Beck:

Só percebi tarde de mais meu terrível erro que poderia ter custado a vida daquela garota. Mas por uma inacreditável sorte eu havia errado por um milímetro! A flecha passou ao lado de sua cabeça. Logo vi que ela estava sentada e com o pé sangrando, e descobri o porquê quando vi uma raiz levantada em uma pedra pontuda.

– Você está bem? – Perguntei desesperado. – Me desculpe! Foi sem querer, e eu... – Parei percebendo que depois do “Me desculpe!” ela já não ouvira nada do que eu disse.

Consegui ver seus olhos rolarem nas órbitas e se fecharem e a menina desmaiar, consegui dar um pulo até ela e segurar sua cabeça pouco antes de bater no chão, acho que a adrenalina não a deixou aguentar. Só então reparei melhor em sua aparência, era MUITO branca, e os traços eram finos, seu cabelo estava tapado por um pano que era costurado no vestido, de modo que só o rosto fosse visível.Não poderia deixa-la ali, então, peguei meu arco e pendurei-o no ombro, então peguei a moça nos braços e fui até a cabana.

Chegando lá entrei, deitando-a na cama, tive que dobrar um pouquinho a ponta de seu vestido para ver seu pé machucado, vendo a situação eu lavei o ferimento e estanquei com um pano que eu tinha na cabana, e coloquei uma compressa de água fria na sua testa .E agora só me restava esperar que ela acordasse.

Depois de uma hora e meia mais ou menos eu que estava com meu cavalo decidi entrar, e em menos de cinco minutos depois a garota começou a abrir os olhos que eram de um azul claro mas profundos, penetrantes, e intimidadores, e também eram incrivelmente bonitos. Eu perdi o fôlego, não só por que ela era LINDA, mas também porque aquele rosto me era muito familiar.

– O-o que aconteceu? – Ela perguntou levantando-se.

Jade:

Só me lembro de estar sentindo muita dor pouco antes de uma flecha passar ao lado de minha cabeça por muito pouco não me acertando. Tive um sonho estranho da qual eu estava em um cavalo com um garoto e estávamos sendo seguidos, algo ia acontecer pouco antes de eu acordar (O que é uma pena pois eu queria saber no que ia terminar)

Abri os olhos devagar percebendo um garoto de mais ou menos a minha idade me encarando. Percebi com um grito em pensamento que aquele era o garoto que estivera em meu sonho à minha frente no cavalo. E então me lembrei que era ele quem tinha disparado a flecha, que perguntou se eu estava bem e mais alguma coisa.

– O-o que aconteceu? – Perguntei levantando-me confusa.

– Bem... – Começou ele. – Primeiramente me desculpe por quase te matar! – Eu dei uma risadinha. – Você caiu, machucou o pé, e estava com a respiração pesada, eu não vi, pensei que fosse um urso, e atirei. Mas por sorte errei!!! – Eu ri um pouco mais, olhando para o meu pé que no lugar da sapatilha continha um pano enfaixado.

– Aí você me trouxe pra cá e enfaixou meu pé? – Pergunto mesmo sabendo a resposta.

– É! – Ele respondeu simplesmente. Só então eu reparei nele, Tinha o cabelo preto e ondulado, que parecia tão... Macio. Os olhos castanhos hipnotizantes e a pele bronzeada. Aquele rosto era tão... Familiar.

– Bem, muito obrigada então arqueiro! Mas já estou de saída! – Disse saindo mancando, antes que ele descobrisse minha verdadeira identidade.

– Mas espere! – Ele disse segurando o meu braço que acidentalmente puxou um pouco a manga comprida do meu vestido e automaticamente puxando o lenço da minha cabeça, e revelando meu cabelo.

– Você! – Ele disse reconhecendo pelo meu cabelo (que era diferente de todos) – A princesa! Eu sabia que você era familiar! – Eu fechei os olhos pesadamente ao ouvir. É claro ele era o filho do maior arqueiro do reino.

– Por favor, não conte a ninguém que eu saí! – Implorei (Meu pai pensava que eu estava pelos estábulos).

– Tudo bem! – Ele disse para a minha surpresa (e alívio) – Mas... Só se... – Ah lá vem (penso) – Você não for agora!

– Como? – Pergunto.

– É isso mesmo!

– Eu não posso. Meu pai vai desconfiar e... E eu não posso, tenho que voltar! – Disse em voz baixa

– Eu juro que invento uma desculpa! – Ele implorou fazendo carinha de cãozinho com fome.

– Tá! – Cedi.- Ah e seu cavalo te seguiu e... Ele está ali! – Ele apontou para fora – Acho que é seu!- É sim! – Disse. Logo iria vê-lo.

Beck:

Eu não sei por que, mas queria que ela ficasse, eu tinha uma sensação estranha sobre ela.

– Então princesa Jadelyn... A quê devo a honra?

– NUNCA! Me chame de Jadelyn! – Ela disparou na hora – É só Jade! E não me chame de princesa... Não é o que eu queria ser! E nem me trate assim! – Continuou.

– Tudo bem... Me desculpe JADE! – Me desculpei rapidamente.

– Tudo bem... E você... Beckett, estou certa? – Ela perguntou mais calma.

– Sim, Mas prefiro Beck! – Disse simplesmente.-

Certo então, Beck! – Ela disse.

– Você quer... Dar uma volta de cavalo ou... - Arrisquei

– O Que? - Ela se surpreendeu. – Não! – Preciso ir para o castelo, já está escuro e...

– Tudo bem... – Disse eu calmamente e desapontado. – Mas Ainda tenho seu segredo como chantagem e...

– Não! – Ela disse

– Por favor! – Pedi – Amanhã as três e meia no riacho?

– Argh! Tá!

Levei-a até o riacho, e de lá ela seguiria sozinha, Pedi para que se cuidasse e me despedi!

– Até amanhã! – Eu acenei.

– Até.

Ela se despediu sumindo de minha vista.

Jade:

Será que ele era louco em achar que poderia me chantagear? Mas por outro lado, Preferia ficar com ele que em casa com meu pai. Voltei ao castelo e fui ao meu quarto sem que meu pai nem me visse. Tomei um banho. E ouvi uma batida na porta.

Era ele. Que já chegou falando sobre o casamento arranjado. Eu Continuei resistindo até que ele perdeu a paciência e saiu dizendo que conversaríamos amanhã.Fui dormir pensando naquele dia mais cedo.
No dia seguinte meu pai ficou me enchendo no café da manhã e eu consegui tirar-lhe a paciência de novo. Ele disse que não estaria no almoço (Graças a deus) e que eu tinha o dia livre (Graças a deus duplo!).

Mas como eu iria à floresta hoje?...

Cat Chegou na sala do café bem na hora sendo que seus pais já estavam lá.

– Bom dia Magestade, mãe, pai, Jade! – Logo que ela falou me ocorreu uma idéia.

– Pai, hoje eu e a Cat podemos ir à vila? Por favooor!!! – Eu disse implorando.

– Hmmm... – Ele pensou um pouco. – Argh, Tudo bem! – Eu e Cat quase dávamos pulinhos nas cadeiras.

O tempo passou até depois do almoço, Eu e Cat nos arrumamos, e eu contei à ela que era só um truque, e que eu iria à floresta. Ela ficou doida quando eu falei do Beck, e disse que eu TINHA que ir, nem quero saber no que ela pensou!

Logo saímos e quando o castelo tinha sumido de vista deixei Cat na vila e Fui com Blaze, meu cavalo até a floresta para encontrar Beck (Apesar de que eu só estava indo pela chantagem).