POV Percy

─ Percy? ─ Ouvi Annabeth me chamar.

─ Oi?

─ Desta vez estamos definitivamente MUITO encrencados.

Suspirei. Ela estava certa. Claro Annabeth sempre estava certa, mas dessa vez até eu tinha que concordar.

Depois de passarmos por um avançado sistema de segurança e registrarmos nosso nome olhei ao meu redor e vi que nos dirigíamos para o grande pátio do centro do distrito 3 onde se encontravam muitos outros adolescentes que esperavam o que eles chamavam de colheita que consistia em dois jovens, uma menina e um menino, serem escolhidos para o chamando e temido Jogos Vorazes.

Agora o porquê de acharmos isso tão estranho e estarmos nos sentindo tão deslocados, se para todos parecia uma situação tão normal?

Simples.

Não éramos dessa época.

Não deveríamos estar aqui!

Pena que não era o que os deuses achavam e convenhamos, nossa consciência também.

Deixe-me explicar. Eu e Annabeth estávamos em uma missão para achar e proteger um casal de semideuses que seriam de muita importância para a próxima grande profecia, e que ajudariam em uma revolução para nos libertar de um regime oprensivo. Na hora não entendemos nada do que tudo isso significava e é claro que só nos explicaram quando fomos empurrados naquele portal que Hécate, a deusa da magia, tinha feito e nos teletransportaram séculos no futuro.

Tínhamos chegado aqui a mais de dois meses, e ainda me lembro como se fosse ontem como nos sentimos desorientados ao cair de cara nesse país futurístico macabro.

*Flashback ON*

─Vocês não esperam que entremos ai neh? ─ perguntei tarde de mais, pois a essa altura já nos tinham mandado pelo estranho portal.

(...)

Depois do que pareceram horas, caímos com força no chão duro de uma floresta.

─ Annabeth?

─ Percy? ─ ouvi sua voz atrás de mim ─ Onde estamos?

─ Eu não sei.

Ouvimos um barulho na mata seguido de uma voz.

─ Quem está ai?

Vimos um casal de adolescentes se aproximando. Um menino e uma menina de aproximadamente 15 anos. Ela tinha cabelos castanhos e olhos azuis e ele cabelos pretos e olhos verdes.

─ Oi? Vocês precisam de ajuda? ─ disse a menina e reconheci como a que falou pela primeira vez.

─ Ahn, na verdade sim. Vocês poderiam nos informar onde estamos? ─ Annabeth perguntou.

Eles se entre olharam e sorriram um para o outro.

─ Como assim vocês não sabem? Estamos no distrito 3.

─ Distrito 3? O que é isso?

Eles nos olharam de cenho franzido, Annabeth me cutucou.

─ Sabem o que é? Acabamos de levar um tombo e tanto e acho que batemos a cabeça com força. Estamos um pouco desorientados. Ah a proposito me chamo Annabeth e esse é o Percy meu namorado. Prazer.

─ Ah entendo ─ disse o menino, mesmo que ele parecesse não ter entendido nada ─ Me chamo Péricles e essa é Stela, minha prima. Prazer em conhece - los...

*Flashback OF*

Os dois nos explicaram o sistema de distritos de Panem e lembramos o que tinham nos dito sobre nossa missão e o que precisavamos fazer. Depois de algumas semanas contamos que éramos semideuses do passado e que eles eram também e o papel que viriam a desempenhar, apesar de não termos falado que eles seriam os futuros escolhidos para os jogos e que iríamos salvá-los. Se no início estávamos exitantes com a causa ao presenciarmos o que faziam com as crianças daqui, conhecermos o casal da profecia, ver as condições em que viviam e moravam. Entendemos o que passavam e a história do regime oprensivo fez sentido, aí juramos que salvaríamos Stela e Péricles para que cumprinssem seu papel, mesmo que para isso precisássemos morrer.

(...)

Voltei a prestar atenção à cena que se desenrolava ao meu redor quando Annabeth me cutucou e apontou uma mulher muito... Estranha que subia no palco a nossa frente. Ela tinha cabelos vermelhos e usava um vestido verde com babados azuis. Mas o que mais me surpreendia em sua aparência era sua pele que era de um tom muito esquisito de laranja, que me levou a imaginar se ela estaria doente ou algo assim.

