Angel escrita por Ayame


Capítulo 1
O anjo da guarda


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da fanfiction. Se possivel, deixem reviews! Beijinhos ^_^/



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Capítulo 1 – O Anjo da guarda.

 

 

Tókio, primavera.

Era uma noite extremamente gelada levando em consideração a época do ano. As ruas, vazias, denunciavam o horário avançado em meio à madrugada.

 

Tudo era calmaria, ou pelo menos, deveria ser, até aquele grito estridente cortar a madrugada, alertando que algo fugia do normal. Nem todos puderam ouvir; nem todos acordaram com aquele som aterrorizante; mas para alguns aquilo foi o suficiente para lançar um alerta geral e se organizarem.

- RÁPIDO! PARA O NORTE! – Ordenou um homem alto de pele avermelhada e cabelos negros curtos e arrepiados que trajava um quimono negro.

Um coro assentiu em um harmonioso “Sim, senhor!” e correu para a direção indicada. Todos trajavam quimonos brancos com calças vermelhas ou azuis, dependendo do sexo do usuário. O grupo era extremamente rápido, corriam com agilidade e destreza, seguindo na direção do grito. Poucos minutos e haviam alcançado o objetivo. Todos pararam. Cinco deles, sacaram a espada e logo assumiram posição de batalha, os outros tinham uma expressão de surpresa mista com medo e terror. À frente do grupo, havia uma criatura disforme e extremamente grande usando uma mascara de osso extremamente macabro e emitindo sons horrendos.

- Um...Hollow...! – Murmurou um garota de cabelos esverdeados que usava um quimono branco com calças vermelhas.
- Ora... Saki-chan, esperava encontrar o quê aqui? Coelhinhos fofos? – indagou ironicamente um garoto que não parecia nem um pouco assustado com a criatura á sua frente.
- Er.. Eu já esperava ..Mas... Acho que é mais assustador do que eu havia imaginado, Kazaki-sempai...
- Heh... !
- OLHEM LÁ! – Gritou um até então calado. – É a Natsume-san! – Ele apontou na direção da mão direita do Hollow onde havia uma pequena garota de cabelos loiros, curtos, aparentemente desmaiada trajando roupa semelhante aos demais.



Kazaki avançou na direção do Hollow e cortou o braço da criatura com uma facilidade evidente. O Braço sem vida caiu no chão, junto ao corpo da pequena garota loira. Kazaki correu e pegou-a no colo, dirigindo-se novamente para a garota  de cabelos esverdeados á que ele havia chamado de Saki.

- Cuide dela por um momento! Veja se ela está bem!
- Certo, sempai! – Ela disse segurando a garota com cautela.

Kazaki esboçou novamente um sorriso em direção a garota e saiu correndo novamente, agora, acompanhado de mais dois rapazes. Juntos, começaram a deferir uma série de ataques cuidadosamente pensados no Hollow. Saki voltou o olhar á loira desacordada, e bateu de leve na maça do rosto da garota.
- Rie-chan.. Rie-chan.. Acorde...! – Disse quase em suplica. – Sua boba.. Não devia ter agido sozinha...! Rie-Chan.. Acorde!
- Ahn...! - A menina loira, lentamente abriu os olhos esverdeados. – Saki-chan...!- Resmungou ainda meio atordoada.
- Você está bem?
- Acho..que sim! – Murmurou, erguendo-se um pouco.
- Ai, que bom! Rie-chan, me deixou tão preocupada! – Ela a abraçou e a loira limitou-se a sorrir, constrangida.

A luta continuava. Os aspirantes a shinigami pareciam levar a melhor, porém aquela situação mudou quando o Hollow, enfurecido, soltou um alto rugido e avançou, arremessando-os contra a parede. Após livrar-se temporariamente dos sempais, ele partiu para cima da garota de cabelos esverdeados, em uma tentativa de conseguir novamente seu alimento roubado.  Desesperada, a garota simplesmente ficou congelada, incapaz de se mover. Ela gritou. Rie arregalou os olhos, porém não gritou. Ver aquele monstro correndo em sua direção fez seu sangue gelar.. Porém ela não podia se deixar vencer pelo medo. Rapidamente agarrou-se a amiga e pulou para o lado, saindo da linha de ataque da criatura. 

- Obrigada, Rie-chan...! – Saki disse, erguendo seu corpo do chão e ajudando Rie.

