PDV Demi

Quando meus olhos se abriram naquela manhã, eu simplesmente resmunguei em dor. Era uma grande dor em minha cabeça. Não conseguia nem raciocinar direito. Fechei meus olhos me virando na cama. O vazio a minha volta me fez ficar receosa e desconfiada. abri meus olhos, ainda com a dor na cabeça e sentei-me.

– Damon? - sussurrei desconfiada. O quarto de Damon estava vazio, completamente vazio. Apenas eu nele. Levantei-me de vagar e procurei por minhas roupas. Eu estava vestindo apenas a camisa de Damon, e ao ver meu unico e chamativo vestido, decidi ficar com a camisa apenas.

Sai do quarto com as mãos na cabeça, resmungando baixo. Doia muito, eu não sabia explicar ao certo o que diabos podia ter acontecido para doer tanto. Desci as escadas escutando vozes vindas lá de baixo. Me parecia Damon e... Elena?

– Eu não confio nela, Elena! - Damon sussurrava irritado.

– Eu sei que não, mas ela disse que pode matar todos os Originais! - Elena então sussurrou praticamente desesperada - Nós não temos escolhas.

– O que está havendo? - perguntei deixando-os perceberem minha presença.

Elena assustou-se primeiramente e quando viu-me fez uma cara não muito boa.

– Pensei que estivesse dormindo, Demi. - Damon disse-me incrédulo.

– É muito dificl dormir quando uma dor que estou sentindo parece que vai explodir minha cabeça. - resmunguei irritada e eles me olharam preocupados.

– O que você tem? - Elena perguntou vindo rapidamente até a mim - Você está palida, Demi!

– É apenas uma dor de cabeça. - disse revirando meus olhos, querendo acalmá-la.

– Você ainda não se alimentou, deve ser isso. - Damon disse sério - É melhor você comer algo.

– Antes me digam do que estávam falando? - perguntei desconfiada - Quem pode matar todos os Originais?

Ambos ficaram calados me olhando receosos.

– Esther. - Elena disse respirando fundo - E ela me pediu isso.

– Como? - perguntei engolindo em seco. Os dois me olharam surpresos.

– Amanhã a noite, ela fará uma ligação entre os Originais, usando o meu sangue. - ela disse séria.

– Isso pode ser nossa ultima escolha. - eu disse óbvia e Damon olhou-me incrédulo.

A porta da frente se abriu, trazendo um Stefan alegre e sorridente. Tive a certeza de que não apenas a minha noite e a de Damon tinha sido boa. Stefan ficou surpreso quando nos viu reunidos alí e rapidamente olhou de Damon para mim, de mim para Elena e de Elena de volta a Damon.

– Olá, irmãozinho, espero que sua noite tenha sido boa o suficiente para você ter esfriado a cabeça o bastante. - Damon falou sarcástico, percebi o quanto Elena ficou mexida quando olhou para Stefan - Pois agora, será sua decisão.

– Decisão? - Stefan ficou sem entender.

– Sim, Elena será a cobaia de Esther matar os Originais, sim ou não? Responda rápido, nã tenho muito tempo.

Estava decidido, Elena iria se encontrar com Esther amanhã a noite. Porém Damon e Stefan iriam com ela. Eu não conseguia entender se aquilo daria certo ou não. Mas tínhamos de acreditar que agora teríamos uma chance contra Klaus. O que mais me chateava era que então Rebekah iria junto. Eu não queria perder sua amizade.

Eu já tinha voltado para meu quarto, tinha trocado de roupa e estava deitada estudando para minhas ultimas provas. Com meus pensamentos em Rebekah, resolvi fazer algo que posso até me arrepender.

Levantei-me e fui vestir-me novamente, optei por um jeans casual, uma regata vermelha e botas pretas. Vesti minha jaqueta e sai de meu quarto. Minha cabeça começou a latejar antes de eu descer as escadas. Gemi sentindo tudo a minha volta girar e girar... Era como se martelassem meu cérebro. Segurei-me no corrimão das escadas, mas foi em vão, pois logo minhas pernas ficaram fracas e meu corpo se jogou nas escadas.

