fui de costas de encontro à parede e escorreguei até sentar no chão, escorei minha cabeça nos frios azulejos para pensar, ou apenas respirar. Aquilo tudo era demais para mim... Meus olhos pesavam e minha cabeça estava tombando para o lado, mas o jantar ainda estava acontecendo lá em baixo. Levantei-me e lavei o rosto, refazendo a maquiagem. Eu tinha sim que pensar sobre tudo, mas só depois que tia Francis me desse direções para seguir, ou seja, apenas depois do jantar.

Desci para a sala onde estavam apenas Ercole e Gianluca, Ernesto fora a cozinha pegar um copo d’água e Eleonora estava conversando com tia Francis enquanto ela terminava de arrumar a mesa para jantarmos. Eu sorri para eles e liguei a TV para ver o que passava, mas no momento que ela ligou uma cena de sexo estava passando, troquei de canal muito rápido ficando extremamente vermelha, porque deu pra ver na cena que o homem estava colocando a mulher contra a parede e... Vocês sabem o que. Estranhei aquilo estar dando naquele horário, mas pelo menos quando pus no outro canal estava dando a novela “Il potere della passion” o que me lembrou o livro que comprei e não li mais depois daquele dia.

- Vamos jantar? – chegou Ernesto na soleira da porta chamando.

Ercole foi estranhamente rápido demais à minha frente me deixando para trás com Gianluca, este por sua vez me pegou pela cintura e beijou meu pescoço, que se arrepiou assim como todo o meu corpo com o toque. Virei o rosto para lhe dizer que não devia ficar fazendo aquele tipo de coisa na frente de todo mundo, quando ele me calou com um beijo. Desvencilhei-me dos seus braços e fui me sentar à mesa.

- Então tia, o que fez de jantar? – falei sentando rápido na cadeira.

- Pasta, é claro! Cordeiro assado, salada de tomate e alface, e para beber: Vinho!

Sua alegria na voz era tão espontânea que quem não a conhecesse bem quase não perceberia a tensão que ela continha, pois depois do jantar, teríamos uma conversa muito séria. Gianluca sentou ao meu lado na mesa, tia Francis na ponta, Ernesto na outra e Ercole e Eleonora lado a lado. Tia Francis colocou a comida na mesa e todos se serviram, nem preciso dizer que minha fome era pouca, na verdade, se conseguisse comer o pouco que me servi, seria um milagre. Ao contrario de mim todos na mesa comiam como condenados, com todo o respeito, não posso esperar nada mais nada menos do que isso de italianos, povo que come hein. E não engordam. Só pra constar.

- Não gostou da comida? – perguntou tia Francis com uma ruga de preocupação olhando para meu prato intocado.

- Não é isso tia, só estou sem fome... O que tem de sobremesa? – doce é algo que eu definitivamente não refugo!

- (risos) Tem torta de bolacha com pedaços de chocolate, pode pegar e já traga na mesa.

Nem todos haviam terminado de comer, mas quando eu trouxe a vasilha com o doce dentro largaram os garfos e dedicaram-se a babar, minha tia fez a torta do jeito que eu gostava golpe baixo. Era uma fraqueza pra mim aquele doce, eu vivi minha infância comendo-o. Eu servi a todos e um arrepio percorreu meu corpo, deixei o pote que estava segurando cair e quebrar quando vi Sebastian sorrir para mim do outro lado da janela. Logo ele sumiu, mas Gianluca já estava segurando minha cintura para não me deixar cair.

- Gente... Que mão escorregadia! – falei rindo nervosa – Vou pegar outro pote!

Gianluca afrouxou as mãos, mas continuou me segurando e olhou dentro dos meus olhos, era mais um “está tudo bem mesmo?”. Eu sorri de leve e tirei suas mãos, peguei outro pote e continuei servindo, mas lancei um olhar pesado para tia Francis, para ela entender o que estava acontecendo. Sentei-me e comi de vagar o doce, estava maravilhoso é claro, mas o frio na barriga perdurou mesmo meus nervos normalizarem conforme o açúcar fazia efeito. Outra coisa importante que estava me preocupando era Gianluca, ele já estava me tratando como namorada na frente da família, aquilo podia deixá-los animados demais, e eu não podia dar certeza se podia retribuir com tal intensidade, não pensando em Sebastian dessa forma, ainda mais, sendo perseguida por ele e não reclamar disso.

O jantar terminou muito bem obrigado, Eleonora só faltou me chamar de nora e Ernesto queria me matar com todas aquelas indiretas. Quando saíram Gianluca se demorou no “banheiro”, pois tia Francis levou todos para fora e eu subi para o meu quarto após me despedir, quando ouvi batidas na porta me preocupei, mas quando abri era Gianluca.

- Hoje foi... Eu não ajo assim com todas as garotas, você é especial. E eu não fico dizendo isso também. – falou se confundindo todo.

- (risos) Acredito em você. – lhe dei um beijo, eu não presto mesmo... – Agora vá!

Ele me puxou para um beijo muito mais intenso, mas logo saiu descendo pesadamente as escadas, eu fiquei rindo no meu quarto e fechei a porta. Fui sentar na minha mesa e ler Il potere dellamore, mas ouvi mais batidas na porta, será que Gianluca tinha se esquecido de “mais” alguma coisa? Ou será que já era tia Francis vindo tratar daquele assunto? Abri a porta, e eu realmente tive uma queda de pressão, porque ela era a ultima pessoa que eu esperava ver ali tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que é pouco, mas eu não quero escrever uma porcaria para depois vocês não gostarem :/
#Bora ler as histórias que deixei para trás nesse período sem net :/