Il Potere Dellamore escrita por MorgsValdez


Capítulo 4
4. A caminho da perdição


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente espero que quem esteja lendo, esteja gostando, e seria pedir de mais reviews? Obrigada xD



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– Querida, está tudo bem? Parece que viu um fantasma, está tão pálida! – disse tia Francis avaliando minha expressão.

Eu estava em choque, não sabia o que fazer ou como reagir, minha vontade era ir falar com ele e perguntar se ele me conhecia ou reconhecia, até passou pela minha cabeça se não tínhamos compartido aquele sonho... Tudo bem que isso podia parecer bobagem, mas eu não podia descartar qualquer possibilidade, nunca fui cética e muito pelo contrário eu sempre acreditei em tudo o que envolve o sobrenatural. O garoto que procurava uma mesa focou os olhos em mim, era como se uma corrente elétrica estivesse passando por mim e como se ele sentisse isso também, eu queria que ele sentisse, queria que ele tivesse a mesma necessidade que eu de falar com ele, sentir seu cheiro...

– Aqui está a comida de vocês. – disse Marcelo pondo a travessa na mesa.

Levei um susto enorme e olhei para ele com a mão na boca abafando um grito, olhei de volta para onde estava o garoto e ele estava sentando em uma mesa que ficava diretamente de frente para minha cadeira... E ele me encarava. Meus braços já estavam completamente arrepiados, e eu não tinha mais duvidas que aquele garoto esteja tão consciente da minha existência como eu da dele. Quero saber seu nome, quero ouvir novamente o tom da sua voz, quero que ele fale comigo de novo, nem que seja a última frase que escutei sair de seus lábios no meu sonho. Talvez eu seja louca, mas eu realmente preciso disso.

Servi meu prato tentando ignorar a cor que minhas bochechas ganhavam e como minhas mãos tremiam, eu sentia o olhar do garoto em mim e queria olhar de volta, mas como até mesmo meu apetite estava se esvaindo resolvi comer sem olhar para a mesa em frente, apenas conversava o necessário com a tia Francis e voltava a encarar o prato, quando uma cadeira da nossa mesa foi puxada e um garoto ruivo de olhos impenetráveis sentou.

– Olá, meu nome é Sebastian Severo, e as duas belas moças?! – mesmo ele falando no plural, seu olhar se dirigia a mim.

Sebastian, esse era seu nome. Olhei para tia Francis que estava de olhos arregalados e deixara o garfo cair sobre o prato, ela engoliu o que ainda tinha preso em sua garganta e pegou a carteira, deixou uma nota realmente alta em cima da mesa e me puxou pelo braço.

– Venha vamos embora, e você, não se aproxime de nós, não se aproxime dela, e eu espero que estejamos entendidos. – sua voz tinha uma ameaça selvagem.

– Mas tia, por que...

– Só venha Morgana.

– Morgana, então é esse o nome. Com certeza faz jus a sua personalidade, e ao seu signo... Sagitário, certo?! – disse Sebastian sorrindo.

– Co-como você sabe disso?! – meu coração estava disparado.

Já basta Ayil! – gritou tia Francis.

O restaurante todo parou e nos olhou, tia Francis já extremamente vermelha e enraivecida não deu atenção, puxou meu braço mais forte e nos levou de volta para casa, enquanto saiamos não pude deixar de olhar para trás e vi Sebastian rindo muito, ele me deu uma piscada e seguiu rindo. Todo o caminho de casa eu evitei contato visual com tia Francis, queria que ela relaxasse a tensão que transbordava por sua postura rígida para conversarmos, ela sabia que teria que me contar a verdade.

Entramos em casa e tia Francis subiu para o seu quarto, eu larguei a sacola com os livros em cima da minha cama e peguei minha caneca de volta para tomar um café bem forte e quente já que estava ficando mais frio enquanto anoitecia, fui pegar o telefone para ligar para minha mãe, e percebi que minha mãe estava na linha com a minha tia, e eu não sou de ouvir a conversa dos outros, mas quando a primeira coisa que ouvi foi meu nome, não pude ignorar.

– Ele está aqui e já sabe da Morgana, eu estou preocupada demais, mas sabíamos que um dia enfrentaríamos isso! – disse tia Francis.

– Sempre achei que ele viria atrás de mim, mas da minha filha, o que ele quer com ela?!

– Não sei vingança quem sabe, eu estou com medo Melissa... Só eu, você e o Carlos sabem da verdade, mas talvez Morgana deva saber também.

– Você ficou louca de vez? Contar a ela que eu sou... Não, de jeito nenhum. – a voz da minha mãe tremia.