Pdv Damon

Jeremy tinha me ligado e contado que encontrara Demi desmaiada em sua casa. Pelo que ele tinha me contado, ela caiu das escadas e deveria ter batido com a cabeça. Não consegui raciocinar quando soube daquilo. Finalmente eu tinha a garota que tanto amava e corria o risco de perdê-la. Definitivamente eu implorava a Deus para que nada de ruim tivesse acontecido com Demitria.

– Como e onde ela está? - perguntei apressado quando entrei na sala de espera, onde Jeremy, Elena e Alyssa estavam.

– A Doutora Fell acabou de levá-la, - Jeremy respondeu-me, sendo o mais sensato dalí, já que Elena e Alyssa pareciam que morreriam de angustia - Demi passou por uma tumografia, Alaric está conversando com a doutora Fell.

– Ela está bem? - perguntei desesperado.

– Não sabemos. - Alyssa resmungou angustiada e fechou seus olhos escondendo seu rosto em suas mãos - Não sabemos nem o que aconteceu direito.

– Eu apenas a encontrei desmaiada nos pés da escada. - Jeremy disse preocupado.

Bufei irritado e prestei atenção de onde vinha as vozes de Alaric e da doutora Fell. Caminhei apressado até a porta atras de mim e entrei sem ser avisado. Os dois alí dentro me olharam assustados, mas logo aliviaram ao perceber quem era.

– O que aconteceu? Eu não quero esperar nem mais um minuto. - disse irritado.

– Damon, acalme-se. - Alaric disse-me sério.

– Digam-me logo o que está havendo! - mandei nervoso.

– Entre e feche a porta, por favor. - a doutora disse-me séria.

Eu a olhei desconfiado e fiz aquilo então. Aproximei-me deles receoso. E ambos me olhavam com pesar.

– Demitria... Ela... Está viva, não? - perguntei com medo.

– Oh, claro que sim! - Alaric disse ao meu alivio.

– Então por que essas expressão? - perguntei novamente irritado.

– Damon, Demitria passou por uma tomografia de emergencia. - a doutora começou a explicar - E foi constatado algo muito fora de normal no cérebro dela. - eu os olhei sem entender - É como se fosse um tumor.

– Como se fosse? - repeti incrédulo.

– Basicamente é um tumor. - Alaric explicou.

– Mas é mais perigoso que muito que temos por ai. - ela voltou a explicar - Este é um mais perigoso e raro. Dentre cem mil pessoas, uma pode ser encontrada com esse tumor.

– Por favor, não me digam que.... - engasguei não querendo soltar tais palavras - Não me digam que Demitria está morrendo?!

– Esse tumor é uma bomba relógio que está para explodir a qualquer momento. - a doutora disse preocupada - E não há cura, Damon.

Eu os olhei inacreditado no que diziam. Eles estavam dizendo que eu perderia Demitria para sempre?! Isso eu nunca admitiria. Perdê-la assim, nunca!

– Há cura sim! - falei nervoso e então sai de lá rapidamente deixando os dois assustados com minha ação.

Corri numa velocidade humana até onde supus que Demitria estaria, percebi no caminho que Alyssa, Elena e Jeremy me olhando sem entender. Eu não podia deixar isso acontecer, não com Demitria.

Entrei com tudo na sala e me assusttei vendo Demitria desmaiada naquela cama hospitalar. Fechei a porta atras de mim, logo passando a tranca, prevenindo de que alguém interrompesse-me. Aproxime-me de Demitria, que continha um pequeno arranhão em seu rosto delicado e pálido. Pela primeira vez, depois de tantos anos, eu me senti frágil, como se cada respiração que ela soltasse valessse minha vida.

Encontrei uma seringa naquele quarto e injetei imediatamente em meu braço, tirando uma boa parte de meu sangue e deixando dentro da seringa. Não esperei muito para logo injetar meu sangue no braço de Demitria rapidamente.

PDV ALYSSA

– O que aconteceu? - perguntei quando Alaric saiu apressado com a doutora Fell. Logo após de Damon sai desesperado.

– Damon foi salvar Demitria. - a doutora Fell respondeu tranquila, e aliviada.