A loira sorriu brevemente, porém antes que pudesse responder a garota, sentiu a agressiva mão do Hollow pagá-la e levanta-la com uma estúpida agressividade. Ela gritou, aterrorizada. Os grupo juntou-se novamente, todos na defensiva. Procuravam alguma brecha para que pudessem deferir algum ataque no Holow, mas a inexperiência, naquele, momento parecia dominar completamente a situação. Todos tremiam, e não sabiam como agir exatamente e o pior? Aquilo só tendia a piorar.

O Céu se abriu, e os aspirantes a shinigami testemunharam algo que jamais esqueceriam. Era quase irreal acreditar no que os olhos mostravam. Um menos grande.  Um deles deixou a espada cair no chão e gritou em desespero. Outro, simplesmente esqueceu de respirar. As coisas estavam completamente fora de controle.

- SAIAM DAÍ, AGORA! RECUEM! – O homem de quimono preto, que guiara-os até ali gritou. Ele sabia que aquilo já não era departamento deles. Nenhum aspirante a shinigami conseguiria, e para falar a verdade, nem ele mesmo, que era um shinigami, conseguiria vencer uma criatura daquelas. O Menos inclinou seu corpo, e avançou na direção dos aspirantes que fugiram em desespero súbito. De repente, um simples treinamento casual havia se tornado uma intimação ao óbito.

Foi naquele momento de puro desespero que a salvação se mostrou. Em um movimento imperceptível, o Hollow que antes havia sido fonte de problema,mais que agora não passava de brincadeira, foi cortado ao meio. Só puderam entender o que havia acontecido quando o responsável por aquilo pousou sobre o chão. A classe, a suavidade, o cheiro encantador de flores de cerejeira. Ele parecia acalmar a situação com sua presença. Em seus braços, a pequena garota loira, agarrada ao quimono negro, tremia assustada e, agora, salva. Os aspirantes a shinigami, olharam assustados para o homem.

- Um.. Capitão..? – Murmurou um deles.
- Kuchiki...Byakuya...! – Kazaki murmurou em resposta, esvaziado com a figura que via á sua frente.

Não havia duvidas. Só uma pessoa em toda Sereitei possuía aquela elegância. Os cabelos negros penteados e ornamentados; o lenço que ricochetava o vento em uma dança sutil e bela; O quimono negro e o sobretudo com o símbolo inconfundível do 6º esquadrão. Capitão Kuchiki Byakuya.

Foram necessários apenas três míseros segundos para que um novo shinigami se apresentasse no local,  parando dois passos atrás de Byakuya. Era ruivo e possuía o inconfundível brasão de tenente em seu braço direito.


- Abarai Renji... – Murmurou Kazaki, quase que em um sussurro para si mesmo.

- Capitão...? – Renji o falou em um tom alto e claro, como se desejasse receber ordens claras do que deveria fazer.
- Tire-os daqui.
- Hai. – Afirmou, sumindo em seguida e reaparecendo ao lado dos aspirantes a shinigami. – Vocês o ouviram. Vamos.
- Mas e a Rie-chan..? – Indagou Saki, cheia de preocupação.
- Natsume-san ainda está lá! – Disse um outro aspirante.
- Não se preocupem com ela. Byakuya-taichou cuidará dela. Vamos.
- Hai! - Quase em devoção os membros da academia assentiram e saíram correndo, junto a Abarai Renji, afastando-se do local o mais rápido possível.

Byakuya os observou de canto de olho, sem mover um centímetro a cabeça e quando teve certeza de que estavam longe suficiente, ele ajeitou a espada em sua mão. Por um breve momento deslizou o olhar para seu peito, onde a loira se escondia. Ela tremia e estava extremamente gelada. Quase que por impulso, ele a apertou mais contra o peito. Não a conhecia, mas senti-la tão perto de si, tremendo de medo, lhe incitou a protege-la. Voltou a olhar o Menos grande á sua frente Agora ele era seu único oponente e como tal, se preparava para atacar. Aos poucos o cero se formava na boca do Menos. Byakuya sabia que não seria uma tarefa difícil, não para ele que era um capitão. Quando o cero vinha em sua direção, ele rapidamente usou o shunpo para se locomover para a direita e então, com sua Zanpakutou à frente do corpo, falou em um tom calmo e firme. 

- Espalhe-se, Senbonzakura!