Nesse momento o prefeito do distrito se levantou e começou a falar do por que dos jogos, como iam à fabricação de eletrônica e esses tipos de coisas que políticos falam e que definitivamente eu não me interesso. Passaram um vídeo dos dias escuros mostrando como ficou o lendário distrito 13 e por fim a mulher esquisita, Shirle como descobrir se chamar mais tarde, disse esperando uma animação que os presentes ali definitivamente não tinham:

─ Atenção queridos, atenção! Está aberta neste momento mais uma edição dos Jogos Vorazes!

E ficou sorrindo como se fosse à coisa mais legal do mundo. Bufei. Patético.

─ Bem, bem. Vamos sortear primeiramente o tributo feminino, sim?

Shirle foi em direção a um globo cheio de papeizinhos, onde estavam o nome das meninas. Apertei a mão de Annabeth e engoli em seco. Ah, qual é! Mesmo que fosse por uma causa nobre e que eu já tivesse enfrentado vários serem mitológicos e deuses do olimpo furiosos que não vou ficar nervoso de ser mandado para uma arena em que posso ser esfaqueado até a morte! Me deem um desconto.

Nossa última esperança de sair dessa enrascada e não ir seria se milagrosamente Stela e Péricles não fossem escolhidos. Esperanças essas que foram reduzidas a pó e subistituidas por uma surpresa estupefata quando a mulher laranja disse:

─ E o tributo feminino é... Annabeth Chase!

Olhei boquiaberto para Annabeth. Isso não era possível! Nossos nomes estavam na colheita apenas uma vez! Alguma coisa tinha acontecido.

─ O que? ─ Olhei para ela que engoliu.

─ Pensa que é um adiantamento de cena cabeça ─ de ─ alga.

Annabeth respirou fundo, apertou minha mão e andou a passos firmes até o palco.

─ Ótimo. Pode subir aqui querida. Isso. Agora vamos ao tributo masculino.

E foi saltitante em direção ao globo onde estavam os nomes dos meninos.

Nem preciso dizer que já não me importava mais que nome iria sair neh? Fosse de Péricles, ou outro qualquer já não me interessava. Eu me voluntariaria no lugar de qualquer um. Simplismente não iria, não podia, nem queria deixar Annabeth ir sozinha para esse inferno.

─ Ótimo, agora o tributo masculino é... Péricles Fish.

Vi ele arregalar seus olhos verdes, tão parecidos com os meus e começar a caminhar em direção ao palco.

─ Eu me voluntario! Me voluntario como tributo no lugar dele ─ gritei.

Péricles virou em minha direção, agora seus olhos pareciam que iam sair das orbitas de tão arregalados, enquanto me observava caminhar para o palco e me colocar ao lado de Annabeth.

─ PERFEITO! PERFEITO! Venha meu jovem. Qual o seu nome?

─ Percy Jackson.

─ PERCY JACKSON! EIS O NOME DO NOVO TRIBUTO MASCULINO!

Fiz uma careta na direção dela. Eita mulher que gosta de gritar.

(...)

Logo depois, nos encaminharam para dentro do prédio da justiça e minha última visão do grande pátio foi de Stela e Péricles fazendo um silencioso obrigada com os lábios e nós olhando com gratidão. Pelo menos eles estavam em segurança, para que em um futuro próximo lutassem para não eles nem outras crianças precisassem passar por isso outra vez.

(...)

─ E agora Percy? O que a gente vai fazer? Não podemos simplesmente ir lá e matar um monte de mortais. Vai contra tudo o que aprendemos a vida toda no acampamento, tudo o que Quiron nós ensinou. Tudo o que somos! Mas também não podemos deixar que simplesmente nos matem.

Ela andava de um lado para o outro no pequeno quarto onde nos deixaram depois da colheita, para esperarmos sermos chamados para embarcar no trem que nos levaria para a capital.

─ Eu não sei Annie. A única coisa que eu sei é que vou fazer de tudo para nos tirar vivos dessa arena. Vou fazer o possível para nos levar de volta pra casa.

A puxei para meu colo e a abraçei.

─ Estamos juntos nessa Sabidinha, lembra? Enquanto estivermos juntos tudo vai ficar bem. Ainda vamos enfrentar muitos monstros. ─ sorri otimista.

─ Espero que sim cabeça-de-alga. ─ Ela me beijou ─ Espero que sim.