– Mas o que Demitria tinha? - perguntei sem entender ainda.

– Ela estava com um grave tumor, mas creio que agora ela será curada. - Alaric disse cauteloso e arregalei meus olhos assustada.

– Tumor?! - Elena e Jeremy se sobressaltaram assustados com aquilo que tinham ouvido.

– Não se preocupem, se Damon já deu o sangue dele, a essa hora, Demitria está se curando. - a doutora disse cautelosa - Será questão de horas. - afirmou.

Neguei assustada. Aquilo não era possível. Não podia ser como séculos atrás. Disfarçadamente, sai de lá e fui em direção ao quarto em que Demi estaria, e que Damon tinha entrado desesperado. Abri a porta na força, já que a mesma estava trancada e me surpreendi quando vi Damon de pé, segurando a mão de Demi. Ele olhou-me assustado e ficou sério.

– Você deu seu sangue a ela? - sussurrei preocupada. Ele afirmou como se fosse o obvio e respirei fundo.

– Ela ficará bem. Eu sei disso. - ele disse mais querendo se convencer do que me convencer.

PDV Demi

Escutei vozes distante. Não tinha a mínima noção de onde poderia estar. Tentei abrir meus olhos, mas parecia que todo meu corpo pesava tanto que eu mal podia me mexer. Finalmente abri meus olhos e reconheci o ambiente. Era meu quarto. E as vozes que eu ouvia, era a televisão que estava ligada.

– Demi? - escutei a voz de Jeremy.

Logo meu primo apareceu a minha frente com seus olhos arregalados de preocupação. Fiz intenção de me levantar, o que não deu muito certo, porém Jer me ajudou rapidamente.

– O que houve? - perguntei com a voz rouca.

– Demi, você está bem? - ele perguntou-me receoso.

– Sim... eu acho. - murmurei sem entender - Eu só me lembro de cair as escadas... O que houve?

– Damon deu o sangue dele a você, não se preocupe, agora está tudo bem. - ele disse me abraçando.

– Como assim "agora está tudo bem"? - perguntei soltando-me dele receosa. Ouvi a porta se abrir e Elena e Alyssa entraram aliviadas.

– Demi! - Elena foi a primeira a me abraçar. Retribui ainda receosa com aquilo e logo nos soltamos - Como você está? - olhou-me preocupada - Ficamos tão preocupados! Tive medo de acontecer o pior.

– Calma. - murmurei sorrindo de leve - Eu... Eu estou bem. - disse aliviada - Mas o que houve?

– O que houve, já passou, você está bem, é o que importa. - Elena disse querendo me fazer esquecer daquilo. Olhei confusa a eles e percebi um olhar piedoso de Alyssa.

– Alyssa? - disse basicamente a repreendendo. Minha amiga nunca conseguia mentir para mim.

– Eu disse que tinhamos de contar, e é melhor fazermos isso. - Lyss disse sentando-se ao meu lado e olhando séria a Elena, que apenas assentiu indecisa - Demi, quando Jeremy te encontrou caida e desmaiada no chão, ele a levou para o hospital. Elena e eu fomos as primeiras a receber a notícia... Tiveram de lhe fazer uma tomografia de emergencia e constataram que você estava com um tumor. - ela disse tudo suavemente e com calma, e quando terminou tais palavras, senti meus olhos querendo saltar e minha boca se abrindo horrorizada.

– Mas, Demi, não se preocupe, Damon deu o sangue dele a você! - Elena disse com um pequeno sorriso nervoso.

– Agora você está bem. - Jeremy disse também sorrindo nervoso. Eu olhei incrédula a Lyss. Agora estava explicado aquela dor maldita que eu sentia. Mas... Tumor? Eu nunca esperava por isso..

– Como vocês sabem que já estou melhor? Já fizeram uma outra tomografia? - disse em desespero.

– Sim. Fizeram uma outra de emergencia e logo depois fizeram outra com mais cautela. - Elena disse aliviada.

– Na de emergencia, constatou que o tumor ficou menor. - Jeremy respondeu sorrindo franco.

