Pensando bem, pode-se perceber que um não é imune ao outro; ao menos não completamente. Nós morremos, é sim, e desejamos-deseperamos-destruímos-destinamos... E com certeza sonhamos, todos nós, sonhamos sim. Acho que eles deliram, mesmo que o Sonho não admita, ele delira também, delira sim. E todos um dia se deleitaram, antes de eu mudar, mas não sei se ainda conseguem, é sim...

Dói me concentrar muito nisso, dói me concentrar, é fixo, e não muda nunca, não, não... Mas chegou a hora. Sim, sim, querido senhor-da-bibliioteca-do-sonho (seu nome é Lucien, não é? Como em Lucy, ou luzir, ou Lúcifer-estrela-da-manhã, pois é), é hora dessa história ser guardada por você, com cuidado, cuidado, CUIDADO! E não deixe que ele leia, oh não, não, não seria bom que eles soubessesm, já basta eu, sim, já basta eu...

Concentre-se! Respire, feche os olhos (sim, os dois, os dois, o azul e o verde, agorinha!) e volte ao que estava dizendo. Assim mesmo. E você, au-au, caladinho, viu!, pois essa é uma história importante.

Essa é a história de como eu deixei de ser Deleite, e de como eu virei Delirium, antes de saber o que vou virar. Essa é uma história dolorosa de se contar, então preste atenção desta vez, preste sim, pois enquanto for quem sou não mais a contarei (não consigo lembrar da palavra para esse tipo de conto, desculpe...) para ninguém, acordada ou sonhando.

Então, você também, concentre-se em mim agora.

E não desvie a atenção por nada.