– Você quer mesmo esconder isso dela para sempre? Saiba que é impossível, a Morgana é uma nefilim queira você ou não, ela é a prole de um anjo caído com um humano, e sabemos que ela é diferente demais e inteligente.

Do que diabos elas estavam falando?! Nefilim, de novo essa palavra, mas o que é um nefilim, o que eu sou?!

– Você acha que... É possível que a maldição que ele me lançou recaia sobre minha filha? – perguntou minha mãe.

– Como assim? O que você quer dizer?

– Eu disse que ele um dia ia amar, e ele disse que ia provar que estou errada. Ayil é o anjo dos sagitarianos, signo dela, e sabemos que ele tem um carinho muito grande pelos protegidos dele, será que ele a mataria para me atingir?

A frase do sonho retumbou nos meus ouvidos de novo “Não devia ser tão gentil com seu assassino”. E se minha mãe estivesse certa? E se ele tentasse se aproximar de mim para me matar? Eu não queria acreditar naquilo, ele não me odiava, ele não se vingaria... O que eu estou pensando? Eu não o conheço, eu não sei quem ou como ele é. Iludi-me por causa do sonho e por tê-lo visto, era só isso, e para acabar com toda essa bobagem que minha mente criou, vou analisar a situação com o tal de Gianluca hoje à noite. E novamente estou me distraindo com banalidades. Subi até o quarto onde tia Francis se assustou a me ver.

– O que é um nefilim? – perguntei prontamente, tia Francis empalideceu.

– Ela sabe, ela ouviu nossa conversa. – disse no telefone para minha mãe.

A chamada foi finalizada do outro lado da linha.

– Sabe como é feio escutar a conversa dos outros? – perguntou tia Francis.

– Lições agora tia? Eu descubro que um dos meus pais é um anjo caído e que provavelmente não sou humana! – meus olhos estavam cheios de lágrimas.

Eu sei, era para eu estar apavorada e não acreditando em tudo aquilo, mas repito, meu ceticismo é algo longínquo de estar presente. Respirei fundo e tia Francis fechou os olhos, ela começou a massagear as têmporas e eu via lágrimas caírem por sua face, ela arriscou meu olhar e chorou mais ainda. Eu não queria aquilo, não queria vê-la chorar, mas se eu não obtivesse respostas agora, teria quando?

– Prometo respostas depois do jantar de hoje com os Boschetto Barone, por favor, não me obrigue a te dizer nada antes desse jantar. – suplicou.

– Tudo bem tia, mas fique consciente que no momento que eles passarem pela porta, vou esperar por respostas.

– Ok. Vou ao mercado comprar as coisas, eu sei que eles virão.

– Algum dom que eu desconheço? – minha voz saiu mais sarcástica e amarga do que eu esperava.

– Apenas conheço-os bem.

Ela saiu do quarto e desceu as escadas rápidas, só ouvi a porta bater e lembrei que tinha deixado o café na cafeteira, droga. Corri lá para baixo e estava por um fio de transbordar, desliguei a cafeteira e peguei a xícara me dirigindo para o sofá, sentei com as pernas em cima e liguei a TV, passava um documentário do Vaticano sobre suas crenças em anjos, e cuspi o café que bebi quando vi um quadro de uma anja que diziam ser a que buscava as almas, um anjo da morte. E ela tão parecida com a minha mãe, não, ela não era parecida, era igual, era a minha mãe!

(Preciso da ajuda da imaginação de vocês agora, imaginem essa mulher de verdade em uma pintura a óleo por que naturalmente ela não existe no Vaticano, e se sim, é desconhecido. (Link aí em baixo).)

Bath Kol era um anjo da morte segundo o novo testamento, ele/ela era também a voz celestial, vinda dos profetas. Sempre justa e profética, fazia o que lhe era ordenado e sempre foi muito respeitada por outros anjos.

Troquei de canal antes que eu descobrisse mais alguma coisa, então minha mãe era um anjo da morte caído?! Informação demais... Pus no canal brasileiro que minha tia assinava e comecei a ver um programa que eu adorava, e tinha a capacidade de me fazer rir, fora que eu sou completamente apaixonada pela música: Eles não têm cores, eles não têm sabor, eles não se enxergam, eles não fazem amor. Robô, do Vulgue Tostoi. Enquanto o comediante fazia suas entrevistas minha mente vagou sem escolha para os olhos azuis de Sebastian, sua risada e a ameaça que parecia emanar na energia do seu corpo.

Não queria mais pensar nisso, eu ia me arrumar para Gianluca. Subi tomar um banho e passar os cremes que achei dentro do meu guarda roupa – mais presentes da tia Francis – muito bons, de marca italiana, mas eu usaria o meu perfume muito brasileiro “Oops!” do Boticário. Acendi um incenso de rosas vermelhas e fui para o banho, deixando minha roupa em cima da cama. A água estava quente por alguma graça divina ou simplesmente uma marca boa, eu me demorei no banho apreciando o aroma do xampu natural que havia ali, era uma delicia e eu sentia meu cabelo ganhando vida e sendo hidratado.