– Agora a outra somente saberemos amanhã a tarde. - Lyss completou meio com medo.

Escutamos batidas na porta e então Damon adentrou em meu quarto com um pequeno e alegre sorriso em me ver.

PDV Alyssa

Deixamos Demi e Damon sozinhos e todos saimos do quarto. Depois de alguns minutos escutamos Demi discutindo algo com Damon. Fiquei atenta e prestando atenção no que era o assunto. Damon tinha sugerido, apenas comentado, que seria bom que Demi se tornasse vampira. Minha amiga sabia que ficar com Damon para sempre era tudo que ela queria. porém sempre tivera seus sonhos, fazer uma faculdade, viajar, casar, ter uma família... Ser vampira ainda não estava em seus planos, ainda mais com a ideia de que sendo vampira traria Aghata definitivamente. Parte de mim achava melhor também Demi se transformar, esse seu tumor não trazia-me boas sensações. Mas eu sei o quanto minha amiga não queria se tornar vampira, e isso ninguém conseguiria fazê-la mudar de ideia.

Elena disse que deitaria-se um pouco para descansar, e quanto a Jeremy avisou que iria ao Grill. Fui embora também, mas antes de voltar para meu apartamento, eu passaria num mercado e comprar algo para comer.

Assim que sai do mercado, coloquei as compras em meu carro. Estava tão distraída pensando em Demi, que nem prestava atenção nas coisas a minha volta. Estava com um medo terrível de perder Demi. Ela é minha melhor amiga, minha unica família, e não posso perdê-la.

Pelo reflexo da janela de meu carro, percebi uma mulher vigiando-me. Arregalei meus olhos quando finalmente entendi aquilo. Virei-me de imediato para trás, mas já era tarde. Ela já tinha sumido. Arfei olhando em volta desesperada. Eu só podia estar imaginando coisas. Impossível aquela desgraçada estar aqui... Não agora.

– Alyssa.

Virei-me apavorada e então me alivie ao perceber que era Stefan. O mesmo assustou-se com minha atitude, olhando-me confuso.

– Oh, Stefan! - abracei-o rapidamente. Ele abraçou-me de volta, confuso e beijou meu rosto - Eu preciso tanto de alguém comigo. - sussurrei com medo.

– Eu estou aqui com você. - ele disse abraçando-me mais forte - O que aconteceu?

Não quis lhe responder. Talvez eu realmente tivesse visto coisas. Ou confundido. Definitivamente, Georgina não poderia estar de volta. Não hoje... nem nunca.

Stefan e eu estávamos deitados em sua cama, estávamos quietos há horas. Eu sabia que ele estava acordado e ele sabia o mesmo de mim, mas percebeu que eu apenas queria ficar quieta.

– Com tudo isso que aconteceu com Demi, esqueci de lhe dizer algo. - Stefan disse repentinamente. Eu o olhei confusa e então ele sentou-se, puxando-me para fazer o mesmo - Esta noite haverá um ritual. - ele olhou-me receoso.

– Ritual? - repeti confusa e ele concordou.

– Esther disse que pode matar os Originais. - ele disse-me meio confuso e o olhei assustada - Mas ela precisa do sangue da duplicata para fazer uma ligação entre eles.

– Espera. Stefan, como assim? - perguntei completamente assustada.

– Esther pretende fazer uma ligação entre os Originais. - ele explicou calmo - E quando matarmos um, todos irão junto.

Eu o olhei desesperada. Não sabia exatamente o que fazer ou o que estava sentindo. Stefan olhou-me calmo ainda, enquanto me acalmava mentalmente.

Tinha deixado Stefan na mansão, falando ao mesmo que voltaria para meu apartamento. Estava com tanta coisa em mente, não queria deixar com que matassem todos eles, afinal, eu ainda tinha grande consideração por Rebekah, Klaus e Elijah. Ambos me acolheram quando mais precisei. Rebekah tinha me sido a irmã que tanto desejei; e tanto Klaus quanto Elijah foram-me os irmãos mais velhos que nunca tive.

Senti meu celular tocando em minha bolsa, e o peguei rapidamente. Parei o carro quando percebi ser uma ligação de Meredith.