A lamina fina da Zanpakutou emitiu uma forte luz rosada antes de se dissipar no vento em forma de belas pétalas de cerejeira. Suavemente, as pétalas dançaram ao ritmo do vento e se dirigiram ao Menos. Nada mais foi necessário. As pétalas eram tão belas quanto mortais. O Menos caiu, partido em milhares de pedaços e então se dissipou no ar, como se nunca houvesse existido.
Com a mesma suavidade de seu ataque, Byakuya voltou a pisar no chão, e apenas observou a cena, até que o ultimo vestígio do Menos desaparecesse.
Desviou o olhar novamente para a garota. Ela ainda se mantinha na mesma posição anterior.

- Você está bem? – Indagou com a voz firme e indiferente de sempre.

Ela não levantou o olhar, manteve a cabeça escondida no peito do capitão, enquanto murmurava com a voz gentil e abafada.

- Você...é um anjo...?
- Anjo...? – Aquela argüição o pegou completamente desprevenido.

Ela lentamente ergueu a cabeça, mostrando seu rosto. Era um rosto fino, pele alva, olhos grandes e esverdeados, porém sobre a luz da lua, emitiam um fraco tom azulado ao centro. Os lábios eram finos, e rosados.Os curtos cabelos loiros, cortados em camadas pareciam estar em perfeita sincronia com cada curva de seu rosto.  Por um momento, Byakuya pode jurar que aquela pergunta havia sido direcionada para a pessoa errada. Não era ele que parecia com um anjo.. Mais sim ela. Porém aquele pensamento esvaiu rapidamente de sua cabeça, quando ela indagou novamente, dessa vez com mais firmeza que anteriormente.

- Você é um anjo..?
- Não. – Dessa vez ele respondeu com rapidez instantânea. – Estou longe disso. – Ele fez uma breve pausa.
- Não. Você é um anjo. – Desta vez ela afirmou, e abriu um sorriso tão sutil e belo que Byakuya precisou de um breve momento para retornar ao seu normal.
- Está errada. – Disse ao coloca-la no chão, porém ante de soltá-la completamente, indagou novamente á ela. – Consegue andar?
- Acho que sim.. – Ela murmurou em resposta. – Meu nome é Natsume Rie.
- Kuchiki Byakuya. Capitão do 6º batalhão de proteção á Sereitei. – Respondeu mecanicamente, ao saltá-la com cuidado.
- Deve ser forte.. – Ela disse sorrindo. – Mas.. Acho que isso é bem obvio. Derrotou o Menos com tanta facilida...
- Vamos. – Ele a ignorou e se virou, decidido á voltar e encontrar seu tenente e o resto dos estudantes da academia.

Ela fez uma careta mais resolveu deixar aquilo de lado e segui-lo, porém não pode ir muito longe. Uma dor cortante invadiu seu corpo assim que ela ergueu o pé para dar o primeiro passo. Sentiu seu corpo tremer e o sangue arder. Teve uma vertigem e tombou. Ou pelo menos é o que deveria acontecer se Byakuya não tivesse a segurado com tamanha rapidez. Ele deslizou os olhos pelo corpo da garota até se deparar com uma mancha vermelha sobre o quimono da mesma.

- Está ferida. – Murmurou.
- Acho que sim.. – Ela disse voltando o olhar para a ferida que acabara de notar. Riu baixo e continuou. – Nem havia percebido.

Os joelhos tremeram. Não pela dor em si, que latejava espalhando-se rapidamente pela corrente sanguínea, mais sim pelo fato do sangue lhe trazer náuseas. Há pouco tempo ela teria desmaiado ali mesmo, mas agora já estava começando a superar seu trauma.

Byakuya a tomou nos braços novamente, sem nem mesmo perguntar se ela precisava de ajuda. Sabia que a resposta verdadeira seria que sim. Ela fechou os olhos e recostou a cabeça sobre o peitoral dele. Era quente. Era estranhamente muito aconchegante o colo dele.


- É tão bom... – Ela murmurou.

Byakuya arqueou a sobrancelha. Afinal, do que diabos ela estava falando? Ele não iria perguntar nada, porém não pode deixar de lançar um curioso olhar na direção dela. E mesmo que ela ainda estivesse de olhos fechados, pareceu entender o que se passava. Ela continuou.

- O seu colo.. É quentinho. Aconchegante.

O capitão do 6º batalhão foi pego de surpresa com aquele comentário. De fato, era a ultima coisa que esperava ouvir de alguém. Não respondeu como era de costume e mesmo que desejasse responder, a verdade era que ele não fazia a mínima idéia de como fazer tal coisa. Apenas apressou o passo para chegar logo ao encontro de Renji e o resto da equipe da academia. Não demorou, logo eles já estavam em seu campo de vista.

