Fanfic Hiperativa - EM HIATUS. escrita por FãsdeFanfics


Capítulo 6
James e Lily - A Colheita


Notas iniciais do capítulo

Escrita por LittlePrincess
Nota : O James não sabia que poderia se voluntariar, por isso não o fez.



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POV James




– E ai, ainda não conseguiu, Almofadinhas? – Pergunto para um Sirius todo sujo de poeira remexendo em vários livros, coisa que achei nunca ser possível. Afinal, ele é o Sirius.

– Não, eu não consegui, Pontas! – ele rebateu enraivecido, tirando os olhos negros das páginas amareladas e me encarando – Será que você não pode vir me ajudar?!

– Eu fiquei oito horas trabalhando nisso ontem enquanto você corria atrás do teu próprio rabo, cara! Vê se trabalha um pouco! – ele me mostrou a sua língua enorme de cachorro e eu estava pronto para lançar um feitiço quando ouvi um estrondo vindo do canto da sala. – Pelas Cuecas de Merlin! O que foi isso?

Os olhinhos amarelos de Lupin se destacaram no preto, que achei ser seu rosto. Parece que a geringonça que ele trabalhava deu errado. Ele suspirou e nós caímos na gargalhada.

– Fiquem rindo! Eu pelo menos estou tentando levar agente de volta pra casa! – exasperou o lobinho. Ok, aparentemente todos estão mau humorados.

– Desculpa, cara, mas você tá igualzinho o Seboso com essa carranca e esse preto todo no teu cabelo!

– Ah, calem à boca! – ele disse passando um pano no rosto e limpando a fuligem – Afinal, onde está o Rabicho?

Ouvimos um chiado e em seguida, uma ruiva aparece batendo os pés na sala com um rato em mãos. Lily estava linda como sempre, se não fosse o bico enorme que ela sempre faz quando está surtando.

– Olhem só quem eu peguei assaltando a geladeira de novo, quando devia estar ajudando a nos levar de volta pra Hogwarts!

Ela largou o rato, que guinchou e saiu correndo e se escondeu atrás da cortina, levantando uma nuvem de poeira.

– Esquenta não Lírio do James – Sirius disse fazendo pouco caso – Esse aí só entende de comida e nada mais.

– Mas eu já estou ficando preocupada, meninos. – Lily se sentou no braço do sofá, e tratei de por minha cabeça em seu colo – Faz um mês que estamos nesse lugar! Não descobriu nada, Remus?

– Estou tentando, mas como já disse, existem muito poucos livros sobre magia nesse lugar. É como se eles tivessem abolido totalmente seu uso, ou o conhecimento de sua existência. – Lupin explicou – Talvez esse governo futurístico tema ela ou algo assim. Já vasculhei todo o conteúdo ao nosso dispor nesse Distrito, mas nada. Se não queimaram todos os livros, acho que possam existir alguns na Capitol.

– Então vamos pra lá! – digo, tentando parecer animado

– Acho difícil, James – Lily disse – Estão achando que estamos possuídos pelo demônio ou que somos... bestantes... acho que é esse o nome que deram.

– Como assim, ruivinha? – Sirius perguntou

– Eu saí agora para comprar pão e quando passei na praça, as pessoas ou fugiam, os ficavam me olhando feio e até xingavam baixinho

– Estão com inveja porque não me tem como namorado, coitadas – debocho

– Volte a realidade, Potter – Lily cortou meu barato – Tem mais : ouvi umas meninas conversando que ouviram sons estranhas aqui em casa, e ainda viram feixes de luz coloridas brilhando e ricocheteando pelas janelas.

Meu Lírio e o Lobinho olharam feio pra mim e logo depois pra Sirius. Nós nos entreolhamos e demos um sorrisinho afetado, porém sem jeito. Oops.

– Digam-me que vocês dois não fizeram uma batalha de feitiços enquanto estávamos fora ontem... – Remus pediu

– Olha Lobinho... – Sirius começou a se explicar

– James! – Lily explodiu – Como vocês fazem um negócio desses! Como vamos conseguir alguma ajuda se vocês fazem todos nos odiarem!

– Já disse como está linda hoje, Meu Lírio?