– Meredith? - atendi receosa.

– Alyssa, por favor, venha rápido ao hospital.

Não foi preciso mais nenhuma palavra de Meredith para eu partir de imediato ao hospital, mudando o meu rumo sem pensar duas vezes. Não demorou mais que 10 a 15 minutos para eu finalmente estar dentro da pequena sala de Meredith, que já queria me acalmar, quando cheguei afoita e preocupada.

– Eu tomei os exames antes quee mais alguém visse, pois era claro que o tumor deveria diminuir conforme os minutos, talvez segundos, por causa do sangue de Damon no organismo dela...

– Meredith! Adiante! - mandei irritada e ela respirou fundo.

– Alyssa, o caso de Demitria não... não se curou. O tumor apenas deixou de crescer, como se adiasse o tempo para explodir. - seus olhos derramaram preocupação - Definitivamente eu não entendo como isso pode ter acontecido, com o sangue de vampiro, era para ela se recuperar logo. - ela falou preocupada. Eu neguei com lágrimas querendo sair - Infelizmente, não podemos fazer mais nada, Alyssa.

Ao dizer aquilo, senti uma grande dor, a pior dor que já tinha sentido em toda minha vida. Eu já tinha perdido Aghata, e não suportaria perder Demitria. Eu já estava dirigindo cem por hora, deixando minhas lágrimas escorrerem em meu rosto. Eu não tinha ideia do que fazer. Não sabia como contaria isso a Demi, ou como contaria a Elena e Jeremy. Ambos já perderam todos que tinham, agora perderiam novamente. Pensei em Damon, em como ele se tornaria um cara mais perigoso que já é. Respirei fundo querendo me acalmar e parei meu carro a frente da grande mansão. Desci sentindo minhas pernas trêmulas. Fui andando em passos rápidos até finalmente entrar naquela casa.

– Alyssa? - escutei a voz de Rebekah logo que entrei - O que faz aqui? - virei-me vendo sua expressão desconfiada

– Onde está Niklaus? - perguntei sem mais delongas. Rebekah pareceu perceber que o assunto era sério e olhou-me preocupada.

– O que houve? - ela perguntou com receio.

– Rebekah, onde está Niklaus? - repeti já alterada, mas não foi preciso Rebekah responder-me algo, pois logo aquele sotaque britanico invadiu o ambiente.

– O que lhe devo a honra de vir a minha procura, querida Aly? - virei-me para trás vendo aquele sorriso intrigado de Niklaus.

– Eu preciso de sua ajuda, Niklaus. - pedi, quase que implorando. Tanto ele quanto Rebekah olharam-me surpresos - Demitria está morrendo.

Foi apenas dizer aquilo para os olhos de Klaus quase saltarem de sua face, ele não soube como reagir, e eu sabia que o medo tinha lhe afligido.

– O que está dizendo? - Rebekah tomou as palavras óbvias, que provavelmente sairiam dos lábios de Niklaus.

– Lembram-se da doença que atingiu Aghata? - disse desesperada e eles ficaram mais assustados que antes - Ela tem um grande tumor corroendo o cérebro dela, e não lhe resta muitos dias. - prendi meu choro novamente e respirei fundo.

– Você está mentindo! - Rebekah disse assustada - Isso não pode ser possível, afinal, aquilo era hereditário... Era da família de Aghata...

– Ela é Aghata! - falei me alterando novamente.

– Não mais! Ela é Demitria, deve haver algum engano! Dê seu sangue à ela!

– Damon deu o sangue dele ontem, quando a levamos ao hospital. - falei entre dentes.

– Deve haver uma cura! - Rebekah parecia desesperada - Estamos em pleno século XXI...

Num rápido movimento de Klaus, nos surpreendendo e calando Rebekah instantaneamente, um grande vazo foi arremessado contra a parede, fazendo um extrondoso barulho ao se quebrar em mil pedaços. Olhamos para Klaus ao mesmo momento, percebendo o mesmo controlando sua grande fúria. Ele respirava ofegante enquanto fechava seus punhos com força. Pude ouvir seus dentes rangendo e seu batimento cardíaco se acelerando compulsivamente.