- TAICHOU! – Renji se virou com tanta rapidez e entusiasmo que Byakuya  recuou um passo. – Ela está bem? – Ele disse desviando o olhar para a garota loira nos braços do capitão.
- Vai ficar. Vamos voltar para a Soul Society. – Ele disse andando até o Shinigami responsável pelos estudantes da academia. O encarou com seriedade, antes de reprimi-lo. – Deveria cuidar mais de seus alunos. Foi irresponsabilidade deixar um Hollow pegar uma das estudantes. Cuide melhor deles da próxima vez.
O homem ouvia de cabeça baixa, e por fim bateu continência como sinal de aceitação á repressão sofrida pelo superior. Byakuya em seguida, inclinou-se brevemente na direção do shinigami responsável para entrega-lo a pequena garota loira ferida, porém quando esta já estava quase no colo do outro, ela segurou firmemente no quimono negro do capitão, e escondeu seu rosto ali, como se demonstrasse resistência em sair do colo de Byakuya.

- Hey.. Solte-o, Natsume. – Ele ordenou.
- Não...Eu não quero  ir com o Hirogami-sensei...! – Ela resmungou, falando em uma voz melosa e mimada. – Por favor...! Me deixa aqui...! – pediu.

Byakuya a fitou incrédulo. Aquela garota realmente era estranha. O que fazia ela pensar que ele a carregaria até Sereitei? Ou melhor, o que fazia ela pensar que poderia escolher ser levada por ele ou por Hirogami? Ele suspirou e puxou-a novamente para si. Não iria perder tempo discutindo aquilo. Isso não era importante, afinal, ela era tão leve que não fazia muita diferença carrega-la ou não.

- Kuchiki-taichou, não precisa carrega-la. Eu a carrego. Ela ..!
- Vamos. – Ele disse, se virando e ignorando o shinigami responsável, Hirogami.

Renji afirmou com a cabeça e foi questão de segundos e um portal se abriu á frente deles. Byakuya foi o primeiro a entrar, e sumir naquela imensidão branca, que dividia o mundo humano da Soul Society.


A viagem foi curta devido a velocidade de todos no local, por isso, em minutos já estavam dentro da sereitei. Byakuya nem se despediu, alias, nem havia porque de fazer aquilo. Seguiu logo para o local mais fácil de encontrar a capitã Unohana Retsu, o 4º batalhão, especializado em cura. Adentrou no local e logo se deparou com a capitã.

- Boa noite, Capitão. – Ela disse cordialmente, com um suave sorriso nos lábios.
- Hum... – Ele direcionou o olhar para a loira no seu colo e logo voltou a olhar para Unohana, como se perguntasse silenciosamente, onde poderia deixá-la.
- Siga-me, por favor.  – Ela disse se virando e guiando-o até uma sala vazia. Chegando ao local, ela sorriu rapidamente e gesticulou um pedido de licença, se retirando. – Fique á vontade, volto em um minuto.

Byakuya não respondeu, apenas esperou ela se retirar e andou até uma maca que havia no centro co cômodo. Suavemente, se inclinou, apoiando a loira no local. Rie aos poucos soltou o quimono de Byakuya, permitindo que o mesmo se afastasse lentamente dela, porém, antes que ele pudesse se virar e sair do local, ela segurou a mão dele com firmeza. Ele olhou  para a própria mão e direcionou um olhar confuso. Será que ela ainda estava com medo? Era a única desculpa plausível.

- Você ficará bem. – Ele disse indiferente.
- Eu sei. – Ela sorriu.

Ele arqueou a sobrancelha. Se ela sabia daquilo, porque estava agindo como se não quisesse que ele fosse embora.. Como se estivesse com medo de algo?

- Vou ver você novamente? – Ela indagou direcionando á Byakuya um gentil sorriso.

Ele deu os ombros.

- Provavelmente. Quando se formar. – Murmurou e se desvencilhou da mão dela. – Até. – E saiu.

Ela ficou apenas o olhando se afastar, até que ele saísse do cômodo , conseqüentemente, de seu campo de visão.

 

"Naquela noite eu conheci o meu anjo da guarda. Ele me salvou e me deu um novo motivo para continuar ali. Eu jurei para mim mesma que me formaria na academia de shinigamis e então eu poderei reencontrá-lo. Custe o que custar, eu farei isso.
Porque Kuchiki Byakuya... É o meu anjo."


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