– Não me venha com essa Potter!

– Ah cara, não foi culpa nossa! Esse lugar é um tédio! Estou com saudades de arrasar corações com minha beleza Adônica – Sirius suspirou longamente – Sinto até falta de humilhar o Ranhoso...

– Ok, devo avisar-lhe que você está no fundo do poço, caro amigo – digo a ele

– Levem algo a sério uma vez na vida! – Lily disse, franzindo o cenho – Mas, temos problemas maiores por hora...

– Tipo essa flatulência que o Rabicho acabou de soltar? Pelos piolhos de Merlin, isso fede mais que as bombas de bosta! – Sirius tampou o nariz

– Não, seus idiotas. – Lupin disse – É a Colheita, certo Lily?

– O que é isso? – Rabicho perguntou, finalmente fora da cortina e em sua forma humana e cheirando a... isso é bacon?!

– Ao que parece, é uma seleção que o governo faz com as crianças de 12 a 17 anos a cada ano, para decidir qual casal de tributos vai participar dos Jogos Vorazes – Sirius explicou calmamente enquanto olhávamos pra ele sérios – Que é? Eu também sei das coisas.

– E estamos nessa faixa etária. Além de que os pacificadores vieram aqui semana passada para colher nosso sangue e fazer mil perguntas – Remus disse

– Me lembra por que agente não estuporou eles, mesmo?

– Porque eu não posso sair estuporando pessoas num país futurístico onde eu não conheço as leis e costumes! Não podemos chamar atenção – ele olhou de soslaio para mim e Almofadinhas

– Ok, desculpe, está bem? – falamos juntos

– Mas isso é macabro cara... crianças indo para uma arena para se matar só pra divertir a população sádica desse país... – eu disse e todos mergulhamos num silêncio monstruoso, onde até a respiração fazia eco nas paredes

– É terrível mesmo – Lily disse com uma voz preocupada, e logo percebi que ela não estava bem. Levantei de seu colo e ela saiu do sofá – Vou andar por ai – ela se foi pelo longo corredor.

Nem um de nós está realmente bem, só fingimos estar. Aterrissamos nesse país onde nada nem ninguém conhecemos, muitos anos a frente de nosso próprio tempo, como descobriu o Aluado. Conseguimos nos adaptar bem, mas mesmo assim, não é nossa casa. Tudo por causa de um feitiço que deu errado na minha varinha e a do Sirius na nossa formatura em Hogwarts; foi tudo tão rápido que eu mau vi alguma coisa, de uma hora pra outra, nós 4 já estávamos rodopiando no espaço e depois, com um baque surdo, caímos no assoalho desta velha casa caindo aos pedaços. Desde então, Aluado tem se virado de ponta cabeça pra poder achar um jeito de nos levar de volta, mas com o tempo, já começo a achar que nossas chances são cada vez menores. Será que Dumbleodore está tentando nos trazer de volta também?

Fui acordado de meus pensamentos com um beliscão no braço.

– Caramba, Sirius! Isso doeu – digo ao meu amigo, que agora está sentado ao meu lado no sofá

– Sua mulher acabou de ir embora sozinha... vá atrás dela agora, ou eu mesmo vou e roubo ela de você! – ele disse de modo brincalhão

– Raios! Esqueci da Lily – me levanto de um salto

– Pensei que esses anos todos comigo tivessem te ensinado como tratar as mulheres, Pontas – Sirius disse

– Cale a boca, cachorro – digo me dirigindo ao corredor – Volto a tempo pra Colheita!

Saí pela porta e obriguei meus olhos a se acostumarem a claridade para que pudesse procurar minha ruiva. A avistei caminhando lentamente perto da floresta. Corri até ela.

– Você é rápida hein, Lírio! – digo, alcançando-a

– Você que é lerdo demais, Potter – ela diz rindo fraquinho

Passo meu braço por sua cintura e a puxo para perto de mim. Ela põe a cabeça em meu ombro.

– O que está te incomodando, Lily? – digo – É essa história de Jogos Vorazes?

– Também... – sua voz soava triste, quase um lamento – Estou com um nó na garganta, não consigo parar de pensar nisso. Quer dizer, estou com um mau pressentimento.