Então de repente, ele relaxou seu corpo, numa expressão fria e amargurada. Ele respirou fundo e deu-nos as costas, andando lentamente em direção sei lá onde.

– Klaus? - Rebekah o chamou confusa.

– Eu não posso fazer nada. Perdeu seu tempo vindo até aqui, Alyssa. - ele disse frio, sem nem ao menos virando-se para nós.

– O quê? - andei em sua direção, não acreditando no que ele dissera - Klaus, séculos atrás, apenas você conseguiu convencer Aghata, ninguém mais, apenas você!

– Rebekah tem razão. - Klaus disse parando de andar e fitando o nada - Ela já não é mais Aghata, peça a Damon que a faça se tranformar. - ele disso com frieza e assustei-me, parando de segui-lo.

– Deixe de ser infantil, Niklaus! - mandei enojada - Sei que você odiou a volta de Demi com Damon, mas você ainda a ama!

– Eu posso ainda amá-la, mas eu já não a tenho mais. - ele disse virando-se para mim - Ela morrendo ou não, eu não a terei de qualquer forma. - deu de ombros, pouco se importando.

– Klaus! - Rebekah o repreendeu, mas Klaus continuou pouco se importando com aquilo.

– Klaus... - aproximei-me dele - Demi é minha melhor amiga, ela sendo Aghata ou não, sei que você ainda a ama, e sempre amará apenas ela, por isso tornou-se uma pessoa tão amarga e fria, depois que você a perdeu jurou que nunca mais amaria alguém... Você está tendo uma chance de se redimir à Aghata, mostrar a ela o quanto ainda a ama. Ao menos tente mostrar que você não mudou, Klaus. - falei tudo com esperança e ele olhou-me sem expressão alguma - Eu sei que posso confiar em você, Niklaus. - completei num sussurro e respirei fundo, tomando muita coragem no que faria agora - E para lhe demonstrar isso, eu tenho que lhe dizer algo, algo muito sério. - então ele olhou-me meio confuso - Esther pretende destruir vocês.

PDV DEMI

Aquilo tudo não saia de minha cabeça. Eu não conseguia parar de pensar naquele meu tumor. Sabia que séculos atras eu tinha passado por aquilo, e sangue de vampiro não tinha funcionado. Mas dessa vez eu tinha a esperança de que pudesse melhorar, eu tinha que melhorar. Ser vampira é tudo que menos quero. Pretendo ainda construir minha vida, fazer tudo que meus pais sempre sonharam para mim.

Minha cabeça latejva fracamente, ainda sim me incomodava. Por conta própria, tomei alguns remédios. Talvez pudesse dormir até passar, mas não. A dor continuava. O sangue de Damon já tinha passado de 24 horas em meu organismo. Provavelmente seja por isso que a dor tinha voltado.

Levantei de minha cama e resolvi sair para me distrair um pouco. Já tinha passado horas trancada naquele quarto. Elena deveria estar dormindo, Jeremy no Grill e Lyss deveria ter voltado para seu apartamento. E então foi para lá que fui em meu carro. O tempo estava num clima péssimo. Choveria muito hoje. Estacionei meu carro a frente do prédio de Lyss e então já sai do mesmo, encaminhando-me para dentro do prédio.

– Alyssa? - chamei atravessando as portas da entrada do apartamento. Ninguém respondeu-me e fechei a porta atras de mim - Lyss? Você está aqui?

Olhei em volta e suspirei. Sentei-me no sofá e peguei meu celular em meu bolso. Disuqie o numero de Alyssa e a mesma não me atendeu. Então lhe mandei uma mensagem avisando que estava aqui.

– Onde você está, Alyssa? - sussurrei comigo mesma após alguns minutos e deixei meu corpo cair sobre o sofá, quando minha cabeça começou a latejar mais forte que anteriormente. Choraminguei baixo e fechei meus olhos com força. Isso doia de mais.