Saí relutante do chuveiro e me envolvi na toalha, me sentei na cama e passei os cremes, um melhor que o outro! Resolvi passar o de madressilva e romã que iam combinar mais com o meu perfume e vesti minhas roupas, quando vi um bilhete em cima da cabeceira da cama:

Não pense que eu vou desistir, menina de sagitário.

Era ele. Eu sabia que era Sebastian. Olhei novamente para o bilhete e ele estava em branco, como assim?! O que estava escrito havia sumido! Ouvi a porta de baixo bater e algumas risadas de mais de duas pessoas vindo da sala, tia Francis deve ter encontrado as visitas perto de casa, droga, eu preciso terminar de me arrumar! Vesti rápida minha meia calça arrastão e uma blusa preta de mandas compridas colada ao corpo, pus uma saia branca cintura alta e uma sandália gladiadora preta.

– Querida... Já chegaram, desça para conhecê-los. – disse tia Francis na porta.

– Vou terminar de secar meu cabelo e já vou.

Sequei meu cabelo o mais rápido que pude com o secador e fiz uma chapinha rápida para não ficar armado, passei pó e base e por fim a máscara de cílios e o perfume. Desci e lá estava um homem de meia idade, uma senhora muito jovem para ser mãe de Gianluca – mas acredito que seja – e do menino de uns doze anos que estava junto. Tia Francis surgiu da cozinha com um sorriso enorme no rosto que eu não sei de onde que ela tirou e veio até mim me abraçando pelos ombros.

– Esses são Ercole e Eleonora, e seu pequeno Ernesto! Queridos, essa é a minha linda Morgana. – disse ela com uma voz animada.

– Buonasera. – sorri.

Gianluca estava escorado em uma parede da sala, ele ficava me olhando profundo, mas doce, eu sentia que ele era uma pessoa muito boa, mas também sabia ser homem. Enquanto tia Francis ia com Eleonora, Ercole atendeu ao telefone que começou a tocar, eu me sentei no sofá ao lado de Ernesto e Gianluca sentou ao meu lado.

– Você é muito bonita! – disse Ernesto – fala alguma coisa em português?

– Alguma coisa em português. – falei em português e dei risada.

Gianluca e Ernesto riram, eu olhei para Gianluca e senti seu cheiro, era tão bom! Era doce e forte. Atrativo. Olhei para Ernesto e ele sorriu e levantou, disse que ia à cozinha beber água, mas seu tom era meio que irônico, como se estivesse atrapalhando ou algo assim, até que olhei de volta para Gianluca e ele ria e deu uma piscada pro irmão. Malandros! Quando Ernesto sumiu de vista Gianluca se acomodou no sofá e pos as mãos atrás da cabeça.

– Você está muito bonita, ainda mais do que é. – disse ele sério.

– Sabia que é meio psicopata você falar isso assim tão sério? – perguntei rindo.

Gianluca deixou um sorriso escapar, mas logo ficou sério de novo. Ele me examinava e admito que aquilo me desse um pouco de medo, tantas coisas estavam acontecendo na minha vida que se ele fosse um vampiro ou coisa do tipo eu não duvidaria. Cansando da posição de moça direita deitei minha cabeça no sofá e fechei os olhos, eu ainda não havia percebido como estava faminta e cansada, senti a respiração de Gianluca próxima da minha e abri meus olhos, ele estava com os dele fixados em mim e sua boca entre aberta, e aquilo era tão convidativo que eu me perguntava o que estava acontecendo comigo, afinal, eu não sou desse tipo, mas Gianluca me deixava sem chão.

Ele foi aproximando o rosto dele do meu quando ouvimos um pigarro, os adultos estavam de volta á sala, nossa que legal. Pagando mico logo nos primeiros 10min... Tão Morgana! Tanto eu quando Gianluca nos endireitamos no sofá e eu corei muito, já Gianluca ficou com um sorriso no rosto que eu tive vontade de fechar com meus punhos.

– Vai ser uma noite emocionante. – disse Eleonora sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham entendido que o próximo cap vai estar quente! A Morgana não é nenhuma puta, mas também não da pra ser santa né gente?! hahahahahahahaha e pra quem quer saber a aparencia do Gianluca, é só pesquisar no google "Gianluca Ginoble", é ele!
Beeeijos e R E V I E W S por favor ♥
Bath Kol: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=463529997041996&set=a.253464851381846.60429.100001549985486&type=1&theater



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