Abracei minha menina mais forte e ela também me devolveu o movimento. Me cortava o coração ver Lily desse jeito, afinal, alguém que se recusa a caí de amores por mim a primeira vista, tem que ser uma garota de garra, e ela tem de sobra. Era a mesma coisa que ver uma rosa sem os espinhos, fraca e frágil, porém, ainda com todo o seu encanto.

– Calma, vai dar tudo certo – tento anima-la – nossos nomes estão lá o que, uma única vez? Nós teremos que ter o azar o Snape pra ser chamados!

– É, você tem razão – ela sorri de modo vivo agora

– E quando é que eu não tenho razão, Lírio?

– Quando faz uma batalha de feitiços com seu melhor amigo estúpido no meio de um lugar desconhecido!

Fiz cara de coitadinho e logo, nós dois estávamos rindo. Andamos mais um pouco, até Lily retomar o diálogo.

– Mesmo que sejamos chamados... – ela olhou-me com aquelas órbitas verdes – Vamos enfrentar tudo isso com a cabeça erguida, certo?

– Não poderia estar mais correto – digo – Ninguém pode conosco, ruivinha, somos “os caras”.

– Convencido... – tive uma ideia, peguei Lily pelo braço e comecei a correr, adentrando nos becos da cidade – Aonde está me levando?

– Calma! – parei na frente de uma vendinha de frutas, e quando ninguém estava olhando, peguei a vassoura escorada na parede e voltamos a correr rumo a floresta. Quando estávamos bem longe, enfeiticei a vassoura e subi nela. Estendi a mão a ela – Vamos?

– Você é louco? Não podemos usar magia! Muito menos sair voando por ai!

– Ah, vamos lá! O que é a vida sem um risco? – antes que ela pudesse retrucar a puxei e a fiz sentar na vassoura. Alcei voo.

Me certifiquei de voar a uma altitude que ninguém pudesse nos ver. Certo, isso era uma vassoura comum de varrer casa, não as específicas para Quadribol, mas ainda sim era reconfortante. Ah, como eu sentia falta disso! Só falta o Pomo de Ouro aparecer para ficar perfeito. Lily segurou-se em minha cintura enquanto eu fazia acrobacias no ar e o vento batia em nossos rostos e roupas, vazia nossos cabelos chacoalharem.

– Você é doido, Potter! – Lily gritou depois de gargalhar

– Doido por você!


(...)


Um vídeo muito chato estava sendo exibido no pátio principal, onde os meninos estavam todos amontoados a direita, e as meninas a esquerda. Olhava um pombo se coçando, quando percebi que o vídeo tinha acabado, e uma mulher esquisita demais para os meus olhos registrarem, se dirigiu a uma bola de cristal enorme que tinha os nomes das meninas.

Meu olhar encontrou com o de Lily, nesse meio tempo.

“ Eu te amo”, li os seus lábios falarem. “Eu também me amo” respondi piscando o olho, fazendo Lily sorrir e revirar os olhos em seguida.

– Lily Evans, você é a tributa deste ano! Venha cá, querida – a voz da mulher retumbou em minha cabeça, fazendo um eco interminável. Olhei para Meu Lírio, e ela estava respirando pesadamente, ansiosa e segurando as lágrimas. Subiu para o palco com a cabeça erguida, sem se abalar, como disse que faria. Isso não está acontecendo! – Agora os meninos...

Olhei para Sirius, e ele pareceu entender que eu precisava de uma distração urgente. Ele gritou alguma coisa que não entendi e logo todos estavam gritando e tudo virou uma algazarra, ao passo que ninguém reparou quando lancei um feitiço que furei nunca conjurar.

– Acalmem-se, não tem bestante nenhum! – a mulher falou já sob o domínio da Maldição Imperius. – O nosso tributo masculino é... James Potter!

Sorri e livrei a mulher da maldição enquanto subia as escadinhas do palco. Lily me olhava perplexa, ela viu o que eu fiz. Me postei ao seu lado e logo a mulher vestindo um unicórnio disse :

– Senhoras e senhores, os tributos do Distrito 7 ! – segurei a mão de minha namorada e jurei nunca soltar até que esse pesadelo acabasse.



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