Levantei-me segurando minha cabeça e gemendo de dor. Tudo começou a girar e a ficar escuro. Abri e fechei meus olhos com dor e senti algo escorrendo de meu nariz. Com certa dificuldade, andei até o banheiro - basicamente me arrastando - e peguei alguns lenços. Tapei o sangramento e comecei a respirar sofridamente pela boca. Novamente aquela tontura me atingiu...

– Aghata! - escutei uma linda e grossa voz assustada e em poucos segundos eu caia nos braços fortes de alguém. Olhei rapidamente à pessoa e me assustei em ver Niklaus.

Olhando-me desesperado, parecendo não saber o que fazer, Klaus finalmente raciocinou e então levou seu punho até suas presas, rasgando sua pele e derramando seu sangue. Neguei no mesmo momento e ele, sem minha permissão, enfiou seu pulso em minha boca, fazendo-me engolir a força aquele sangue. Era um gosto horrível, visgoso e amargo. Niklaus calmamente foi afastando seu braço de minha boca e senti no mesmo momento meu sangramento cessar.

– Sente-se melhor? - ele sussurrou olhando-me incrédulo e preocupado.

Neguei com a cabeça, sentindo-me ainda meio zonza. Ele respirou fundo e levantou-se, pondo-me em seus braços. Silenciosamente, ele nos levou em direção no quarto em que eu ficava quando morava aqui. Niklaus deitou-me na cama, fitando-me atentamente.

– Obrigada. - falei quase inaudivel.

– Você não está em condições nem de me agradecer. - ele disse querendo soar divertido, o que não soou nem para si. Eu respirei fundo, fechando meus olhos e senti Klaus sentando-se ao meu lado - Alyssa contou-me o que aconteceu. - ele disse tranquilo.

– Eu estou melhorando. - disse convicta.

– Não, você está morrendo. - ele disse sério e abri meus olhos assustada - Você não percebeu que é a mesma doença que atingiu a Aghata? Não percebe que não tivemos escolhas?

– Eu não quero ser vampira, Klaus! - choraminguei negando - Eu quero fazer uma faculdade, viajar, conhecer novos lugares... Casar e construir minha família... - respirei fundo ainda sentindo um resto de dor.

– Ser vampiro não é tão ruim assim. - ele disse calmo e olhou-me da mesma forma - Podemos ser quem quisermos, irmos para onde quisermos, fazer o que quisermos...! - ele segurou minha mão levemente, trazendo-me um frio arrepio - Você pode sim contruir sua família, casar... Você poderá fazer tudo que quiser.

Eu fiquei calada. Sem saber exato o que lhe responder. Tinha tanto medo daquilo, que nunca tinha pensado no lado bom em ser vampira, sempre pensava nas coisas horríveis, na parte em que só pensaria em sangue e mais nada...

– Não sei se estou preparada. - resmunguei chateada e ele sorriu levemente.

– Ninguém está preparado para a imortalidade, sweetheart. - ele sussurrou gentil e afagou meu rosto levemente, fechei meus olhos sentindo seu macio toque em mim - Aconteça o que for, não se preocupe, eu estarei com você para lhe ajudar em tudo que quiser. Se você conseguir se lembrar, lembre-se de que sempre estive com você, nas horas em que mais precisou, e estarei novamente quando mais precisar.

Eu abri meus olhos surpresa com tais palavras, não acreditando no que ele me dissera naquele momento. Tinha me sido tão sincero, que tudo a minha volta pareceu ter parado de funcionar, e apenas Niklaus importava-me. Sem eu perceber, Klaus já inclinava-se para mais perto de mim, senti meus batimentos acelerando e meu corpo ficando tremulo, fiquei pior ainda quando seus lábios frios roçaram nos meus.

Klaus então apertou seus lábios contra os meus e fechei meus olhos, sentindo-me plenamente no paraiso. Enquanto uma de suas mãos era usada como apoio para não deixar seu corpo cair sobre o meu, a outra acariciava meu rosto carinhosamente. Levei minha mão aos seus cabelos, enquanto nos beijávamos avidamente. Eu sabia que estava errada, plenamente errada. Mas tinha de fazer aquilo, podia ser minha ultima escolha em vida:

Beijar Niklaus até minha sofrida morte.