Confissões Do Exílio escrita por Rosemary Grohl


Capítulo 6
Esclarecimento (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

OIE, sei que demorei muito, mas - perdoem a sinceridade - quase não tenho leitores, então não é como se eu tivesse algum compromisso. Além disso, estou me mudando e as coisas estão ficando bem complicadas em casa, apesar de eu não ter aulas ainda, tenho me ocupado com filmes, livros e a guitarra. Mas de qualquer forma, voltei e acho que esse capítulo pode ser interessante. Vou incluir um flashback bem no incio, porque já faz um tempo que postei e acho importante lembrar o que aconteceu anteriormente. Boa leitura.



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No último capítulo...

– Bom, o senhor, sr. Pomfrey, - ele olhou-me fundo nos olhos, como se me perguntasse algo - o senhor sabe que seu crime ocorreu por motivos óbvios. Sei que não o teria cometido em qualquer outra circunstância. Mas o julgamento não foi justo o suficiente, se me permite dizer. Sei bem que já não pode usar seus poderes, eles lhe foram retirados. Mas acredito que há um meio de burlar tais regras. Quero dizer - e então ele baixou a voz e aproximou-se de mim - o senhor deve concordar comigo que seria um grande desperdício que um mago como o senhor jamais voltasse a usar magia novamente, não?

Fiquei observando o olhar sarcástico, a ponta de 'e então?' que ele deixava solta no ar, com o fim de sua frase.

– O que o senhor espera? - eu perguntei, perdendo a paciência - Que eu saia por aí, use novamente meus poderes e me exploda? Porque, como um Killian tradicional e Senhor dessa terra de ninguém, creio que deva saber que o exílio significa, além de não poder pisar nas Terras de Ignia novamente, o não-uso de meus poderes e qualquer tentativa, termina em perda do corpo e da alma. E, se o senhor não se importar, não pretendo me explodir nem ter minha alma apagada.

Foi apenas quando pus o ponto na última frase que percebi o quão exaltado estava na hora que as disse. Entenda leitor, aquele homem parecia querer brincar comigo. Nada daquilo parecia real. Após meses num quarto frio e escuro, sem vivalma para conversar, apoiar, ouvir, falar ou compartilhar o que vivia, eu não aceitava que alguém fizesse tamanha brincadeira comigo. O exílio não era uma pena simples e não posso me culpar de ter sentido o castigo pesar em meus ombros. O ser humano tem essa mania de querer deixar claro o fardo que carrega, como se expor tal fardo fosse fazer dele menos pesado ou do carregador mais digno. Mas não faz.

E se você está se perguntando: sim, sou humano. Magos são humanos. Ou tanto quanto se podia ser em Ignia.

Ele abriu um enorme sorriso. Não era deboche. Ele não caçoava de mim. Estava satisfeito, como pude constatar posteriormente, de ver o quanto eu me importava.

– Sr. Pomfrey, escute bem: o senhor, como todos os outros que recebi, levam suas penas realmente a sério e as carregam como se fossem a pior coisa do mundo. Digo que não. A perda dos poderes é realmente ruim, porém vocês poderiam ter perdido por completo a chance de se redimirem. Poderiam estar mortos, a caminho do verdadeiro Julgamento. E então, já não haveria volta. Mais do que qualquer um dos que já recebi pensa, a perda dos poderes é uma pena quase completamente revogável. No entanto, aqui, aprende-se a dar valor a outras habilidades.

Ele fez silêncio e então, levantando-se da cadeira e andando pela sala, explicou-me algo que eu jamais imaginaria. O exílio, eu jamais poderia desfazer. Era uma magia profunda, que nem eu nem qualquer mago seríamos capazes de burlar. Estava impregnada na terra. Por mais injusta que a sentença fosse, não havia caminho de volta, a não ser que o juiz o determinasse. Porém, minhas habilidades mágicas eram minhas e ninguém poderia tirá-las de mim.

Se você não for de Ignia, provavelmente não terá esse conhecimento, então lhe explicarei brevemente: quando um mago nasce, ele tem dentro de si uma disposição a fazer magia. No entanto, se ele nunca souber disso e nunca for tentado a usá-la, jamais desenvolverá as habilidades. É como um grande desenhista que jamais receba lápis e papel. Além disso, quando jovem, um mago não tem forças para exercer grandes feitiços. Ele precisa praticar, treinar e se desenvolver. Constantes estudos e exercícios são necessários até que se possa fazer um feitiço básico de levitação, por exemplo. Porém, ao atingir um nível básico, a maioria dos feitiços torna-se realmente fácil de ser praticada. E, a não ser que o mago queira se aprofundar, já pode viver dignamente de sua habilidade.

O que ocorre quando a pena de um indivíduo mágico é a perda de seus poderes, é que a parte de seu cérebro na qual foram estocados todos os conhecimentos mágicos é apagada. Portanto, se ele tentar fazer algum feitiço, vai acabar com suas energias, por não tem capacidade para tal. Com isso, a verdadeira pena será acionada e sua alma será apagada. Contanto que o mago aprenda do zero a fazer magia e vá melhorando lentamente, sem pôr em risco sua vida, sua alma jamais será apagada e ele poderá viver normalmente, como sempre viveu.

– O problema, meu caro Pomfrey, é a falta de paciência. Muitos dos magos que eu abriguei acostumaram-se aos trabalhos manuais. E, já no declínio de suas vidas, não tinham a paciência e a abertura de mente necessária para aprender uma arte tão complexa quanto a magia. Acabaram, portanto, desistindo de voltarem a ser o que era. Você, porém, ainda é jovem e se estiver disposto, terá aulas diárias comigo e outros magos que aqui residem, para recuperar o que lhe foi tirado e conseguir até mais.

Calei-me. Tudo aquilo era demais. Não sabia o que dizer, como reagir. Após tanto tempo de martírio e dor, imaginando o terrível futuro que me aguardava, não me via preparado para enfrentar o futuro doce que se apresentava tão de repente a mim. Senti a sala girar de leve ao meu redor.

– Então, sr. Pomfrey, o que o senhor me diz?


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Notas finais do capítulo

Bom, acho que a demora valeu a pena. estou realmente satisfeita com o que escrevi. espero que gostem E comentem se possível ;3



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